O.V – Desconhecido

Não acredito que eu estava ali, tão próxima a ela. Minha pequena e frágil Elsa. Tudo o que nós queríamos era que você fosse feliz. Porem com seus poderes sobre controle! Queríamos que você e Anna pudessem viver juntas! Mas não! Você tinha que nos desobedecer! Tinha que deixar seus poderes livres, mesmo que disso custasse a vida de sua irmã e quase a vida de Arendelle toda!

Sai do meio da escuridão. Meus cabelos castanhos estavam soltos, batiam pouca coisa acima da cintura, meus olhos azuis tinham um brilho sóbrio, mesmo que eu não pudesse vê-los eu podia senti-lo. Minhas roupas antes um vestido delicado roxo, agora um vestido preto e uma capa da mesma cor.

– Ora minha querida. Eu tive muita paciência com você, graças a seu pai. Mas agora ele não esta aqui! E minha paciência também não! – Eu disse em voz alta fazendo Elsa acordar assustada.

– Ma… mãe?! – Ela disse arregalando os olhos sabia que ela ficaria surpresa em me ver.

– Eu mesma filha. Vim te fazer uma vizita. – Eu disse sorrindo ironicamente.

– Você está morta! – Elsa disse assustada.

– Assim como seu pai e sua irmã. – Eu disse acertando em seu ponto fraco, Anna. – Mas isso não me impede de circular po aqui, Pitch me trouxe de volta, de volta para ajuda-lo.

– Mas... Mamãe… Ele e Hans… Querem-me morta! – Ela disse tentando controlar seus poderes.

– Não, Hans te quer morta… - Eu disse abrindo um sorriso diferente para Elsa. Pude ver em seus grandes olhos azuis que estava ficando com medo. – Assim como eu quero minha querida. Mas Pitch… Ele te quer viva! Para que você continue com medo, para que ele continue forte!

– Você não pode me querer morta! Sou sua filha! – Ela disse o mais alto que pode.

– Anna também é minha filha Elsa, ela é sua irmã e você a matou! Quando tudo que eu e seu pai queríamos era que ela estivesse segura! Você quase congelou Arendelle por completo! Quase destruiu sua casa! E depois de tudo que seu pai e eu fizemos por você! Você nos desobedeceu! Desonrou-nos! – Berrei com todas as minhas forças, fazendo as paredes do pequeno quarto tremer. – Olhei novamente para Elsa, ela estava com lagrimas nos olhos, e a parede atrás de si congelada.

– Eu não matei Anna porque quis mamãe. Eu fui para longe tentando protegê-la. Mas ela era teimosa você sabe, veio atrás de mim e eu não pude me controlar. – Ela disse abaixando a cabeça e colocando as mãos no rosto, logo pude ouvi-la soluçar. – Não quis congelar Arendelle, aquilo nunca passou pela minha cabeça.

– Não pense apenas que quero que você morra por tudo o que aconteceu Elsa, pense no que pode acontecer você pode perder o controle com Jack, pode machuca-lo ou machucar qualquer outro guardião. Ou se Pitch conseguir te pegar, não quero ver minha filha sendo torturada por ele. – Eu disse tentando convencê-la a vir comigo do modo mais fácil.

Vi seus olhos brilharem como se estivesse começando a acreditar em mim, mas então o brilho se apagou e os olhos azuis de Elsa foram ficando cinza.

– Não mamãe. Você esta fazendo isso por causa do acidente com Anna! Sempre Anna em primeiro lugar! “É para o bem dela.”. Foi isso que papai me disse quando fomos até os Troll’s! Tive que me esconder para não machucar Anna! Enquanto vocês me faziam esconder meus poderes! Enquanto o certo era eu estar aprendendo a controla-los! – Elsa disse se levantando e vindo em minha direção. – Não culpo Anna, nem nunca vou culpa-la. A culpa é de vocês! Nem minha nem dela! Apenas de vocês! –Ela voltou a gritar ainda vindo em minha direção.

Quando Elsa passou pela faixa de luz que passava pela porta entreaberta, pude vê-la com mais detalhes. Seus olhos estavam cada vez mais cinza e seus cabelos estavam começando a ficar pretos, começando pela raiz.

– Essa não é você Elsa! Você não é esse monstro! – Eu disse tentando esconder a ponta de medo que estava surgindo dentro de mim.

O.V – Elsa

Graças a Jack havia aprendido a controlar eu lado ruim, apenas as mudanças que não. Mas eu não aguentava mais.

– Eu não sou esse monstro mamãe. Mas esse monstro foi algo que vocês criaram dentro de mim. Eu posso não ser ele, mas ele ainda sou eu. – Eu disse congelando todo o interior do quarto. Começava a me sentir horrível por ter pensado que Fada ajudaria Pitch, mas como eu poderia imaginar que seria minha mãe!?

– Você não vai me matar não é querida? Sou sua mãe… - Não a deixei terminar.

– Não! Você não é a minha mãe! – Eu não podia fazer aquilo. Matar minha própria mãe! Então a voz de Jack ecoou em minha mente. “Não importa quem seja você tem que lutar. Por você. Por mim. Por nós dois.”.

Demorei muito para fazer alguma coisa, quando voltei minha mente para o pequeno quarto minha “mãe” estava de pé, na minha frente, com uma besta de areia negra apontando para mim.

– Eu sou sua mãe sim Elsa, mas você tem que tender, que como mãe de Anna, não vou deixar a morte de minha filha caçula ficar sem vingança. – Ela disse com um brilho diferente no olhar, por um instante todos os meus momentos felizes com Jack e com Anna passaram diante dos meus olhos. Mas antes que a besta pudesse ser disparada, algo aconteceu.

Fada havia entrado silenciosamente pela porta sem que nem minha mãe nem eu tivéssemos notado. E quando a besta foi disparar, Fada enfiou uma adaga de prata nas costas da ex-rainha de Arendelle, fazendo-a cair de joelhos com a dor.

– Elsa você está bem? – Fada perguntou voando até mim, deixando a adaga onde estava.

Eu não conseguia responder, meus olhos começaram a se encher de lagrimas, vi minha mãe virar um monte de poeira negra na minha frente. Meus olhos ardiam, e eu soube que eles estavam voltando a ficar azuis, assim como meus cabelos deviam estar voltando ao loiro. Fada se aproximou e me abraçou dizendo coisas como “Não era ela de verdade” ou “Vai ficar tudo bem, não se preocupe”. Pela primeira vez Fada estava sendo legal de verdade comigo. E eu estava feliz com isso, porem triste por ter perdido minha mãe, novamente.