Querida May,

Primeiramente gostaria de dizer que te achava muito mágica no começo do livro. Mas aí começaram as merdas, e eu vi que você não era perfeita, igual disse o Sky. Aliás, você chegou a dar uma chance pra ele? Porque ele é gato. Maravilhoso. Divo. Tá, parei. Gostaria de dizer que se você não deu, a Laurel aproveitou essa chance (aproveitou e muito). E eles são tão fofinhos...

Vem cá, garota, que ideia é essa de deixar a sua irmã sozinha com um estranho?! Mesmo que você "conheça" esse estranho, sua irmã não conhece! Mesmo se ela conhecesse, ela teria feito algo! Cara, ela era "pequena", digamos assim. Não tinha como se defender. Não dava simplesmente pra dizer, "hey moço, isso aí são partes íntimas, tira a mão daí!".

Enfim, embora eu secretamente odeie um pouco você (ou nem tão secretamente), tenho que admitir que foi você que me fez começar a ouvir Nirvana, Janis Joplin e The Doors. (The Doors eu já ouvia, mas isso são meros detalhes). Cara, Nirvana. Heart Shaped Box! Eu nunca, nunca, tinha ouvido. Sério. Tenho que te agradecer, porque embora eu só saiba a parte do "hey, wait", a música continua maravilhosa. E você passou essa cultura pra Laurel. Obrigada, de novo.

Apesar de todos esses xingamentos, você teve sim um lado bom. Acho que já xinguei demais. Você ensinou a Laurel a não ter medo de ser feliz, se soltar e se aventurar por aí. Queria ter uma irmã assim (menos a parte que ela me deixa sozinha no cinema quando eu tenho 11 anos, né), a minha não tá nem aí pra mim, pra falar a verdade.

Eu acho que é isso. Se você quiser me ensinar a ser uma fada também, eu vou agradecer. Tem vezes que eu simplesmente quero sair voando por aí, e esquecer que eu tenho uma vida, amigos, uma pessoa que me ama (mentira essa parte) e sumir. Soou depressivo, mas tudo bem. Sou adolescente, isso é normal, certo? Okay, May. Legal falar com você.

Atenciosamente (ou não),

Gabe Frost.