P.O.V – Jack

Claro que Fada não iria me deixar ver as lembranças de Elsa. Suas palavras ainda ecoam na minha cabeça.

*Flashback*

– Fada, por favor! Eu preciso das lembranças da Elsa! – Eu pedi tentando acompanhar Fada, que voava de um lado para o outro do Castelo Das Fadas.

– Não Jack! Isso é contra os meus princípios! Se ela quisesse que você soubesse do passado dela, teria te contado! – Fada gritava comigo e guardava alguns dentes.

– O problema! É que ela precisa de ajuda! E eu não posso ajuda-la se não souber pelo que ela passou! – Gritei voando mais rápido e parei na frente da Fada.

– Se ela tem problemas como você mesmo diz, porque nunca procurou ajuda? E porque você que tem que ajuda-la? – Fada perguntou diminuindo o tom de voz. Se não a conhecesse acharia que estava com ciúmes.

– Ela não pediria ajuda, porque é orgulhosa e jamais confirmaria que precisa de ajuda, não com todas as palavras. E porque eu? Porque somos parecidos. – Eu disse olhando para baixo.

– Não adianta Jack. Não vou te dar os dentes da Elsa. – Ela disse colocando seu rosto na frente do meu. – Tente esquecer essa historia sim?

– Não! Eu não vou esquecer! Não vou deixar para lá! Não vou! – Tinha chegado ao meu limite, me afastei para não machucar Fada, e voei até a torre mais alta do Castelo Das Fadas.

Até que a Fadinha apareceu, puxou minha blusa, depois meu cabelo e pra terminar bicou a minha mão.

– Aii! Posso saber por que você fez isso?! – Perguntei sem realmente entender.

Até que ela fez um sinal para que eu a seguisse, e assim eu fiz. Passamos por entre varias torres, lotadas de caixas lotadas de dentes, muitas fadinhas passavam voando muito rápido por nós. Então finalmente chegamos a uma torre muito grande, porem mais afastada das outras.

Fadinha me indicou algo com o bico, algo que parecia ser uma caixinha de dentes, porem era diferente, ao invés de dourada, ela era prata com varias safiras em forma de flocos de neve. Fadinha o retirou do lugar e deu espaço para que eu a pegasse.

– São as lembranças de Elsa? – Perguntei olhando fixamente para a caixinha em minhas mãos. Ela me respondeu balançando a cabeça positivamente.

Agradeci e sai dali o mais rápido possível, não queria ser pego com os dentes de Elsa, iria complicar para mim e para Fadinha. Voei por muito tempo ziguezagueando para ter certeza de que, caso a Fada sentisse falta dos dentes de Elsa, não conseguisse me pegar até que eu tivesse visto tudo o que queria.

*Fim Do Flashback*

Agora, aqui estou eu. Sentado em um monte de neve, no meio do nada, com as lembranças de Elsa na mão… Porem… Não me lembro de como faz isso se abrir!

Isso não podia estar acontecendo. Passei a mão pelo cabelo de maneira impaciente. Como eu fiz para funcionar da ultima vez?! Fiquei uma hora sentado… Pensando… E nada. Passei o dedo pelos pequenos flocos de neve. Como seria bom que Elsa me contasse, seria tão mais fácil. E então, a caixinha se abriu… As lembranças saltaram para fora e começaram a rodear em volta de mim, no mesmo momento fiquei de pé.

Elsa quando era pequena, no aniversario de um ano de Anna, pelo que entendi aquela era a irmã de Elsa. Elsa com cinco anos, descobrindo os poderes. Elsa com oito e o primeiro acidente envolvendo Anna. Elsa aos dez, presa em seu quarto, com luvas. Elsa com doze, assustada e com medo me machucar aqueles que ama. Pensei que pararia por ai, mas outras lembranças saíram mais falhadas, como se nãofosse para elas estarem ali. Elsa aos dezenove quando os pais morreram e seus poderes saíram do controle, congelando todo o quarto. Elsa aos vinte e um, sendo coroada rainha de Arendell, a briga com Anna, os poderes fora de controle novamente. A ida até a montanha, a criação de Olaf, o primeiro palácio, a chegada de Anna,o segundo acidente, a criação de Marshmallow.

Era muita coisa, muitas lembranças, mas eu sabia que não pararia por ali.

A chegada do tal de Hans, a queda do lustre, a escapatória da masmorra, ouvindo Hans lhe dizer que Anna estava morta, a chegada de Anna e sua morte no mesmo lugar. Os sentimentos de Elsa me invadiram na hora. Senti meus joelhos falharem, cai de joelhos, estava chorando, como Elsa devia estar na hora.

Agora eu sabia, sabia o porquê de Elsa ser fria. Ela se tornou assim para se proteger, porque achou que seria melhor. Mas eu vou provar que não precisa ser assim. Vou provar que tem outra saída, que eu posso ajuda-la a encontrar!