Desligado! escrita por LarissaSevero


Capítulo 2
Tudo só tende a piorar.


Notas iniciais do capítulo

Agora as coisas começam a ficar um pouquinho emocionantes *o*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533529/chapter/2

Eu imaginaria qualquer pessoa que poderia entrar pela porta daquele quarto, mas nunca adivinharia que era o meu pai. Primeiro ele largou as malas no chão e ficou paralisado, depois ele olhou para o corpo sem vida do meu irmão e depois para mim.

–Como você pode fazer isso com o seu irmão, eu não estou acreditando no que estou vendo, me diz algo Daniel?

A arma do crime ainda estava na minha mão, mas não era eu quem tinha matado ele, eu é que não podia acreditar que meu pai me acusava de um crime tão grande.

–P-Pai...não fui eu quem matei meu irmão, v-você está confundindo as coisas.

Ele não parecia acreditar em uma só palavra do que eu estava dizendo, e com certeza ele iria me prender, então fiz uma atitude mais louca da minha vida, fui para a sacada do quarto, que ficava no segundo andar, e sem pensar muito, eu saltei dela. O impacto contra o chão foi muito grande, e eu acabei desmaiando, a última coisa que me lembro é de sentir uma enorme dor no pé direito.

Acordei no sofá da minha casa, eu estava com várias amarras por todo o corpo, alguns homens de jalecos brancos estavam por toda a sala, meu pai parecia conversar com um médico.

–Quero todo tratamento recomendado, não precisa diferenciar ele dos outros pacientes, ele precisa receber o mesmo tratamento dos outros.

Tratamento? do que o meu pai estava falando, comecei a me sacudir no sofá:

–Me tira daqui pai, eu quero me explicar, não fui eu quem matou o meu irmão, cadê o meu irmão? me tira daqui.

Ele não falou nada, mas parecia muito abalado, ele só fez um sinal de positivo para um dos homens de jaleco branco, imediatamente esse homem pegou uma injeção e aplicou em mim, e novamente eu adormeci.

Dessa vez eu acordei, mas não estava na minha casa, estava em um quarto todo branco, parecia um cela de prisão, primeiro eu achei que estava sonhando, mas a dor no meu pé me atingiu, eu tentei abrir a porta do quarto, e para a minha surpresa ela estava trancada.

–Alguém ai, por favor eu preciso sair, cadê o meu pai?

Por mais alto que eu gritasse ninguém parecia ouvir, aquilo estava me agonizando, o que era aquele lugar, então eu me dei conta, eu só podia estar internado em um hospício, mas porque o meu pai faria aquilo comigo, meus pensamentos se foram, quando uma enfermeira abriu a porta.

–Ouvi os gritos, está precisando de algo, quem sabe um remédio?

A enfermeira parecia gentil, mas eu estava furioso com tudo, porque o meu irmão foi morrer? porque eu levei a culpa?

–Estou precisando que você me tire daqui, deve ser um engano, eu não posso estar aqui, me tire daqui moça.

Ela viu que eu estava me exaltando, então ela chamou por um comunicador os outros enfermeiros, eles não demoraram a chegar, e vinham com uma injeção de novo.

–Não, tudo bem eu não vou mais reclamar, mas não me apliquem essa droga dessa injeção de novo, eu apenas quero um remédio para o meu pé.

Os enfermeiros se entreolharam, e largaram a injeção, a enfermeira com toda a calma do mundo disse:

–Bom a gente está tratando do seu pé, você sofreu uma grave contusão, nem era para estar andando pelo quarto assim, quem sabe eu não dou um remédio para se acalmar.

Eu aceitei, mas como não era bobo nem nada, e como já olhei vários filmes em que os pacientes estavam internados em hospícios, eu não tomei o remédio, deixei ele debaixo da língua, a enfermeira pareceu cair naquele truque barato.

Como eu não dormi, eu fiquei pensando na reviravolta em que minha vida tinha dado, e também pensei em algum jeito de sair dali, e investigar a morte de meu irmão, então eu percebi que alguém estava batendo na porta, eu fingi estar dormindo.

–Acorda, tem a hora da janta agora.

Um enfermeiro que parecia valer por três pessoas, me pegou e me levou até um espaço que chamavam de refeitório, haviam várias pessoas lá, quer dizer vários loucos, alguns me olharam da cabeça aos pés, outros faziam caretas, aquele lugar me dava muito medo.

Eu me servi, mas olhando para aquele jantar, não me deu vontade nenhuma de comer, sentei meio isolado dos outros pacientes, não era de me enturmar nem na escola, imagina num lugar daquele, depois de um tempo, eu percebi que um cara que aparentava ter seus trinta e poucos anos, e cheio de cicatrizes no rosto, não parava de olhar para mim, e o pior aconteceu, ele começou a me chamar.

–Ei psiu, você ai, vem aqui.

Primeiro eu achei que não fosse comigo, mas depois percebi que era:

–Quem eu?

Ele acenou com a cabeça, vi que o meu enfermeiro estava distraído conversando com uma enfermeira, aproveitei a folga, e fui para a mesa do maluco.

–Eu vi que você é novo aqui, não é? e deve estar querendo fugir daqui, eu posso ajudar você.

Aquele louco estava me oferecendo ajuda, mas eu não tinha escola, eu precisava sair daquele lugar imediatamente, então eu aceitei a ajuda.

–Sim eu quero sair daqui, eu não sou louco como dizem.

Ele começou a rir esquisito, as pessoas não ligaram, acham que já estavam acostumadas com aquela loucura diariamente.

–Bom é o que todos dizem, mas em troca da minha ajuda, eu preciso que você faça uns "serviços" para mim lá fora.

Eu não sabia o que ele queria dizer com alguns "serviços", mas eu estava desesperado, e é claro que eu aceitei sem reclamar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

o que estão achando??



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Desligado!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.