“O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções”.

Por Dean Winchester:

Pensei que iria ter um ataque cardíaco. Estava um pouco bravo devido à noite no pub. Mas ela é um ser humano. Uma pessoa em perigo. E não é isso o que fazemos? Salvamos pessoas em perigo!

Katherine foi em direção á saída e Sam a puxou pelo pulso.

–Katy, você não pode ir – ele falou com as sobrancelhas erguidas e aquela carinha de cachorrinho de sempre.

–Por que não? Sam ela é minha irmã. Creio eu que se fosse Dean você faria o mesmo – ela disse. Lágrimas escorriam por seu rosto – eu morreria por ela. Não posso deixar que a machuquem. E eu sei me cuidar. Sou uma caçadora mais do que experiente.

–Então eu vou com você – ele parecia decidido até a garota negar com a cabeça.

–Não, você fica. Não quero que ninguém mais se machuque – ela tentou se desvencilhar dele, mas meu irmão é mais forte.

– Então eu vou – falei já me dirigindo a floresta sem deixar os outros dois me impedirem.

Eu tinha que salvá-la. O que foi? Por mim ela podia morrer e eu não ligaria, mas aquilo era pela Katherine.

Por Sam Winchester:

–Como vamos parar essa coisa? – perguntei aflito.

– Não faço ideia – ela respondeu atordoada. Desesperada. Na verdade eu também estava. Não podíamos perder a Ems. Se eu estava assim, imagine ela que era sua irmã mais velha e se sentia responsável pela mesma.

–Queimando a cabana não funcionou – Katherine sugeriu – para acabar com o Philip, vamos usar o próprio.

– Como assim?

– Vamos queimar a árvore. Como ele disse na frase escrita na parede. A árvore sempre ao meu lado. Ou seja, pode ser sua fonte de poder...

– Não é loucura?

– Vivemos de loucuras, Sam. É a nossa única opção. E não temos tempo para pensar – ela disse já correndo para o Chevelle e pegando outro galão de gasolina.

– Tudo bem... Tomara que dê certo.

E tem que dar.

Por Emilly Brooke:

–Katherine... -gritei torcendo para que ela me escutasse – Sam! – gritei mais uma vez. Meus pulsos doíam por causa das cordas. Meus braços estavam envoltos á uma árvore e eu me debatia para me soltar, mas de nada adiantou.

Phillip pegou sua faca, dizendo:

– A morte é dolorosa, a traição pior ainda – as palavras dele eram duras. Ele havia alimentado aquela fúria por muito tempo. Talvez tempo demais – quais são suas últimas palavras, docinho? – ele disse, movimentando a faca por minha bochecha e em seguida enfiou-a na minha perna. Dei um grito, seguido de um urro. A dor era agonizante. Meus olhos se fecharam apertadamente.

–Pare agora! –mandou Dean assim que ele apareceu em meu campo de visão. Porque logo ele Deus?

Meu Deus, eu estou prestes a morrer, e fico reclamando do Dean... Não importa quem vá me salvar. Idiota! – xinguei mentalmente a mim mesma.

–E porque eu deveria? – o homem agora estava com o olhar sobre Dean.

–Por que talvez você deva voltar para o lugar de onde veio. Do inferno – ele falou destravando a arma e apontando para o homem. Dois tiros foram ouvidos, fazendo Philip sumir.

–Isso não vai acontecer – Philip disse reaparecendo por trás de Dean e com apenas um golpe, o empurrou, que bateu as costas numa árvore.

Ele aproximou-se de mim e colocou as mãos em meu pescoço. Enforcando-me. Ele estava me enforcando. Desgraçado! O ar sumiu de meus pulmões. Meus olhos estavam fechados em uma linha fina, representando dor. Como aquilo era terrível! E o pior, eu não podia fazer nada!

Bum!

Um tiro fora ouvido e depois disso eu só vi vultos. Dean devia ter atirado novamente em Philip, apenas ganhando tempo, pois Philip logo reaparecia. E foi o que aconteceu, quando eu consegui focar. Comecei a sentir cheiro de queimado, o que seria?

–Cheiro de queimado – sussurrei. Minha cabeça doía muito, meus olhos estavam se fechando por conta da dor que eu estava sentindo.

–O trem do inferno está chegando Phillip, cuidado para não perdê-lo – disse Dean sarcástico.

A boca dele sangrava e o seu nariz também. Acho que perdi uma luta feia entre os dois.

Ao longe vi uma das árvores em frente à cabana pegando fogo.

–Nãooooo! –Phillip gritava enquanto sumia. Aos poucos, não havia mais fantasma. Não havia mais Philip. Agora tudo estava bem.

–Emily? – falou Dean se aproximando e desamarrando meus pulsos, quase cai, mas Dean me segurou. Olhei para cima e tudo o que eu vi fora dois olhos verdes.

– Você está bem? – Dean passou um dos meus braços por seu pescoço e me levantou. Ele me colocou em seus braços me carregando para fora da floresta sombria. Olhei para minha perna. Ela sangrava e muito. Por isso eu mal me aguentava em pé.

– Essa é a situação mais constrangedora que a gente já se meteu – eu disse com as bochechas coradas.

Ele riu.

– Acredite você fica muito mais aguentável quando baixa a guarda – ele disse sorrindo.

– Eu não baixei a guarda. Eu nunca baixo a guarda – eu disse confiante – cala essa boca.

Por Dean Winchester:

E lá estávamos nós. Brigando de novo.

– Ah Ems! – Katherine correu até a irmã assim que chegamos próximo aos carros – graças a Deus você está bem, ou quase – ela reparou na perna de Emily.

– Foi só um corte. Conseguimos fazer um curativo rapidinho. Não precisa ir ao médico – disse Sam examinado o corte como se fosse um médico.

– Ainda bem – disse Emily, com um alívio engrandecido.

– Ai Ems, você e sua paranoia com hospitais – brincou Katy.

– Não confio em um bando de estranhos que podem me matar com uma seringa – ela respondeu fazendo uma cara irritada.

Pegamos os nossos pertences e fomos em direção aos carros.

Por Emily Brooke:

Estávamos felizes. Eu e Katy nós sentamos em um banco próximo do hotel, assim que chegamos ao mesmo depois da longa caçada, na mesma praça de dias antes e começamos a conversar enquanto os meninos arrumavam suas coisas no quarto.

–Obrigada - disse a ela.

– Pelo o quê?

– Por cuidar de mim, mesmo que eu não admita, você cuida de mim. E obrigada pelo curativo também – Katherine tinha um grande talento para curativos.

–É minha obrigação – ela disse com um sorriso doce.

– Ok, agora trate de se acostumar por que nunca mais eu repito isso.

– É eu sei – ela riu.

–Partimos amanhã? – sugeri.

–É... Pode ser – ela falou com uma voz meio tristonha.

–Katy...

–Esquece Emily.

–É que eu já cansei disso tudo, eu só não quero... –parei no meio da frase.

–Eu sei Ems. Mas não podemos ficar assim – ela falou – eles nunca nos deram motivos para desconfiar deles e eles são os Winchester, conhecemos sua família. Eles nos salvaram, mais do que podemos contar.

– Mas não temos uma vida normal, Katy, somos caçadoras. Nossa vida não nos dá o luxo de acompanhar ninguém. Não vamos caçar com eles. Esquece Katy. Não vamos nos apegar a mais ninguém. Nos apegamos ao John e olha no que deu.

– Mas...

– Mas nada! Não adianta...

– Tudo bem. Você é teimosa mesmo. Não vai adiantar discutir – ela disse e me olhou e suplica.

–Vou tomar um banho – eu disse indo em direção à porta do hotel, antes que ela me convencesse de algo.

Por autora:

Emily estava a caminho da porta quando escutou uma voz atrás de si dizendo:

–Acho que ia se livrar de mim tão fácil? – Emily virou-se e deu de cara com Phillip.

–Phillip? O que faz aqui? Você não tinha... – ele a interrompeu.

– Ido para o inferno? Não, não fui. O inferno é aqui mesmo garotinha.

– Mas... – ela disse e pode ver Katherine correndo para se aproximar mais.

Katherine iria falar algo mais ela e a irmã foram interrompidas:

–Mais nada! – quando viraram, Verônica estava parada atrás delas com um amuleto em mãos feito de madeira.

– Como assim? Você não estava fugindo dele? – perguntou Dean chegando. Emily se perguntou como ele foi rápido o suficiente para chegar aqui em poucos segundos, mas não era hora de pensar nisso.

– Ah garotos ingênuos, não conhecem a atuação? Deveriam usar, ela engana muita gente. Er, já vi que vou ter que explicar a história real, mas não vai ser um problema, já que vocês irão morrer mesmo – ela caminhou até nós com um sorriso doentio no rosto - Assim que Philip me pegou na cabana com o Peter, ele ficou inteiramente revoltado; Quando sumiram, eu os procurei até ir à cabana, quando cheguei lá, Peter estava morto. Eu não aguentei o que vi e atirei em Philip com a minha própria arma. Não podia viver sabendo que Philip havia matado Peter. Então, matei-o completamente assim que o amarrei com uma corda em seu pescoço, enforcando-o na árvore que vocês queimaram. Levei-o de volta para a cabana e fiz parecer que ele havia se matado. Ah, Katherine como você foi esperta em queimar a árvore com as marcas. É eu observei tudo de pertinho. Achei que a sabe tudo era a Emily...

– Cala a boca vaca – falou a mais nova indignada.

Ela sorriu com desdém:

– Vou ter o prazer em matar você primeiro Emily. Depois disso, percebi o erro terrível que havia cometido, então arrumei esse amuleto e trouxe o “Philip” de volta. Mas ele só ficaria satisfeito se matasse outras pessoas, para vingar-se, então eu deixei. Deixei-o matar quem ele quisesse desde que ficasse comigo.

– Como você é ignorante – Katherine correu até ela e lhe deu um soco seguido de um chute, Verônica caiu no chão – como você pode matar inocentes por um erro seu? Por você ser uma vadia a ponto de trair seu próprio marido com o irmão dele. Você é repulsiva.

Verônica se levantou:

– Eu não queria fazer isso.

Dimitte proditio

Quid est ad finem,

Vivo ego,

Et revelabit in tenebris.

O fantasma foi até Emily e lhe deu um soco no rosto. Ele pegou a mesma faca com a qual havia machucado-a da última vez e fez um corte em seu braço, a garota caiu no chão e recebeu outro corte feio na perna. Urros de dor foram ouvidos da garota assim que o sangue escorreu por seus membros machucados.

Ele se virou para Katherine e lhe transferiu um golpe no rosto, fez um leve aceno com a mão lançando a mais velha no tronco de uma árvore, e ele teria cortado ela também, mas Sam entrou na frente dela e recebeu um arranhão no rosto de recompensa.

– Filhos da... –exclamou Dean dando um murro em Verônica a fazendo cair no chão. A mulher sacou a arma e chutou Dean no meio das pernas. O garoto caiu no chão deitado, com a mão protegendo o local machucado. Verônica levantou-se e foi em direção a Sam:

– Como o Philip prefere assim, mais novos primeiro – e atirou no braço de Sam.

– SAM! – gritou os três caçadores de uma vez.

Emily, mesmo com um corte profundo, tentou (falhamente) se levantar e quando viu que não conseguiria andar direito, se arrastou até lá. Dean se aproximou, mas Philip o impediu, colocando o garoto em contra uma árvore, e começou a enforca-lo com as mãos. Já Katherine estava agora ocupada demais com Verônica, ela tentava se desvencilhar da briga da mulher para ajudar Sam, mas simplesmente não conseguia. Talvez era isso que eles quisessem, impedir a todos de se ajudarem, enquanto alguém morria, nesse caso Sam. Emily era a única liberta, mas machucada demais. Conseguiu chegar até Sam que mantinha uma cara de dor. Ela com extrema compaixão rasgou um pedaço de tecido do casaco e começou a pressionar contra o ferimento.

– Calma grandão – ela sacou o celular e ligou para a emergência - eles vão chegar logo. Aguenta firme Sam!

Philip se aprumou para atingir Dean com uma faca, mas algo impediu Philip.

Enquanto isso, Katherine rolou com Verônica no gramado, ficando por cima, arrancou o amuleto de suas mãos e o quebrou em pedacinhos. Philip sumiu deixando para trás apenas uma fumaça e cheiro de enxofre. Apenas isso.

Verônica, ainda com a arma na mão tentou atirar em Katherine, mas a mesma segurou seus braços. Só que Verônica apertou o gatilho e foi tarde demais. O tiro havia atingido o braço de Katherine de raspão. Ela com o outro braço, ainda conseguiu dar um último, e bem dado, soco em Verônica, antes de cair no chão.

– Katy! – gritou Emily completamente desesperada.

Dean viu isso e correu para a garota colocando-a em seus braços.

– Obrigada Dean – agradeceu Katherine e ele sorriu em resposta.

Sirenes foram ouvidas. E foi apenas isso que Emily ouviu antes de apagar completamente.