Belphegor manteve-se um pouco distante de Veronica durante alguns dias, mas de longe dificilmente descobriria algo importante.

Pensou em todos os tipos de aproximações, tinham as agressivas: essa era um enfrentamento, como quando ele pôs fogo na gaveta de roupas intimas dela e acabou descobrindo que ela tem bom gosto e curte umas coisas mais quentes. E a feiticeira não aguentou ver suas adoradas roupas intimas queimadas e foi ter uma conversinha com ele.

A aproximação sorrateira, que era quando ele aparecia no lugar onde ela estava e ficava em silencio olhando-a até ela começar a reclamar. E tinha a clássica aproximação forçada, que era quando o indivíduo forçava o outro a ficar perto dele até que tudo ficasse bem ou alguém morresse.

O demônio optou por encontra-la e usar todo o seu charme, mas não a encontrou em casa, no café da manhã então foi até o hospital, a sala dela estava vazia. Ele já estava ficando irritado, quando ele estava preso, pelo menos sabia onde ela estava á todo momento.

Ele resolveu esperar na sala, até que ouviu passos e o trinco mexendo, ficou invisível caso fosse uma enfermeira.

Mas era Veronica acompanhado com um homem que devia ter trinta anos, era alto, tinha um bom porte, e devia ser o tipo de humano que as fêmeas do século XXI achavam perfeito, um ótimo par: com uma pele levemente bronzeada, olhos verdes, braços fortes que colavam um pouco na camisa branca. Ele era forte, mas não era o tipo de corpo preparado para combates e treinado para batalha. Era o tipo de corpo feito numa academia cara, corridas na praia e uma alimentação feita por nutricionistas.

_Entre Louis._ Veronica disse sorrindo para o homem que adentrou sua sala preenchendo-a com seu perfume amadeirado.

Belphegor olhou o homem de cima a baixo com desprezo.

_Você tem uma bela sala Veronica._ Ele elogiou olhando ao redor.

_Obrigada, sente-se_ Ela pediu sinalizando para a poltrona onde os pacientes sentavam.
Veronica sentiu que Belphegor estava em sua poltrona, então resolveu encostar no canto da mesa, para não sentar em Belphegor e ter um arrepio frio.

_ Espero aprender rápido as coisas na direção, mas posso contar com você?_ Louis perguntou ficando um pouco sério e a olhando profundamente.

_Pode, conte comigo._ Ela falou sorridente para seu novo chefe.

_Obrigada, sinto que seremos muito amigos._ Ele falou sorrindo.

_ Acho que sim._ Ela falou olhando o belo sorriso de Louis.

_Então... É melhor eu ir, você deve ter muito trabalho a fazer._ Ele Disse levantando-se e indo para a porta em quanto ela o acompanhava.

_Ah. Se algo der errado direi ao meu chefe que a culpa não foi minha._ Veronica disse abrindo a porta para ele, e sorrindo. Os dois riram e ele se foi pelo corredor, deixando ela ainda sorridente, mas o sorriso durou pouco, foi só ver Belphegor para se apagar.

_O que você quer?_ Ela perguntou ríspida.

_ Falar com você, mas devo ter atrapalhado teu flerte com seu novo chefe. Acho que dessa vez não vai ficar indiferente com esse que irei matar.

_Você é doente e eu não estava flertando com ele!

_Já disse pra não mentir para mim, isso é patético!

_Está com ciúme?_ Ela perguntou com olhos semicerrados e um sorriso.

_O quê? Mas é claro que não, apenas quero te manter segura em quanto não tenho o livro._ O demônio disse gesticulando muito. Veronica já havia percebido que aquela era uma característica de Belphegor: quando estava muito nervoso e tentava controlar-se em quanto dizia algo, gesticulava muito.

_Você acha que Louis é perigoso?_ Ela perguntou divertindo-se com a situação.

_Sim, ele pode ser perigoso por trás daquele sorriso artificial. Pode ser daqueles que dopam garotas e tiram seus órgãos para vender no mercado negro._ Ele falou ainda gesticulando.

_Não acredito que está falando isso! Acho que os dentes dele são naturais, sem branqueamento._ A humana falou sorrindo e fingindo um suspiro, só pra ver até onde o demônio ia. Estava adorando irrita-lo, mas era perigoso.

_Ele não tem nada de natural e ficava te secando!_ Belphegor disse num ar de indignação.

_Serio?!_ Ela perguntou animada, em quanto ia até sua poltrona que agora estava desocupada._ E Onde você aprendeu a falar esse tipo de coisa, que vocabulário... Feio._ Concluiu.

_Feio foi o comportamento desse playboizinho de merda, que ficava te olhando como se você fosse só um pedaço de carne sobre a mesa... Mas você não vê isso._ O demônio disse parecendo mais calmo, olhando-a nos olhos ele a levantou da poltrona.

Veronica não estava esperando aquele tipo de coisa. Um ataque de fúria, sim, mas uma voz calma que a deixou com o coração acelerado, não.

_Eu, eu não havia percebido mesmo. E você tem uma maldita boca suja._ Ela falou tentando parecer casual, mas sentiu-se uma menininha tonta com a aproximação repentina do demônio.

Belphegor segurou-a pela cintura erguendo o pequeno corpo da feiticeira que pega de surpresa arregalou os grandes olhos castanhos.

Veronica que agora estava cara a cara com o demônio, podendo ver cada detalhe tão de perto, pode perceber o quanto era muito mais bonito do que ela percebia por causa dos centímetros de altura que ele tinha a mais que ela. Percebeu o quanto ele era forte, os braços firmes que prendiam sua cintura. Ela colocou os braços em volta do pescoço dele, quase por instinto.

Belphegor colou a testa na dela e fechou os olhos e sentindo todo o contato com o corpo delicado da humana, os seios dela que estavam encostados em seu peitoral, a respiração ofegante, que já não sabia se pertencia a ela ou de si, o hálito de hortelã e os braços macios que envolvia seu pescoço. Era tudo que sentia.