Children's Angel. escrita por Livia Herondale


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oie meu liindos! Gentee desculpa a demora ! Meu note deu PT :( Mas bom, como meu irmão é muito legal ( sqn) ele me deixou postar !! Olha que legal! Eu queria agradecer muito a Solary Valdez pela recomendação! Gentee uma recomendação! :3 Obrigadaa! Capítulo dedicado a você! Lira, bem vinda! Leitores que me incentivaram : Obrigadaa ! Continuem assim, favoritando , comentando e recomendando! Aí vai um capítulo para vocês!



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– Solte o ar e atire!- instruía Clary para Isabelle. A garota era simplesmente horrível em lançar facas em alvos ou atirar no ''coração'' dos bonecos infláveis. Era simplesmente o terror.

Isabelle reclamava muito. Bateu o pé pois não queria usar aquelas roupas para lá de masculinas. Parecia um ''homenzinho'', mas Clary era ainda mais teimosa quando queria e convenceu a morena a vestí-las. Maryse também participava do treinamento cedido de Clary para ela e a filha, mas , por hora, estava cuidando de Max. Este, por sua vez, já havia melhorado , assim como Clary, que não tinha mais nenhum indício de fraqueza no corpo, igualmente à Max , que já estava correndo e dando trabalho e dor de cabeça para todos.

A ruiva achava uma injustiça inaceitável ela ter de treinar as garotas. Por quê? Bem, Jace, Alec e Robert já conheciam um pouco da cultura dos Caçadores de Sombras, restando ao irmão , Jonathan, dar-lhes apenas avisos e corrigir algumas posições. Já para ela, a dificuldade era muito mais ampla. Elas tinham total ignorância quanto aos costumes, tradições, a cultura e a história dos Caçadores de Sombras o que obrigava Clary a dar uma aula de história. Ela achava Robert meio hipócrita , pois ele mesmo praticava tudo o que dizia para a esposa e a filha não praticarem. Mas tem coisas que Clary preferia guardar para si.

– Estou cansada.- a garota Lightwood , agora cm a testa cheia de cabelos grudados por conta do suor , queixava-se pelo que parecia a milésima vez em poucos minutos.

Clary andou até a parede da sala de treinamento improvisada por ela e o irmão. No chão, havia dezenas de facas caídas que Isabelle havia jogado. O alvo só continha apenas uma faca alojada no seu centro, que ela mesma havia atirado para servir de demonstração para Isabelle. Não tinha adiantado de muito. Recolheu todas elas e as repousou em seu cinto. A morena já tirava as bota de salto . Isso mesmo. Botas de salto. Clary não sabia como ela conseguia tal proeza , mas não estava muito inclinada a tentar descobrir. Viu o olhar despreocupado de Isabelle e imaginou que ela não sabia que dia era hoje.

– Dispensada por hoje.- decretou, arrumando os pertences que continuariam ali , a espera das duas ou, possivelmente, de Clary e Maryse no dia seguinte.

Isabelle bateu palminhas e, logo vendo o olhar reprovador de Clary , cessou-as no mesmo instante em que começou. Como nos últimos dias, a rotina dela havia virado de cabeça para baixo. Agora, iria tirar as roupas extremamente molhadas de suor e depois iria falar com o irmãozinho, Max. Saiu da sala de treinamento, deixando uma Clary concentrada em seu trabalho de arrumar a sala e ouvindo risos do outro lado do corredor, vindo possivelmente de Jace e Alec na outra sala. As salas eram separadas , pois mal cabiam as meninas numa sala, quanto mais , os meninos junto delas. Realmente, depois de alguns segundos, Jace e Alec saíram da sala, acompanhados mais atrasadamente por Jonathan, que procurava os olhos verdes da irmã. Isabelle ia falar que ela estava ocupada arrumando a sala de treinamento , mas rapidamente se conteve pois sabia que Jonathan já havia calculado isso.

– Cadê o papai?- perguntou, dirigindo-se a ninguém, especificamente.

– Saiu mais cedo , Izzy.- Alec, o irmão dela, respondeu prontamente. Ele tinha o lábio inferior cortado o que a fez imaginar onde ele havia conseguido aquilo.

– Para quê?

– Ele iria mandar uma mensagem para um dos tios do Jace. Ele quer sair logo daqui.

– Quem são?

– Quem é.- corrigiu-a. - William Herondale.

Ela assentiu e andou até o cômodo que ela chamava de quarto. Enchera os dois guarda-roupas extra-grandes com seus vestidos e se sentia ótima e satisfeita com isso. Como ela conseguiu todos eles? Hannah, uma de sua serventes no palácio arrumara os vestidos para ela e para a mãe. Não pegara todos, mas foi o suficiente para ela não repetí-los por um bom tempo. Ela não gostava de repetir nada e procurava sempre inovar. E se caso isso acontecesse, Clary deveria ter alguns que ela pudesse emprestar, não é? Na verdade, ela não sabia dizer.

Trocou-se, escolhendo um vestido vermelho e fazendo um coque em seus longos cabelos negros. Logo, seria o jantar e ela ansiava por esse momento. Essa fome repentina se devia aos treinos, cada vez mais longos e ainda mais exaustivos que Clary preparava para ela.

Atravessou o corredor , logo avistando a sala . Sentou-se em um dos sofás, que alojava três grandes almofadas bege conforme os assentos. Viu a mãe na cozinha, que se atrapalhava toda quando o assunto era cozinha. Não pôde deixar de reparar no quão a mãe ficara ainda mais bonita com o aparecimento e melhora de Max. A expressão angustiada e temerosa dera lugar à uma expressão alegre e feliz.

Max entrou no cômodo todo sujo e correndo e Isabelle viu que ele vinha em sua direção. Alec e Jace vinham logo atrás, discutindo alguma coisa e Robert um pouco mais atrasado, carregando uma expressão alegre e quase aliviada, pouco vista por ela em toda a sua vida.

– Maryse, está com algum problema aí? - ele perguntou, logo após se sentar em uma das poltronas.

– Não, por quê?- devolveu, distraindo-se .

– É que parece que algo está queimando..- parou, deixando a frase por terminar.

– Ai meu Deus! Chamem Clarissa ou Jonathan!

Isabelle rapidamente levantou-se , se desvencilhando do aperto do irmãozinho e prontificou-se a procurá-los. Ninguém fez nenhuma objeção e então ela seguiu para fora da sala.

O primeiro lugar no qual pensou que Cçary estaria foi o quarto dela. Ela até queria ter uma relação amigável com a garota, mas não conseguira muita coisa até ali. Bateu na porta do quarto, esperando vê-la se abrir e revelar a ruiva, mas nada aconteceu. bateu novamente dessa vez, mais forte e impaciente. Nada. resolveu abrira porta sem autorização, que para sua surpresa estava destrancada. Clary não estava ali.Praguejou baixinho e saiu do quarto.

Ótimo, pensou. Onde posso encontrá-la agora?

Recorreu-lhe um dia em que vira Clary na varanda , a expressão pensativa , olhando para algum lugar e parecendo reviver memórias. Ela até tinha sorrido. Andou apressadamente e confiante de que ela estava ali. Abriu a porta para sair da casa e viu que não havia nada ali. Suspirou, derrotada. Ia se virar e avistou uma cabeleira ruiva e outra prateada, um pouco atrás da cerca , que cumpria seu papel , da casa. logo as distinguiu como Clary e Jonathan. Entrou na casa e correu para a sala, alertando que eles já vinham e se ofereceu para ajudar. M mãe abriu um sorriso de como quem pede desculpas e recusou. Ela apenas deu de ombros e sentou-se novamente no sofá, engatando um papo com Max.

Clary e Jonathan apareceram sangrando, com a face suada, suja e com vários cortes. Não fizeram a menção do que lhes havia provocado aquilo e ninguém se arriscou a perguntar.

– Precisam de nós para o que, exatamente?- perguntou Clary, ríspida e seca.

– Só precisamos de uma ajudinha aqui.- Maryse respondeu, olhando Clary preocupada.

Clary e Jonathan trocaram um olhar significativo. Jonathan se moveu então, indo em direção à cozinha e Jace imaginou o por que daquilo. Clary saiu da sala, ainda empunhando a espada Morgenstern . Ela estava com a do irmão no cinto e caminhava em direção ao quarto.

Jonathan ajudou Maryse serenamente, preocupado com a irmã. É claro que conviver com os assassinos dos pais não era nada legal. Nem mesmo para ele. Com o jantar pronto, Clary apareceu dessa vez com a estela na mão e começou a desenhar iratzes no corpo do irmão. Logo depois desse momento todos sentaram-se à mesa.

Clary não conseguia comer e se saíra muito bem revirando a comida. Se sentia fracassada com a missão perdida que fizera na tarde de hoje . Tentara resgatar o Vampiro Simon. Mas o ideal foi perdido , pois encontraram um grupo bastante amplo de demônios e eles tiveram trabalho de destruí-los.

O que foi? , perguntou o irmão por pensamento.

Nada, estou apenas sem fome, respondeu-o, mas isso não o enganou e ela acabou despejando oda a aflição , desgosto e raiva que sentia. Ele entendeu e admitiu que também se sentira assim. Ficaram se olhando e respondendo perguntas por muitos minutos. Era até uma falta de educação mediante à quantidade de pessoas à mesa mas isso não os impedia.

Clary se levantou abruptamente. Encarou o irmão pedindo com que a entendesse. Seu olhar se dirigiu à Robert, que sorria amplamente e lançou seu olhar mais gélido e mortal. A aura gelo tomou corpo em volta do seu e ela achou que iria destruí-lo ali mesmo.

Correu para fora da casa afim de esfriar os pensamentos , indignada com sua falta de controle de si mesma. Era 11 de outubro de 1878. O dia em que os pais morreram nas mãos de Robert .

Passara o dia tentando esquecer-se disso. Resistia enquanto treinava Isabelle ou quando olhava para qualquer um dos Lightwood. Mas Robert? Não, ele não. A raiva a cegava e ela tinha de lutar bravamente contra o impulso de lhe atcar o pescoço.Quando olhava Max, com os olhos inocentes e brilhantes, não conseguia culpá-lo.

Sentia lágrimas queimarem atrás dos olhos mas não se mermitiu chorar. As lágrimas são valiosas. Correu anormalmente , chegando ao campo em que ela e Jonathan haviam enterrado ambos. Uma flor nascia de cada lugar, cada túmulo. Uma placa jazia ali, coberta de grama.

Jocelyn Fairchild.

A melhor mãe do mundo.

Valentim Morgenstern.

O melhor pai do mundo.

A declaração havia destruído todas as suas barreiras e lágrimas rolaram, quentes, pelo seu rosto. Caiu, desmoronando na cobertura verde. Chorava e soluçava alto, sentindo falta do colo e do abraço carinhoso da mãe, dso sorriso bondoso e da coragem astuta do pai. Dos passeios rápidos que eles faziam quando crianças. E mesmo que não quisesse, lembrou-se do dia da morte dos pais. A mãe, deitada ao lado do marido, sangrando incontrolavelmente e sorrindo ao ver os filhos ali. De ela e o irmão correndo rápida e desesperadamente para os pais que jaziam no chão colorido de vermelho. Das últimas palavras do pai : Os Morgenstern contra o mundo e de como ela repetia aquilo, um mantra. E a das mãe : Cuidem-se. Eu amo vocês. Clary chorou ainda mais. Chegou no máximo que podia .Ela tinha a certeza que não conseguiria mais se levantar e encarar o mundo.

O sol já se punha e já era noite. Ela não sabia o quanto ficara chorando, mas se arrastara para o lado do túmulo da mãe, tentando sentir a presença dela. Enquanto se afundava em suas lamúrias, Jace caminhava procurando a menina. Pelo que vira da reação do pai e dela, algo estava errado. E ele tinha total certeza de que tinha muito a ver com a família dela. Já fazia muitas horas que ela saíra e muitas horas em que estava procurando-a. Acabou por encontrá-la deitada no chão, ao lado de uma rosa. Um inscrição jazia aos pés dela. Ele se abaixou sem emitir ruído algum e , por fim, conseguiu decifrar as palavras escondidas pela trama crescente. Jocelyn Fairchild. A melhor mãe do mundo. O sofrimento de Clary o pegou desprevenido. Era ali que a mãe de Clary havia sido enterrada. E , ao lado dela, uma outra rosa nascia, e outra inscrição ficava ali. Valentim Morgenstern.O melhor pai do mundo. Morgenstern. Eles haviam sido enterrados ali. Não eram levados para a Cidade do Silêncio como ops outros Caçadores de Sombras?

Despertou dos devaneios, sabendo que deveria levar Clary para casa. Ela era ainda caçada. Cutucou-a e a chamou. Os olhos dela se abriram, vermelhos e confusos. O verde deles estava cansado e triste .Ela estava chorando e ele sentiu que estava invadindo um momento particular. A pele pálida brilhava por conta das lágrimas secas e o cabelo jazia esparramado. A temperatura caiu.

– O que faz aqui?-perguntou com a voz trêmula.

– Vim atrás de você porque, primeiramente, donzelas indefesas não podem sair por aí e para ver se estava bem. Afinal, aquela sua saída foi tudo, menos calma.

– Eu sei.- admitiu. - E Jonathan? Está bem?

– Na verdade, ele também saiu correndo, mas para o outro lado.

– Oras seu idiota!Tinha que ter ido atrás dele!- ralhou.

– Não obrigado. Meu gosto é por donzelas indefesas e não por cavalheiros indefesos.

– Mas não, não quero saber seu gosto.Vamos embora.

– Por que você fugiu?- perguntou Jace de súbita. A expressão dela se alterou rapidamente. A aura de gelo em volta dela brilhou ainda mais e ele anotou em um papel imaginário que não poderia mais tocar em qualquer assunto parecido com aquele. Ele sabia que tocar no assunto da morte dos pais era um assunto delicado para qualquer um. Para ele também.

Ajudou Clary a se levantar. Nunca tinha reparado muito nela, pois ela se escondia nas roupas largas e na máscara de indiferente. Caminharam em silêncio e lado a lado, sem olhar um para o outro. Jace queria desculpar-se.

– Você perguntou por que eu fugi?- ela se pronunciou.

– Desculpe por isso.

– Não, tudo bem.- tomou uma lufada de ar antes de continuar, como se estivesse adiando o momento e que iria falar.- Hoje fazem 3 anos que meus pais morreram. E tudo por culpa de Robert. E eu senti que não ia conseguir me controlar dessa vez . Por isso fugi.

– Se serve de consolo, também perdi meus pais.Entenda, eu entendo a raiva que você sente e a sede por vingança que te consome.Mas isso não trará seus pais de volta. Por muitos anos eu procurei os assassinos dos meus pais e não os encontrei.Então aceitei que eles haviam partido e que tinha de seguir em frente.A dor que sinto não diminui. Mas ela é encoberta por novos valores e amores. Mas ela sempre vai estar ali, pronta para me atacar com a falta dos meus pais.

Viu a garota refletir com suas palavras e abriu um sorriso, sentindo-se orgulhoso de si mesmo. Não era fácil falar desse assunto com ela. principalmente com ela. Mas às vezes , nos sacrificamos por um bem maior.

– Tem razão. Desculpe por isso.

– Pelo quê , senhorita?

– te fazer reviver a sua perda, jovem cavalheiro.- e ambos sorriram.

A caminhada de volta à casa se seguiu assim, com piadinhas de Jace e risos que Clary nunca imaginou que daria. Ele a fazia espairecer e esquecer um pouco dos problemas. Mas , ele não estaria se tornando um problema?

•••

Jonathan havia saído grosseiramente da casa, exaurido. Nunca havia saído do controle. Tanto ele como a irmã. A impulsividade era tamanha que ele se viu tentado a abrir as asas. Mas não era o certo a fazer, então se conteve. Sem contar que poderia, a qualquer momento, desenvolver algum tipo de dom ali, a céu aberto, para todo mundo ver , como se fosse uma atração de um circo. Descartou a ideia na hora.

Não estava sendo fácil para ele aquele dia. Ainda mais para a irmã, que havia admitido que se setia fracassada por falhar e não conseguir resgatar o vampiro Diurno Simon. Jonathan a conhecia bem e sabia que Clary podeira estar explodindo aquela hora e que não seria nada bom. Não era uma atitude sensata correr e fugir . Tinha que ir atrás dela. Estava tão imerso em pensamentos que não prestou atenção na pedra que o fez tropeçar. Praguejou. Levantou-se e analisou melhor a pedra. Deveria ser o primeiro a fazer isso, tinha certeza. Quem analizava uma pedra? Isso mesmo, ninguém. Mas algo o atraía e isso o levou a se posicionar agachado e a levar a mão para a pedra, afim de pegá-la.

Era a princípio uma pedra normal. Possuía características normais , omitindo a estrela pintada de um dourado flamejante e partida ao meio, semelhante ao símbolo da família.

Soube o que faria segundos depois. Pegou a pedra determinado a descobrir sua história. Colocou-a no casaco. Aquela era, sem sombra de dúvida a estrela da família. Teria ela algo a ver com a maldição da família? Com a história dela? Pertencera a algum? Marchou para a casa desejando que Clary estivesse ali para que pudessem compartilhar o achado. O que aquela pedra era?


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Spoiler do próximo capítulo: Will e Tessa apareceem uhuu! Comenteem , até mais!