Monólogos De Pijama escrita por Carol Damiani


Capítulo 13
Sala de recepção


Notas iniciais do capítulo

Esse texto tava guardado por algum motivo que não me lembro qual. Pois bem, decidi compartilha-los com vocês meus caros leitores fieis ( quem tem diminuido, e parado de me mandar mensagens ). Mas em fim, chega de blá blá blá e vamos ao que interessa ! Boa Leitura, meus caros ;)



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Eu sempre quis virar o ano chorando. Ficava observando as pessoas se abraçando e invejava seus choros com cheiro de superação, felicidade e esperança. Eu nunca tinha tido um motivo para chorar assim. Nunca tinha passado por um ano tão difícil que pudesse me arrancar lágrimas, e nunca havia superado nenhum desafio realmente grande – até esse ano.

Esse ano foi, aparentemente, mais um de estudo árduo. Mas quantas pessoas não prestaram vestibular comigo? Seria bobagem assumir esse desafio como meu. Meu desafio maior não era entrar numa faculdade. Meu verdadeiro desafio era enfrentar o meu medo de amar. Eu – que segundo dizem – tenho potencial para ser tão sensível e afetiva, me trancafiava por dentro por medo de me apaixonar. Não queria ter o coração partido novamente, porque dói muito, dói tanto quanto uma britadeira no peito; e eu sabia que quando eu amasse seria assim: tão intenso que ninguém jamais poderia corresponder na mesma proporção.

Eu me afastava de qualquer possibilidade de relacionamento. Passei dois anos me escondendo na desculpa de adorar ser solteira e livre, apenas para não precisar correr riscos, apenas para não colocar meu coração em xeque novamente. Mas alguém jogou esse jogo melhor que eu. Foi comendo pelas bordas (como fosse papa de maizena) até chegar no meu epicentro. Aí eu perdi o equilíbrio. Ainda passei um tempo fingindo que estava no controle, fingindo que as cartas quem dava era eu. Mas como eu nunca fui boa com cartas, perdi esse jogo também. Perdi tudo. Todas as minhas fichas foram roubadas sem que eu nem mesmo apostasse. Eu não tive tempo para fazer apostas. Escorreguei para o amor como quem sai rolando em uma escada. Cada degrau era um impacto (eu estava me perdendo em mim e me encontrando nele).

O ano acabou e eu estava apaixonada. Completamente entregue e vulnerável, como sempre temi – completamente magoável. Entretanto, nunca me senti tão feliz. Aprendi que se a gente souber se entregar, a entrega pode ser maravilhosa. É como perder uma responsabilidade, como passar no vestibular. Meu coração já não me pertence. Já não cabe em mim nem a mim. Meu coração agora tem outro dono, tem um síndico, um zelador e um morador (tudo em uma coisa só), e a responsabilidade é dele. Eu corro riscos, claro. Mas enquanto não inventarem um “seguro coração”, não será diferente, e até lá eu não vou deixar de amar – porque embora o desamor machuque, o amor é bom demais.

Entender isso foi minha maior vitória esse ano, e a minha maior frustração foi não ter chorado por ela. Não ter aproveitado aquela chuva de fogos de artifício para chorar minhas próprias lágrimas de superação, felicidade e esperança. Ao contrário disso, eu estava chorando por razões infantis, por tristeza vã, por ter esquecido que as pequenas coisas – os pequenos momentos – também podem ser memoráveis (talvez esse seja meu desafio do ano que vem).


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Notas finais do capítulo

Bom, tenho pensado em dar um tempo nessa fic, bom o que acham ?! já disse que estou ficando sem monologos kkk' estou tendo aqueles bloqueios de criatividade, então você que lê e nunca me deu uma ideia de nada, se manifeste no privado !! Beijos, até as proximas meu caros



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