Ilusões escrita por BastetAzazis


Capítulo 11
Capítulo 11




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Longe do burburinho causado pela visita mensal dos alunos de Hogwarts a Hogsmeade, numa bela casa de campo rodeada por um jardim bem cuidado e cerca viva, ela o aguardava. Ela sabia que ele era alguém importante para ela, sabia que sentia algo muito forte e profundo por ele, mas por mais que se esforçasse, não conseguia se lembrar de nada.

Ao longo dos anos, ela aprendeu que ele aparecia uma vez por mês, nos feriados de Natal e de Páscoa e, então, ela esperava ansiosamente pelo verão. Era no verão que ela era mais feliz, quando ele passava semanas inteiras com ela, lendo em voz alta os livros que ela mais gostava da pequena biblioteca ou simplesmente narrando-lhe as principais manchetes do Profeta Diário.

Os olhos pretos dele, sempre tão ternos quando se dirigiam a ela, a tranqüilizavam. Não era fácil estar presa a um corpo que não respondia a todas as suas vontades. Ela era capaz de realizar suas necessidades básicas, mas precisava da ajuda da velha elfa doméstica para providenciar os suprimentos da casa, pois era incapaz de se comunicar e nem queria que os demais bruxos da vila soubessem de seus problemas. Seu corpo também se tornara incapaz de controlar sua magia. Há anos que ela não se atrevia a tentar usar uma varinha, era como se ela tivesse esquecido tudo o que aprendera em Hogwarts. Mas no verão, quando ele vinha ficar com ela, esses problemas eram esquecidos. Ela simplesmente fechava os olhos e deixava aquela voz invadir o ambiente, conversando com ela, fazendo-a sentir-se viva novamente.

Ele a amava, ela sabia disso, e ela o amava também, mas era incapaz de dizê-lo. Por várias vezes ela o viu ajoelhado a seus pés pedindo perdão, mas ela nunca entendeu o que deveria perdoar. Ela sentia que havia feito algo terrível, traído a confiança dele, mas então por que era ele quem lhe pedia perdão? Ela queria pedir para ele se levantar, para esquecer essa história de perdão, mas não conseguia; aquela maldita maldição a impedia. Quando ele se aproximava dela e a beijava ternamente no rosto, ela queria virar e encostar seus lábios nos dele, beijá-lo verdadeiramente, mas perdia o controle do corpo e permanecia imóvel, como uma boneca sem sentimentos.

Quando o verão terminava e ele precisava partir, ela reunia todas as suas forças para tentar entender por que eles precisavam passar por todo aquele sofrimento. Aos poucos, vagas lembranças voltavam à sua mente, e ela entendeu que fora o Lorde das Trevas quem a prendera naquela maldição. Ela seria dele, ou de mais ninguém; e isso se perpetuaria infinitamente enquanto Voldemort vivesse.

Ela sorriu triste para o homem de preto sentado ao seu lado quando essa conclusão lhe veio à mente. Ele sorriu de volta, com um olhar perdido, e beijou-a carinhosamente no rosto. De alguma maneira, ela soube que ele entendia sua maldição, e seu coração se encheu de esperança quando entendeu que ele estava fazendo o possível para derrotar o Lorde das Trevas para sempre, para que os dois pudessem finalmente viver seu amor em paz.


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