Alícia firmou o pé no acelerador, minha mãe berrava que queria descer, e eu tinha que aguentar suas reclamações, estávamos quase saindo daquela cidade, quando eu não aguentei mais e pedi para Alícia parar.

–PARA COM ESSA MINI VAN AGORA!

Ela freou tão rapidamente que todos nós batemos contra alguma coisa, para a minha infelicidade minha ex mãe não tinha sofrido nenhum arranhão.

–Desce logo então, se você acha que isso é certo, ninguém vai ter levar arrastada, mas se algo acontecer comigo ou com o meu pai é você quem vai carregar esta culpa pelo resto da vida, não sei o que me espera naquela cidade, só sei que vou ter que dizer ao maluco que a missão falhou e não sei o que ele fará comigo.

Mara Franzen desceu da mini van de Alícia sem esboçar nenhuma reação, ela mudou muito, havia se transformada em uma mulher fria e calculista, Alícia tentou impedir sua saída, mas eu acenei para ela que deixava que aquela que fora uma mãe carinhosa fosse embora para nunca mais voltar.

Pelo retrovisor pude ver que ela subiu em um carro preto, provavelmente tinha ligado para um dos seus capachos para vim busca-lá.

Alícia partiu de novo com a mini van, ela sabia que eu tinha fracassado e que agora meu futuro era incerto, mas ainda tinha o caso do meu irmão, eu tinha que provar que era inocente, mas para isso eu precisaria descobrir quem estava me enviando mensagens anônimas, e foi quando eu estava pensando alto que meu celular tocou.

"O cerco está se fechando Daniel, você não pode escapar para sempre, prove que não foi você quem matou seu irmão, não fuja covarde!"

Peguei o celular e tremendo dei ele para que Alícia pudesse visualizar a mensagem, ela leu e releu a mensagem várias vezes, é claro que ela teve que parar a mini van novamente, estava quase dormindo quando ela deu um salto.

–Daniel você lembra que eu tinha falado que tinha um amigo que podia rastrear essas mensagens? sim eu não estava mentindo, mas se a gente quer encontrar ele em casa, devemos correr porque daqui alguns dias ele vai viajar para o outro lado do mundo.

Eu fiquei tão eufórico que abracei Alícia tão forte que ela quase parou de respirar, e por isso eu tive que dirigir a mini van, eu amava dirigir a mini van, a mini van da Alícia era tudo de bom.

Para a nossa sorte não havia nenhuma viatura de polícia nos perseguindo, a viagem de volta estava sendo muito mais tranquila do que a da ida, eu ainda estava abalado com todo o que aconteceu com minha mãe, mas eu esquecia de tudo e lembrava que tinha outros assuntos para resolver.

A brisa do vento da noite batia em nossos rostos, como estava muito calor e a mini van super avançada de Alícia não tinha ar condicionado, todas as janelas estavam abertas, a lua estava radiante no céu tudo aquilo seria perfeito se não estivéssemos correndo contra o tempo, o silêncio era agradável, mas foi quebrado por Alícia que estava com uma garrafa de whisky em uma das mãos.

–Daniel você sabe que o maluco vai matar você, não sabe? e ele também vai me matar por ter ajudado você, cara eu te odeio muito nesse momento.

Os sinais de que Alícia estava bêbada eram visíveis.

–Calaboca Alícia, porque você está bebendo? você sabe que eu não tenho carteira, e se você precisar dirigir? nós estamos muito ferrados.

Ela começou a rir muito alto, e cantar músicas natalinas, naquele momento eu queria dar um soco na cara dela, mas eu era muito cavalheiro para isso, eu nunca suportei gente bêbada e não sabia como lidar com ela daquele jeito, então apenas deixei que ela cantasse até sentir sono, e a minha tática deu certo.

Estávamos muito perto da nossa cidade, poucos quilômetros nós separavam do meu destino iminente.