A Twist of Life escrita por Dih Rohling


Capítulo 3
2º cap - Uma Manhã Agradável


Notas iniciais do capítulo

Segundo capitulo
Pequeno.
Prometo fazer capítulos maiores adiante.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/532979/chapter/3

Era uma manhã de domingo agradável. Podia ouvir o barulho da chuva pela janela, o som dos trovões ressoarem afora e os ventos passando pelas frestas das janelas da casa. Fora isso, tudo estava silencioso.

Eu estava em meu quarto, na casa da Tia Callida. Ele era branco, simples. Uma cama de solteira cinza preenchia 1/4 dele e um pequeno guarda roupa de madeira infestado de cupins outro 1/4. Sobrando assim, apenas um pequeno espaço para passagem.

Eu estava na cama, embora com insônia, não queria sair. Sou do tipo que fica pensando na vida... O que eu sou? Eu me pergunto. Não acho respostas. Não há nada a se achar. Não se pode fazer nada achando. Apenas tendo certeza.

E eu tenho certeza de uma coisa. Naquele acidente. Eu morri.

*--------------------*--------------------*

Acordei novamente. O som de batidas repetitivas na porta do quarto ecoando por dentro do pequeno local.

– O QUE? – gritei, deixando transparecer minha raiva – DA PARA PARAR DE BATER NESSA PORRA?

– ACORDA – Gritou Tia Callida – OU EU ARRANCO ESSA PORTA DAS DOBRADIÇAS.

– ME OBRIGUE – Retruquei – ADORARIA VER VOCÊ FAZER ISSO.

– QUER APOSTAR? – perguntou ela.

– PREFIRO NÃO APOSTAR – Eu disse insolentemente – NUNCA SE PODE PREVER O QUE UMA VACA PODE DERRUBAR.

Eu a ouvi rugir de raiva.

– SAIA DAÍ EM CINCO MINUTOS – Sua voz ecoava pela casa – OU VOCÊ PODE ACABAR SEM CELULAR.

E ela saiu. Eu pulei da cama, virando-me para o antigo guarda-roupa, ele tinha um pequeno espelho na frente das principais portas. E eu fiquei me encarando.

Tanta coisa mudou. Tudo. Tudo.

Já não possuo aquele olhar doce, eu sinto isso. Meus cabelos longos... Agora só uns cinco centímetros mais longos do que os emo de meu irmão. Uma franja caia em cima de meus olhos, indo da direita para a esquerda, escondendo minha expressão. Meus olhos azuis pareciam cada vez mais frios e secos. Eu sentia. Minha pele cada vez mais pálida. Meus lábios cada vez mais claros. Talvez eu esteja realmente mal. Eu sei que estou mal.

A culpa da morte de meus pais e de Maggy foi toda minha. Minha por ter sido iludida. Minha por ter escolhido ir até Lucas. Minha por papai ter entrado pela contramão. Minha por termos batido. Minha por morrerem. Minha. Minha. Minha.

SPLASH. Bati com a palma da mão em meu rosto. NÃO.

Não devo me culpar. Jonathan falara tanto comigo... Não. Não. Não. Não devo me culpar. Mas... É minha culpa. É a única certeza que eu tenho.

Levantei os olhos para lâmpada do quarto, e comecei a encará-la. Como um ser inanimado pode brilhar tanto...? Ele não brilha. Ele emite luz. Que luz? O que é luz? O que poderia apagar a escuridão? Nada. Dei-me por satisfeita. Será que algum dia eu vou ser salva? Esta escuro. Pensei , Não. Ninguém salvaria algo assim como eu.

Voltei a encarar-me. E notei. Devo me arrumar.

Abri o guarda-roupa e tirei uma calça jeans preta surrada, uma blusa preta lisa de mangas compridas, o tempo estava frio e era outono. Vesti as roupas e coloquei um gorro e Allstar pretos. Logo, sai do quarto. Mal sabendo o que me esperava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

COMENTEM!
Não quero desanimar!