O Amor é Cego escrita por Babi Rodrigues, Babi Hutcherson Black, Babi Hutcherson Black


Capítulo 6
The Girl's Eyes


Notas iniciais do capítulo

Bom diaaaaa!!!! Como estão? Eu estou happy porque tirei notas boas, que é o motivo de eu ter demorado tanto, depois da preguiça de betar e passar pro Peeta e pra Katniss. Estou caindo de sono aqui mas eu não aguentaria mais uma certa pessoa enchendo meu saco.
Obrigada à todos que comentaram, vou respondê-los amanhã assim que entrar, porque agora realmente não dá.
Boa leitura!



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– Oi, Kat! Desculpa o horário!

– Não! Sem problema! - Eu estava tremendo.

– É... Que... Erm... Foi muito bom encontrar você hoje! Eu queria te ver, conversar! - ele falava totalmente constrangido, parecia estar com medo de mim. Não era pra menos, se eu deixasse a raiva falar mais alto que o amor, com certeza ele ouviria um monte.

– Por mim, tudo bem... - era a resposta mais simples e mais idiota do mundo, mas foi a única coisa que consegui dizer.

Depois disso ele pediu meu endereço e marcamos que ele viria me buscar às 9 horas da manhã do dia seguinte para que pudéssemos passar o dia juntos, passear... Toda essa pseudo-normalidade me deixava nervosa.

§§§

Naquela noite eu demorei muito a pegar no sono, e na verdade nem sei bem como consegui essa proeza. Às 8h eu já estava no banho, rezando para que uma hora passasse logo.

– Kat? - Annie batia de leve na porta do banheiro

– Oi, Annie!

– O Peeta tá subindo!

– SUBINDO? MAS, SÃO 8 HORAS! Eu marquei às 9! Nem me arrumei ainda! Nem me preparei psicologicamente!

– É... Mas, ele tocou o interfone! E eu disse pra ele subir! Finalmente vou conhecê-lo! Uuuu! – Annie dizia animada.

– Annie, pelo amor de Jesus Cristinho, vai lá e o distrai!

Às 8:30 eu já estava pronta. Ao chegar na sala Peeta levantou pra vir falar comigo, ficando de costas pra Annie que começou a fazer sinais pra mim. Ela se abanava exageradamente, o que significava que tinha achado ele um gato, ou, como ela mesma bateu os lábios: “So Hot”. Aquilo foi super constrangedor porque apesar de 5 anos distantes, eu conhecia bem o Peeta, e sabia de sua grande habilidade para sentir a presença de objetos, gestos e movimentos... O que significa que mesmo de costas ele estava “vendo” aquele “auê” da Annie. Dei um jeito de me despedir dela antes que aquilo ficasse mais constrangedor.

Saímos e voltei correndo pra pegar minha bolsa. O que deu tempo suficiente pra Annie sussurrar “Pega ele, amiga!” Eu saí rindo e mostrando o dedo do meio pra ela, que riu alto. Eu raramente mostrava o dedo do meio para alguém.

– Desculpa eu ter vindo tão cedo! - Ele disse já no carro. Tínhamos ficado num silêncio assustador até então.

– E eu que já estava achando que tinha entendido o horário errado!

– Não! Eu é que não agüentei esperar até as 9hs pra ver você!

Sorri nervosa para ele.

§§§

– Então, você trabalha mesmo com Fotografia!?

– Aham!

– Eu gosto de fotos! Gostaria de ver as fotos que você já tirou.

– Claro! Qualquer dia desses eu te mostro! - Esse era meu jeito discreto de implorar para que nos víssemos mais vezes.

Estávamos sentados no St James há cerca de três horas. O tempo passou voando. Contei pra Peeta sobre a faculdade que fiz de Jornalismo, sobre trabalhar como fotógrafa para revistas famosas, sobre meus amigos e mais um monte de coisas! Ele me contou como foi fazer a cirurgia, voltar a enxergar. Contou sobre a faculdade de Cinema que fez, sobre o curso de Literatura. Ele tinha se tornado um importante escritor. Eu fiquei pensando em como as coisas só acontecessem no momento em que se é pra acontecer. Eu lia muito, o Peeta tinha se tornado um importante escritor e eu não ouvi falar nele em nem uma vez durante 5 anos.

– A Mags ainda trabalha com você?

– Trabalha! Ela sempre fala em você!

– Sério?

– Sério!

– É... Eu gosto muito da Mags!

Ou seja, muitas vezes a Mags falava sobre mim e ele escutava. Ele suportava aquilo numa boa? Ele não sentia a minha falta?

– Você gostaria de ver a Mags? Eu poderia te levar lá em casa! Você a veria e conheceria minha casa! - Ele parecia empolgado com a idéia e eu aceitei. Quanto mais tempo eu pudesse ficar perto dele seria melhor. Então, aceitei!

§§§

– Maaags!

– Kat! Oh, que saudades de você, menina! - Mags tinha um ar tão maternal... Eu sentia falta dela também.

– Como você está, Mags?

– Estou bem! Meu Deus, você cresceu muito! É uma mulher! Fiquei tão feliz quando o Peeta disse que encontrou você!

Fiquei conversando com Mags e Peeta durante uma hora ou mais. Até que ela foi à cozinha preparar seus famosos lanchinhos, aquilo fazia eu me sentir uma criança. Mas, tinha algo mais... Tudo aquilo fazia eu me sentir em casa, ou melhor, de volta pra casa.

A casa do Peeta era toda feita em madeira branca, super clara. Passava uma paz, uma calma.

– Vem cá, eu quero te mostrar algo! - Peeta me puxou pela mão até a biblioteca. Aquela visão me machucou um pouco, lembrei da antiga casa. Era um novo ambiente, mas todos aqueles livros continuavam lá... E isso me fez lembrar das tardes em que eu lia pro Peeta, da 1ª vez que o vi. Por que tudo tinha que ser tão difícil?

– Esses aqui são os livros que já escrevi. São poucos, mas...

– Poucos? Você escreveu em um período de 4 anos, sendo que durante esse tempo você ainda fazia faculdade e cursos. Três livros é muita coisa se você parar pra pensar!

Ele sorriu e depois me mostrou os livros... O 1º falava sobre cegueira, nada técnico ou médico ou algo assim. Era algo como o relato de alguém que perdeu a visão e voltou a enxergar, a luta, os problemas. O 2º era sobre Cinema, o curso que ele fez na faculdade.

– E esse 3º livro?

– Este é seu! Toma! - Ele disse me entregando o livro.

– Ah! Obrigada! “Menina dos Olhos” - Eu disse lendo alto o título. - Sobre o que é?

– Sobre você! - Ele disse receoso.

Tudo bem! Eu até tinha sido forte até ali! Não tinha chorado na frente do Peeta, passamos o dia conversando numa boa. Mas, aquilo estrangulou a minha garganta.

– Sobre mim? - Perguntei deixando uma lágrima cair.

– Kat, eu sei que você deve achar que eu não amo você, e deve ter raiva porque te deixei. Sei que te fiz sofrer muito. Eu me arrependi de tanta coisa. É importante para mim que você entenda que eu nunca deixei de pensar em você em nenhum dia da minha vida. - Ele disse com os olhos lacrimosos e eu já estava chorando... - Kat, leia, por favor! Leia pra que você possa entender tudo o que estou tentando te dizer, tudo o que eu quero te dizer!

Eu afirmei com a cabeça, enxuguei minhas lágrimas e não disse mais nenhuma palavra. Mags entrou trazendo o lanche; fingiu que não percebeu o clima estranho no ar e seguimos conversando normalmente. Mas, minha cabeça ia a mil.

§§§

No fim da tarde o Peeta me levou de volta pra casa e o caminho todo nem eu e nem ele trocamos nenhuma palavra sequer. Ele ligou o som do carro, talvez para o silêncio ficar menos desconfortável. E, no rádio, é claro, tinha que tocar alguma música que combinasse com nós dois. Eu tinha a impressão de que radialistas me odiavam... Era algo como: “Kat está triste? Vamos tocar a música que vai fazê-la querer se matar!”.

But tonight I'm gonna fly
[Mas hoje à noite eu vou voar]
Yeah tonight I'm gonna fly
[É, hoje a noite eu vou voar]
'Cause I could go across the world see everything and never be satisfied
[Porque eu poderia dar a volta ao mundo e nunca ficar satisfeito]
if I couldn't see those eyes
[se eu não pudesse ver seus olhos]

(…)

It's been a long time
[Já faz muito tempo]
Since my phones rung
[Desde que meu telefone tocou]
and you've been on that line
[E que você estava na linha]
I've been missing you
[Eu estou sentindo sua falta]
It's true
[É verdade]

Antes que a música do Jonas Brothers acabasse, o Peeta desligou o rádio. Depois daquela tarde eu sabia que ele também sofria com tudo aquilo.

No meu prédio, ele fez questão de subir e me deixar na porta do apartamento.

– Bom, eu já vou indo! - Ele disse sem graça.

– Certo... Obrigada... Tchau. - Eu disse de cabeça baixa.

Quando ele já estava na porta do elevador.

– Peeta! - gritei

Corri até ele e o abracei bem forte! Como há muito desejava fazer... Ele me abraçou de volta bem apertado. O elevador chegou, foi embora e nós continuamos ali sem dizer uma palavra. O elevador abriu de novo porque o meu vizinho de andar chegou. Nós nos separamos respondendo o "boa noite" do meu vizinho feioso. Eu coloquei a mão para segurar o elevador.

Peeta beijou minha testa, entrou no elevador e enquanto a porta fechava eu levantei o livro que ele me entregou dizendo:

– Prometo que vou ler! - Ele sorriu, com um olhar meio de choro, uma carinha de quem não queria partir. E nem eu queria que ele fosse.


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Notas finais do capítulo

Well, esse capítulo era pra ter mais de 2 mil palavras, mas como sou muito má resolvi cortar. Vou postar o próximo assim que conseguir 55 comentários, estou com 41. Das 50 pessoas que acompanham não dá pra 14 comentarem? Ah, que tal vocês darem um nome pro capítulo? Coloquem em seus comentários que o que eu achar melhor vou colocar, preguiça de pensar em um aqui, Beijos! Amo vocês