Estávamos ambos feridos, em um cenário destruído e em uma situação complicada já que o FACE seria ativado em poucos minutos se a garota de cabelos azuis que julguei ser a namorada de Gray, não acabasse com o maldito necromante.

Eu havia explicado tudo a meu filho, o porquê de eu estar ali “vivo”, meus objetivos, como eu havia descoberto que ele estava vivo e como eu percebi que havia sujado minhas mãos com sangue de pessoas inocentes durante minha busca pelo poder que destruiria os demônios do livro de Zeref.

Mas nada daquilo parecia importar mais.

Eu estava abraçando meu filho, aquele que julguei ter perdido há 17 anos quando Deliora destruiu nossa cidade.

Eu estava abraçando meu filho!

Eu achei que nunca mais teria mais essa chance, mas aqui estou eu, Silver Fullbuster, uma espécie de morto vivo, abraçando Gray Fullbuster, meu filho.

Eu não tinha palavras para descrever a sensação de poder abraçar Gray mais uma vez. Era como se fosse a primeira vez que eu o segurava nos braços, era como se Mika estivesse pedindo para segura-lo pela primeira vez depois de seu nascimento.

Aquele dia eu me senti muito orgulhoso, eu tinha uma mulher linda e carinhosa, um filho do qual eu cuidaria e ensinaria magia.

Eu tinha certeza de que me orgulharia de Gray. E eu estava certo.

Ele havia crescido forte e saudável (não quero me gabar, mas Gray havia ficado muito bonito, tenho certeza que as garotas deviam chover em cima dele), havia aprendido a usar magia, mas acima de tudo, Gray havia encontrado algo que ele daria a vida para proteger.

Sua nova família.

-Você se tornou um grande homem, Gray.-falei sem conter minhas lágrimas.

Senti as lagrimas dele escorrerem pelo meu ombro.

-Eu e Mika estamos muito orgulhosos de você.

Gray continuou sem dizer uma única palavra, apenas o aperto do abraço ficou mais forte, algo que eu realmente não me importo.

Em breve nós não poderíamos mais ficar daquela maneira, pois eu tinha certeza que a garota que lutava com Keith, tomaria a decisão certa e o derrotaria.

Entretanto mesmo não podendo estar fisicamente juntos, nossos sentimentos sempre permaneceriam ali.

Porque nós somos Pai e Filho...