Não escrevo como Drummond, sou pessoa, porém não Fernando, em cada vigília a sensação bucólica me passa torpor, tento pensar com episteme, porém me surge pensamentos estridentes como meus poemas inacabados. O declínio de um herói nunca será pior que o declínio de um escritor, pior que perder a vida, é morrer por dentro e viver por fora.
Vivo em total distopia, sou perfeccionista e tendo a própria destruição, as pessoas não veem, são ensimesmadas, presunçosas e autossuficientes, sentem autocomiseração e quando se encontram em cerco de malogro compungem a face e preferem um trago do que conhecimento. Oh, Deus.
Não visitei Roma, nem presencie a queda de Constantinopla, minha lápide não terá “Et in Arcadia Ego”, e quem ler, nem saberá por onde andei, há certos momentos que a proeminência é o maior prazer, ser eloquente e adulador gera prazeres profanos, alguns dizem que até geram mulheres e carros velozes, em total paradoxo, melhor que tudo isso quando se está em fossa de leão, é ser incrédulo, parvo e com a alma em sua completude decrépita, enervante! Oh, Oh, Oh! Por que isso me atinge com tanta precisão? Minha raiva de não ter o nome em um livro é pior que o maior terremoto, meu mundo desvanece a cada baque. Meu cabelos definham a cada hora.
Não importa o que aconteça na sua vida, o único elemento que irá restar, mesmo quando você for esquecido, será a memória. Não me decepciono com as pessoas e sim com o despeito delas, vou ser curto e grosso, elas não querem saber da minha vida, é necessário avistar que na mesma maré há tubarões do mesmo tipo, todavia, esbarram na rua, e o que veem dentro dos olhos? Apenas sangue, sim, sangue de porco, porcos que comem ouro, mas se olhassem dentro dos meus olhos... Ahh, viriam o mundo esquecido, o mundo esquecido de Davi.
Qualquer um que lesse esse texto veria com os olhos de piedade, como se fosse um desesperado apelo por ajuda, por notoriedade, com esse texto, eu grito: “Eu estou aqui! Estou vivo! Venham! Venham! Falem comigo!”, então como um fantasma no meio da multidão, perco-me entre o bulício e o borbotão (de pessoas).
Nunca discrimine um animal senciente, os filósofos e pensadores se igualam aos racistas e xenofóbicos quando pensam ser melhores do que os que perderam a natureza humana ou nunca a tiveram em seu domínio. Dê isso a um psiquiatra, ele dirá que é síndrome de Münchausen, “demonstra toda sua aversão e misantropia do mundo para ganhar um pouco de empatia e atenção!”, pobres estudiosos, acreditam ter o mundo em suas mãos, triste, tolos deles que nem sabem que nem mãos têm.
Titubear diante de um precipício é brincar com o jogo escuro das ilusões, mesmo com a visão enviesada consigo perceber como o mundo despenca no espaço-tempo, por que todos não se dedicam a ontologia ou simplesmente as ciências sociais? Preferem o sepulcro do que pensar, “retardatisse” moral, essa neologia é só para essas pessoas que acreditam estar inclusos numa sociedade e aceitam essa Política de Pão e Circo de braços abertos. Viu como mudo de assunto rápido? Isso é um desabafo... Engraçado, um desabafo para ninguém.
Todos têm suas parafilias, fantasias e sonhos eróticos, eu tenho orgasmos e êxtases quando posso me abrir para alguém. Então é simplesmente agir com condescendência é o mundo te aceita? Ahh, ok seus imorais, continuem vagando como andarilhos depravados por ai, sejam como os que fizeram as cruzadas, saqueiem, estuprem e acreditem na salvação após dizimar e decapitar os seus irmãos, nunca é tarde demais, seja para me dar atenção ou começar uma reforma íntima. Não sejam mais uns bastardos infames!

FIM
24/05/14