Os 7 Descendentes escrita por Paola Grimmheart


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Como prometido =D Gente, eu tive uma notícia ruim essa semana. Se quiserem saber, me mandem uma MP que eu conto. Não é nada demais para vocês, mas me deixou muito triste. Mas eu continuarei escrevendo e postando, por favor, comentem sobre o que gostaram, suas ideias e opiniões =D



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Connor encontrou Harley do lado de fora da casa abandonada.

Ela estava linda como sempre. Seu cabelo ondulado castanho-avermelhado estava caindo sobre os ombros até a cintura de um jeito que a deixava mais velho do que era, mas ao mesmo tempo mais bonita. Ela usava calça jeans, um moletom cor de vinho e tênis de cano longo pretos e uma mochila preta nas costas.

– Harley – Connor correu até ela.

Harley se virou com um sorriso.

Deus, como eu amo essa menina, Connor pensou e a beijou. Eles haviam começado a namorar no último mês quando Connor decidiu se declarar à Harley e para a felicidade dele, a menina também gostava dele.

Harley podia matá-lo, destruir o que ele mais gostava ou até mesmo uma cidade inteira, mas Connor sempre pensou que isso fosse algo que ela nunca faria. Para ele, ela sempre cuidaria das pessoas, reconstruiria casas e curaria ferimentos das pessoas – algo que ela podia fazer por ter controle sobre a Criação.

Ela o afastou gentilmente e com um sorriso.

– Achei que fosse demorar mais, Connor – disse ela.

– Desculpa Harley. Houve um imprevisto, mas já consegui cuidar de tudo. Ah, soube da sétima descendente?

Harley assentiu.

– Ela está aí, certo?

– Sim. Derek conseguiu trazê-la novamente para cá. Ela é muito medrosa e chora por tudo. Eu acho que eles vão ter um pouco de problema.

– Por quê?

– Eles estão tentando fazer com que ela não seja assim. Ela é uma de nós e precisamos do poder dela para nos salvar e resgatar os outros das mãos dos militares.

– Ela é a descendente da casa de Miller, certo?

Connor assentiu.

– Você disse que ela é medrosa e chora por tudo... Será que o poder obscuro combina com ela?

– Combinando ou não – Connor respondeu. – É o poder dela e ela vai ter que aprender a lidar com isso.

Harley assentiu, ela concordava com o namorado.

– Vamos. Estou ansiosa para conhecer essa menina chorona.

Connor abriu a porta e deixou Harley entrar primeiro e logo fechou a porta. Abriu o porão e a entrada do bunker, logo dando de cara com Melissa sentada em uma das camas com uma cara nada amigável e Nate e Derek conversando perto dela, mas não pareciam socializar com ela.

Harley encostou a porta e se aproximou deles e Connor fez o mesmo.

– Boa tarde.

– Boa tarde, Harley – Nate disse. – Essa é...

– A garota Miller – Harley o interrompeu e olhou para Melissa. – Eu sei. Eu estudava com ela.

Melissa a olhou e franziu a testa.

– Estudava?

– Achei que soubesse – Harley puxou uma cadeira e sentou em frente à Melissa. – Quando Stephanie foi levada pelos militares, eu decidi que sairia dali e conseguisse uma boa desculpa.

– Por quê? Que desculpa?

– Ela realmente pergunta muito – Harley afirmou. – Porque seria perigoso se acidentalmente eu mostrasse minhas habilidades. E a desculpa é que eu fui encontrada morta em casa.

– Isso não seria suficiente para os militares – Melissa afirmou.

– Seria sim – Harley afirmou. – Meus pais estão mortos e não tenho qualquer um tipo de parente vivo ou amigo além deles. E também ninguém quase nunca me vê, é muito fácil eu me dar por morta do que por viva.

– Mas e o documento que todos têm? O exército tem controle sobre isso.

Harley se levantou e devolveu a cadeira ao lugar dela.

– Connor está certo. Vamos ter um grande trabalho com ela.

Melissa se levantou.

– Comigo? Por quê?

Derek não fez nada, mas Melissa começou a se contorcer de dor e pedindo para parar e logo depois disso, ela apenas se ajoelhou. Mas Derek tinha feito aquele truque que Connor achava um pouco de maldade com alguém igual à Melissa.

A menina se levantou.

– Isso é o que eu levo por fazer perguntas?

– Sim. Perguntas demais – Derek respondeu.

Melissa preferiu se calar e por longos trinta minutos, ela ficou sentada na cama, revirando a mochila.

– Eu preciso voltar. Meu irmão vai me procurar se eu demorar demais e vai achar vocês.

– Mataremos ele – Nate disse. – Pronto. Sem batalhas e preocupações.

– Vocês não podem!

– Pare de pensar nele. Se fosse ele no seu lugar, acredito que ele pouco se incomodaria se falássemos em te matar, ok?

Melissa se levantou e pegou a mochila.

– Não acredito em vocês.

– Então por que veio aqui? – Derek perguntou.

– Porque você me disse para vir.

– Você é tola, garota. Se eu não fosse um garoto legal e não fosse um dos sete, você provavelmente estaria violentada e morta.

Melissa admitiu para si mesmo que ele estava certo. O que ela fez foi muito perigoso. E agora era perigoso.

– Mas me diga uma coisa: Você é um garoto legal? – Melissa disse com um tom de ironia.

Derek lançou um olhar que assustou Melissa. Ela não deveria ter feito aquilo.

Ele corre até ela e a pôs contra a parede, apenas segurando-a pela gola da camiseta da escola.

– Não ouse usar ironia comigo, garota. Você não faz ideia do que eu posso fazer contra você.

Melissa não podia ficar com medo daquele garoto, mas ela estava. E ela tinha que continuar usando ironia com ele, talvez fosse um jeito de sobreviver. Ou morrer mais cedo. Mas ele não poderia machucá-la.

– Estou com medo! – Melissa ironizou.

Derek pressionou mais Melissa contra a parede e a fez ficar com um pouco sem ar. Ele poderia estar a matando apenas com o som ou com imagens terríveis na mente. Mas aquela garota o tirava do sério, ele queria usar o modo tradicional.

– Derek, só não a mate – Nate disse. – Sem ela não conseguiremos...

– Salvar Stephanie e os outros – Derek completou, impaciente. – Eu sei. Jackson seria muito melhor como o sétimo descendente do que essa garota chata.

Melissa não aguentava mais ouvir tudo aquilo e ser humilhada. Mas o que ela podia fazer? Se usasse seus poderes, teria dor de cabeça terrível e teria que ouvir o som agudo que poderia deixá-la surda. Ela não queria aquilo.

– Eu não consigo respirar – Melissa disse, tentando conseguir um espaço.

Derek a soltou e Melissa caiu no chão e logo se ajeitou já que ela estava de saia. Derek se abaixou perto demais dela.

– Não pense que eu vou tolerar crianças bobas como você.

Ele deu meia-volta e saiu do bunker.

Melissa recuperava o fôlego enquanto os outros três a olhavam. Ela estava causando problemas à eles e tinha que ajudá-los e tentar não causar mais vergonha. Ela tinha que ser forte.

Melissa se levantou e puxou o casaco da cintura e o vestiu e colocou a mochila no ombro.

– Eu tenho que ir.

– Volte aqui amanhã depois das aulas, ok Melissa? – Harley disse gentilmente, mais gentil que qualquer um.

– Ok. Até amanhã.

Melissa saiu do bunker e encontrou Derek batendo em uma parede da casa e ela apressou-se em sair. Se ele a visse, ela provavelmente já estaria morta.

Pegou o caminho que dava para o bairro assombrado dela para casa.

Melissa se lembrou que Derek também morava ali, mas onde ele morava? Queria permanecer o mais distante possível daquele garoto.

– Irmã! – ouviu Jackson correndo até ela e a mesma parou.

– O que houve?

– Que bom que você voltou. Os militares estão vasculhando a casa como de costume e querem saber onde você foi.

– Ah, desculpa.

– Comprou nada não?

– Nada me apeteceu – Melissa respondeu e seguiu Jackson até em casa.

Ao chegar lá, dois militares com fuzis em mãos estavam verificando os pertences dos pais deles.

A mãe de melissa vestia apenas um vestido cinzento e o cabelo ruivo estava preso em um coque e ela usava lápis de olho. Pelo fato do marido servir no Exército, ela sempre queria ter uma postura como se ela fosse a líder dali, mas não era.

O pai dela vestia a mesma roupa que os militares e tinha o cabelo preto aparado e usava as medalhas de quando ele era mais novo. Ele sorriu quando Melissa chegou.

– Onde estava, Melissa?

– Indo comprar algumas coisas – Melissa respondeu.

– Mas você está sem bolsa de compras – um dos militares disse.

– Eu não gostei nada do que vi.

Um guarda assentiu.

– Uma menina mimada.

Se fosse Nate ou Derek dizendo, Melissa tentaria fazer algo, mas era um guarda. Ela não ousou pensar em algo ruim.

– Abra sua mochila – o outro guarda assentiu.

Esse parecia muito familiar apesar de usar o capacete militar. Melissa conseguia ver cabelos castanhos compridos quase no ombro – que lhe lembravam de Derek, embora o dele fosse negro – e olhos castanhos como se tentasse avisar algo.

Melissa tentou esquecer isso e abriu a mochila da escola e o primeiro guarda – que era loiro e de olhos verdes – revistou.

– Nada encontrado, Randstorm.

Randstorm?, pensou Melissa franzindo o cenho, ele é um de nós? Não pode ser.

– Entendido – disse ao guarda e logo à um walkie-talkie e fez um gesto como se desligasse ele, o que o primeiro guarda pareceu não perceber.

– Eu vou encontrar um amigo – Jackson disse. – Estou liberado?

– Está – o primeiro guarda disse e Jackson saiu, deixando o guarda familiar confuso.

O guarda Randstorm preparou o fuzil e Melissa se jogou contra o sofá e ficou abaixada no chão. O guarda Randstorm descarregou o pente do fuzil e Melissa se perguntou o que havia acontecido à família e sentiu uma vontade de se levantar, mas mesmo ele sendo um deles, Randstorm era um guarda.

Quando os tiros pararam, Melissa foi puxada para o lado oposto e um fuzil estava na reta de seu rosto.

Ela engoliu em seco.

– Achei que você fosse usar seus poderes – o guarda Randstorm disse e abaixou o fuzil e trocou de pente ao mesmo tempo. Ele puxou Melissa para cima pela mão dela. – Você está bem?

Melissa olhou ao redor e seu pai estava totalmente fuzilado com mais de dez tiros e caído sobre uma mesa, enquanto sua mãe estava no chão com vários tiros também. E o primeiro guarda estava bem pior e caído entre dois cômodos.

– O quê... O quê... ? Foi Derek que te ordenou? – Melissa sentiu uma enorme vontade de puxar aquele fuzil e fazer com que Randstorm ficasse três vezes pior que os pais.

– Não – o garoto tirou o capacete e jogou de lado, fazendo seus cabelos castanhos aparecerem mais. – Eles te denunciaram. Por que acha que vieram dois guardas aqui? Seu irmão te deixou, caia na real.

– Ele só foi falar com o amigo dele.

– Acredita nisso? Melissa, você sabe melhor que ninguém: seu irmão não tem amigos.

Melissa parou e pensou. Aquele garoto estava certo. Jackson havia mentido para Melissa.

– Não pode ser – a menina sentou em uma cadeira tentando engolir tudo o que havia acontecido. – Por que isso está acontecendo comigo?

– Quando se é uma de nós – o garoto se ajoelhou e ficou com o rosto na mesma reta que o rosto de Melissa. – Ter família neste século é apenas um empecilho.

– Século? – Melissa franziu o cenho. – E seus pais?

– Mortos há bastante tempo - respondeu o garoto se levantando. – Meu primeiro nome é Luke. Assim como todos os outros, não podemos existir nesse mundo. Eu tive a ordem de te matar, não sua família nem o guarda.

– O quê?

– Para eles, você está morta. Vai treinar e aprender a viver sem seus poderes e a controlá-los caso precise usá-los. Vamos resgatar Stephanie e vamos viver longe daqui e esperar o tempo certo para resgatar os outros e viver em paz.

– Viver em paz? Luke, tudo isso é apenas baseado em guerras. Não poderemos viver em paz. O único jeito de viver em paz é todos morrerem e a Terra seria muito melhor. Matar militares só porque eles nos caçam, não quer dizer que vai trazer paz. E os outros? E quem não é como a gente?

– Você sabe quem sou eu?

– Óbvio que não – afirmou Melissa.

– Eu sou uma das Sete Casas.

– Todos são descendentes, certo?

– Eu sou uma das Sete Casas, Melissa – Luke disse com uma expressão tão séria que Melissa se levantou e ele fez o mesmo. – Sabe o que isso significa?

Melissa negou.

– Eu estou vivo há mais de quinhentos anos. Eu consegui o poder eterno. Eu sou imortal.


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