La Reine du Monde escrita por Laëtitia


Capítulo 13
Capítulo 13




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A ama levou todos para a sala de estar, porém permaneceu com um braço ao redor de Ginevra.

“Querida, porque não vai para seu quarto, eu levo o chá para você” Disse sorrindo e entregando uma chave para ela. A menina correspondeu o sorriso, e com a ajuda de Mercúcio, subiu os degraus que levavam ao segundo andar onde ficava seu antigo quarto.

“Me impressiona que ainda lembra onde fica meu quarto sendo que só veio aqui uma vez.” Brincou com o rapaz.

“Tenho uma memória espetacular” Ele respondeu, parando em frente à porta do quarto e pegando a chave da mão da menina, destrancando-a.

Ao adentrarem o cômodo, Ginevra notou que permanecia da exata forma que ela havia deixado da última vez que esteve lá. Ela sentou-se na cama e passou as mãos pelos lençóis.

“Está da mesma forma que me lembro.” Murmurou. Mercúcio passou a mão pela escrivaninha no canto do quarto.

“Podiam ao menos ter tirado o pó” Falou fazendo cara de nojo, limpando a mão na calça. Ginevra revirou os olhos.

“Perdão, mas não tive coragem.” Respondeu uma voz. Era a ama, adentrando o quarto equilibrando uma travessa com bolinhos e uma xícara de chá.

Atrás dela, vinha uma criada trazendo o que pareciam ser roupas. A ama depositou a travessa na mesa de cabeceira enquanto a criada começava despir Ginevra.

“Quando você sumiu, e Julieta foi declarada morta, o Senhor e a Senhora Capuleto pediram que eu me desfizesse de todos os seus móveis. Mas não tive coragem, apenas tranquei o quarto.” Explicou a ama.

 A senhora rapidamente empurrou Mercúcio para a porta, o enxotando, assim que Ginevra estava despida até suas roupas de baixo.

“Está tudo bem ama, ele pode ficar. Não há nada que ele não tenha visto. Estamos meio que casados agora.” Disse Ginevra enquanto a criada a vestia com uma camisola

A ama o olhou de cima a baixo, levantando uma sobrancelha.

“Ora francamente, de todos os homens de Verona, é com esse que se casa?” Disse, se lembrando do dia em que foi avisar a Romeu sobre o casamento com Julieta e foi diversas vezes insultada por Mercúcio.

“É bom vê-la também.” Ele respondeu com um sorrisinho.  

Ginevra, já vestida, se sentou na cama enquanto a ama pegava a travessa com o lanche e a colocava em seu colo. Mercúcio esticou o braço para pegar um bolinho, mas a ama bateu em sua mão.

“Não senhor, isso é para Gina, se quiser comer, vá lá para baixo com os outros.”

Ele fez uma cara de ofendido, mas se sentou ao pé da cama.

Ginevra tomou o chá e lentamente saboreou os bolinhos.

“Eu senti falta dos seus bolos, ama.” Disse com um sorriso. A ama passou a mão pelos cabelos da menina de forma maternal.

“Senti falta de você elogiando minha comida.” Respondeu.

Não demorou para a comida sumir por completo do prato. A ama pegou a travessa e caminhou em direção à porta.

“Vou ver como estão os outros. Descanse querida, eu a chamarei quando for hora do jantar.” Olhou para Mercúcio mais uma vez, empinou o nariz e saiu do quarto.

“Ela realmente não gosta de mim.” Disse Mercúcio, se deitando do lado de Ginevra.

“E com razão. Mas relaxe, com o tempo ela aprende a gostar de você.” Riu.

Eles ficaram em completo silêncio, Mercúcio entrelaçando seus dedos com os da menina.

“Como está?” Perguntou para ela. Ela sorriu, deitando a cabeça em seu ombro.

“Em qual sentido?” Perguntou. Ele beijou sua mão.

“Todos.”

“É estranho estar de volta. Eu já havia aceitado que jamais voltaria à Verona e aqui estou eu em meu quarto. Vai demorar para me acostumar novamente.” Disse.

“E quanto ao enjoo?” Perguntou Mercúcio, acariciando o abdômen de Ginevra.

“Já passou, o nervosismo e a viagem turbulenta não fizeram bem ao bebê”

O rapaz deu um pequeno sorriso.

“Acha que dessa vez dará certo?” Perguntou. Ginevra soltou um suspiro.

“Não sei, eu espero que sim. Eu me sinto tão inútil não conseguindo lhe dar um filho.” Respondeu balançando a cabeça. Mercúcio segurou suas mãos.

“Não é sua culpa Ginevra, já falamos sobre isso. Não é algo que pode controlar.”

“Eu sei, mas é tão frustrante.” Murmurou. Ele lhe beijou a testa.

“Tente descansar.”

Ginevra o abraçou, se aconchegando, com a cabeça sobre seu peito. Embora estivesse cansada, não conseguia pegar no sono com tantas coisas que lhe passavam pela cabeça. Nesse meio tempo pode sentir a respiração profunda de Mercúcio, sinal de que ele havia adormecido.

Ela havia começado a relaxar quando ouviu uma batida na porta. Ela abriu os olhos e a ama adentrou o cômodo.

“Desculpe querida, mas o jantar está servido” Disse. Ginevra se levantou e se espreguiçou, Mercúcio começou a se mexer em seu sono.

“Se quiser posso trazer seu jantar aqui” A ama sugeriu. Ginevra sorriu, mas negou com a cabeça.

“Não precisa ama, estamos indo.” Disse. A senhora se retirou e Ginevra sentou-se ao lado de Mercúcio que continuava dormindo.

“Mercúcio...hora de acordar.” Ele resmungou e virou para o outro lado, fazendo a menina revirar os olhos.

“O jantar está pronto” Ele se levantou com um pulo, completamente descabelado.

“Estou de pé.” Disse, fazendo Ginevra rir.

Mercúcio foi até um espelho no canto do quarto para arrumar o cabelo enquanto a menina ia até o armário. Suas malas ainda não haviam sido trazidas para o quarto, então ela torceu para que suas roupas antigas ainda servissem. Ela riu ao ver que todas as peças de roupa eram em tons de vermelho, dali ela retirou um vestido de um tecido leve e não muito justo, com mangas largas.

“Não vejo você vestindo vermelho desde que fomos pra Mantua” Mercúcio comentou, enquanto a ajudava a abotoar o vestido atrás.

Era verdade, desde que saíram de Verona, nenhum deles se vestia com as cores de sua casa, suas roupas divergiam em tons de marrom e creme, para não chamar atenção.

“Parece que estamos revivendo os velhos tempos.” Ela respondeu. Ele afastou o cabelo dela do pescoço e depositou um beijo na curva de seu ombro.

“Eu gosto de ver você vestindo vermelho.” Disse. Ela se virou e o beijou nos lábios.

“Melhor a gente ir antes que a ama venha nos buscar” Riu.

Os dois desceram até a sala de jantar onde encontraram o resto do grupo já sentado à mesa. A ama sentada ao lado de Julieta, com Lucia no colo, a alimentava com aveia.

Ginevra e Mercúcio se sentaram lado a lado nas cadeiras vazias entre Benvólio e Romeu.

“Faz tanto tempo que alimentei uma criança, vocês não sabem a alegria que me dá.” Disse a ama enquanto limpava a boca da menina com um guardanapo. Julieta sorriu.

“Seria bom ter tido a senhora para ajudar desde o começo, criar duas crianças sem o mínimo preparo não foi fácil.” Comentou.

A refeição foi servida e todos começaram a comer. Os servos servindo vinho para todos. Ginevra educadamente recusou.

“Não, obrigada.” Sorriu enquanto lhe serviam apenas água.

Do lado oposto da mesa, Teobaldo a encarava. Ela fingiu não ver e continuou comendo.

“Então, podem me dizer como conseguiram ficar 5 anos escondidos?” Perguntou a ama, que agora segurava uma Lucia adormecida em seus braços.

Eles explicaram toda a situação, a partir do momento em que Ginevra saiu da casa para ver Mercúcio após a luta com Teobaldo, sobre eles pedirem ajuda ao príncipe e um breve resumo do que havia acontecido nos últimos 5 anos. Já era hora da sobremesa e alguns bolinhos que haviam sobrado do lanche estavam sendo servidos.

Mais uma vez. Ginevra recusou.

“Será que teriam pêssegos?” Perguntou a um dos servos, que assentiu e se retirou para buscar a fruta.

Ao ouvir essas palavras, o pequeno Antonio, que até o momento permanecia calado no colo do pai, sorriu.

“Tia Ginevra está com bebê” Anunciou o menino para toda a mesa.


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