Íria: o desafio de Aurora escrita por M Nathalia


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal, tudo bem com vocês?

Antes de iniciar o capítulo gostaria de agradecer a Beca e a Sofia por seus lindos comentários que deixaram uma autora mais do que feliz! E também ao Gabriel que favoritou essa história. Vocês são uns lindos! :3

Vamos ao que interessa, mais um capítulo pra vocês!
Boa leitura.



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Capítulo Três

Bernardo encarava o teto pensando em mil e uma coisas, que eram, na verdade, problemas. Pensava e repensava em como iria fazer Aurora acreditar em tudo que conversaram. Se ele mesmo estivesse na situação em que ela encontrava, duvidava que fosse aceitar. Mas, a verdade era como Faith tinha dito: eles precisavam dela. Todo o povo de Íria precisava de Aurora. Ele nunca entendeu isso muito bem, desde quando Akira (líder da Aliança) conversou com os pais dela, Annabeth e Robert, para que gerassem um filho que salvaria o reino. Não entendia como uma pessoa poderia ser tão essencial. Talvez soasse como ciúmes, mas a verdade é que ele não aguentava mais ver o povo sofrer. Então, porque não prosseguir o plano sem a garota?!

Ele suspirou, sabendo que seu pensamento era bobagem. Haviam esperado dezoito anos, então, iriam esperar mais. Não havia nada a se fazer. Desde que Bernardo trouxe Aurora para o mundo dos humanos, ele ficava naquele quarto, de um pequeno e humilde hotel. Era feio, velho, úmido e cheirava a mofo. Os únicos objetos ali eram uma cama, um sofá caindo aos pedaços e uma escrivaninha. Algumas vezes tinha goteira, em outras, nem uma gota de água. Ele não se importava. Sempre que vinha era por poucos dias e mal ficava trancado ali. Seu objetivo era inspecionar Aurora. Saber se estava bem e crescendo em segurança. Durante todo esse tempo ele vinha, pelo menos, cinco vezes ao ano. E, agora, ele deveria levá-la.

Bernardo sempre viu tudo isso como obrigação. Pura obrigação e nada mais. Fora designado a essa tarefa e não iria falhar. Ele nunca falhava, principalmente sob ordens de Akira. Ao contrário de muitos em Althea, nome do esconderijo onde vivia, ele nunca havia sentido nenhum sentimento de adoração pela garota. Sabia que vários jovens possuíam uma vontade louca de conhecê-la e, quem sabe um dia, fazê-la sua mulher. Ele achava todos superficiais.

Perdido em pensamentos, Bernardo começou a sentir um sono que ele sempre considerou fora do normal. E realmente era. Já sabia que iria cair no sono e que aquele sono estava enfeitiçado. Alguém de Althea precisava falar com ele. Suspirou e deixou-se levar, sabendo que não haveria escapatória.

Bernardo abriu os olhos e se viu dentro de uma sala. Não era ampla; somente havia uma mesa retangular no centro e um candelabro a cima com as velas que iluminavam o local. Estava em uma das salas de reunião da Aliança. As paredes eram feitas de pedras e nelas havia pinturas de alguns Guias. Não se passou um minuto e a figura que o havia convocado apareceu. Era Faith.

– Bernardo. Obrigada por ter vindo. – ela disse com a voz calma de sempre.

– Não que eu tenha tido muita opção, não é, Faith? – ele falou sem demonstrar nenhuma reação, se aproximando da mesa que separava os dois.

– Somente quis deixá-lo mais a vontade. Você tem estado muito impaciente e nervoso ultimamente. Akira está preocupado.

– Eu só quero fazer certo o meu trabalho, Faith. Sabe que fico, talvez, determinado demais em certas tarefas. E essa definitivamente é uma. A garota é difícil e teimosa. – ele disse, massageando sua testa com os dedos.

– Não se preocupe, Bernardo. – ela disse o tranquilizando. – Tudo dará certo. Ela está lendo o diário, eu sei. E, além disso, apareci pra ela em um sonho. Ao contrário do que você pensa, ela só está com medo. Senti que, por trás de toda a carcaça forte, ela continua sendo aquela criança indefesa. E com um coração muito bom.

– Espero que você esteja certa. Você deixou um presente a ela? – ele perguntou, deixando esboçar um sorriso pela primeira vez.

– É claro. Você sabe que certas coisas são minha marca registrada. – ela falou com um sorriso. – Lhe deixei uma flor. A rosa azul que você adora. – ele somente assentiu e se reservou novamente.

– Amanhã será um longo dia. – ele disse, esperando que ela entendesse o recado e o liberasse.

– Tudo bem. Vou te deixar descansar. Não se esqueça das minhas palavras sobre Aurora, Bernardo. Ela irá aceitar tudo, somente temos que dar tempo a ela.

– Você tocou em um ponto chave. Não temos tempo, Faith! Esse é o problema! – Bernardo disse, elevando um pouco o tom de voz. – Você não se preocupa com o sofrimento do povo? Dominic está cada vez mais incontrolável! Você e Akira mais do que ninguém deveriam ter ciência disso!

– Bernardo, chega... – Faith tentou o interromper, mas ele prosseguiu:

– Estou cansado de ver tudo isso! Fomos enviados para trazer paz e não esperar por uma garota qualquer que mal tem vontade de ajudar! – ele se alterava cada vez mais, falando alto e gesticulando com os braços. Ele respirou fundo, pensou e disse: – E digo uma coisa... Você pode até falar para Akira... Se ela não vier por bem... Você sabe do que sou capaz.

Faith não estava mais com paciência. Ao ouvir as palavras de Bernardo, levantou-se do chão em um só segundo e abriu suas grandes e fortes asas brancas, ficando bem mais a cima da cabeça de Bernardo. Seu olhar era frio e o repreendia, a calmaria de sempre havia dado espaço a fúria.

– Já chega, Bernardo. Não quero mais ouvir nenhuma só palavra. Você irá voltar com a garota e não irá usar nenhuma de suas habilidades para convencê-la. Entendeu? – sua voz era autoritária e forte. – Está dispensado. E pode apostar que Akira irá ficar sabendo desse seu comportamento inaceitável.

Bernardo acordou sentindo a adrenalina da discussão em todo seu corpo. Suas asas queriam sair, mas ele controlou a sensação. Bernardo, assim como Faith, era um Guia. Havia vários em Althea, e juntos formavam a Aliança. Um Guia é quase como um anjo, tinham asas, eram fortes, poderosos e imortais. Além disso, todos haviam cometidos pecados humanos e imperdoáveis, e por isso foram banidos do reino dos céus. A jornada deles na Terra era um aprendizado, mas jamais poderiam voltar. Seu dever era trazer a paz, e era exatamente isso que queriam para Íria. Faith sempre foi a mão direita de Akira, portanto, todos os outros Guias deveriam obedecê-los e respeita-los. Para Bernardo era difícil se controlar quando discordava de suas decisões, mas, no final, sempre abaixava sua cabeça e assentia. Era da natureza deles.

Os que não se juntaram a Aliança, ou eram banidos por seu mau comportamento, ficavam vagando sem direção, e muitas vezes acabavam em Callum, o lugar mais sombrio de todo o reino de Íria. Bernardo já havia sido alertado diversas vezes. Mas, por mais que ele não seguisse muito bem o que era imposto, sempre chegou ao resultado desejado e Akira sempre alimentou um sentimento paterno por ele. Como era o líder, acabava protegendo Bernardo todas as vezes que podia. Restava agora fazer o que ele queria.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Me digam nos comentários, a opinião de vocês é de extrema importância.

Agora, vamos falar de algo muito sério, rsrs. Comecei a postar essa história essa semana e desde então posto todos os dias. Porém, vou mudar um pouco a programação de atualizações. Estou pensando em fazer sempre de domingo, quarta e sexta-feira, o que acham? Possivelmente algumas semanas postarei um extra, mas não seria algo fixo.

Me digam nos comentários a opinião de vocês. Beijos e até a próxima!

ps: me desculpem pelo capítulo mais curtinho, rsrs.