La Reine du Monde escrita por Laëtitia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Personagens baseados no elenco do revival do musical francês de Romeu e Julieta, "Romeo Et Juliette: de la Haine a l'Amour"



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Era uma manhã ensolarada em Verona. O padeiro já estava assando seus pães e os vendedores de rua já haviam montado suas barracas onde vendiam legumes, frutas, roupas e até artesanato. Uma jovem, não possuindo muito mais do que 17 anos de idade, podia ver todo o movimento da cidade da janela de seu quarto.

Ela gostava de se sentar no parapeito e ver as multidões indo e vindo. Crianças correndo e rindo enquanto brincavam com espadas de madeira, casais abraçados e até as brigas que eram muito frequentes. Ela se sentava ali todos os dias desde quando chegou na cidade. Seu nome, era Ginevra, e ela era uma Capuleto.

Veja, ela não gostava da rivalidade que sua família tinha com os Montecchio. Na verdade, quando ela era mais nova, costumava fugir de suas aulas de dança para brincar com o filho e o sobrinho do Signor Montecchio. Porém quando ela teve que se mudar para Roma, eles pararam de conversar, e ela não arriscou mandar cartas, para que não correcem risco de serem pegos. Os pensamentos da menina foram interrompidos quando ela escutou uma batida na porta.

"Entre" Ela falou, afastando-se da janela. Seu irmão entrou no quarto, uma expressão séria em seu rosto, como sempre.

"O Conde Páris está aqui. Nosso tio mandou chamá-la para cumprimentá-lo" Ginevra deu um suspiro e saiu de seu quarto e se pôs a seguir o irmão até o salão principal, como a casa era muito grande, sua caminhada demorou um pouco.

Ao entrarem no salão, encontraram seus tios lado a lado e de frente para eles, estava o Conde Páris, que abriu um sorriso forçado ao ver a menina. Ginevra se dirigiu até ele e fez uma pequena reverência.

"Oh, signora Ginevra! É um prazer conhecê-la" Disse, olhando para todos os cantos da sala, exceto para ela. É claro, ele estava procurando por Julieta, prima de Ginevra e prometida ao Conde.

Ginevra havia sido considerada a garota mais bonita da família Capuleto, isso é claro até Julieta nascer, aí ela deixou de ser o centro das atenções e de receber qualquer privilégio. Agora ela quase sempre era ignorada.

Falando nela, Julieta entrou correndo no salão e reverenciou Páris e quando este beijou sua mão, torceu o nariz e fez um baixo som de desgosto, algo que o Conde provavelmente não notou.

Isso irritava a irritava. Um homem rico e poderoso estava praticamente ajoelhado aos seus pés e ela simplesmente ignorava isso. Ginevra daria tudo para estar no seu lugar. Na sua idade, muitas meninas já estaríam casadas e até com filhos, porém ela, nunca arranjou um pretendente.

Ela sabia que as vezes isso acontecia, sua mãe por exemplo só se casou aos 20, mas o tempo estava passando e nada de um homem que a agradasse. Ela tentou sair com alguns porém nenhum despertava algo que para muitos era bobagem mas para ela não, amor. Ela estava começando a perder as esperanças.

"Pare de apertar as mãos com força, vai acabar as furando" Seu irmão sussurrou em seu ouvido. Ela notou que suas unhas estavam perfurando as palmas de suas mãos.
"Teobaldo, por favor, cale a boca" Respondeu com um pequeno sorriso brincando em seu rosto.

Depois de ficar parada escutando a interminável conversa entre Páris, Julieta e seus tios, ela pôde voltar para o seu quarto e consequentemente seu lugar à janela. Ela pegou uma folha de papel e um lápis e começou a desenhar.

Os rabiscos logo começaram a tomar forma e acabaram virando os rostos de seus amigos de infância. O que a deixava triste é que antes ela os desenhava com bastante facilidade, mas agora demorava mais. Ela estava começando a se esquecer de como eles eram.

Assim que terminou o desenho, ela ouviu vozes vindo da rua, bem debaixo de sua janela.

"Então, como foi sua noite com a Rosa?" Perguntou uma voz. Uma voz que parecia com a de um anjo. Uma voz que ela já havia ouvido diversas vezes antes porém nunca havia visto o dono dela. Até agora. Ela se escondeu atrás da cortina para poder observar sem ser vista.

O dono da voz era um homem alto, não muito mais velho do que ela, talvez um ano ou dois. Era magro e possuía longas e finas pernas. Ele parecia bem feminino, bonito, porém feminino. Seus cabelos eram negros e cacheados. Longos, mais longos até que os de Ginevra. Por causa da distância, ela não conseguia ver a cor de seus olhos.

Ela notou também que o lindo homem estava acompanhado de dois amigos, um loiro e um moreno. Ginevra tentou se concentrar para prestar atenção em sua conversa.

"Não muito boa, Rosalina só sabe falar de si mesma. Depois de duas horas ao seu lado eu já queria me afogar no poço" O moreno respondeu. Sua voz parecia vagamente familiar.

" Se não gosta dela porque ainda a corteja? Sabes que ela não é muito melhor do que uma cortesã." O loiro também possuía uma voz familiar, porém Ginevra não sabia aonde já os havia ouvido.

"E você Benvolio? O que sabes de cortesãs?" Perguntou o homem que estava começando a atrair Ginevra com sua linda voz. Então o loiro era Benvolio, um de seus amigos, quem seria o outro?

"Nada, porém sei que nosso querido Romeu não a merece." Ao ouvir o nome de Romeu, ela saiu correndo para fora de seu quarto em direção ao escritório de seu tio. Ao chegar lá, parou para respirar fundo e tentou parecer calma.

"Tio, posso dar uma caminhada rápida pela cidade? Prometo que não demorarei." Pediu. Seu tio nem ao menos levantou o olhar da carta que escrevia.

"Sim, claro. Mas volte logo" Ela sorriu e saiu correndo novamente, desta vez segurando a saia de seu vestido para que não caísse.

Chegou do lado de fora e começou a dar a volta na casa para chegar até onde seus amigos estavam. Obviamente sua ideia de segurar sua saia não adiantou e ela tropeçou logo quando virou uma esquina, e caiu em cima de alguém.

"Tome cuidado! Vai acabar machucando alguém" Falou um homem, irritado. Ela então percebeu que era Benvolio.

"Hum...eu sinto muito" Disse.

"Me desculpe por ele, ele ainda não tomou o café da manhã e está meio mal humorado" Romeu disse à ela. Benvolio revirou os olhos.

"Eu sei, ele sempre foi assim." Ela abriu um pequeno sorriso. Os dois homens se entreolharam surpresos com sua resposta

"Perdão? Como sabe disso?" Perguntou Benvolio curioso. Ginevra gargalhou.

"Ora, vocês não me reconhecem? Sou eu, Ginevra...Capuleto" Ela sussurrou a última parte. Os dois pareciam tentar lembrar quem era ela, até que Benvolio abriu um sorriso e a abraçou com força, a fazendo rir. Quando os dois se separaram, ela olhou para Romeu, que estava com os braços cruzados e abriu os seus, para que ele pudesse abraçá-la. Porém ao invés disso, ele deu um tapa em seu braço.

"No que estava pensando? Você foi embora sem nos avisar! Pensamos que talvez você tenha parado de gostar da gente" Ele disse, triste.

"Eu não tive tempo de avisar, a mudança foi muito repentina. Eu não podia sequer mandar uma carta. Deus sabe o que aconteceria se descobrissem" Respondeu. Ela achou que Romeu ia continuar bravo com ela, porém ele riu e a abraçou.

"Sentimos muito a sua falta." Ele disse. Ginevre riu.

"Também senti muito a falta de vocês. Mas e então, não me substituíram não é?" Perguntou brincando. Os dois se entreolharam.

"Fizemos um amigo, ele é primo do príncipe. Seu nome é Mercúcio. Você o teria conhecido se tivesse chegado antes, ele acabou de sair daqui." O olhar de Ginevra se iluminou. Mercúcio...era um belo nome.

"Nossa, que pena" Ela murmurou. Os três então saíram para caminhar pela cidade, pararam na padaria, compraram pães e depois se sentaram em um chafariz na praça.

"O que a fez voltar para Verona?" Perguntou Benvolio de boca cheia, Ginevra riu.

"A tia com quem eu morava achou que aqui talvez eu encontrasse um pretendente." Respondeu.

Os três ficaram conversando até o fim da tarde, quando ela se despediu e voltou para casa. Ao entrar pelo portão, foi parada por seu irmão.

"O que estava fazendo lá fora?" Perguntou suspeito.

"Caminhando" Ela respondeu passando direto por ele e continuando seu caminho.

"Tome cuidado, os Montecchio estão pela cidade inteira, sabe-se lá o que eles poderiam fazer com uma Capuleto que anda desprevenida" A advertiu. Ela sabia que nada aconteceria, pelo menos não com ela.

"Ah, Ginevra! Bella irá arrumar para você um vestido de festa." Ele disse, Ginevra franziu as sobrancelhas.

"Para que?" Ela perguntou curiosa. Teobaldo abriu um sorriso de lado.

"Ora, para quê mais? Para o baile de máscaras de amanhã à noite, esqueceu?" Perguntou. Sim, Ginevra havia esquecido do baile.

"Ah, claro. Bom, estarei no meu quarto, caso precisem de mim." Disse, indo para os seus aposentos. Não demorou muito para Bella, sua empregada ir fazê-la uma visita e ajudá-la a escolher um vestido para o baile.

Ao terminarem, já era tarde, porém ela escutou movimento novamente em baixo de sua janela. Esperou Bella sair do quarto para poder ir ver o que era. Benvolio e Romeu estavam ali novamente.

"O que fazem aqui?" Perguntou para os dois, que olharam para cima e acenaram para ela.

"Indo para casa. Como vai?" Perguntou Romeu. Ginevra riu.

"Bem, do mesmo jeito que estava há 2 horas quando vi vocês pela última vez." Respondeu. Ela então teve uma ideia.

"Escutem, amanhã à noite haverá um baile de máscaras aqui. Porque vocês não vem?" Perguntou, os dois conversaram baixo um com o outro e depois se viraram para ela novamente.

"Claro! Iremos comparecer. Levaremos Mercúcio com a gente se não for incômodo" Disse Benvolio. O rosto de Ginevra se iluminou.

"Não é incômodo algum, qualquer amigo de vocês é meu amigo também" Disse com um enorme sorriso no rosto.

Os dois Montecchios seguiram seu caminho e Ginevra se trocou e deitou em sua enorme cama, não demorando muito para pegar no sono e sonhar com a voz de Mercúcio.


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Notas finais do capítulo

Ok, foi um capítulo curto e bem ruinzinho, desculpem XD



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