Azalea Lewis e a 68ª edição dos Jogos Vorazes escrita por Yas


Capítulo 9
Superando, Acreditando e Cornucópia.


Notas iniciais do capítulo

Motivo da demora: Eu perdi os capítulos dessa fic no notebook e nunca tinha tempo pra entrar no pc pra postar.
Capítulo pequeno porque é apenas uma entrada para o próximo...
Enjoy it.



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Azalea's point of view.

Já deveria ser umas três horas da tarde. Depois que eu saí de perto para que os corpos de Davie e de Mabel fossem levados, eu subi em uma árvore e não desci até agora. Não estou fugindo. Sei que agora só restam Luke e eu, mas não estou com medo. Estou apenas triste. De vez em quando bebo um pouco de água ou como algumas amoras que Davie colheu. Minha besta não está engatilhada. Não me preocupo em ficar sem proteção. Sei que não vai me acontecer nada agora. Davie e Mabel morreram hoje cedo, não iriam juntar Luke e eu no mesmo lugar no mesmo dia em que acabaram as semifinais. Provavelmente amanhã isso tudo acaba. Primeiro eles darão tempo para que os habitantes da Capital façam suas apostas.

Desço da árvore e ando até a fonte. Lavo-me e pesco apenas dois peixes e os como crus. Não me preocupo em caçar algo para amanhã, pois sei que não vou precisar. Quando a noite cai, eu subo na árvore novamente e começo a arrumar minhas coisas. Deixo o punhal dentro da bolsa dessa vez. Pego o pacotinho de biscoitos que tenho desde o primeiro dia da arena e como, só para ter alguma ocupação. Entro no saco de dormir e me amarro na árvore.

A insígnia de Panem aparece no céu e logo vi a foto de Mabel, seguida pela de Davie com o número de seus distritos abaixo. Sinto-me mal, mas não choro.

Davie se sacrificou por mim. Aquele dardo era para mim. Minha foto que deveria estar projetada no céu, nesse momento. Mas ele me empurrou e recebeu o dardo no meu lugar. Tenho certeza que ele sabia o que iria acontecer com ele assim que o conteúdo do dardo penetrasse seu sangue. Mas ainda assim ele o fez. Por quê?, me pergunto. Não é óbvio?, me repreendo. Sei a resposta para todas as perguntas. Porque ele acreditava em mim. Pergunto-me se ele pensou em como a família dele ficaria ao vê-lo morrendo. Isso é uma resposta que nunca irei ter.

Novamente me vem à cabeça que ele acredita em mim. Ele repetiu as palavras do meu pai. Mas ele nem fazia idéia disso. As despedidas depois da Colheita são pessoais e eu não falei sobre isso com ninguém. Mas mesmo assim, ele falou.

Ele acreditou em mim. Se ele acredita, por que eu não acredito?

Eu estou na final. Não morri no banho de sangue, encontrei água, consegui comida. Eu também encontrei perigos, como um bando de mosquitos bestante e três Carreiristas. Se eu cheguei até aqui não foi por sorte. Se eu tivesse sorte, nem aqui eu estaria. Se todos nós tivéssemos sorte, não existiriam Jogos Vorazes.

Eu quero ir pra casa. Esse pensamento cerca minha mente até um pouco de sono chegar ao meu corpo. Resolvo dormir um pouco. Preciso descansar para o que quer que aconteça amanhã.

♣ ♣ ♣

Luke estava ansioso. Não ficara surpreso quando viu a foto de Mabel ser projetada no céu. Sentiu-se um tanto satisfeito quando viu a foto do garoto do distrito doze. Ao menos isso aquela inútil fez, pensou. Assim como Azalea, Luke sabia que a grande final, o momento mais esperado dos Jogos, aconteceria antes mesmo que eles pudessem pensar. Na manhã do dia seguinte, talvez. Não se importava. Queria que chegasse logo. Iria acabar com aquela garotinha insolente e recuperar sua honra. Quando voltasse para casa seria tão aclamado que nem se lembrariam da vergonha que devem ter sentido quando uma garotinha de treze anos tirou a mesma nota que seu tributo masculino. Recuperaria sua honra.

Mal podia esperar.

Estava fraco, já estava há dois dias sem comer. Tinha alguns cortes pelo corpo, resultado da luta com o outro Carreirista, do 4. Mas ainda conseguia empunhar sua espada e isso seria o suficiente para acabar com Azalea. Começou a raspar com as unhas o sangue seco de suas roupas. Tanto sangue dele quanto de outros tributos. Não estava com sono, mas se forçou a deitar-se e descansar os músculos.

Já pela manhã, Luke acordou mais tarde que o normal. Saiu da gruta onde estava escondido e foi até um rio que tinha ali perto. Conseguiu cortar um peixe ao meio com sua espada e o comeu cru. Não sabia caçar, era péssimo nisso. Por um momento pensou em como a Garota Prodígio estava conseguindo comida esse tempo todo. A mente de Luke foi vagando até chegar ao ponto de cogitar a idéia de que Azalea tivesse mais habilidade com armas que ele. Riu de si mesmo. Isso era ridículo. O distrito de Luke, o dois, produz armamento para a Capital. As crianças treinam desde muito cedo para os Jogos. Não era possível que uma menininha que vive no distrito que produz tecnologia seja melhor que ele empunhando uma espada. Realmente não era. Enquanto descansava numa pedra, Luke viu alguma coisa ao longe. Sorriu achando ser Azalea, mas seu sorriso logo morreu quando finalmente identificou o animal que estava vindo em sua direção. Sem pensar duas vezes, correu. Estava tão assustado que deixou a espada.

Pego-a quando despistar esse probleminha, pensou.

♣ ♣ ♣

Azalea estava na fonte. Resolveu comer mais alguma coisa já que a grande final estava demorando tanto para acontecer. Sabia que já deveria ser quase quatro da tarde e nada até agora. Não estava com fome, era apenas para ter o que fazer. Colheu algumas amoras e alguns morangos. Podia caçar um esquilo ou pescar um peixe facilmente, mas optou apenas por um suco de frutas vermelhas. Amassou as frutas e colocou-as dentro da garrafa que tinha água purificada. Fechou e balançou para cima e para baixo. Bebeu. Estaria melhor se tivesse um pouco de açúcar, mas não estava ruim. Adentrou na floresta. Estava quase na metade do caminho quando ouviu um rosnado. Apontou a besta na direção do barulho e esperou. Ouviu novamente às suas costas. Quando se virou ficou sem reação. Enormes cachorros com presas enormes e afiadas a encaravam. Não podia atirar. Se o fizesse iriam atacá-la antes que ela pudesse engatilhar a besta novamente. Olhou ao redor e viu mais. Muito mais. Estava em pânico. Sem ter um plano devidamente formado em sua mente, Azalea correu.

Corria enquanto ouvia latidos atrás de si. Ainda correndo virou a Oeste, porém um buraco abriu-se no chão e de lá saíram mais cachorros bestantes. Não teve opção a não ser continuar seguindo em frente.

Estava se saindo bem, é bastante rápida. Mas a garota não contava com uma pedra no seu caminho. Tropeçou. Rolou barranco abaixo e quando finalmente parou de rolar, ficou um pouco deitada, tentando se recuperar. Estava cheia de arranhões nos braços e alguns no rosto, tinha terra na roupa e um corte no supercílio, devido à queda. Ouviu os latidos se aproximando e levantou-se novamente.

Azalea não tentava mais rumar para uma direção diferente. Percebeu que aqueles bestantes saíam do chão quando ela ia para Oeste por algum motivo. Sabia qual era esse motivo. Finalmente tudo isso iria acabar. Correu em direção ao caminho livre: Leste. A direção onde se encontrava a Cornucópia.

Os cachorros alcançaram Azalea. Eram muito rápidos.

— UGH! — Azalea gritou quando foi puxada para trás. Um cachorro mordia seu casaco. O único jeito era tirar a jaqueta. Mas se o fizesse teria que abandonar a bolsa em suas costas. E se precisasse do punhal? Azalea decidiu em apenas um segundo. Ainda tinha a besta e flechas. Seria suficiente. Tinha que ser, afinal, era a bolsa ou sou vida. Optando pela vida, Azalea tirou as mangas do casaco de seus braços — tomando cuidado para não soltar a besta ao passá-la de uma mão para outra — e voltou a correr deixando para trás sua bolsa. Se os Jogos não acabassem agora ela iria passar uma noite difícil sem seu casaco e ainda por cima, sem seu saco de dormir.

Continuou correndo até avistar o grande chifre prateado no meio da campina. Só agora percebeu que dali era possível ver o mar bem longe. Continuou correndo até chegar perto de um lago que tinha ali perto. Não parou porque quis e sim porque, nesse momento Luke saiu correndo de um arbusto e trombou nela. Estava desarmado e só percebera a presença da garota quando caíram juntos no chão.

Azalea ficou tensa, pois na hora que ele esbarrou nela, sua besta foi parar a vários metros de distância.


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Notas finais do capítulo

Ok, odeio ficar colando quem está narrando, então não coloquei quando o narrador mudou e tenho certeza que dá pra perceber.
Próximo capítulo sai o mais rápido possível, quero terminar logo isso.
Até mais, beijossss.