Jealousy escrita por Yukimura


Capítulo 1
Único: Você também sente?


Notas iniciais do capítulo

achei e ia excluir (inclusive estava incompleta), terminei rapidinho e vou postar pela @seragaku do twitter (espero que o user ainda seja esse, ela muda bastante hahaha jk)



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Aomine dentre todos os caras, era o ultimo que Momoi conseguiria ver daquela maneira. Desde sua ultima conversa com Kise, aquilo vagava em sua mente, e era inevitável não pensar, eles viviam juntos praticamente, ela via Aomine com mais frequência que sua mãe (ou quase).

Na primeira folga pós jogo da Touou, e depois de saber que Imayoshi-senpai deixaria o time, Sakurai achou que seria uma boa ideia saírem para se distrair, relaxar, comemorar, se despedir... O treinador achava isso bobeira, tinham de treinar, e não deveriam deixar a derrota os alcançar novamente. Mas Momoi via isso de outra maneira, e decidiu convencer o treinador a lhes permitir essa distração momentânea. Só convencer Ahomine a ir que era mais difícil, ele não gostava de sair em grupo, quanto menos em time.

Ela estava terminando de arrumar as madeixas rosadas quando ele entrou no quarto dela sem se importar com o que ela poderia estar fazendo.

- Oe Satsuki, onde você vai? – disse com a voz preguiçosa de sempre e se jogou na cama dela, que estava cheia de roupas que ela pensou que possivelmente usaria, e ele não dava a mínima.

- Eu não disse a você que vamos ao Karaoke? – virou-se pra ele e colocou as mãos na cintura. Ele bocejou, mas não respondeu. – Ótimo... Você esqueceu. – resmungou voltando-se ao espelho.

- Eu não esqueci, - disse inexpressivo – não há razão para eu usar meu sábado a noite pra sair com um monte de bichas pra cantar.

Momoi quase riu do comentário, mas continuou passando o rímel e o ignorou. Mas Aomine se cansou e bufou enquanto levantava-se da cama dela para partir.

- Se você vai é problema seu, eu vou treinar.

Ela sorriu um pouco quando ele saiu. Esse era o Dai-chan, mesmo irritadiço e rude, ele estava superando a derrota da maneira dele, e estava animado com o próximo jogo, estava ansioso. Quando fora a ultima vez que Momoi vira Aomine ansioso e animado com algo? Fazia meses, talvez um ano, mas era realmente muito bom saber que ele se sentia assim, fazia ele parecer o Dai-chan de antes. Ela sentia falta daquele sorriso.

-

Chegando ao Karaoke, ela se encontrou com seus parceiros de equipe, e foram para a sala alugada por eles. A noite foi contente e calorosa, com piadas sujas contadas pelos meninos, Sakurai tinha se soltado um pouco mais (na verdade tinha ficado bem empolgado, e até cantou duas músicas da Kyaryu Pamyu Pamyu, com direito a coreografia e tudo), muita junk food e gritaria.

Quase perto da hora de irem, Imayoshi-senpai perguntou de Aomine. Ela respondeu um “Eu não me importo com o que aquele idiota está fazendo” depois de lhe contar que ele tinha preferido ir treinar, e poderia parecer que ela estava brava, mas o sorriso dela ao mencionar isso dizia o completo oposto, e Imayoshi-senpai sabia que ela estava na verdade bastante contente com isso.

Enquanto ia até a estação de trem, sozinha já que era a única que tinha que ir para aquele lado, Momoi achou uma pedrinha azulada, e foi chutando-a distraidamente durante o percurso. Num ímpeto de distração, chutou a pedra com um pouco mais de força, quando pensara em Aomine com uma das líderes de torcida, que, aliás, estava louca pra dormir com ele. E ela sabia que eles iam fazer tudo, menos dormir. Não sabia exatamente como sua mente poderia ter vagado entre tantas coisas e coisas e ter acabado justo naquele assunto, poderia estar pensando em Tetsu-kun ao invés d...

- Itai!* - reclamou a pessoa atingida pela pedra. E só então Momoi se deu conta que ele parecia ter reclamado mais vezes já que estava agachado segurando o tornozelo-alvo.

Só pela voz, ela pode reconhecê-lo.

- Ki-chan... – disse se aproximando do loiro que choramingava.

- Itai Momoicchi! – reclamou mais uma vez.

Ela agachou também para perceber que ele tinha ganhado um hematoma.

- Sinto muito Ki-chan, eu estava tão distraída e nem vi você.

Kise riu um pouco e sentou na calçada, ela o acompanhou.

- Agora que penso nisso, - comentou o loiro – o que faz por aqui e ainda por cima sozinha?

- Ah, estava no Karaoke aqui perto com o time, era uma comemoração despedida do Imayoshi-senpai.

- Vocês perderam, não tem o que comemorar. – ele zombou.

- Ki-chan! – ela reclamou.

Eram poucas as vezes em que se viam o Kise sendo sério, ele era sempre tão emotivo e sorridente, parecia que o sorriso dele era pintado no rosto dele, pra nunca se apagar.

- Eu entendo. – disse seriamente, assustando um pouco a menina. E então olhou pra ela, com o sorriso permanente de volta lá, como se nunca tivesse saído. – E onde está o Aominecchi?

- Preferiu ir treinar.

O sorriso dela não precisava de mais palavras, e Kise sorriu também, compartilhando daquele sentimento nostálgico.

- Pode me dizer por que você estava tão distraída, ou é confidencial?

Estava um pouco frio aquela noite, então Momoi se encolheu um pouco e passou as mãos nos braços, a fim de se esquentar um pouco. Kise percebendo ofereceu seu casaco, que de primeira ela recusou, mas depois aceitou.

- Bem, estava pensando no Aomine-kun. – e Kise murmurou um “compreendo” em resposta. Mas o olhar dela não era o mesmo de antes, mesmo que ainda se tratasse da mesma pessoa, com os mesmos defeitos e qualidades.

Ele deixou que o silencio acompanhasse o clima e deu a ela tempo que parecia estar usando para escolher as próximas palavras.

- Ki-chan... – ela chamou baixinho, e ele moveu as orbes douradas para acompanhar as rosadas dela. – Como é exatamente... sentir ciúmes?

Kise sorriu com a pergunta.

- Hmm, como posso explicar... – fingiu pensar e a viu ficar um pouco tensa.

- Ah, deixa pra lá, já está tarde. – disse ela adquirindo um tom de rosa próximo ao dos cabelos, ficou de pé e Kise a acompanhou.

- Eu ainda posso responder se você quiser. – disse o copy cat sorridente.

- Não... Não precisa. – e tentou devolver o casaco, que ele recusou.

- Não vou deixar você ir pra casa sozinha nesse frio Momoichi, fique com meu casaco e deixe eu te levar até pelo menos a estação de trem?

Momoi tentou recusar mais uma vez, mas por fim deu-se por vencida e se deixou ser acompanhada por Kise. Conversaram sobre várias coisas aleatórias e Momoi mostrou o vídeo de Sakurai ‘empolgado’ no Karaokê.

Aquele vídeo entraria para a história do time.

-

Estava muito tarde quando chegou à rua de sua casa, mais do que havia deixado avisado que voltaria, talvez sua mãe a estivesse esperando para uma bronca, mas para a surpresa da menina rosada outra coisa a aguardava em frente à sua casa.

– Oe, você demorou Satsuki. – reclamou o moreno que se esforçava para não tremer de frio.

Momoi apressou os passos rapidamente para alcançá-lo.

– O que está fazendo aqui Ahomine? – o tom de voz mais elevado do que ela pensou que seria.

– Você é tão barulhenta, as pessoas estão dormindo. – e apontou para a casa dela, onde todas as luzes estavam apagadas.

Então ela entendeu porque ele esperava por ela do lado de fora.

– É alguma emergência? Você não pode esperar até aman– antes que conseguisse terminar a frase, Daiki a interrompeu.

– De quem é esse casaco aí que você tá usando?

Momoi travou, e de repente lembrou que esquecera se de devolver o casaco de Kise quando chegaram à estação.

– Ah, – começou ela, um pouco constrangida, apesar de não ter um motivo real para isso – é do Ki-chan, ele me emprestou e eu acabei me esquecendo de devolver...

– Kise também foi ao Karaokê? – ele parecia tão interessado que acabou intrigando a amiga.

Momoi explicou rapidamente que encontrara com ele no caminho e se apressou para entrar e levar o amigo quase congelado para dentro. Depois de uma xícara de chá, que não era tão difícil de preparar – até mesmo pra ela – estavam mais aquecidos. Sem que ela pudesse reclamar, ele dormiria lá.

Momoi se perguntava se ele havia recebido alguma mensagem da garota líder de torcida. Ela ficou claramente muito animada quando finalmente conseguiu o número dele; Este que ela conseguiu extrair de Momoi depois de muita persistência. No começo, Momoi pensou que fosse irritá-lo, dando seu número para garotas que o perseguiam... Mas depois ela pensou mais, e chegou à conclusão que talvez ele gostasse daquilo. Sua esperança estava em receber uma bronca por ter feito o que fez, mas ele não disse sequer uma palavra sobre.

Momoi foi dormir inquieta, pensando sobre as mensagens que eles poderiam estar trocando... Sobre o conteúdo delas...

Sem conseguir controlar sua ansiedade, levantou-se e sob a penumbra arrastou-se até a sala onde o garoto dormia todo espalhado no sofá. Com dificuldade, apalpou a mesa de centro procurando pelo pequeno eletrônico do amigo, tudo com o todo o cuidado que conseguia, não queria acordá-lo e ser pega no flagra, ela só estava curiosa...

Depois de bater no vaso algumas vezes, achou o objeto, o encarou por alguns segundos, pensando se o que estava fazendo era mesmo certo, talvez, tivessem coisas que não eram para serem vistas... Talvez...

Isso a deixava muito mais curiosa.

Abriu o celular lentamente, rezando para que ele não tivesse um daqueles jingles que toca quando abre, e para sua sorte, não tinha, colocou o celular no vibra rapidamente e abriu as mensagens.

– Achou o que estava procurando? – perguntou a voz rouca próxima do seu rosto.

Momoi ficou estática.

— Achou ou não? – ele perguntou mais uma vez.

A menina que estava de joelhos no chão, caiu sentada e gaguejou algumas centenas de explicações sem sentido, depois que todas as incoerentes haviam se esgotado, admitiu a verdadeira razão de estar fazendo aquilo.

Aomine escutou tudo, esfregou os olhos e riu.

– Você é uma bobona Satsuki. E eu não recebi nenhuma mensagem.

Ela conseguia até se sentir mais leve.

– Você tá com ciúmes Satsuki? – perguntou o provocador Ahomine.

– Sim, eu estou. – De repente o sentimento de leveza ficou tão leve que voou, e Momoi estava tão envergonhada que acabou sendo sincera.

O silêncio foi inesperado, mas acabou durando uma quantidade suficiente para impulsionar Momoi a dizer mais coisas que eram verdade, mas que ela não queria que fossem ditas.

– Você também sente?

E ficaram em silêncio por mais um instante. Momoi conseguia escutar o próprio coração bater na escuridão.

– Sim, eu também sinto Satsuki.


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Notas finais do capítulo

Nada pra me dizer? ou

~~ C DE CIÚMES, TUDO BEM PRA MIM~~



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