Tive problemas para dormir noite passada, as meninas chegaram quando já estava amanhecendo e eu fico tentando fazer meu cérebro a não pensar em “certas pessoas”, acordei e elas ainda estavam dormindo, que surpresa,colocou o uniforme, fiz um coque bagunçado e corri para o salão comunal, nem tinha percebido como eu estava com fome, meu estômago implorava por bacon.O salão estava praticamente vazio,os alunos concerteza não iriam se recuperar fácil da festa,avistei o Hugo com aquela cara de preocupação que ele faz que é parecidíssima com a do meu pai.

–Oi,aconteceu alguma coisa?-Pergunto me sentando ao seu lado.

–Oi.-Diz ele cansado.-É que hoje tem jogo.

–E...

–E o Tiago estragou TUDO!-Grita ele atraindo olhares das outras mesas. -Era pra gente ter ficado só um tempo na festa da Longbottom e voltar pra descansar, mas quem disse que ele voltou?Ainda por cima ele bebeu tanto que nós tivemos que carregar ele e agora ele foi parar na enfermaria. Dizem que se ele não melhorar vão ligar pros pais.

–Meu Merlin!A tia Gina morreria de desgosto com uma coisa dessas. Eu sei que a gente não é parente de verdade e tudo, mas o Tiago e a Lilly cresceram com a gente.

–Eu tô muito preocupado com ele, o Teddy achou melhor não contar para a Lilly, mas o Alvo tá com ele lá na enfermaria.

–Eu acho que posso ajudar. -Digo lembrando de um feitiço.

–Então vamos logo, o jogo começa ás 10 e já são 08h30min.

Nós passamos correndo pelos alunos que se arrastavam para o salão e quando chegamos eu encontrei nosso pequeno grupo familiar masculino discutindo sobre o que deveriam fazer.

–Nossa vocês são uns otários. Agora vai dar problema pra todo mundo!-Diz Alvo direcionado para Ted, que fica tão vermelho que seus cabelos mudam de cor.

–Cara a culpa não foi minha. -Diz Ted com a varinha em punho. -Você também estava lá e não impediu ele também.

–Gente pára de gritar. Minha cabeça tá explodindo. -Diz Tiago antes de soltar uma porrada de vômito em um balde.

–Meninos ficar brigando não vai ajudar em nada.Eu acho que posso ajudar.-Digo entrando no meio dos dois antes que comecem uma guerra.

–Acha?-Começa Tiago,mais vômito.

–Tenho certeza.-Digo com convicção.-Eu sei fazer uma poção que pode te ajudar,mas eu preciso de alguns ingredientes.-Olho para os meninos e falo:-Gente o tempo tá passando!Eu preciso de um caldeirão, raiz de mandrágora queimada, uma pena de pavão azul e um botão de prata, ah... Também um morango com leite condensado.

–Um moran...-Começa Teddy e eu o interrompo.

–Corre gente!

Cinco minutos depois eles voltam e Tiago está meio verde.

–Que demora.-Digo.-Conseguiram tudo?

–Conseguimos o caldeirão,a pena de pavão azul,o botão de prata e o morando com leite condensado.-Diz Alvo me passando um caldeirão com os ingredientes.

–Mas e a raiz de mandrágora queimada?-Pergunto já impaciente.

–Só tem isso lá na estufa, e agora está tendo aula de herbologia com a Sra.Parkinson ,se a gente entrar na aula agora ela não vai nos deixar sair.-Diz Ted.

–Coloquem tudo no caldeirão sob o fogo e mexam até eu voltar com a raiz.-Digo pegando a vasilha com os morangos e abocanhando dois de uma vez.

–Você pediu isso só pra comer?-Pergunta Hugo me olhando chocado. -Eu tive que roubar da cozinha, eu levei uma colherada mágica na cabeça por isso.

–Então... Muito obrigado maninho!Que drama hein?-Digo correndo para a porta.

Eu preciso urgentemente de um plano, eu não posso simplesmente invadir a estufa e sair sem ser percebida, a não ser... Que eu pegue a capa de invisibilidade da Lilly emprestado, ela não vai se importar, tio Harry disse que era pra ser usada só em casos urgentes, o que é o caso, eu acho.Dou meia volta e corro pelas escadas malucas até chegar ao dormitório feminino da Grifinória,entro na ponta dos pés e quando chego mais perto vejo que as meninas ainda dormem.

–Accio capa. -Pronuncio e ela cai em minhas mãos, eu visto e recomeço a corrida.

Cheguei ofegante á estufa,respirei fundo e aproveitei a distração de todo mundo para passar pela porta sem ser percebida.Encontrei as raízes de mandrágora queimada e iria buscá-las,mas percebi que estavam ao lado de Scorpius.Rezei para não ser percebida e continuei caminhando em sua direção,ele estava apoiado no balcão com as pernas cruzadas impedindo a passagem,tentei me controlar e passei calmamente por cima de suas pernas,peguei a mandrágora e guardei no bolso do casaco.Percebi que Scorpius vira que as mandrágoras “levitaram” e fiquei tão nervosa que acabei tropeçando em meus próprios pés e caindo,o que fez com que a capa caísse.