Hate that i love you escrita por Thay Oliveira


Capítulo 3
Maldita seja Rachel Berry!


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoas! Olha eu aqui com mais um capítulo 🙌



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Já havia se passado três dias que Quinn lêra o bilhete e o conteúdo não saia de sua cabeça. Nas aulas que tinha em comum com Rachel, Quinn estranhou a garota não se manifestar de alguma forma, nenhum olhar, nenhum sorriso, nenhuma brincadeira.. Não que ela estivesse esperando, era que no primeiro contato que tiveram Rachel fora tão presente que a sua não presença nesses dias parecia-lhe estranho.

O conteúdo do bilhete era algo que intrigava Quinn, não sabia se era apenas uma brincadeira ou se tinha algum interesse por parte da garota. Se a garota realmente nutrisse sentimentos por Quinn ela não daria a Rachel uma chance, pois nunca sentiu atração por mulheres, na verdade nunca sentiu atração por ninguém, nunca teve tempo pra essas coisas e quando conhecia um garoto era sempre da sua igreja que só falava coisas sobre como "passar dos limites" levaria ao inferno. Havia outras coisas bem evidentes que fazia Quinn pensar dessa forma: Rachel era insolente, aparentemente mimada, arrogante, pretensiosa ... Quinn poderia listar folhas e folhas contendo os defeitos da garota.

Fora apenas um esbarrão, mas esse acontecimento tinha deixado Quinn aérea. Depois que Rachel tinha sugerido de uma forma muito "educada" que ela lesse o bilhete começou uma onda de acontecimentos inusitados com a garota: Esqueceu de soltar na estação correta quando estava voltando de metrô para seu apartamento, deixou o leite ferver demais e sujar o fogão, tropeçou na vassoura que havia esquecido na sala, esqueceu de levar a toalha pro banheiro e teve que sair correndo nua até seu quarto, esqueceu. Esquecer não era muito da personalidade de Quinn, na verdade ela era regrada ao estremo, fora criada assim e dessa forma levava sua rotina, só esqueceram de avisa-la a esquecer um certo par de olhos chocolates que a fazia esquecer das coisas ao seu redor.

Quinn estava sentada em seu sofá com o seu celular na mão esquerda e o bilhete na mão direita, estava relutante em ligar para a Rachel. Porém ela tinha que ligar, faltavam poucos dias para entregar o trabalho e elas nem tinham começado a pesquisa.

Digitou os números na tela e esperou chamar. Chamou, chamou e no sexto toque, quando Quinn ia desligar, Rachel atendeu.

" Alô." Ela escutou a voz de Rachel abafada por um som de música alta.

" Boa noite, eu poderia falar com Rachel Berry?" Quinn perguntou mesmo sabendo que era Rachel do outro lado da linha.

" Rachel Berry? Ela não está no momento, quer deixar recado?" Quinn escutou uma risada e um som mais forte de música eletrônica.

" Quinn Fabray gostaria de deixar um recado sim e .."

" Não conheço nenhuma Quinn Fabray, você conhece Josh?"

Depois de escutar a negativa do garoto Quinn bufou e disparou:

" Você sabe muito bem quem eu sou! Sexta-feira, depois das aulas, esteja na biblioteca de Columbia para fazer o trabalho sobre direito civil." Disse Quinn de forma pausada, porém veemente para que a morena entendesse.

" Eu, sexta-feira, numa biblioteca? Você só pode está brincando, né nerd loira! Nem se fosse a Megan Fox eu iria."

" Nerd loira, isso é sério? Não interessa se você não costuma ir a biblioteca. A culpa é sua se não me procurou para fazer o trabalho antes do final de semana!" Quinn irritou-se, levantou do sofá e começou a andar de um lado para o outro com o celular perto da orelha.

" Então é isso, eu não ter te procurado foi o grande problema! Você tinha o meu número e eu não tinha o seu, então podemos constatar que VOCÊ deveria ter me procurado. Falei até na sua língua para que você entendesse. Ah, o apelido é sério sim, assume que você gostou e nem adianta fazer o lance de levantar a sobrancelha." Quinn na mesma hora abaixou a sobrancelha.

" Você ingeriu álcool? Provavelmente por pensar que eu gostaria de um apelido desses. Se lhe for conveniente apareça amanhã. Todavia se não for o caso, dane-se! Não sou eu que ficarei sem nota."

Quinn estava a ponto de explodir, acabara de mandar uma pessoa se danar coisa que ela nunca fizera. No momento a garota tinha a sensação de que seus pais entrariam pela porta e a repreenderiam como se fosse uma criança. Ela respirou fundo, era só um simples "dane -se". Nada iria acontecer, ela era independente agora, ela poderia fazer qualquer coisa, ela era adulta.

Quinn sentiu os pêlos se arrepiarem quando ouviu a voz de Rachel novamente:

" Você ingeriu álcool? " Rachel repetiu a pergunta de Quinn com deboche na voz. " Sim, eu BEBI álcool! Quer dizer, ainda estou bebendo. E quem fala todavia em pleno século 21? Você tem problemas, só pode. Nerd -loira, eu não ligo se eu tirar zero ou dez. Essa faculdade, trabalho de direito civil, você e blábláblá tanto faz pra mim!

" Não me interessa o que você faz da sua vida, se quiser ingerir grandes quantidades de álcool, faça! Contanto que não influencie na minha. Eu falo todavia, não me importo se você acha isso um problema de sanidade. Eu vou fazer o meu trabalho porque, ao contrário de você, isso é muito importante pra mim.

" Ok! Tenha uma ótima noite, nerd loira! Mesmo sabendo que não vai ter, desejo mesmo assim. "


" Vai a merda e que você tenha uma péssima noite lá!" Quinn encerrou a chamada deixando que seu corpo caísse sobre o sofá.

A garota levou as mãos ao rosto e por lá as deixou. Estava com vontade de chorar, vontade de arremessar algo na parede, mas não faria nada disso por Rachel. Ela só queria que sua vida fosse um pouco menos complicada.

No passado sua família era sua cruz, limitando e ditando sua vida. A falsa proteção era tanta que seus pais encontraram um noivo para que a garota permanecesse em Lima e não seguisse seu caminho em Nova Iorque. O rapaz não era ruim, apenas um alienado sem vontade própria que seguia a risca as leis religiosas que lhe foram ensinadas. A garota sempre sonhou com um futuro que seu querer fosse o que importasse e Nova Iorque, para ela, era o começo dele.

Seus pensamentos transitavam entre o passado e o presente com uma velocidade que a assustava. Decidiu preparar um chá verde e dormir depois de toma-lo. Mas o som da campanhia interrompeu seus planos. Quinn havia esquecido que marcara uma entrevista com sua possível colega de apartamento. Maldita seja Rachel Berry! Pensou a garota.

Columbia ajudava-a com uma ajuda de custo, já que ela tinha conseguido uma bolsa integral, mas não queria ficar em um dormitório da faculdade pois seu cachorro Freddie não poderia habita-lo. Ela disse aos dirigentes de Columbia que não poderia cursar direito na instituição caso seu cachorro não pudesse morar com ela e eles como não queriam perder uma aluna com tal potencial concordaram em dar uma ajuda de custo para que ela morasse em um apartamento em Nova Iorque. A ajuda de custo cobria o valor de um apartamento simples em Nova Iorque, porém Quinn deu preferência por Manhattan por ficar perto da faculdade, o que ela não esperava era o aumento do aluguel do apartamento. Em vez de mudar para outro apartamento decidiu que poderia dividi-lo com outra estudante, além de economizar ela permaneceria perto da faculdade.

Não era um capricho da garota ter seu cachorro morando com ela. Quando tinha quinze anos encontrou um filhote de vira lata abatido nos fundos da igreja que frequentava. Quinn brincou com o cachorro e lhe deu água e comida, logo o canino começou a ficar mais animado com a presença e atenção da menina que o abatimento de antes era quase imperceptível. A garota pediu para seus pais se podia ficar com o cachorro e é claro que a resposta foi não. Contudo não deixou que a negativa de seus pais a fizesse desistir do cão, começou no dia seguinte uma greve de fome que durou quase três dias, só ingeriu água nesse período. Seus pais preocupados com o falatório da vizinhança decidiram ceder a vontade da menina.

Freddie era mais que um cão para Quinn. Era ele que estava do lado dela nos momentos mais difíceis; na solidão, na opressão que seus pais aplicam, na falta de amor.. Freddie desde o dia em que fora encontrado por Quinn deu mais amor e atenção do que os pais da garota deram em uma vida. A garota de quinze anos nunca imaginaria que aquele vira lata abatido seria bem mais que um cachorro pra ela, seria sua família.

A garota caminhou até a porta e a abriu revelando uma jovem latina.

Quinn vinha trocado e-mails com Santana Lopez, não sabia tudo sobre a latina, apenas o essencial para marcar uma visita ao seu apartamento. De acordo com os e-mails de Santana, a latina tinha 19 anos, residia na faculdade NYU onde cursava jornalismo e estava procurando uma pessoa com quem dividir um apartamento em Manhattan. Quinn conseguiu o e-mail da latina através de uma doce atendente de um Starbucks que frequenta diariamente. Brittany, a atendente, com seu jeito meigo logo fez amizade com Quinn. As duas, no intervalo de Brittany, começaram uma conversa sobre como a vida de Nova Iorque não é tão fácil como as pessoas pensam, logo surgiu o assunto do aumento do apartamento e o desejo de Quinn em dividi-lo com alguém e assim Santana estava de pé na entrada do apartamento de Quinn.

_ Oi, Santana. _ Quinn a cumprimentou estendendo a mão para a latina que aceitou. _ É um prazer te conhecer pessoalmente. Entre por favor. _ Quinn pediu.

_ O prazer é meu. _ Santana disse entrando no apartamento. _ Estava curiosa em saber como é a garota inteligente que a Britt tanto fala. _ Santana parou perto do sofá esperando Quinn fechar a porta. _ Bonito o apartamento. _ Comentou.

_ Espero não ter te frustrado. Brittany deve ter exagerado um pouquinho, sou apenas esforçada. _ Confessou. _ Sobre o apartamento, concordo com você.

Quinn caminhou até a cozinha e perguntou:

_ Aceita uma água, um café?

_ Água, por favor.

_ Então, Brittany disse que você trabalha com fotografia. _ Quinn comentou entregando o copo d'água para Santana e apontou o sofá para que as duas sentassem.

_ Não é na área que eu queria, mas pelo menos é com uma câmera na mão. Trabalho de paparazzi para bancar a faculdade e o custo de vida de Nova Iorque. Os sites e jornais pagam bem por esse tipo de foto, então a necessidade me fez ir para esse lado. _ Santana explicou.

_ Então é por isso que você quer se mudar para Manhattan, para ficar mais perto das celebridades?

_ Exatamente. NYU fica em Manhattan também, mas um pouco distante da badalação onde fica mais fácil encontrar um famoso. Também tinha o lance do horário dos dormitórios, você deve saber, trabalhando como paparazzi não se tem hora pra dormir.

A conversa fluiu com facilidade, ambas contaram uma para outra um pouco de sua trajetória até ali. Quinn mostrou para a Santana cada canto do apartamento, foi da sala até a área de serviço. Santana escutava o que Quinn dizia sobre como era agradável morar naquele apartamento, era espaçoso, arejado, tinha suíte nos quartos, além de uma varanda com vista para o Central Park.

No pouco que Quinn pôde observar da latina ela gostou. Santana aparentava ser responsável, focada, mas com uma sinceridade e humor que cativava. Para ela a latina, caso aceitasse, seria uma ótima colega de apartamento.

Quinn desistiu de tomar o chá e resolveu pedir uma pizza para ambas jantarem. Elas estavam sentadas no sofá da varanda comendo pizza e aproveitando um pouco da companhia uma da outra. Conversavam sobre todos os assuntos e nenhum específico, Santana também disse que era de cidade pequena e que foi difícil deixar tudo para trás como para Quinn tinha sido. As duas, por razões distintas, não tinham muitos a quem chamar de amigos, mas pela cumplicidade instantânea que se fazia presente, esse fato provavelmente ficaria no passado.

_ Quando você conheceu a Brittany? Quinn perguntou pegando um pedaço de pizza.

_ Tem uns quatro meses já.. Eu estava mega cansada de ficar seguindo algum famoso, eu não me lembro quem era agora, e resolvi tomar um café porque eu iria direto para faculdade e tinha que me manter acordada. Parei num Starbucks mais perto e pedi um café forte e a Brittany me atendeu. Ela ficou me olhando e perguntou se estava bem, eu disse que estava um pouco cansada e iria tomar um café pra me manter acordada. Sentei em uma mesa e depois de alguns minutos ela apareceu e me deu um cupcake. Britt disse que aquele cupcake era mágico e que me daria disposição para o dia. Na hora eu achei que estava batizado, você sabe, drogas. Mas eu aceitei porque dava pra ver nos olhos de Britt que era de coração, e foi assim que eu conheci a doce Britt. _ Santana terminou de contar a história sorrindo.

_ Seus olhos. _ Quinn observou.

_ O que tem eles?

_ Estão brilhando.

_ Ah.. Deve ser o tempo. _ Santana piscou algumas vezes os olhos desconversando.

O toque do celular de Quinn se fez presente e ela levantou pedindo licença para atende-lo. Estranhou uma chamada naquele horário, quase nunca recebia ligações e quando recebia era de seus pais. Quinn olhou para o visor e constatou que não era uma chamada de seus pais e sim de um número desconhecido. A garota resolveu atender.

" Alô." Quinn falou.

" Hum.. Boa noite, acho que você deve ser amiga dela, ela estava pedindo para ligar pra um tal de Kurt, mas o celular dele só cai na caixa postal.. O seu número estava nas chamadas recentes e eu resolvi ligar pra avisar que a Rachel não está passando bem, você pode vir busca-la?" Perguntou uma voz masculina.

Quinn inicialmente pensou que fosse uma brincadeira, mas pelo tom de voz do homem e pelos gemidos de dor que pareciam vir de Rachel ela soube que era sério. Ela não gostava das atitudes de Rachel, na verdade não as suportavas, porém deixar uma pessoa sem ajuda não era comum para Quinn mesmo essa pessoa sendo Rachel.

" Me fala o endereço, estou indo busca-la."


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Muitas informações, né? Mas foi necessário.
Beijos, e até o próximo.