– Bom dia, Amanda – disse com um sorriso de lado e a garota ao meu lado revirou os olhos.

– Emily, meu nome é Emily – ela reclamou e eu dei de ombros.

– Tanto faz – disse me levantando e indo em direção ao banheiro tomar um banho quente para enfrentar as aulas daquele dia.

E esse era eu, o cara mais galinha de Hogwarts, um tremendo partidor de corações, conhecido por desiludir garotinhas inocentes e apenas levá-las para cama.

Prazer, meu nome é James Potter.

Passei meu perfume favorito, chamado Azzaro, e troquei de roupa para ir para o Salão Principal.

– Pegou a Emily? – perguntou Sirius quando o encontrei no Salão Principal para o café da manhã.

– Peguei – disse dando de ombros e pegando uma tortinha de abóbora.

– E como foi? – perguntou com um sorriso malicioso.

– Normal – disse sem me importar e minha atenção foi tomada pela garota que adentrava o Salão Principal.

– Ela ainda te mata – disse Sirius rindo e eu revirei os olhos.

A garota era Lílian Potter, que era a única garota de Hogwarts que não me dava chances e era justamente ela a única que eu queria.

– Ela é meu inferno particular – disse sorrindo e me levantando rapidamente indo até ela – Olá, lírio.

– Potter – disse simplesmente e deu um sorriso sarcástico – Desembucha.

– Soube que não tem com quem ir a Hogsmeade esse final de semana – disse dando um sorriso de lado – Pensei em irmos juntos.

– Acho que prefiro ficar e estudar Astrologia – disse dando de ombros e passando por mim.

– Pensei que não gostasse de Astrologia – disse confuso e ela se virou para mim.

– Exatamente.

– Eu acho que você gosta de levar esses foras, sabia? – perguntou Remus revirando os olhos quando voltei a me sentar.

– Não estressa.

– Por que quer tanto a Lil’s, cara? – perguntou com as sobrancelhas franzidas, foi a minha vez de revirar os olhos pelo apelido. Sim, ele era amigo da minha ruiva e isso não me deixava nem um pouco feliz – Se você só a quer para levar para sua cama e ter como um troféu, por ela ser a única que ainda não caiu aos seus pés, desista!

– Não é nada disso, ta legal! – falei irritado e ele deu de ombros.

– Não quero que a magoe.

– Supere – disse bufando e ele me encarou feio.

Eu sempre ficava desse jeito, estressado e rabugento, toda vez que tentava convencer Lílian a sair comigo de alguma forma e levava outro fora.

E então eu perguntava a mim mesmo, por que eu gostava tanto dessa ruiva?! Tudo bem, ela era incrivelmente linda e o corpo dela tinha mudado drasticamente desde dois anos atrás.

Mas era sempre a mesma coisa: eu a provocava, ela me azarava e acabávamos os dois na sala do Dumbledore, que ria e nos mandava voltar para nossa aula.

A vida seria bem mais fácil se eu não quisesse tanto assim Lílian Evans, cada fora que ela me dá, cada tapa que eu levo e cada azaração que ela me lança, só faz com que eu fique mais e mais louco por ela.

– JAMES! – gritou Sirius me sacudindo e eu o olhei com os olhos arregalados.

– Qual o seu problema? – perguntei assustado me virando para ele.

– Temos aula agora e você estava no mundo da lua, quer dizer, as Lílian, de novo – disse com um sorriso maroto e eu fiz uma careta.

– Tudo bem, acho que prefiro outra aula de poções do que ouvir você me dando conselhos sobre Lílian – disse e ele riu.

Fomos para aula e nós éramos os únicos que não tínhamos chego.

– Potter, Black! – disse o professor irritado – Sentem-se logo!

– Cara ranzinza – resmunguei para Sirius que concordou com a cabeça.

– Ótimo, como a nota de vocês está um lixo, decidi fazer algumas mudanças por aqui – disse e todos trocaram olhares confusos – Black se sentará com a Srta Meadowes.

– Mereço – resmungou a garota que estava sentada com Lílian enquanto se levantava e se arrastava até onde estávamos para se sentar com Sirius que permanecia com um sorriso divertido no rosto, me levantei e fui até a frente da sala para esperar pelo lugar em que iria me sentar.

– Olá, querida – disse ele mordendo os lábios e olhando para a loira que girou os olhos e pegou seu livro.

– Tompson com o Sr Wenk – disse e outro garoto trocou de lugar enquanto eu permanecia de pé na frente da sala – E por último, Sr Potter com a Srta Evans.

– O que? – perguntou Lílian com os olhos arregalados e eu sorri indo me sentar ao lado dela.

– Esqueça o que eu falei sobre ranzinza – disse para Sirius que riu e levantou o polegar.

– Tudo bem, sem mais conversas – disse o professor e eu me virei para frente – Hoje iremos preparar a poção do amor, alguém sabe como ela é chamada? – a ruiva ao meu lado levantou o braço rapidamente e o professor apontou para ela.

– Amortencia, senhor – ela disse e ele concordou com a cabeça.

– Dez pontos para Grifinória – ele disse e eu sorri para ela que me ignorou – Tudo bem, comecem a preparar as poções!

*****

– Acabou o tempo! – avisou o professor e Lílian arfou e prendeu os cabelos.

– Conseguimos – ela disse aliviada.

– Tecnicamente, você conseguiu – disse e fiz uma careta, ela riu e eu senti meu coração acelerar. Merlin, que sorriso incrível era aquele?

– Você me ajudou, Potter, merece os créditos por isso – disse dando de ombros.

– Tudo bem, alguma dupla se oferece para vir até aqui e dizer que cheiro sente em sua poção? – ele perguntou e a ruiva arqueou os braços.

– Tudo bem? – perguntou para mim e eu dei de ombros me levantando com ela e indo até a frente da sala.

– Certo, comecemos por você, Sr Potter, diga ao que sua poção cheira – ele falou e eu assenti prestando atenção na poção a minha frente.

– Certo, sinto cheiro de pergaminhos novos e... – pensei por um momento e lancei um sorriso torto a Lílian – Lírios.

– Tudo bem, sua vez Srta Evans – ele disse e ela respirou fundo se aproximando da poção.

– A minha cheira a grama recém cortada, pastilha de hortelã e... – ela foi terminar e engoliu em seco, seus olhos se arregalaram um pouco e ela olhou para mim.

– Sim, Srta Evans? – perguntou o professor.

– Só isso – ela disse rapidamente e eu a encarei confuso, uma coisa que conseguia perceber de todos esses anos a observando era quando ela mentia, e ela definitivamente estava mentindo.

– Certo, quero que vocês pratiquem essa poção com seus respectivos pares para a próxima aula – disse o professor e o sinal tocou.

– Biblioteca as sete – disse Lílian antes de pegar o seu material e sair dali quase correndo.

– Isso definitivamente soa estranho – disse com uma careta e me juntei a Sirius para irmos para próxima aula.

*****

– Hey, James! – chamou Sirius – Vai na festa da Maggie essa noite?

– Não posso, Lílian me mataria, ela disse que eu tinha que ir para biblioteca praticar aquela poção estúpida – disse dando de ombros.

– Poção estúpida mas você sentiu o cheiro da ruiva, certo!

– Certo – concordei rindo.

– Vamos dar um tempo no jardim enquanto isso – disse ele e eu concordei.

Fomos para lá e quando estávamos saindo do castelo, Lílian entrava correndo e... chorando?!

– O que houve? – perguntei a segurando e ela me empurrou.

– Não finja que se importa! – disse e correu para fora dali.

– Dorcas! – gritei a loira que adentrava o castelo – O que aconteceu com a Lílian?

– Ela descobriu que o Scamander estava a traindo – disse com uma careta e eu abri e fechei a boca algumas vezes, então fechei minha mãe em punho.

– Onde ele está? – perguntei entre dentes.

– Ali fora – disse com um sorriso divertido – Divirta-se.

Andei a passos duros até onde o louro aguado estava.

– Hey, Scamander! – disse o empurrando e ele revirou os olhos.

– Qual o problema? – perguntou com as sobrancelhas erguidas.

– Como pode trair a Lílian? – perguntei irritado – Depois de me mandar ficar longe dela!

– Não enche, relaxe James – ele disse rindo – Você não vai conseguir muita coisa dela, não importa o que faça não vai tê-la em sua cama, eu não consegui – disse dando de ombros e eu lhe dei um soco – Está maluco?!

– Nunca mais fale assim da minha ruiva – disse e fui atrás dela, sabia que estaria no Banheiro da Murta que Geme – Como ela está?

– Não quer abrir e me mandou a merda – disse Dorcas dando de ombros.

– Lílian – disse batendo na porta.

– Vai embora!

– Não, me deixa entrar! – disse esmurrando a porta e ela a abriu rapidamente e me puxou para dentro, depois bateu com força de novo.

– Ah, claro – reclamou Dorcas do lado de fora – Quanta consideração!

– O que quer Potter? – perguntou com os olhos vermelhos – Veio jogar na minha cara que estava certo o tempo todo?

– Não! Claro que não! – disse rapidamente.

– O que quer então? – perguntou com os braços cruzados.

– Eu queria saber como você estava, ele não te merecia Lílian, e se te conforma ele vai estar com um olha roxo amanhã – disse e ela sorriu, meu sorriso – Tudo bem?

– Por que está aqui? – perguntou e suspirou.

– Eu me importo com você – disse dando de ombros.

– Por quê? – ela perguntou com os olhos semicerrados e eu girei os olhos.

– Não se faça de boba, Lílian! – disse bufando e ela deu de ombros – Você sabe que eu me importo, pare de bobeira.

– Tecnicamente a sua preocupação acaba quando a menina está na sua cama – ela disse parecendo pensativa e eu revirei os olhos.

– Por que todos tem que pensar assim de mim? – perguntei irritado e ela deu ombros.

– Talvez seja a verdade.

– Não é não! – disse rapidamente e ela arqueou as sobrancelhas, como se me desafiasse – Tudo bem, eu sempre levo as garotas para os meus quartos, mas eu nunca lhes faço juras de amor, se elas estão indo é por livre e espontânea vontade, mesmo sabendo que vão quebrar a cara.

– E daí você quer que eu te dê uma chance? – ela disse revirando os olhos e fazendo menção de sair do banheiro, mas eu segurei seu pulso.

– Lílian, você sabe que com você não é assim! Caramba o que quer que eu faça para acreditar em mim? – pedi e ela ficou séria.

– Por que me quer tanto? – perguntou e eu segurei a respiração – Serei o seu troféu? A garota que nem mesmo o grande Potter conseguiu, finalmente em sua cama?

– Não! Eu não quero transar com você! – disse rapidamente e então sorri – Bom, não que você não seja gostosa, porque isso você é! Mas você é diferente das outras, não é como se eu te merecesse realmente sei que é um grande egoísmo de minha parte, mas não vou desistir de você!

– E o que me faz acreditar nisso? – perguntou e eu a beijei, sabia que poderia levar um belo e histórico tapa em seguida, mas nada me preparava para o que aconteceu em seguida. Ela me correspondeu, com tantas emoções quanto eu passava para ela e só nos separamos quando estávamos arfantes – Isso te faz acreditar?

– Não pensei nem por um segundo que isso foi uma trégua – disse ela se afastando um pouco, porém um sorriso se formou em seu rosto - Mas pode ser que eu acredite.

– Isso é um sim? – perguntei sorrindo.

– Isso é um talvez – disse indo em direção a porta do banheiro.

– Só mais uma coisa ruiva – disse e ela se virou para trás – Te conheço muito bem para saber que estava mentindo, qual foi o último cheiro que você sentiu?

– Perfume azzaro – disse sorrindo e saindo do banheiro, eu fiquei sorrindo ali, que nem um bobo por vários segundos, uma eternidade eu acho.

Eu havia beijado Lílian Evans, por mais que essa batalha não tivesse ganha, meu cheiro estava em sua Amortencia.

E só ela tinha aquele dom. Ela me deixava louco.