For My Demons escrita por Jess


Capítulo 15
Capítulo 15 - Estrada para o Inferno


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o tão prometido capítulo.
Agradeço todos que estão lendo, em especial Roberta Costa que aguardou anciosamente por este capítulo rsrsrsrs
Este capítulo foi um pouco inspirado em Divina Comédia de Dante Alighieri e em Highway To Hell da banda AC/DC rsrsrs Não se preocupem usei essas inspirações corretamente.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/535044/chapter/15

"Deixai toda esperança, ó vós que entrais!"

Dante Alighieri_ Divina Comedia

Belphegor pegou o caminho mais longo até o circulo de Lilith, havia muito tempo que não andava pelos círculos, que não via o sofrimento daquelas almas. Não era algo que lhe agradava imensamente, entretanto era necessário estar com aquelas imagens frescas em sua mente, pois a cada circulo as coisas só pioravam.

Mesmo não estando em estado físico, as almas eram feridas, sentiam imensa dor, uma dor inimaginável, os demônios os mantinham ali, cada grupo com sua respectiva punição.

A cada circulo os gritos eram mais altos.

Passando pelo Limbo, observou as almas em fila, ainda confusas sem saber para onde estão indo, acreditando que foram boas pessoas e que ainda serão salvas.

No segundo circulo as coisas começaram a ficar animadas. O Vale dos Ventos, era como o nome propriamente dito, ventava, as almas eram jogadas de um lado para outro, algumas ficavam fincadas em rochas pontiagudas, ou derrubavam umas as outras em busca de algum modo de não ser levado pelo vento. Lá encontrou Minos, o juiz do inferno, ele ouvia as confissões e condenava os mortos a um circulo.

Belphegor observou alguns julgamentos, mas logo retirou-se, pois odiava ficar parado naquele lugar.

No Lago de Lama, o demônio viu os gulosos atolados numa lama suja e espessa e atormentados por uma tempestade fortíssima de granizo, gelo, neve e torrões de água suja que caia sem parar. Eles ficavam imersos no próprio vômito e Cérbero, o cão de três cabeças, com apetite insaciável, arranhava, esfolava, esmagava, dilacerava e esquartejava os espíritos dos gulosos.

Belphegor não parou no quarto círculo, As Colinas de Rochas, por evitar Mamom, que comandava esse círculo. Mamom é aliado de Moloch e também não aceitou Belphegor como o sétimo, mas Mamom não teve coagem de ir até Lúcifer e criticar sua escolha, como fez Moloch.

No Rio Estige, Cemitério de Fogo, Vale do Flegetonte, o Maleboge e lago Cocite, tudo foi gritos sangue, fogo, tortura, insanidade.

Belphegor sentou-se numa rocha alta do lado de um dos guardas, ele podia ver a maior parte dos círculos se olhasse para cima.

_De volta ao lar?

O demônio ficou surpreso ao ouvir aquela voz delicada e alegre que a muito tempo não ouvia. Virou rapidamente, para ver Ala, que estava como sempre: vestido esverdeado, vários adereços feitos de galhos, cabelos cacheados em tons verdes e seu sorriso que mostrava suas presas. Ela parecia o que os humanos podem chamar de fada, mas era um demônio da pré-eslava.

Ala era mal vista assim como Forneus (Andy)... Como já devem ter percebido alguns demônios não só fazem maldades, mas podem ser persuadidos a fazer boas ações, ou mesmo auxiliar alguém, isso entre os demônios é algo muito ruim.

Ala comanda os Ale, e está ligada às condições de tempo (mais comuns são granizo e trovoadas) sobre fazendas, pomares e vinhas, a fim de destruir as culturas. No entanto, se você se aproxima de um Ala com confiança e respeito, este e os outros Ale serão capazes de salvar sua vida, sempre que necessário, e até torná-lo rico! Caso você não queira muita amizade com os Ale, saiba que eles têm pavor de águias. Acredita-se que vivem em lagos, nascentes, nuvens, montanhas inacessíveis, florestas, cavernas ou árvores gigantescas.

Não tenho contato com os Ale, sendo assim não sei se essa lenda de que eles vivem em contato com a natureza é real, mas me parece muito fantasiosa, e dá a impressão que são fadas, ou duendes (seres da fantasia criados por humanos), isso é uma vergonha para os demônios.

_Vim apenas para uma reunião com Lilith.

Ala pareceu menos feliz ao saber o real motivo da volta de Belphegor. No fundo ela esperava que ele tivesse voltado com a esperança de encontra-la, mas isso seria querer muito.

_Houve algum problema?_ Ala perguntou tentando parecer firme, sabendo que quando alguém tem uma reunião com Lilith, é porque tem algo errado.

_Sempre há problemas, mas não é nada ligado à seu povo, não tem com que preocupar-se._ Ele respondeu friamente.

Ala permaneceu parada ao lado do demônio que sequer a olhava, e lembrou-se da vez em que conseguiu aproximar-se, quando sentiu o Senhor do Fogo uma única vez, uma única noite em que dormiram juntos. Eles não dormiram.

Para Ala foi incrível, espetacular, e outros adjetivos que mostrem que ela sentiu-se no paraíso (se é que isso fosse possível, pois ela é um demônio então...), para ela foi a prova de que poderia ter o Senhor do Fogo para si. Mas as esperanças diminuíram com o tempo, pois foi percebendo que era como se Belphegor estivesse esquecido aquela noite, ou como se estivesse evitando se aproximar. Dessa forma, parecia que era fruto da imaginação de Ala.

Belphegor fez questão de se esquecer da noite que passou com Ala; não só por prezar a aliada que tinha, mas porque achou horrível, sem graça. Ala era frágil na cama, quase não se mexia, pronunciava palavras estranhas e gritava, gritava muito. Houve um momento em que ele achou que ficaria surdo.

Para Belphegor, Ala era péssima na cama, mas era uma forte aliada, uma boa ouvinte e líder dos Ale. Apenas isso.

_Tenho que ir._ Belphegor disse indo em direção á mais uma decida.

_Quer que... Eu te acompanhe?_ Ala perguntou insegura.

_Não, prefiro ir só, pensar um pouco..._ O demônio falou andando.

Ala olhou Belphegor ir desaparecendo entre rochas e demônios que açoitavam corpos já desfalecidos. Ela sentia que a chance de ter o Senhor do Fogo estava mais distante. Mas ela era imortal, sendo assim poderia esperar o tempo que fosse necessário.

O demônio continuou sua caminhada, chegando em seu circulo. Os demônios ali logo perceberam sua presença e começaram a fazer o trabalho com mais atenção: furando corpos que estavam pendurados como porcos no abate, fazendo com que eles gritassem.

Belphegor nunca foi de supervisionar o trabalho de seus demônios, trabalhava mais dando ideias aos humanos, achava interessante observar como eles gostavam de criar e pensar que tudo que foi feito saiu da cabeça deles, que eles são artistas, e que merecem tudo que ganham com suas criações.
Próximo ao trono de Lilith Belphegor fez uma rápida reverencia diante da força palpável por trás de uma cortina de chamas.

_Apreciou teu passeio?_ A voz não era grave nem estridente.

_Foiótimo, as coisas continuam como sempre._ Belphegor respondeu atento a voz de Lilith, e tentando captar movimentos por trás da cortina de fogo.

_Nem tudo...Ouvi coisas sobre você..._ Lilith disse levantando-se de seu grande trono, e logo fez o fogo cessar.

Belphegor olhou Lilith, que estava em uma de suas formas femininas: Loira, cabelos longos, um corpo escultural e seus olhos zuis que pareciam queimar, usava um vestido longo com uma grande fenda e com algumas partes transparentes.

_E sobre uma humana._ Ela concluiu analisando-o.

_Imagino de quem você ouviu sobre mim._ Ele respondeu encarando-a.

_Um cervo de Moloch veio a mim e contou sobre você. Resta saber se é real o que foi dito._ Lilith falou com um sorriso de escarnio.

_Não tenho nada a explicar, sempre andei entre os humanos, meu trabalho requer esse tipo de coisa. Meus afazeres aqui são poucos e mantenho alguns demônios atentos._ Belphegor disse dando de ombros.

_Sei que não deixa seu trabalho por fazer, mas essa humana..._ Lilith fez uma careta quando se referiu à Veronica.

_É só uma humana._ Belphegor falou despreocupadamente._ Desconfia de algo sobre ela?_ Ele perguntou alguns segundos depois, preferindo entrar no jogo dela, nas suspeitas. Discutir seria pior, perderia muito tempo ali.

_Só uma suspeita... Mas, o que você quer com ela?_ Lilith perguntou aproximando-se.

_Diversão._ Respondeu ele, curioso para saber das suspeitas de Lilith. Belphegor achava que sabia tudo sobre Veronica, a não ser que...

Só pode ser algo ligado ao pedido, ao que ela pretendia fazer quando me prendeu. Ele pensou.

_Me chamou aqui para isso? Falar que suspeita de uma humana?_ Belphegor perguntou franzindo o cenho.

Lilith deu um suspiro.

_Vocêdesapareceu por um tempo, depois manda uma alma podre e volta a desaparecer, então ressurge e permanece com essa humana. O que ela tem de tão divertido para você ainda estar mantendo-a respirando?_ Ela perguntou apoiando as mãos no peito do demônio.

Belphegor pode sentir as unhas pontiagudas arranhando de leve por cima do tecido da camisa e distanciou-se de Lilith, que quase se desiquilibrou.

Ela acha que vai me seduzir assim?... Coitada pensava ele contendo-se para não rir.

Lilith conquistaria qualquer outro demônio ou humano que quisesse, mas Belphegor sabia de todas as armas de sedução existentes, e não cedia a vulgaridade explicita dela e também não seria ele o tolo que iria foder com a queridinha de Lúcifer. Não que os dois tivessem um relacionamento sério, mas Lilith era conhecida por deitar-se com o príncipe, que estava abaixo apenas de Satã (Diabo, Rei das Trevas e outros nomes que os humanos podem referir-se ao meu Senhor). Era melhor frustrar Lilith do que correr o risco de ofender Lúcifer.
_Ela tem algo que quero._ Belphegor respondeu com um meio sorriso.

_Vida, sonhos, carne humana ou uma alma?_ Lilith perguntou sem disfarçar a irritação pela tentativa fracassada de seduzir o demônio.

_Não quero nenhuma destas coisas._ Ele rebateu virando as costas para a loira que o olhava com uma carranca.

_Posso tornar as coisas mais fáceis para nos dois, posso trazer a humana... Ve... Veronica, sim, é esse o nome._ Ela disse num tom ameaçador, que fez Belphegor diminuir a velocidade de seus passos, mas não virou-se para encara-la.

_Prefiro que deixe-a onde está.

_Você só está tornando as coisas mais demoradas e...

_Lilith, a humana é minha._ O demônio interrompeu fuzilando-a.

_Vai ficar por quanto tempo?_ Ela perguntou mudando de assunto nada sutilmente, e se aproximando novamente.

_Só até resolver algumas coisas no meu circulo. Ele respondeu saindo da sala e deixando Lilith olhando para o nada.

Belphegor tem um belo imóvel na Desidia Circum Primus (Primeiro Círculo) desde que Lúcifer lhe nomeou Príncipe da Preguiça e Rei do Primeiro Círculo. Mesmo com alguns servos e demônios que trabalham para ele, o lar do Senhor do Fogo ainda é muito grande, por dentro parece um castelo que imita os da idade média, por fora parece uma das muitas cavernas existentes dentro do círculo.

As salas de cada círculo eram tipos de escritórios, só que costumavam ser maiores e ter um toque de seu respectivo demônio, Lúcifer tinha um altar/escritório . Algumas tinham sacrifícios pelo chão ou paredes, outras tinham servos por todos os lados.

O escritório de Belphegor era o segundo cômodo de seu lar, era espaçosa, com tons em vermelho, preto e uma grande mesa. Não era algo de extremo luxo ou algo medonho, era de bom gosto.

Belphegor sentou-se em frente a mesa, não tinham pilhas de papéis como em mesas de C.E.Os (Chief Executive Officer/ Diretor Executivo), mas mesmo assim ele sabia que tinha assuntos a serem resolvidos, como a segurança em sua área e manter a humana segura. Ele não iria hesitar se tivesse que ir até o circulo de Moloch e enfrenta-lo.

Já haviam tido guerras entre demônios, entretanto Lúcifer sempre acabou com esses enfrentamentos que não tinham seu consentimento, se deixasse isso se espalharia por todo o submundo e seria um caos afetaria o mundo dos mortais e até o céu.

O Senhor do Fogo sabia que Moloch nunca se contentaria até ter o Primeiro Circulo e humilha-lo como foi humilhado.

Belphegor já tinha tudo planejado, a primeira coisa que iria fazer era ir até Alef, um demônio, para ser mais exato um íncubo. Ele ficou sendo o responsável pela organização de afazeres do Senhor do Fogo, depois das centenas de vezes que o Rei do Primeiro Círculo foi castigado duramente por não fazer seu trabalho.
Naquela época o demônio havia sido transformado a pouco tempo por Lucifer, que imaginou que estivesse sendo complicado se acostumar a nova realidade, e todos sabem que castigos físicos são a melhor solução... Se algo está errado, só tem que sangrar um pouco o seu problema.

Alef foi o único disponível para monitorar Belphegor, mas ninguém esperava que ele se tornaria um cumplice, mantendo o Senhor do Fogo informado sobre tudo em seu reino em quanto ele passava a maior parte do tempo entre os humanos.

Mesmo depois de séculos, Belphegor desconfiava de Ale. E estava decidido a saber se ele facilitou tudo para Maloch e Lilith


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como imagino a Ala ? http://www.cruzine.com/wp-content/uploads/2013/06/018-stunning-digital-art-nell-fallcard.jpg

E a Lilith? http://www.our-dress.com/images/dress/Extraordinary-A-line-Style-Plunging-V-neckline-Side-Slit-Accented-Classy-Celebrity-Dresses-SG3586.jpg

Como imagino Alef? http://31.media.tumblr.com/c48935e54f52afc5a15aa56b9323446b/tumblr_myhyg7hy9N1qg22hlo1_1280.jpg

Leitores que ainda estão escondidos, esse capítulo vai dar o que falar então comentem, coro conhecer vocês. Será que terei que começar a ameaçar? em? rsrsrsrs

O que estão achando?
Gostaram do Alef, e das meninas?
Próximo capítulo é da Veronica, como será que ela está? E o Andy? kkkkkkkk