Late In Paris escrita por Gabi P


Capítulo 14
Correria e vestidos longos não combinam


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEE :D é o último capítulo! Mas não fiquem tristes, eu sei que vocês vão a-m-a-r. Sério, adorei esse capítulo (claro né, fui eu que escrevi) kkkkkkk mas eu sinceramente espero que vocês gostem bastante também, viu? Porque apesar de tudo, eu não escrevo para mim, escrevo para vocês (o que seria de uma autora linda, como eu, sem leitoras ainda mais maravilhosas, como vocês?). E é isso aí, meu povo, aproveitem muuuito :3



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Quando a festa acabou, já eram cinco da manhã. E eu sabia que o Jayden iria levantar cedo hoje, então tomei a liberdade de bater na sua porta assim que cheguei ao hotel.

Bati de leve, mas ninguém respondeu. Então bati mais forte, ainda sem obter sucesso. Por que esse idiota não abre a merda da porta? Eu deveria saber, ele é preguiçoso demais para levantar antes das nove. Mas, por favor, que ele ainda não esteja muito irritado comigo.

A minha única opção foi ligar para seu celular. Eu sei, maldoso. Ele provavelmente iria ficar ainda mais bravo, mas eu precisava falar com ele. Jay não podia ficar mais um segundo achando que eu iria morar em Paris, longe de todo mundo.

A ligação começou a chamar no meu ouvido. Mas eu não escutei seu toque do outro lado da parede. Suspirei, olhando para cima, impaciente. Quando eu já estava achando que ele havia colocado no silencioso, por algum milagre, ele atendeu.

— Oi, Cassie — falou, meio sem ânimo.

— Abre a porta, quero falar com você — falei, respirando fundo de alívio.

— A porta? — ele perguntou, mas depois de alguns segundos entendeu. — Ah, eu não estou no hotel.

O quê? Eu vim aqui só para falar com ele!

— Você não disse que ia dormir cedo? — perguntei, indignada.

— Dormi, já acordei — Jayden respondeu, indiferente.

— Jay! Sério, eu preciso falar com você.

— Sobre o que? Sobre eu saber de tudo antes de você? É, eu tinha ouvido naquela ligação de ontem de noite. E, não, eu não quero falar sobre isso.

Não é sobre isso! — exclamei.

— Tudo bem, Cass. Eu já entendi. Pode morar em Paris com aquele idiota, eu não ligo — ele falou. Mas só o fato de ter chamado o meu ex de idiota, já dizia tudo.

— Jay... — tentei.

— Eu já vou, tenho que curtir minhas últimas horas por aqui.

Jay, não, espera! — tentei de novo.

Mas ele já havia desligado.

*************

Demorei meia hora só para conseguir um taxi. Isso é muito difícil aqui, sabia? A gente tinha que ligar para chamar. Em LA era só botar a mãozinha na frente da rua, que já brota um carro ao seu lado. E eu nem fazia ideia do endereço da Torre Eiffel, mas obviamente o taxista já sabia. Então só entrei no carro, disse aonde ia e pedi para ele ir o mais rápido que era permitido. Mas por que os limites de trânsito são tão baixos aqui, meu senhor?

Eu tinha tentado ligar para o idiota do Jayden diversas vezes. E todas elas iam direto para a caixa de mensagens. Ele pensava mesmo que eu ia largar tudo que eu tinha para vir morar aqui? Minha família, meus amigos, meu trabalho e ainda por cima ele?

Meu celular começou a cantarolar na minha mão. Pensei que pudesse ser o Jay, mas era a Ann.

— Alô? — falei, ainda meio ofegante com toda essa adrenalina.

— Cass! — minha amiga gritou ao telefone. — Conseguiu falar com Jay?

— Ainda não, estou indo para a torre.

— Wow, espera — ela fez uma pausa — A Torre? Para que diabos você está indo para lá, garota?

— Vou procurar pelo Jay. Ele não quer atender o celular. E eu sei que ele está lá.

— Awn meu Deus, que lindos! — ela exclamou, animada demais. — Diga para ele que se vocês ficarem juntos, eu o perdoo por faltar a recepção do meu casamento e a festa de noivado!

Eu ri.

— Está certo, Ann...

— E, mais uma coisa, Cass — ela falou, hesitando um pouco. — você sabe que eu quero o melhor para você...

Fala.

— Você e o Jay. Eu sinto. Vai dar certo.

— Ann, para com isso — revirei os olhos, sorrindo abobalhada com suas palavras.

— É sério. Honre meus poderes de cupido, eu sempre shipei vocês por uma razão. Vocês dão certo como casal. Eu sei disso.

— Sério... — tentei.

Estou falando sério. Prometa que você vai dar a chance. Você sabe que quer isso, então para de se fazer de desentendida.

— Eu já gostei dele, sim. Mas isso foi durante a faculdade. Já passou — falei, mas nem eu mesma acreditava mais nisso.

— Não passou, não — pude imagina-la cruzando os braços, é o que teria feito se estivéssemos conversando cara a cara.

— Claro que passou! Eu namorei o Richard.

— E daí? Jay namorou a Emily e mesmo assim sempre te amou. Mas ambos foram teimosos demais para admitir. E, por isso, você está atravessando Paris por ele.

Ai, isso doeu.

— Ok, talvez você esteja um pouquinho certa — admiti. — mas...

— “Mas” nada. Eu estou certa — me cortou logo de cara. — Vá atrás dele logo, Cass. E tchau, vou embarcar para a Itália, te vejo depois da minha lua-de-mel.

E ela desligou.

Respirei fundo. Logo disquei o número do Jay tendo quase certeza de que tudo que minha amiga disse era, de fato, verdade. Mas claro, só depois de mais umas doze tentativas, ele atendeu.

Cassie! Quer parar de ligar? — ele pediu, irritado. — Eu estou tentando aproveitar.

— Jayden! Me escute — falei, desconcertada por ele enfim ter atendido. — onde você está?

Quê?

Onde você está, droga? — repeti, quase gritando com ele.

— Na torre Eiffel. Você não está pensando em...

— Isso eu sei, quero saber de que lado! — falei, já pagando o taxi e saindo na avenida Gustave Eiffel. Eu tive que parar alguns segundo para admirar o grande monumento de tão perto, parecia que a torre iria cair em cima de mim, mas era tão linda. Ainda mais com o sol que nascia devagar e despreocupado, era encantador.

— Perto da lojinha — ele respondeu. — Você está aqui? Ficou louca?

Não falei nada, só fui o mais rápido que consegui até o lugar indicado. A torre era realmente enorme, só de correr até a droga da lojinha — que vale ressaltar, era do outro lado —, eu já estava absurdamente cansada. Poderia ser o sono também, que só se camuflava atrás de todo o cansaço e euforia.

O avistei parado na porta. Ele me encarava de um jeito engraçado, e meio surpreso. Um jeito só dele.

— Cass. Você está aqui — ele falou, ainda sem processar as informações.

— É... eu sei... — o encarei, falando ainda muito ofegante. — E você é... um teimoso idiota.

Ele sorriu.

— Olha — ele pôs uma mão nas minhas costas, me ajudando a me recompor. — já que atravessou Paris só para se encontrar comigo, eu escuto o que queira dizer. Mesmo que seja para se despedir.

Despedir? — ele não atendia o celular porque não queria ouvir o adeus. Era isso, não por estar bravo comigo, mas ele provavelmente ainda deve estar. Eu estaria, sabe, se eu dormisse com um cara e no dia seguinte ele voltasse com sua ex. Cara, como eu fui burra — Eu... não vou morar em Paris. Eu e o Richard não estamos juntos.

Respirei fundo de alívio, finalmente consegui lhe dar a notícia. Mas eu me sentia muito boba por ter corrido pela cidade inteira com o vestido de dama de honra só para dizer isso.

— Achei que você gostasse dele — Jay falou, depois de um tempo me observando.

— Eu também — dei de ombros. — também achava que eu gostava dele. Mas percebi que não posso amar alguém que não me ama. Rick veio pelo trabalho e me procurou por... É, você estava certo, desculpa.

— Foi pelo sexo? — ele riu de minha cara. Revirei os olhos, mas eu sabia que eu merecia.

— Olha, estou tentando esquecer isso, ok? Finalmente eu consegui vir com você para a droga da Torre Eiffel, já que esses dias eu estava ocupada, então não me lembre desse tipo de coisa agora.

— Como você chegou a essa conclusão? — ele ignorou totalmente o que eu disse. — De que não gosta mais dele...

— Bom... talvez eu goste de outra pessoa — dei de ombros, me segurando para não sorrir. A Ann sempre está certa, às vezes parece que ela me conhece mais que eu mesma. Ela sabia todas as vezes em que eu pensava no Jay de outra forma, enquanto eu mesma balançava a cabeça e me obrigava a pensar em outra coisa.

Meu amigo levantou uma sobrancelha.

— É — continuei, dessa vez abrindo o maior sorrisão — e pode dar certo, eu descobri que ele também gosta de mim.

— Ah, é? E descobriu como? — perguntou com um sorrisinho de lado, altamente interessado.

— A Ann me contou dos livros.

Ela o quê? — Jay se fez de bravo, mas sua expressão não acompanhava. Ele parecia estar se contendo para não sorrir demais, assim como eu.

— É. E esse cara é um idiota — provoquei.

Depois disso, nos encaramos. Ele só me observou ajeitar o vestido que já estava sujo na bainha, e depois colocar uma mecha que se desprendia da trança bagunçada atrás da orelha. Durou quanto tempo? Dois segundos? Para mim, parecia uma eternidade. Mas ele finalmente chegou perto o suficiente para que nossos narizes se tocassem, e envolveu minha cintura com os dois braços.

— Não sou um idiota — falou baixinho. — e pare de repetir isso.

Então me beijou, doce e delicadamente. Foi muito diferente daquele beijo do dia anterior. Aquele, sim, era o beijo de filme que eu precisava. Encontrei naquela sensação toda, o que Richard e nem ninguém poderia me dar, era o beijo perfeito com meu melhor amigo idiota.

Era realmente como num conto-de-fadas, quando aparece a frase “e viveram felizes para sempre”, sabe? Mas eu não vivia em um livro, eu sabia disso. Eu não queria ser feliz para sempre. Eu queria ter momentos ruins também, momentos embaraçosos... E eu não ia desperdiçar nem mais um segundo da minha vida. E se isso significa passar por discursões, tristezas e reviravoltas, que eu passe. Mas que eu passe ao lado de quem amo. Porque isso, sim, é o que faz valer a pena.

— Ei — Jay falou, me botando no chão. Me surpreendi ao perceber que eu nem senti quando ele me ergueu. Abri os olhos e o encarei de volta — eu me esqueci de dizer ontem na festa que você está linda.

— Já é um pouco tarde para isso — respondi, rindo meio boba. Mas era verdade, eu já estava um lixo, comparada com ontem a noite.

— Você é sempre linda, Cass — ele revirou os olhos, rindo com um ar de “nem discuta”. Ele estalou um selinho na minha boca e sorriu ainda mais — esse vestido é muito bonito... mas eu acho que você fica melhor sem.

— Engraçadinho — ri dele, segurando seu rosto com as duas mãos. Depois o soltei e comecei a andar para longe dali. Dei meia volta e o encarei, ele parecia confuso — vamos.

Ele me seguiu, ainda me olhando com aquela expressão engraçada.

— Está indo para onde? — ele perguntou, entrelaçando seus dedos nos meus.

— Conhecer Paris com você — respondi, dando de ombros e beijando sua bochecha.

Tirando o fato de eu estar andando de vestido longo no meio da manhã, eu tive certeza que aquelas últimas horas em Paris iriam ser incríveis. E já que chegamos meio atrasados em Paris... talvez poderíamos atrasar para voltar também, não é?


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Notas finais do capítulo

AWN, não é mesmo? O que acharam, gente? Gostaram? Por favooooor, digam aí nos comentários!

Eu sei que acabou e tal, mas eu não vou botar como terminada ainda porque vai ter capítulo bônus em breve eeeeeee (eu não sei se vai ser amanhã, ta? É porque vou passar o dia fora, e não sei se vou estar muito disposta para isso de noite - mas, calma, é um talveeeeeeeez).

Ah, e muito muito muito obrigada a vocês lindas que acompanharam a fic nesses lindos 14 dias, viu? (cumpri a promessa de postar todo dia, viram? Sou maravilhosa, eu sei). Sério, vocês me fazem muuuuuito feliz mesmo! Comentem o que acharam e tal, viu? E se tiverem gostado bastante, pode recomendar pros outros lindos usuários do nyah, porque isso também vai me deixar bastante feliz, né? c:

Beijinhos lindinhas do meu coração, amo todas vocês :3



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