When You're Gone - One Shot escrita por Elide Blackbeak


Capítulo 1
Capítulo Único




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Violette se escorou na parede, sentindo as pernas bambas.
Perto do Bebedouro, Armin e Iris conversavam sobre a partida de Alexy.
— Ele já assinou os papéis da transferência. Só parece que ele está com alguns problemas com a passagem, por isso deixou de vir pra escola pra ir na estação.
Armin estava sério, de braços cruzados.
— E por que ele decidiu ir? Ele não estava gostando de estudar aqui?
— Não é isso. É que...
Violette não conseguia mais ouvir. Apertou a pasta de desenhos contra si, sentindo um aperto no peito. Ela havia se acostumado com a ideia de que não ficariam juntos. Ele não corresponderia seus sentimentos. Ela estava feliz em apenas ficar observando ele, vê-lo rir e brincar com a Docete, sendo ele mesmo. Ela estava acostumada com aquilo e, agora, estava prestes a perder aquilo também.
Ela não podia ficar parada, ela tinha que pelo menos tentar.
— Violette, você está bem? — A Docete se aproximou, sorrindo.
Não podia esperar. Ela tinha que tentar.
— Desculpe Docete. Tenho que ir.
Ela não sabia de onde surgiu aquela disposição, mas sabia que tinha que aproveita-la com todas as forças. Largou a pasta de desenhos e começou a correr, o mais rápido que conseguia.
Talvez nada daquilo valesse a pena. Talvez fosse melhor ela voltar e aceitar a realidade, que nada estava ao seu alcance. Mas, enquanto corria, apenas um nome lhe preenchia a mente. Alexy.
Por sorte, a estação não ficava tão longe e ela conhecia alguns atalhos. Estava obrigando a si mesma a não chorar, não desmoronar ali mesmo.
Não foi difícil acha-lo.
Alexy estava sentado perto dos trilhos, em um banco. Ele olhava para um pedaço de papel em sua mão, sorrindo para o mesmo. Violette se aproximou, notando que se tratava de uma foto.
Ele levantou assim que a viu, tirando os fones de ouvido que usava.
— Violette? O que está fazendo aqui?
Ele sorria, o que fez surgir um nó na garganta dela. Aquela era a última vez que via aquele sorriso.
— P-P-Por que... — as palavras simplesmente não saiam; ela odiava quando acontecia aquilo. Fechou os olhos com força, tomando coragem para falar. — Por que você tem que ir embora?
Alexy a olhou com as sobrancelhas arqueadas. Violette colocou ambos os braços na frente do corpo e abriu os olhos.
— Então Armin contou? — Ele suspirou, sentando-se novamente. — Bom... Encontrei alguém que eu gosto.
Ele estendeu a foto para ela. Nela, ele sorria ao lado de um rapaz. Violette o olhou; ele sorria, coçando a nuca, levemente corado.
— Sabe Vi, — Ele olhou para os próprios pés, ainda sorrindo. — Fiquei sabendo que ele vai fazer um intercâmbio no exterior em alguns meses. No fim do ano, se eu entendi bem. Meio que entrei em desespero quando fiquei sabendo. Eu ainda não tinha me declarado para ele e achei que nunca fosse fazer isso. E, agora que tudo está dando certo, não posso deixar essa chance passar.
Violette começou a entender. Talvez, ela o entendia mais do que ninguém.
— E seus pais?
— Eles apoiaram no final. Disseram que iam me dar o dinheiro para a passagem e tudo mais, mas parece que houve algum problema e o dinheiro não caiu na conta. Pelo jeito, vai demorar mais um pouco até eu me encontrar com ele...
— Você... — Ela tinha que perguntar, mesmo que a machucasse. Sua voz estava trêmula, condenando que tinha medo da resposta. Seu olhar estava distante, mas seu pensamento estava ali, naquele momento. — Gosta mesmo dele?
— Se eu pudesse, eu iria vê-lo agora mesmo. — Ele sorriu abertamente e a olhou. — Isso não é loucura, não é? Digo, se você gostasse de alguém e soubesse que essa pessoa iria embora para longe, você faria de tudo para ficar perto dessa pessoa, não faria?
Ela ficou em silêncio. Violette apenas lutou com as palavras, sabendo que se tentasse falar alguma coisa, começaria a chorar. Mas quando finalmente falou, sua voz estava firme.
— Eu acredito que... Quando o sentimento é realmente forte, somos capazes de fazer qualquer coisa pela pessoa que amamos.
Ele levantou, ainda sorrindo.
— Quando eu encontrar ele, um dia, — Alexy colocou as mãos nos bolsos, com aquele sorriso inocente que ela tanto gostava. — eu vou contar à ele sobre você.
Violette sabia. Tinha que fazer.
— Eu já volto.

Algum tempo depois, quando Violette voltou, Alexy havia sentado novamente no banco. Ela se aproximou e parou diante dele. Suas pernas tremiam, mas ela estava a se obrigando a aguentar.
— Alexy. — A voz dela saiu baixa, porém ela não gaguejou dessa vez. Ela tinha certeza do que fazia. — Tome.
Ela estendeu para ele um ticket. Era a passagem que ele precisava e estava marcado que o trem chegaria a qualquer instante.
— Vi... Isso é...
— Pegue. — O trem havia chegado. — Quando o sentimento é forte...
— somos capazes de fazer qualquer coisa. — Ele completou.
Alexy pegou o ticket e as duas bolsas que carregava.
— Obrigado, Vi. Mesmo. — Ele se aproximou e a beijou na testa correndo para dentro do trem.
Violette observava o trem se afastar quando notou que chorava. O aperto no peito martelava. Não importava com quem fosse, ela queria apenas saber que ele estava feliz. Não importava o que ela teria que sacrificar. O nó na garganta aumentava e o ar lhe faltava. Não tinha sentido segurar aquilo dentro de si. O barulho do trem iria abafar suas palavras mesmo.
— E-E... Eu... — as lágrimas não pararam. A dor era sufocante. Alexy. Alexy. — EU TE AMAVA, SABIA?
Suas pernas cederam. Quando um sentimento é verdadeiro e forte, somos capazes de fazer qualquer coisa pela pessoa amada.
Qualquer coisa.


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