Juliana se olhava no espelho e como fazia toda manhã passava as mãos pelos fios cor de rosa se perguntando se já não era hora de mudar de cor.

–Não Juliana - Gina disse de súbito tanto q a professora largou os cabelos de forma imediata e assustada.

–Mas Gina eu não lhe perguntei coisa alguma... - Juliana virou-se em direção a porta do banheiro onde a amiga estava encostada com uma toalha na mão e as roupas seguras na outra.

–Mas pela sua cara ia perguntar.

–Ai mas você tem certeza? Ja estou a uns 3 meses com essa cor..-Dizia Juliana mexendo novamente nos cachos rosados que caiam delicadamente do penteado que havia feito.

–Tenho e ainda acho q um dia desses esse seu cabelo ai vai cair todinho de tanto troço q você coloca nele..agora sai dai desse banheiro q eu tb preciso me arrumar.

–Tudo bem tudo bem..um bom dia pra vc tb..

Juliana saiu do banheiro deixando a amiga fazer seu próprio ritual matinal.

Não se passará nem 5 minutos e a campainha soou naquela casa que quase nunca recebia convidados..a não ser..é claro pelos pais da moça que se arrumava no banheiro.

–Ja vai..- gritou Juliana – Mas quem deve de ser a essa hora?

Ao abrir a porta do pequeno apartamento Juliana deu de cara com um certo amigo seu dos tempos de republica estudantil.

–Ferdinando?!O que faz por aqui essa hora? E ainda mais com essas malas? –Juliana n pode deixar de procurar com os olhos o segurança que sempre acompanhava o amigo mas seus olhos não encontram o homem de preto.

– Bom dia minha cara! Eu gostaria muito de lhe falar..será q eu poderia..- Nando fez menção com a mão para a entrada da casa..

–Claro..claro entre - Juliana abriu ainda mais a porta para que o rapaz pudesse passar com suas malas.

A moça ofereceu ao rapaz uma xicara de café que este aceitou prontamente.

–Então meu amigo..me conte o q aconteceu? Vai viajar novamente? – Juliana se juntava a mesa se sentando de frente para o rapaz que vestia uma calça jeans vermelho vinho acompanhada de uma blusa preta com as mangas puxadas até metade dos braços revelando alguns músculos salientes que teimavam em aparecer e com os dois primeiros botões abertos e a gola amassada..

– Minha amiga..eu vou direto ao assunto.. meu pai me expulsou de casa..e eu não tenho para onde ir então pensei que você poderia me acolher por cá enquanto não consigo um lugar pra ficar..você sabe..não gostaria de lhe incomodar até por que essa sua colega de quarto me enche as paciências mas o Renato mora só com o pai que esta meio adoentado e não teria cabimento eu pedi isso a ele.- o rapaz confessou meio sem graça.

–Mas o que aconteceu ? Por que seu pai lhe expulsou de casa meu amigo? – Juliana estava surpresa e começava a elaborar uma boa desculpa para fazer com que Gina engolisse a situação de ter que deixar Ferdinando viver sob o mesmo teto que ela.

–Política!!ora essa..q outro motivo teria?- Ferdinando disse se levantando da mesa e andando de um lado para o outro ele sabia..sua situação era delicada..se dependesse da amiga Juliana ele ja estaria arrumando suas malas em um dos quartos extras mas sabia extamente que teria que enfrentar um desafio mtu maior.

O Juliana você viu o meu crachá por ai? – Gina apareceu na sala ja vestida com as roupas do trabalho..uma calça tactel verde musgo de cintura baixa com um grosso sinto marrom que colava o verde ao branco do uniforme da loja que trabalhava mas apesar das roupas nada chamativas Gina vinha secando os cabelos com uma toalha de forma desleixada deixando alguns pingos caírem estrategicamente por sob o seu uniforme.

– Mas o que que esse individuo ta fazendo aqui?! – Exclamou a ruiva que parou imediatamente de enxugar os cabelos e ficou revezando o olhar ora em Juliana ora em Ferdinando. – Ora falem logo!!- Exigiu a moça.

–Calma minha amiga! Sente se aqui e tome um café conosco! –Juliana levantou rapidamente oferecendo sua cadeira para a amiga que fuzilava o visitante com o olhar.

Ferdinando que até então havia se esquecido de respirar soltou o ar que estava preso e respirou fundo chamando toda a paciência e a delicadeza q o fazia ser um cavalheiro para aquela situação.

–Bom dia Gina! E devo dizer que você está deslumbrante hoje.

–Mas ja pode parar de bestagem seu doutorzinho e desembucha logo o que você ta fazendo por cá! – exigiu mais uma vez a moça.

Ela era difícil, nenhuma outra mulher havia resistido por tanto tempo a seus galanteios como essa uma a n ser a amiga Juliana que na época namorava o seu amigo Renato ficando assim fora do alcance do tão famoso don Juan da cidade.

Juliana resolveu se pronunciar primeiro – O Gina ..ele so quis ser gentil!

– Não careço da sua gentileza não doutor Ferdinando!

Ferdinando respirou fundo e apertou os nós das mãos..essa seria uma batalha épica..

Juliana temendo que algo mtu ruim acontecesse resolveu explicar a situaçãoo do seu jeitinho doce e paciente.

–Gina..minha amiga...Ferdinando brigou feio com o pai dele e precisou sair de casa..ele estava esperando que pudesse passar um tempinho aqui conosco até arranjar um lugar pra ficar.

Gina arregalou os olhos e saiu esbravejando pela casa

–Mas é claro que não!! Logo você morando aqui?!Ta ficando maluca Juliana!!Isso ai deve de ser que nem o pai..uma cobra!

–Ai e que você se engana minha cara..eu sou muito diferente do meu pai e se você me permitir ficar um tempo aqui..eu vou poder lhe provar isso!!

Gina sustentou o olhar desafiador de Ferdinando e não controlou sua curiosidade

–Mas por causo de que vocês brigaram?

–Politica ! Se existe algo que pode envenenar o mundo isso é a politica! Meu pai quer que eu me eleja deputado nas próximas eleições..diz que o legado napoleão deve continuar e algumas outras coisas que eu não me importei de prestar atenção..o caso e que não desejo essa besteragem de politicagem na minha vida..sei muito bem o mal que isso pode fazer..as amizades que ele pode destruir.- Ferdinando mediu as palavras de forma que apenas a fizesse lembrar que um dia suas famílias foram muito amigas.

– E você enfrentou seu pai..assim..sem menos..so pq vc n quer ser deputado?

–Sim e ao ouvir o meu nome ele me colocou pra fora..agora devo procurar um emprego e um lugar pra ficar.

Gina respirou fundo e analisou a situação..era bem verdade que não gostava de Ferdinando e nem da sua família, mas também lembrava do quanto eles tinham sido próximos na infância. Levou em consideração que havia realmente um quarto sobrando ja que ela nunca se deu bem com as pessoas que dividiram a casa com ela ..a única exceção tinha sido Juliana e por fim teve q admitir..a coragem de Ferdinando de enfrentar o pai e sair de casa sem nada tinha lhe mostrado um moço bem diferente do implicante ia pegar a irma na escola tdos os dias.

–Pois bem..você pode ficar..mas só por alguns dias..e vê se não me atrapalha!

Dizendo isso Gina pegou a bolsa verificou a presença do crachá dentro da mesma e partiu sem dizer mais nada deixando uma Juliana feliz e surpresa e um Ferdinando aliviado e pela primeira vez de muitas que se seguirão...bestificado.