Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 2
Capítulo 2 - Só talvez


Notas iniciais do capítulo

Oie gente!!!
Como eu havia dito essa fic vai demorar para ser atualizada, então postarei ela toda segunda-feira...
Boa leitura...



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— Rukia —

Silencioso. Ali tudo era frio e silencioso demais, mas de alguma maneira já havia me acostumado com aquela quietude. Tanto que as vezes até me sentia confortável, não que gostasse, mas o silêncio as vezes eram bom para refletir sobre a vida.

Faziam exatos seis meses que havia me tornado Kuchiki Rukia, esposa de Kuchiki Byakuya, único herdeiro do grande império Kuchiki. Não tinha o que reclamar de minha nova vida. Meu marido, embora frio e distante, me tratava com respeito.

Tudo andava perfeitamente bem. Exceto pelo grande tedio que sentia. Minha rotina já não era mais a mesma, meus dias se resumiam a ler sozinha em algum canto de meu novo lar. Meus pais sempre vinham me visitar trazendo com eles um pouco do calor reconfortante que sentia falta, mas nunca ficavam muito tempo. Tudo voltava a ser extremamente tedioso e vazio.

Vazio como aquele imenso corredor o qual eu atravessava para chegar a sala de jantar, onde sempre fazia todas as minhas refeições sozinha. Caminhei lentamente apreciando o silêncio.

Adentrei o sofisticado cômodo surpreendendo-me ao não encontra-lo vazio.

Lá estava ele. Byakuya-sama. Sentado à mesa de modo imponente. Não tinha como negar. Ele definitivamente era o homem mais lindo que eu já havia tido o prazer de admirar.

— Bom dia. — Cumprimenta sem nem olhar em minha direção.

— Bom dia... — Respondi incerta me sentando a sua frente.

Instantaneamente os empregados, silenciosos, começaram a servir a mesa.

— Hoje teremos uma visita importante para o jantar. — Anuncia logo após estarmos novamente sozinhos.

— Tudo bem. — Respondo baixo. Me sentia acanhada em sua presença, pois mesmo estando casados a seis meses nunca conversávamos muito. Desde o começo foi cada um para seu canto, ele nunca me obrigou a nada, nem mesmo a dormirmos no mesmo quarto.

Despediu-se com poucas palavras indo para sua grande empresa deixando-me mais uma vez só naquele enorme cômodo.

Terminei o café rapidamente e fui ao jardim, meu lugar favorito daquela enorme casa. Aquele era o único lugar onde não sentia aquele frio característico de tudo ali, onde me sentia a vontade para ler sem me importar com nada. Era somente eu e os livros.

Me sentei confortavelmente na espreguiçadeira. Notando pela primeira vez o quanto o céu estava incrivelmente azul naquela manhã.

Passei horas e horas lendo, era sempre assim quando mergulhava em uma boa história. Nem sentia o tempo passar, tanto que meu estômago já dava sinal de que precisava de alimento.

Levantei decidida a ir comer algo, mas caio surpresa ao dar de cara com um homem de estranho cabelos alaranjados.

— Quem... É você? — Pergunto assustada.

Ele me encarava com o cenho franzido, parecia irritado.

— Eu é que pergunto nanica. — Diz ríspido me dando as costas.

O que aquele insolente queria? Me irritar? Por que se fosse ele havia conseguido.

— Ei laranja podre?! — Chamei desafiadoramente. — Você não respondeu a minha pergunta. — Digo ao vê-lo virar-se para mim.

— Maldita. — Ouso sussurrar enrugando ainda mais a testa lançando-me um olhar mortal. — Kurosaki Ichigo. — Diz contrariado.

— Seu nome não me interessa morango. — Digo debochada vendo se irritar ainda mais. — Quero saber o que faz em minha casa? — Pergunto.

— Não sabia que os donos da casa já tinham uma filha. — Responde desdenhosamente.

— Não, eu não tenho nenhum filho. — Digo vendo empalidecer de repente.

— Você é a dona da casa? — Pergunta surpreso.

— Pode se dizer que sim, afinal sou casa com o dono. — Digo vitoriosa.

— Me desculpe, Senhora Kuchiki. Eu sou, o pelo menos era o novo jardineiro. — Diz constrangido. — Acho melhor nem desarrumar minhas malas. — Resmunga corado.

— É bom saber que não é nenhum ladrão. — Digo vendo-o me olhar atento. — Cuide bem de meu jardim, Ichigo. — digo vendo-o me olhar admirado.

— Você?! Você não vai me demitir?! — Pergunta exaltado.

— Não. — Digo caminhando em direção a porta que me levaria até a cozinha. — E nunca mais me chame de nanica, seu idiota. — Digo vendo sorrir constrangido.

Sorri ao adentrar a cozinha, talvez. Só talvez minha rotina tediosa poderia ter um fim.

— Ichigo —

Respirei fundo algumas vezes tentando me acalmar. Mal havia começado em meu novo emprego e já havia ofendido a dona da casa. Esse tipo de coisa só acontecia comigo.

Caminhei lentamente observando meu novo local de trabalho. Eu não poderia perder aquele emprego de jeito nenhum.

Aquele era o jardim mais bonito que já havia visto. Havia flores e árvores de todas as espécies, mas a que mais me chamou a atenção foi a grande cerejeira, que ficava no centro daquele imenso jardim. Com certeza era a árvore mais bonita dali.

Comecei a olhar em volta e foi aí que reparei que minha nova "patroa" havia deixado o livro que lia ali.

Nanica maldita. Ela parecia ser muito jovem para estar casada, mas quem sou eu para dizer algo?

Queria começar meu trabalho o mais rápido possível. Peguei todas as ferramentas que precisava no depósito e já fui regando as plantas. Aqui tudo parecia simples, mas não era. Eu devia deixar aquele jardim impecável.

— Ei Ichigo?! — Ouço alguém me chamar, olhei em volta e não vi ninguém. — Aqui! — Escuto mais uma vez e logo sou atingido por algo que logo vi ser um galho seco.

— Senhora Kuchiki? O que deseja? — Reuni toda minha paciência e autocontrole para não xinga-lá novamente. A desgraçada estava sentada em um galho da grande cerejeira.

— Pode me chamar de Rukia. — Disse sorrindo e não é que a maldita tem um sorriso lindo?! — Você poderia, por favor, entregar o meu livro que eu deixei ali na cadeira? — Perguntou tirando-me de meus devaneios.

— Claro. — Respondi indo pegar o livro. — Acho que a senhora devia tomar cuidado ai em cima. — Disse sorrindo amarelo.

— Relaxa, eu sempre gostei de subir em lugares altos e senhora esta no céu. Já disse que pode me chamar de Rukia. — Disse emburrada.

— Tudo bem então. — Disse voltando a realizar meu trabalho.

Passamos o resto da tarde assim. Ela lendo e eu trabalhando. Ela parecia ser bem solitária. Sorri observando-a pelo cano dos olhos. Ela não me parecia ser uma daquelas grã-finas que não suportavam ficar no mesmo ambiente que meros trabalhadores.

O sol já estava se pondo quando ela fechou o livro e pulo do galho com grande habilidade.

— Até amanhã Ichigo. — Disse sorrindo gentil.

— Até amanhã Rukia. — Respondi tentando retribuir a gentiliza.

Fiquei a observa-la sumir entre as lindas árvores. Talvez, só talvez aquela baixinha não fosse tão insuportável quanto eu pensava.

— Byakuya —

O dia passava lentamente, como sempre ocorria. Nada parecia ter mais graça. Tudo para mim era extremamente igual. O mundo parecia estar colorido de preto e branco desde a partida de Hisana.

Olhei para o relógio uma segunda vez. Já era hora de voltar para casa.

Hoje Ukitake iria jantar conosco. Parecia querer falar sobre o novo jardineiro que o mesmo havia indicado.

Sem muita demora cheguei na imponente mansão Kuchiki. Fui direto para meu quarto. Tomei um longo banho.

Meia hora depois já me encontrava no salão a espera de Rukia, minha esposa.

Ela estava demorando e aquilo me inquietava. Logo nossa visita estaria ali e ela deveria estar ao meu lado.

Quase como se estivesse lendo meus pensamentos, ela surge no topo da escada.

Era inegável sua beleza. Aqueles olhos que me prenderam desde o primeiro momento pareciam mais vivos. Mas era doloroso olha-la. Sua semelhança com Hisana me incomodava. Era doloroso.

Ignorei aquela dor e segurei firme em sua mão fazendo enlaçar seu braços no meu.

O jantar passou rápido, com um clima agradável. Ukitake era um bom homem.

Observei Rukia discretamente o jantar todo. Ela parecia radiante naquele elegante vestido azul-marinho. Sua pele branca contrastava com o tecido escuro deixando-a mais bela. Isso me fez ter esperança de que talvez, só talvez ela pudesse colorir novamente meu mundo com as cores azul e violeta.


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Notas finais do capítulo

É isso ai pessoal!
Me digam o que acharam!!!
Qualquer erro me perdoem e por favor me avisem.
Bjos



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