A Twist of Life escrita por Dih Rohling


Capítulo 15
14º cap - As Feridas que Não se Cicatrizam


Notas iniciais do capítulo

Décimo Quarto Capitulo
Escrito & Revisado
Tamanho: Bom



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/532979/chapter/15

Isabelly não falara nada durante o caminho, era estranho como ela sempre me olhava pelo canto do olho.

Quando finalmente chegamos ao sexto andar e saiamos do elevador, eu já estava cansada daquele silencio melancólico.

– Você esta bem? – Perguntei preocupada, ela se apoiava cada vez mais em mim, não parecia ter forças nos pés.

– Sim... – Ela respondeu, e ofegou em seguida. Por mais que ela dissesse que estava bem, era óbvio que não.

Foi ai que tive uma ideia louca.

Assim que descemos do elevador, eu a soltei delicadamente e ela praticamente caiu no chão, só não o fez pois eu ainda a segurava levemente na cintura. Ela gemeu.

– Izy, quero que confie em mim – Falei preocupadamente, e ela assentiu meio relutante. Parecia estar em dúvidas. – Qual seu quarto?

– 121212 – Respondeu fracamente, sentada no chão. A ferida em seu ombro já manchara metade de sua camiseta, além de uma boa parte da minha camisa ao segura-la.

Eu soltei-a delicadamente no chão, e passei meus braços por debaixo dela, a levantando e assustando-a. Posso dizer que só tenho força para isso por causa de vários treinos e anos em academia. Nunca fui das mais fortes, mas, esses quatro meses avia me deixado mais resistente a pesos.

– Me solte... – Ela pediu miseravelmente, eu neguei com a cabeça.

– Onde esta sua chave? – Perguntei calmamente, levando-a em direção da porta 121212. O andar era como todo andar do prédio, branco, piso preto. E a porta preta, rústica e com a placa da numeração do quarto.

Ela mexeu seu braço bom até um bolso de sua calça skinny, tirando de lá uma chave com caveirinhas. Não pude deixar de rir.

– Que fofo – Falei rindo, eram caveirinhas do tipo de chaveirinho, parecia pequenos crânios sangrentos e podres, mas eu achava fofo. Isabelly fez uma careta.

– Você é estranha – Ela não perguntou, parecia uma afirmação. Não, uma conclusão. Eu ri.

– Sim – Respondi como se o que ela tivesse dito fosse uma pergunta. Isabelly bufou.

Olhei seu ombro, estava cadê vez pior.

Andei apressadamente em direção da porta e a abri com a chave de caveirinhas rapidamente, andando pelo quarto. Era praticamente igual ao meu, mas as paredes estava pintadas de preto e com posters de bandas que iam de Slipknot, Avenged, Asking, Linkin Park á Evanescence e Bullet for My Valentine.

Não pude esconder minha alegria ao saber que ela gostava das mesmas bandas que eu. Mas, logo acordei de meu devaneio e segui em direção a porta escura que dava para o quarto com ela em meus braços.

O quarto era totalmente preto, era incrível como ela tinha as mesmas coisas que eu, uma cama, uma mesinha, uma cômoda e um armário. Mas, tudo la era preto, do teto ao chão.

Quando entrei, liguei a luz fazendo o quarto ganhar uma tonalidade acinzentada e a coloquei delicadamente na cama.

– Izy, eu preciso de algumas coisas e você poderá me dizer onde ficam? – Perguntei docemente, olhando fundo nos olhos dela. Ela assentiu.

– Onde tem álcool, Algodão, faixas e vinagre? – Perguntei, a ferida no braço dela estava piorando. Pelos meus conhecimentos eu deveria agir rápido, ou ela ganharia uma infecção.

– Esta tudo no banheiro – Ela direcionou o rosto em direção a uma porta no canto esquerdo do quarto – E o vinagre na cozinha. Para que precisas dele?

– Já vais saber – Respondi, e andei apressadamente para o banheiro. Pegando o que pedi e mais alguns gases e papéis toalhas que achei. Logo, corri de volta a cozinha, e peguei o vinagre, voltando até ela.

– Isabelly, preciso de mais um favor – Falei, o mais calma e tranquila que pude. Ela acenou.

– Quero que não tire seus olhos dos meus – Pedi, olhando fixamente para ela – Que vai doer.

– Ok... – Izy falou. Sua voz falhava, estava claro que ela sofria.

Virei-me ao lado da cama dela e peguei seu braço com o ombro direito ferido e sangrando perto de mim. Em seguida, abri o álcool e despejei um pouco em um papel toalha, o usando em seguida para limpar o ferimento. Senti ela tremer e ofegar um pouco enquanto eu o fazia.

– Olhe para mim – Pedi delicadamente, olhando em seus olhos. Ela acenou novamente.

Depois de passar mais alguns cinco papeis toalha e limpado a maior parte do ferimento, peguei os gases e desenrolei-os, prendendo o sangramento o melhor que pude de improvisação. Eles não durariam muito tempo.

Passei as faixas por debaixo do ombro de Izy e tirei as gases, já estavam quase que praticamente vermelhas de sangue.

Então peguei o vinagre e ela arregalou os olhos.

– Para que serve vinagre? – Ela perguntou espantada.

– Para limpar o ferimento e cicatrização mais rápida – Respondi, olhando para ela – Experiência própria. Relaxa. Só arde um pouco mais que álcool.

– Por que? – Ela pergunta. Parece que ela não sabe mesmo sobre isso... Que adolescentes problemáticos não sabem sobre os benefícios do vinagre de cozinha?

– Posso te dar dois motivos – Olhei para ela, e falei suavemente – Um é que ele também tem álcool dentro, outro é que além do álcool ele tem um ácido.

– Ácido? Você esta maluca? – Ela olha-me espantada.

– Não. – Neguei, olhando-a – Você toma isso todo dia na salada, nem vem com essa.

Ela suspirou.

– Vai arder? – Ela pergunta, dessa vez mais calma.

– Vai – Simplesmente respondi, e derramei uma boa quantidade de vinagre em sua ferida, antes mesmo que ela pudesse protestar. Izy apenas rangeu os dentes.

Logo, peguei as pontas das faixas de tecido que estavam em baixo de seus ombros e comecei a enrolá-las em volta do ferimento, e, por fim, dando um nó.

– Acabou? – Ela perguntou, parecia cansada.

– Sim – Afirmei, ela não estava muito bem, parecia mais pálida do que o normal. E isso até que era normal, quando se perdia tanto sangue.

– Você é anêmica? – Pergunto, não seria legal ela ficar doente.

– Um pouco, sempre fico branca como papel quando me machuco. – Ela falou, olhando-me docemente – Obrigada, vou ficar bem em breve.

– Ótimo – Falei animadamente, já fazia-se tempo dês de que me dava bem com uma garota, ou melhor, com qual quer ser vivo além do meu irmão.

– Como você sabe tanta coisa assim? – Ela perguntou curiosa, seus olhos verdes fixando-se nos meus.

– Bom... – Falei, escolhendo minhas palavras. Ela pareceu notar.

– Não precisa dizer se não quiser – Izy retrucou.

– Não, não Izy – Respondi, também fixando meus olhos aos dela. Eram gentis, inocentes, me lembravam uma pessoa... Maggy – Eu me meti em muita confusão e acabava saindo com alguns hematomas, então eu tinha que me cuidar depois... Entende?

Ela assentiu.

– Obrigada – Izy disse, olhando-me gentilmente – Mas... Por que me ajudasse? Não... Não que eu ache que você seja cruel ou coisa assim... Só parece que não és do tipo boazinha

Sorri docemente, fazia tempo que não dava um desses...

– Sim – Afirmei, deitando ao seu lado – Há vários motivos...

Ela encarou-me curiosa. Eu ri novamente de sua expressão.

– Um deles é que eu lhe achei muito corajosa – Respondi, olhando fixamente aqueles olhos verde esmeraldas que pareciam ver minha alma – Por conseguir enfrentar tão justamente aquelas vadias.

Ela riu.

– Mais outro motivo? – Ela perguntou, curiosa.

– Você me lembra uma pessoa... – Falei para ela, meus pensamentos rodavam pelo sonho que tive com minha irmãzinha – Uma pessoa muito preciosa para mim.

Senti uma lágrima cair de meus olhos, fazia tempo que acontecia isso. Ela notou.

– Quem era essa pessoa? – Izy perguntou preocupada, encarando-me.

– Minha irmãzinha mais nova – Praticamente quebrei, logo caindo em lágrimas – Maggy...

– O que aconteceu? – Ela olhou-me, e logo se aproximou, abraçando-me.

Não aguentei, já estava as lágrimas, enroscada junto a Isabelly.

– Ela se foi... – Respondi entre soluços, nos braços de Izy – Junto com algumas pessoas... Não quero falar nisso,apenas me abrace?

– Sim – Ela apertou-me mais forte, mas tomei cuidado de seu braço machucado – Eu entendo, há feridas que não se cicatrizam. Como a perda.

– Você já perdeu? – Perguntei, minha cabeça enterrada em seu pescoço. Lágrimas rolavam de meus olhos.

– Já... Isso foi o começo de tudo – Ela falou, parecendo viajar em lembranças.

– Parece que sempre é – Dei um risinho forçado, saindo de cima dela, para não machucar seu ferimento. – Deixe essas lágrimas apenas entre nós, ok?

– Eu entendo – Ela sorriu gentil, e me abraçou delicadamente. Seu cabelo escarlate estava bagunçado, mas, ainda assim belo.

Depois de alguns minutos, ali, em silencio e deitadas lado a lado encarando-se uma a outra, eu resolvi descer e comecei a limpar as tralhas.

– Vou limpar isso – Falei olhando-a – Você fica aqui.

– Não – Ela negou teimosamente para mim – Eu lhe ajudo.

– Você esta ferida – Retruquei, preocupada – Descanse.

Então peguei os gases e papeis toalhas sujos de sangue e os joguei no lixo do banheiro, em seguida devolvi o vinagre ao seu lugar da cozinha e o álcool ao banheiro.

Quando voltei, Isabelly dormia tranquilamente. Ela parecia até um anjo.

Não queria deixá-la sozinha, mas, teria que voltar ao meu quarto ou Jonathan se preocuparia e diria que sou sua irmã, o que resultaria em um “adeus diversão com as vadias”.

Abri minha mochila preta, que havia esquecido pela cozinha assim que entrei, e anotei um recado para ela, em seguida arrancando a folha do caderno e a colocando na cômoda.

“ Izy, eu não queria deixá-la sozinha agora, mas devo voltar ao meu apartamento. Se quiser me visitar, é no sétimo andar, quarto 666. Descanse e fica boa.

Antes, quero lhe dizer que a chave estará de baixo de sua porta de entrada.

.. Antes que eu me esqueça, amei os posters M/

Da sua, o que quero ser de ti, Amiga Luce”

Logo, sai do apartamento. Chaveando a porta e passando a chave por de baixo da mesma, como avia escrito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

COMENTEM!
EU SEI QUE ERA PARA SAIR DOMINGO, MAS ESTOU ESCREVENDO MINHA FIC "As Engrenagens do Tempo" QUE FICOU MUITO PARADA QUANDO COMECEI ESSA!

LEIAM:

1 - http://fanfiction.com.br/historia/530306/As_Engrenagens_do_Tempo/

2 - http://fanfiction.com.br/historia/536689/Aguia_Negra_-_A_batalha/

EU RECOMENDO! BEIJOS!
Águia Negra é uma fic original de uma amiga. Leiam, é bem interessante! Se vc gosta de protagonista mulher lutadora e guerreira, é uma boa escolha.

As Engrenagens do Tempo é uma fic para a série T.M.I e Peças Infernais. É paralelo. Leiam, esta um suspense bom... :p

BEIJOS! E NÃO DEIXEM DE COMENTAR!