''O ódio, tal como o amor, alimenta-se com as menores coisas, tudo lhe cai bem. Assim como a pessoa amada não pode fazer nenhum mal, a pessoa odiada não pode fazer nenhum bem.''

Foi o que ouvi falar na gravação do filme no qual meus pokemon, juntamente com os de Black estavam encenando; a atriz principal era Rosa, uma amiga de longa data; a mesma que acabara de dizer a bela frase que parecia ser tirada de um dos roteiros de Shakespeare, essa frase me ecoou na mente, ate eu lembrar de Black parado ao meu lado, assistindo a gravação do filme. Foi ai que meu estomago roncou e ele olhou para mim, com um sorriso bobo nos lábios.

–Acho que alguém aqui está com fome, não?

–Não. - foi ai que, por pura ironia do destino, meu estomago voltou a roncar, e ele a rir.

–Haha, fica mentin...! - ele foi cortado pelo barulho que seu estomago também emitiu. – Er... Acho melhor irmos almoçar, não? - ele falou sem graça e eu ri, dando um soquinho fraco no braco dele.

–Baka. - falei e me apressei para ir para o elevador já que ir de escadas estava fora de cogitação, e o restaurante do estúdio só ficava no primeiro andar, sendo que esse estúdio se localiza no terceiro andar; chamei o elevador e Black chegou ao meu lado.

–Que pressa hein, senhorita White. - ele brincou, se fingindo de serio e entrando no elevador, seguido por mim, que chegara a poucos segundos.

–Diferente de você, senhor Black, eu não sou lerda! - eu brinquei também, rindo, e ele acabou por rir um pouco também.

–E diferente de você, eu não faço a barba! - ele riu e eu o encarei ofendida, sqn.

–E-Eu não faço a barba! Diferente de você que dorme abraçado num ursinho!- nos encaramos sérios e... Começamos a rir do nada, era bem normal isso acontecer em momentos banais como esse, mas foi ai que um tremor forte no elevador fez-o parar com nos dois lá dentro. Nós dois. Pressos. Em um elevador.

–W-White? Onde você esta?

–Acho que... Não faço de onde eu estou, Black.

–Não se mexa, ok? - ele falou e no segundo seguinte senti algo encostar no meu ombro e por instinto, dei um soco na ''coisa''.

–A-Ai, White! Não precisa me bater!

–A-Ah, desculpa, achei que fosse outra coisa.

–Tipo um bicho esquisito?

–É. - depois disso um silencio um pouco constrangedor invadiu o elevador escuro. Eu me sentei no chão e senti que ele se sentou também, e alguns segundos depois, vi uma luz de emergência falhando um pouco acima de nós.

–Ei, Black...

–O que foi...?

–Quanto tempo acha que vamos ficar aqui?

–Eu... Eu não sei White, mas não devemos ficar aqui por tanto tempo assim.

–Ah, bom. Acho que...Devíamos ligar para alguém para avisar que estamos aqui não? - dei a ideia e logo ele se levantou me puxando junto.

–Não deve ter sinal, mas talvez devêssemos tentar. - ele falou, pegando seu telefona, que era possível ver pela luz falhando ao lado, e pela claridade que o IPhoke* dele fazia. Logo em seguida peguei o meu também, e comecei a rondar o elevador a procura de um sinal.

–Achou alguma coisa, Black?

–Não. - o elevador teve outro tremor forte, e dessa fez eu estava desequilibrada e acabei tropeçando, empurrando sem querer, o Black para a parede do elevador, indo junto, quando voltei a abrir os olhos e vi aquela cena, corei em mais de 10 tons diferentes de vermelho. Ele também estava corado, mas não tanto como eu, podia ver o brilhos dos olhos dele, mesmo no escuro.

–De-desculpa Black! E-Eu... - eu ia me distanciar de novo, quando ele me segurou pela cintura, e olhou nos meus olhou, podia jurar que estava bem mais corada, ele se aproximou mais de mim, e sussurrou na minha orelha um ''Não me bata de novo, ok?''. Dito isso ele se reaproximou de mim, me segurando mais para perto. Só sei que de um momento pro outro, nossos lábios se encostaram.

Tudo estava perfeito, ali, com ele, naquele momento no escuro, no qual não trocaria por nenhum outro. Por que com ele, era sempre único.