- o Nascimento de Voldemort - escrita por Jackie_Pon


Capítulo 3
A casa dos Gaunt




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_ Que é que você está fazendo aqui, Morfin ?

_ Eu só queria ter certeza de uma coisa... mas agora já vi que tenho.

   Morfin saiu andando com passos firmes. Merope temia o que poderia acontecer. Naquela noite mal conseguia dormir, sabia que o irmão não tinha juízo e poderia fazer uma besteira a qualquer momento.

 

   Estranhou ver o irmão sentado em sua poltrona favorita rindo e conversando com uma cobra, comportamento normal demais. 

 

  

   Tom levantou cedo. Saiu para ir até o centro da cidade resolver alguns negócios de seu pai. Quando estava voltando viu uma sombra na floresta, pensou que poderia se tratar apenas de algum animal, e como sempre andava armado não tinha medo. Porém de repente ouviu um barulho cortando o vento e virou-se rapidamente, mas não viu nada suspeito a não ser uma galho de árvore que acabara de cair. Virou-se rapidamente.

_CRUCIO

   Uma dor alucinante invadiu o corpo de Tom, ele caiu no chão se contorcendo como minhoca, a dor era tão forte e tão intensa que ele sentiu que iria perder os sentidos, só conseguia ver a sombra de um homem vestido de preto que murmurava coisas incompreensíveis para ele.

   Morfin ria e se deliciava em ver o sofrimento de Tom, iria deixa-lo morrer agonizando, mas de repente  dois homens vestidos de capa e chapéu aparataram no local

_ FINITE ENCANTATEM – gritou um deles.

   Morfin desapareceu de vista, enquanto Tom recuperava os sentidos, e olhava confuso para os dois homens de preto de pé acima dele.

_ Que... quem...

_ Obliviate – disse o segundo homem com a varinha apontada para Tom que voltou a perder os sentidos.

_ Essa situação já ficou insustentável, teremos que expulsa-los deste vilarejo, eles simplesmente não respeitam as leis Ogden – disse o homem mais baixinho.

_ Sr. Johnson temos que ser pacientes, eles não são pessoas fáceis de lhe dar, mas eu vou conversar pessoalmente com o Sr. Gaunt amanhã e vou levar uma intimação para o rapaz e você pode retornar ao ministério e dizer que tudo já está normalizado.

   Sr. Johnson concordou com a cabeça e desaparatou em seguida.

   Morfin que havia assumido a sua forma de animago, uma serpente, como não poderia ser diferente, tornou a transformar-se em humano. Agarrou uma de sua cobras e arrancou-lhe a cabeça, a seguir fincou a cobra em frente a sua porta. Morfin considerava não ter tido sucesso em sua missão, usava este simbolismo quando isso acontecia, como um código criado pra punir a si mesmo, pois sempre escolhia a cobra que ele mais gostava para sacrificar.

  

 

   No dia seguinte chegou a residência dos Gaunt um homem de capa e chapéu preto. Sr. Gaunt foi a seu encontro.

_ Que você quer aqui? – perguntou ao homem com grosseria

_ Vim tratar de alguns inconvenientes que andamos tendo, podemos conversar lá dentro?

_ Lá dentro? - questionou o Sr. Gaunt contrariado.

_ Sim, Sr. Gaunt, estou aqui por causa do seu filho, já lhe enviei uma coruja – disse Ogden impaciente.

_ Eu não faço uso de corujas, nem abro cartas – disse Sr. Gaunt enjoado.

_ Então é por isso que vc recebe visitas inesperadas, estou aqui por causa de uma coisa séria, a quebra de uma lei do ministério – insistiu Ogden

_ Tá bem, Tá bem... vamos entrar na maldita casa então – disse Sr. Gaunt zangado.

   Morfin estava sentado em uma poltrona entretido com suas serpentes...

 

* “Silve, silve cobrinha

  Junto ao chão

  Para Morfin vai ser boazinha

  Ou ele irá fincá-la no portão”

 

_ Minha filha Merope – anunciou Gaunt sem muita importancia

_ Bom Dia – cumprimentou-a Ogden.

   Merope não respondeu, lançou umm olhar furtivo ao pai e continuou o que estava a fazer antes da interrupção... arrumar os potes da estante.

_ Bem Sr. Gaunt – continuou Ogden – Retomando nosso assunto, temos motivos pra crer que seu filho tenha utiizado magia em frente a um trouxa a alguns dias*.

   Ouviu-se um “clang” alto e um ruído de algo se espedaçando. Merope havia derrubado um dos potes.

_ Recolha! - gritou Gaunt – É isso aí! Saia derrubando tudo no chão como aqueles trouxas idiotas, pra que serve sua varinha afinal?

_ Sr. Gaunt por favor... – disse Ogden apiedando-se da pobre garota.

_ Tsk – disse o Sr. Gaunt – Reparo

Após as palavras do Sr. Gaunt o pote voltou ao seu lugar totalmente intacto.

_ Sr. Gaunt, deixe-me dizer o motivo da visita – disse Ogden

_Eu te ouvi da primeira vez, Morfin deu uma lição num trouxa que se meteu a besta, qual o problema nisso? – restrucou Sr. Gaunt

_ Ele quebrou as normas do mundo da magia – respondeu Ogden.

_ Morfin quebrou as normas do mundo da magia – sibilou Sr. Gaunt com voz de falsete imitando Ogden. -  Ele ensinou uma lição a um trouxa nogento, isso é ilegal, é?

_ Sim, creio que sim – respondeu Ogden tentando manter-se calmo

   Ele tirou do bolso um pergaminho enrolado em cordas finas.

_ Essa é a sentença dele? – disse Sr. Gaunt

_ É uma intimação – respondeu Ogden

_ Intimação? Quem vc pensa que é pra intimar o meu filho? – retrucou Sr. Gaunt

_ Sou chefe do departamento de sigilo da magia – respondeu Ogden.

_ E vc pensa que está falando com um simples sangue ruim? – disse Gaunt aos gritos. Ergueu o dedo do meio para Ogden que pensou que aquilo sinalizava um gesto obceno, mas percebeu que se tratava de um anel – Vê isso? Sabe de onde vem? Há séculos que isto está na minha família todos de puro sangue.

_ Ok, mas Sr. Gaunt seu filho está sendo convocado...

Gaunt voou no pescoço de Merope ao que parecia querer enforca-la, mas ele agarrou uma corrente dourada que ela tinha em seu pescoço.

_Vê isso aqui? – berrou Sr. Ogden – Vê?

_ Sim, eu vejo – disse Ogden temendo que ele fosse matar a filha sem ar.

_ SLYTHERIN! Salazar Slytherin, nós somos seus últimos decendentes vivos – berrava Gaunt

_ Sr. Gaunt, a sua filha... – disse Ogden, mas segundos depois Gaunt soltou Merope que esgueirou-se a um canto massageando seu pescoço e tomando fôlego.

_ Então – continuou Gaunt – Não fale conosco como se fossemos a sujeira dos seus sapatos, geração de sangues puros

_ Sr. Gaunt creio que nossas decendências não é o que está em questão – disse Ogden – Mas que Morfin enfeitiçou um trouxa fazendo-o sentir muita dor.

Morfin sussurrou algo.

_ Quieto garoto – disse Gaunt – E Morfin se calou -  Você já pagou a memória do trouxa nogento, o que mais precisa?

_ Esse não é o ponto Sr. Gaunt, Morfin violou leis, ele o atacou sem nenhum motivo aparente.

_ Eu sabia que vc era um adorador de trouxas desde o momento em que o vi – respondeu Gaunt enojado.

_ Essa discussão não está nos levando a lugar algum, Morfin quebrou as leis e deve comparece dia 14 de setembro para responder processo por usar magia na frente de um trouxa e causar o infortúnio do mesm...

   Ogden parou de falar ao ouvirem sons de cascos de cavalos seguidos por risos. Morfin ergueu a cabeça ao mesmo tempo que Merope, mas ele lançou uma expressão de ódio enquanto ela empalideceu mais do que era possível dada sua brancura natural.

_ AH! Que horror! – ouviu-se uma voz feminina enjoada gritar – Seu pai poderia limpar esse lugar não é Tom?

_ Isso não é nosso – tudo que é do outro lado da vila é nosso, mas isso aqui pertence a um tal de Gaunt e seus filhos – era a voz de Tom Riddle – dizem que são loucos.

Morfin levantou-se depressa.

_ Senta aí – disse Gaunt em língua de cobra.

_ Tom – disse a voz da garota -  Posso estar errada mas parece que alguém colocou uma cobra ali na porta.

_ Minha nossa! – disse Tom – você está certa, é o filho dele, ele é totalmente maluco, não olhe pra lá Cecília querida.

_ “Querida” – berrou Morfin em língua de cobra – Ela a chamou de “querida”. Viu? Ele não te quer

_ Como é? – disse Sr. Gaunt também em língua de cobra – O que você disse Morfin?

_ “Ela adora ficar olhando e conversando com aquele trouxa ali – disse Morfin numa expressão de extremo prazer ao ver a cara de apavorada da irmã – conversa com ele todo dia e fica olhando sempre que ele passa, fica esperando na janela ele aparecer.

_ Na janela pra olhar um trouxa? – indignou-se Sr. Gaunt, esquecendo-se completamente de Ogden – Isso é... verdade? Minha filha? Sangue puro? Descendente de Salazar Slytherin se relacionando com um trouxa nogento?

_ Mas eu dei uma lição nele pai... eu peguei ele e o fiz pagar, ele não ficou tão bonito ao se contorcer de dor sob minha maldição, não é mesmo Merope? – disse Morfin rindo-se.

_ Maldita!!! Traidora do próprio sangue nogenta – gritou Gaunt voando no pescoço de Merope que gritou desesperadamente.

_ RELACHIO – berrou Ogden erguendo a varinha e Gaunt sentiu seus músculos adormecerem.

   Merope aproveitou a deixa para escapar, correu muito até chegar na beira de uma floresta, lá se sentou e chorou muito, um choro agonizante e desesperado, não sabia se por causa do pai ou pelo que tinha ouvido de Tom. Afinal pra onde foi aquele rapaz bondoso que conhecera? E ele nunca havia mencionado ter uma namorada, noiva ou seja lá o que fosse aquela tal de Cecília.

   Merope permaneceu ali até que os primeiros sinais da noite apareceram. Ela levantou-se e começou a caminhar então escutou barulho de cascos de cavalos que se aproximavam.

_ Alto! Quem está aí? – gritou uma voz desconhecida ao mesmo tempo que Merope via-se sob uma luz de lanterna.

_ Esperem, eu a conheço – disse uma voz que soou conhecida para Merope.

   Era Tom, ele olhou para Merope com olhar duvidoso – o que faz aqui – disse secamente.

_ Eu briguei com meu pai, eu... eu... não tenho pra onde ir...

   Tom olhou em volta e contrariado disse:

_ Vamos... passará a noite em minha casa, suba em meu cavalo.

   Merope alegrou-se muito, montou no cavalo e segurou em Tom, e como era maravilhoso estar perto dele, realmente o amava, nada a teria feito mais feliz naquele momento e esqueceu-se de tudo de ruim que ocorrera pela manhã.

 


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