Hate that i love you escrita por Thay Oliveira


Capítulo 19
Finn


Notas iniciais do capítulo

Eu não sei se tem alguém aí que ainda acompanha essa história. Também não sei como me desculpar por esse tempo sem atualização. O fato é que essa madrugada me trouxe um sentimento de saudade e me deu inspiração para voltar. Bem, acho que é isso. Boa leitura :)



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    Rachel fitou os olhos de Quinn procurando uma fagulha de arrependimento, porém não encontrou nenhuma. Ela via um olhar de desejo, paixão, nos olhos avelãs. Fechou seus olhos e quando os abriu, tudo que vira antes estava mais evidente.

 

    Ela sabia que o próximo passo seria determinante para a relação das duas, soube, ao acompanhar o olhar a sua frente,que Quinn estava segura de sua escolha Rachel sabia que a loira ansiava por esse momento de forma especial. Por essa razão, não conseguiu evitar uma auto pressão.

 

     Isso era inédito para ela. Sempre gozou da mais genuína confiança. Era raro Rachel se sentir insegura com algo ou alguém: autoconfiança era sua marca registrada. Apesar desse retrospecto, confiante era a última coisa que ela se sentia. Sua cabeça estava a mil com a proximidade de ter Quinn por completo que ela clamou aos céus, algo que não era de costume, que aquele sentimento de insegurança fosse embora.

 

   Quinn, a contra partida, se sentia o oposto. Nunca se sentira tão confiante, tão certa e segura do que queria. Ela fitava Rachel atipicamente; não queria perder nada daquele momento que estava sendo especial.

    

   Sentiu as mãos de Rachel irem de encontro a barra de seu vestido e automaticamente seu corpo se arrepiar com o toque. Ela olhou para o caminho que as mãos de Rachel estavam traçando, mais atenta do que o normal, percebendo a insegurança da morena no leve tremor de mãos.

   

   — Está tudo bem?

 

   Rachel escutou a pergunta e parou o que estava fazendo. Seus olhos, que até então fugiam dos avelãs, encontraram os mesmos. Ela desviou o olhar e preferiu não responder. Voltou sua atenção para o que estava fazendo anteriormente, porém sentiu as mãos de Quinn nas suas, fazendo ela parar os toques.

 

   — Rach. — Chamou, esperando que a morena lhe olhasse. — O que foi?

   

   Rachel fixou seu olhar na cama e confessou tão baixo que se Quinn não estivesse tão próxima não teria escutado.

 

   — Eu estou nervosa.

 

   Ali, só para Quinn, ela se permitiu ser vulnerável. E Quinn sabia disso; sabia que para morena dizer as palavras que dissera era porque ela estava realmente nervosa.

 

   Ela tinha presenciado Rachel vulnerável, mas era diferente. Agora parecia que a morena estava envergonhada com a situação, o que não condizia com a mesma. Num ato brusco, ela distanciou-se de Rachel, levantando-se. Fechou os olhos e respirou fundo. Sabia que o que iria dizer e fazer era inédito e aquilo também lhe deixava nervosa.

 

   Entretanto Quinn estava certa do que queria.

 

   Eu estou super nervosa, mais do que jamais estive. — Falava de olhos fechados. — Eu sei que isso parece loucura, você e eu. Não sei se só parece, talvez seja. Mas eu não me importo. Não mais.. — Ela abriu os olhos e fitou o par de olhos a sua frente. — Eu te amo. — Sorriu emocionada. — Eu nunca amei ninguém assim. Eu sei que isso é insano, mas sei também que você pode suportar isso comigo. Juntas.

 

   Quando sua mão foi até a barra de seu vestido, ela teve a certeza que um ciclo estava terminando ali. Ela não era mais aquela garota insegura e amedrontada, ela era o oposto disso. Ela era confiante. Confiante de suas ações, confiante de sua nova forma de pensar, confiante de si.. e isso ela sabia que devia a Rachel.

 

   E como retribuição, ela queria mandar pra bem longe a insegurança que enxergava nos olhos a sua frente.

 

   Passou o vestido por sua cabeça e deixou o mesmo cair ao seu lado, ficando, assim, apenas de calcinha e sutiã. Era possível ver seu peito subindo e descendo de forma arritmada com o que acabara de fazer. — Um ato que se ela pensasse muito não faria. Entretanto, ela sabia que não precisava pensar ali, precisava sentir.

 

   — Vem aqui. — Chamou com toda confiança que estava tendo.

 

   Rachel ainda processava as palavras de Quinn. Ela não estava acreditando que a loira tinha dito que a amava. Não era um sonho, era real. O amor que ela sentia que Quinn nutria por ela foi colocado para fora da maneira mais adequada possível, achava ela. Seu coração, igualmente como o de Quinn, martelava contra o peito. Ela levantou e, como se estivesse enfeitiçada, foi até Quinn.

 

   — Você disse eu te amo.

 

   — Disse, sim.

 

   — Diz de novo. — Rachel pediu num sussurro.

 

   — Eu te amo, Rachel Berry. Pra ser sincera, te amei desde a primeira vez que te vi. Eu não compreendia isso. Todavia — as duas riram. —, eu compreendo perfeitamente agora. Eu,verdadeiramente, te amo.

 

  O sorriso de Rachel não poderia ser maior. Ela não conseguia e nem queria esconder a alegria que tomou o seu ser ao escutar a declaração de Quinn. Se há minutos ela estava insegura, agora ela poderia fazer o que fosse que nada a impediria. Estava contagiada pela coragem insana da paixão.

 

   Os sorrisos foram cessando e os olhares foram ficando cada segundo mais profundos, até que Quinn pôs fim no silêncio que se tornou torturante.

 

   — Tira para mim.

 

   As duas sobrancelhas de Rachel arquearam, surpreendidas com o pedido. Ela umedeceu os lábios e deu um passo a frente, invadindo o espaço de Quinn. Ela notou que Quinn seguiu com os olhos o movimento que ela fez até o fecho, que se encontrava na parte da frente do corpo pálido. Mesmo depois do pedido verbalizado por Quinn, ela esperou que a mesma desse aval para que ela continuasse. O aval veio em forma de balançar de cabeça e seus corpos que estavam separados, uniram-se.

 

   — Você é a mulher mais instigante que eu conheço. — Rachel afirmou, abrindo o fecho de forma delicada.

 

   Quinn deixou seus ombros caírem para frente, e, juntamente com eles, seu sutiã.

 

   — Sou? — Arqueou a sobrancelha.

 

   Rachel não respondeu com palavras. Ela tomou Quinn em seu braços e a levou para cama onde ali pudessem ser uma da outra sem mais pretextos.



[...]



   Rachel fechou os olhos para melhor lembrar da noite passada. Ela possuía um sorriso estampado no rosto que nunca um dia pensou em possuir. Para ela, vivia a definição de paraíso. — Se aquela realidade fosse um sonho, implorava para não acordar jamais.

 

   Ela pôs suas mãos no bolso do casaco por conta do frio. Decidiu que Quinn merecia flores e o que mais os clichês pedissem. Então ali estava ela, andando por uma NY fria a procura das mais belas flores.

 

   Deixar Quinn dormindo fora uma tarefa difícil, quase impossível. Ela repensou uma dezena de vezes se iria ou não à rua buscar as benditas flores. Por fim, decidiu por ir.

 

   Rachel tinha um saco recheados com bombas de chocolate que Quinn adorava sendo segurado pelo braço esquerdo. No braço direito, ela trazia as mais belas rosas vermelhas que vira em NY. — Ela estava adorando a sensação de agradar alguém. Amar Quinn a deixava mais empenhada em ser melhor para a loira e consequentemente para ela mesma.

   Quinn se remexeu na cama ao escutar o som da campainha. Esfregou os olhos e percebeu que Rachel não estava ali. Levantou o mais rapidamente que a sonolência permitia e rumou para sala. A campainha não parava de tocar, fazendo a loira apertar os olhos em reprovação. Pensou consigo mesma que Rachel estava tramando alguma surpresa que nem se deu o trabalho de olhar o olho mágico antes de abrir a porta.

 

   Era realmente uma surpresa; mas não era de quem ela esperava.

 

   A sua frente permanecia em pé um jovem alto, bonito, sustentando um sorriso de lado. Ele ajeitou a mochila e escutou Quinn falar.

 

   — Finn? O que você está fazendo aqui?

 

   O jovem rapaz colocou suas mãos nos bolsos da calça e inclinou o corpo pra frente, tentando amenizar o nervosismo.

 

   — Vim morar com a minha noiva.

 

    Quinn balançou a cabeça e apertou os olhos com força, esperando que quando os abrisse seu ex “noivo’ não estaria em pé a sua frente.

 

   — Finn, eu não sei o quê te leva a crer que ainda estamos noivos, mas sugiro que você volte para Lima o mais..

 

   Ela ainda estava falando quando sentiu os lábios de Finn nos seus. O jovem a segurou pela cintura, forçando-a a retribuir.  Ela não retribuiu. Pelo contrário, tentou sair dos longos braços do garoto por diversas vezes. Vendo que não ia conseguir romper o contato, deixou Finn a beijar.

 

   Um barulho de saco caindo no chão fez Finn recuar, deixando uma Quinn perplexa. Ela fitava a figura pequena na porta.

 

   Observou uma lágrima brotar nos olhos chocolates que tanto amava. A morena abriu a boca uma, duas vezes, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. Ela olhava de Quinn para Finn tentando entender o que acabara de evidenciar. Num instante, suas feições mudaram de desentendimento para raiva. Ela nada disse, apenas sumiu pelo corredor.

 

   Quim, ainda perplexa, demorou para seguir a morena. Ela saiu esbarrando em Finn e desviando do saco que Rachel deixara cair. No corredor, ela viu que Rachel não parou para pegar o elevador, e sim seguir pela escada. Ela aumentou o passo e gritou quando entrou no primeiro lance de escada:

 

   — Rach! Espera, por favor!

 

   Rachel não parou. Estranhamente, os pedidos de Quinn serviram de combustível para ela. Então ela correu, mais do que nunca correra, para longe da dona dos pedidos.

 

   Quinn chegou no térreo e viu Rachel massacrar o botão que abria o portão. Ela correu e antes que o mesmo fechasse, passou pelo portão e segurou o braço de Rachel.

 

   — Rach..

 

   — NÃO ME CHAME ASSIM!

 

   Quinn se assustou com o tom de Rachel, soltando o braço da garota, dando um passo para trás. Ela fitou incrédula o rosto raivoso de Rachel e sentiu ódio no olhar dela.

 

   — Me deixa explicar, não é o que você está pensando.

 

   — E o que eu tô pensando, hã? — interrompeu Quinn. — Que a garota que diz me amar na verdade é uma mentirosa traidora.

 

   — Foi um mal entendido — Começou a chorar. — Acredita em mim. Eu amo você!

 

   Quinn sentiu o peso da mão pequena em seu rosto, fazendo que seu olhar que estava em Rachel voltasse ao chão.

 

   — Nunca mais repita isso! — Rachel dizia com o olhar embaçado de lágrimas. — Você não tem mais esse direito.

 

   — Rachel, por favor, me escuta!

 

  Rachel limpou o rosto e esperou que Quinn a encarasse. Quando ela o fez, a morena reuniu todo desprezo que tinha para dizer:

 

   — Eu te odeio. Não me procure mais. Fique na podridão que você construiu.

 

   Rachel jogou com força o buquê de flores em Quinn e rumou rua adentro, deixando uma Quinn atônita na entrada do prédio.

 

   Quinn tentava assimilar o que estava acontecendo. Queria entender como uma noite maravilhosa viera a se tornar esse pesadelo. Sentiu pingos de chuva caírem em seu corpo e se misturarem com suas lágrimas. Havia começado a chover. Ela mal se importou com a chuva. Deixou que a chuva a molhasse, pedindo internamente que ela lavasse toda sujeira que aquela manhã se tornara.

 

  

 

   

 

   

 

   



   

   



   


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Notas finais do capítulo

Me desculpem os erros! Provavelmente tem vários e a minha vontade de postar deve ter os escondido de mim. Me digam o que acharam, ok? Saudade daqui.. um grande beijo, até uma próxima ( Acho que não demorará tanto)