O guarda chuva vermelho escrita por Beilschmidt


Capítulo 3
Violetas


Notas iniciais do capítulo

Enfim! Fanfic terminada.
Acabei deixando passar o "Chocolati" no outro cap..e neste também, enfim, caso tenha esquecido, caro leitor, esse era meu antigo nick no Spirit.



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Fanfic O guarda chuva vermelho

Por: Chocolati

Capítulo 3

Violetas

Ela sabia que ele morava sozinho, não tinha parentes próximos naquela cidade, por isso sua morte não faria nem falta para ninguém. Fechou seu guarda-chuva e começou a procurar Hugo por todos os cômodos e nenhum sinal. Quando estava desistindo, resolveu descer os degraus, foi quando aquela voz tão conhecida a surpreendeu, e vinha perto do pé da escada.

–O que faz aqui? Poderia ao menos ter ligado avisando que vinha.

–Avisar? Para que?

–Olha, sei que você ainda sofre… mas eu queria seu perdão.

–Tá, tá… pare de lamúrias, depois eu analiso sua situação.

Virou para a cozinha e lembrou de que estava com fome.

–Quer comer algo?

–Pode ser.

Hugo andou até a geladeira e retirou um bolo de chocolate, cortou e deu à Luana em um prato de vidro meio opaco, ela sentou à mesa com seu bolo em frente do homem.

–Aqui. _entregou-lhe um garfo.

–Obrigada. _pegou o objeto e ficou observando seu reflexo distorcido, do nada um sorriso emanou em seu rosto ao tocar as pontas do garfo. _ Aposto que deve estar uma delícia.

–Sim.

Coitado de Hugo, nem conseguia decifrar o sorriso diabólico da garota, mal podia desconfiar decifrar lentamente do bolo, sempre de olhos pregados no rosto dele que parecia um pouco mais contentes. Assim que terminou ficou brincando com uma robusta cereja no prato, jogava ela de um lado outro com a ponta de seu garfo nunca deixando seu sorriso desaparecer.

–Obrigada estava delicioso.

–Disponha.

–Bem, tenho de ir, o enterro de minha irmã será hoje no final da tarde. Com certeza você não vai né? Até porque eu não deixaria você entrar naquele cemitério.

–Entendo.

Ela levantou e levou a pequena fruta aos lábios. Pegou seu guarda chuva que estava em um canto e a empunhou. Estava anoitecendo, o crepúsculo tomava conta do céu aos poucos, Luana estava cansada, depois que saiu de casa ficou rondando pela cidade em uma maneira rápida e menos exaustiva de matar Hugo. Quando viu que estava entardecendo e estava sem ideias para o ato, ela resolveu optar pelo improviso mesmo. Qualquer arma que pudesse estar ao seu alcance serviria perfeitamente. E parece que Hugo foi distraído o suficiente para não perceber que a menina estava meio tensa, mas com aquele sorriso estranho no rosto, não tinha ideia do que ela estava aprontando.

Por via das dúvidas resolveu fica o máximo possível atento a qualquer movimento brusco dela, não sabia que estava por vir.

–Até mais. _mordeu a cereja, sentiu seu gosto adocicado.

Ela virou para a porta, o guarda chuva estava em sua mão esquerda e fechada. Estranho. Estava chovendo e ela ia mesmo sair sem abrir o objeto?

–Ok, até mais.

Um segundo.

Ele estava perto demais dela ainda, no segundo que ele usou para fechar seus olhos, foi o momento certo para receber um garfo em sua jugular. O reflexo dela foi tão rápido que nem deu tempo de gritar, caiu duro ao chão. As costas bateram com força, os olhos do moreno abertos, sua face demonstrava susto. O sangue jorrava de sua veia melando o garfo ainda preso pelos seus dentes cravados parcialmente na epiderme.

–Achou mesmo que eu iria te perdoar?

Ainda com a mão fechada, oscilou um pouco, ao redor do guarda chuva posicionou a ponta contra o olho esquerdo dele, pronta para lancinar.

–Aprenda agora.

...x...

O céu estava escuro já e agora serenava pouco, mas continuava frio. Fechou vagarosamente a porta e trancou na chave. Abriu seu guarda chuva vermelho e saiu andando enquanto desviava de poças de lama. Uma gota de sangue caiu em uma dessas poças e manchou a água. Ela virou para a casa logo que estava chegando perto da praça, os olhos dela estavam vidrados na casa ao longe, a porta fechada, a casa escura, o silêncio absoluto, como se nada tivesse acontecido ali. Seu sorriso tinha apenas aumentado. Virou novamente e saiu até desaparecer no breu.

A casa estava silenciosa, apenas se ouvia o piar das corujas que se aninhavam na árvore ao lado do imóvel. A sala recebia uma fraca iluminação do poste da rua, que mesmo com sua lâmpada piscando dava para se ver a mobília dali. No tapete, perto de uma mesinha de vidro, o corpo gélido de Hugo continuava estirado, o sangue ensopava o chão.

Um cenário realmente macabro.

Hugo estava deitado de costas, a boca aberta manchado de sangue, o garfo ainda em seu pescoço alvo e os olhos… por Deus… os olhos. Suas córneas tinham sido furadas. Passaram-se várias horas depois do assassinato, e estava começando a amanhecer, agora sim se podia ver melhor. Uma pequena aranha aparecerá dos pelos do tapete felpudo e subiu pela mão do morto, foi até a face e ficou passeando pelos buracos dos olhos, quem sabe pensando em um bom ninho para seus ovos que estavam pregados ao ventre.

...x...

Em outro canto da cidade, especialmente em um campo aberto, uma plantação de violetas, Luana estava apreciando o amanhecer do sol. Raios avançavam tomando conta lentamente do céu, ela continuava andando, tinha parado de chover e apenas o aroma das flores tomava conta de suas narinas. A menina fechou os olhos e deitou por cima de um punhado das violetas. Abriu o guarda chuva e o deixou contra o vento, seus olhos observavam o objeto voando alto.

Dormiu singelamente, como se nada tivesse ocorrido.

Fim!


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Notas finais do capítulo

Essa foi uma das minhas primeiras fanfics originais a ser postada



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