Naïve escrita por Charlie


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Bom, dar a opinião sobre a história certamente incentiva qualquer autor a continuar escreve-la. Então, vão em frente.
A respeito desse capítulo, essa parada faberry aí no meio com certeza nos levará a algum lugar, só estou tentando descobrir aonde. Mas, por via das dúvidas, a fanfic é inteiramente quinntana, só que eu, particularmente, gosto pra caramba duma discórdia, porque gera tantas outras consequências dentro disso.
A falar disso, espero que gostem desse.
Xo.



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Quinn's Pov

– Hey, você discou para Rachel Berry. No momento, devo estar lutando entre horários de espetáculos ou num dos alongamentos vocais, ou…bem, não querendo falar com você. Sabia que Barbra nunca atendia uma ligação fora da agenda? Sim, é verdade. De qualquer forma, deixe seu recado após o falsete.
– Hm…Rachel, é a Quinn, hm, novamente…é…está me evitando? Tenho tentado ligar pra você desde a noite após o casamento e parece não me atender desde então. De qualquer forma, quando receber esse recado e…hm…os demais outros, ligue-me, ok?
Arremesso o celular a outra metade da mesa, e esse só não vai ao chão devido às diversas pilhas de papel. Caio a cabeça em minhas mãos e expiro. Inspiro, expiro. Não podia perder o controle e simplesmente voar para Nova York em busca de respostas. Não era como se eu tivesse alguém para conversar a respeito do que Rachel quis dizer quando a beijei no casamento, também. Eu não tinha ninguém, literalmente. E isso, de certa forma, acabava comigo aos poucos.
Uma batida em minha porta, Saddie, minha fiel associada, aparece com a cabeça dentro de minha sala.
– Hey, gostosura - Ao permanecer na mesma posição, sei que bisbilhota meu paraíso torturador, materialista e artificial a fim de saber se tenho algo mais a fazer além da troca de balões fáticos numa conversa de bar. Implicitamente, pede permissão para sua mera entrada. Explicitamente, respondo
– Hey, entre. - E estico as feições de meu rosto para uma vez não entregarem meu exausto avatar. E numa exaustão de Rachel, Santana, família e casamento. Esfrego algumas vezes as mãos no rosto, alcanço um elástico e puxo meus cabelos para trás num rabo não comprometedor.
Encosta a porta atrás do corpo e, numa respiração, acredito que resmunga algo relacionado à temperatura baixa do ar condicionado porque leva as mãos os bíceps quando joga o corpo magro numa das poltronas em minha frente. Literalmente, joga.
Constantemente toco as pontas de meus dedos, ela pega o movimentos e percebe minha ansiedade.
– Está tudo bem? - Seus lábios estão pintados numa cor bem marcante entre o rosa e o vermelho, e a intensidade da coloração me faz notar cada movimento da carne que cobria. A pele perfeitamente branca e sã embaixo duma base da mesma cor e o cabelo, castanho quanto os olhos, caíam em grossas ondas sobre os ombros num terninho preto. Bem, pelo menos uma integrante de nossa dupla estava bem na jogada.
– Sim, por que pergunta? - Em contra partida, meu rosto estava limpo de maquiagens ou produtos de beleza. Meus lábios deveriam estar fortemente pálidos porque, quando passo a língua neles, estavam secos. Não tive tempo de secar o cabelo nessa manhã porque Santana resolveu me alugar por toda essa em relação a nossos convites, tampouco tive tempo de pentea-los.
– Hm…nada - Pigarreou antes de responder, mas logo ergueu a silhueta no assento e chacoalhou a cabeça para expulsar o pensamento. - Escuta, nosso setor está combinando de ir tomar alguma coisa num desse bares super movimentados quando concluírmos nosso turno de hoje, o que me diz? Ryan estará lá! - Alterou o tom da voz para o caráter feliz, hiperativo e amigo que era. Bateu algumas palmas e adotou aquela expressão de alegria que me fez sentir culpa por ter de recusar o convite. Em épocas passadas, sempre saíamos juntas. A respeito de Ryan, era um charmoso rapaz que tinha uma queda por mim por entre os anos que começou a trabalhar primeiro para o Yan Qsadar, irmão de Al, quando ainda não eram associados. Depois, quando ASLS e integrado a meu setor, gostou de mim desde então. Tivemos, lá, alguns almoços juntos e coisas derivadas, mas nunca namoramos, em si. Era um bom rapaz, embora. Bonito, inteligente e interessado no assunto.
– Perdão, Saddie, não posso dessa vez - Agora era minha vez de recostar o corpo sobre a cadeira como um adolescente rebelde desinteressado em assuntos de família.- Santana me pegará no final da tarde porque vamos fazer despesas! - Bato palmas e festejo da maneira como amo ir às compras de casa. Mas, de verdade, ir às despesas com Santana seria uma novidade interessante, agora.
– Ok, nunca vi alguém tão feliz por fazer compras - Acompanhou-me num sorrio preguiçoso. Não pude evitar de pensar, embora, se sua presença aqui significava algum fracasso nosso num caso, porque, convenhamos, quase nunca possuíamos tempo para conversas de bar numa terça-feira. - Mas quem é Santana?
Caramba, Saddie não sabia quem é Santana. Caramba, quase não possuíamos tempo suficiente para saber se, numa de suas saídas, havia dormido com um cara elegante e respeitoso, ou se a comida da cafeteria na esquina tinha melhorado. Recordo-me de sempre separar vida pessoal do trabalho desde o momento que me tornei uma advogada daqui, mas não ter dito a Saddie quem é Santana foi certamente foco, preocupação e falta de tempo.
Minhas bochechas coraram, senti minha pele aquecer mesmo naquela atmosfera fria, não sabia se estava preparada em conversar a respeito dessa pessoa tão…difícil de se conversar sobre.
– Santana é minha esposa - Prendi a respiração e examinei cada reação que seu rosto adotou em minha frente. Caí na realização que ninguém nunca soube ou perguntou minha orientação sexual no trabalho, porque sou uma mulher, a final de contas, e é natural que eu me sinta atraída por homens. Homens como Ryan. - Nunca fizemos despesas juntas - Diante de sua reação nula, acrescentei com um tom de reserva. Ela somente me assistia e aguardava que a conclusão viesse. Eu só me preparava para o pior que tudo isso podia trazer.
– Não sabia que você era casada, Q.! - Excitadamente, disse. Digo, éramos amigas, mas não a esse ponto. Colegas de trabalho, diria. Voltou aquela mesma expressão alegre ao rosto e sorri em resposta, já era um grande início. - Também não sabia que era gay.
– Não sou - Acrescentei logo em seguida, não deixando algum vácuo.- Mas minha esposa é.
Suprimiu uma risada que escapou de qualquer maneira, o que não foi um problema porque o que eu disse não fora, lá, o mais apropriado.
– Ha, é um pouco engraçado - Reconfortou-se na poltrona, aproveitei para buscar uma xícara esquecida de café em alguma parte da mesa e leva-la aos lábios. - Há quanto tempo estão casadas?
– Cerca de um mês - Seguro-me em busca de sentir o mais confortável possível em relação a situação que eu viveria a partir de agora, querendo ou não. Santana pertencia a mim, de qualquer forma. Levo a xícara aos lábios novamente.
– E o sexo? - Engulo o café o mais rápido possível para não engasgar, mas, mesmo assim, acabo tossindo algumas vezes ao sentar a porcelana de volta na mesa. Colegas de trabalho não conversam sobre esse tipo de sexo, contudo, era Saddie.- Ela…sabe, te pega bem? - Franzo as sobrancelhas em resposta, Deus.- Você disse para alguém mais sobre vocês? Posso vê-la? - Lançou um set de perguntas como a pessoa hiperativa que era.
– Eu…hm…disse a Alli - Allison Frey, nossa secretária, de todas outras pessoas.
– Ugh, ela não conta - Bufou. - Preciso de detalhes, foi uma grande cerimônia ou pequena? Como ela parece? Posso ver uma foto dela?
Bem, ela é sexo personificado e ambulante, literalmente. Mas é claro que não respondo assim.
Busquei por meu celular arremessado e, ao te-lo nas mãos, anotei ainda não ter algum sinal de Rachel. Puxei uma foto de Santana aleatória na galeria. Arrastei o celular para a sua metade da mesa, não fazendo muita questão. Na realidade, surpresa por Saddie engolir as notícias tão facilmente.
– Bem, tivemos um pequeno jantar só para nossos pais e melhor amigos, sabe, mas não muito daquelas grandes coisas - Tomou o celular para si e, imediatamente, sua expressão subiu surpresa.
– Claro que é uma grande coisa! Há quanto tempo se conhecem? Quando se conheceram? Quem pediu a mão de quem? - Pressionou por detalhes e, ao verdadeiramente olhar a foto frente aos olhos, disse - O.M.G, é ela? Caramba.- Os seus castanhos desnorteados deixaram a foto por um instante para examinar até onde a mesa permitia o ser ao vivo em sua frente, eu.- Belíssima escolha. - Disse a mim.
Sorri um sorriso tanto quanto apertado.
– Hm…obrigada.- Pigarreio - Nos conhecemos na pré escola, não tenho certeza há quanto tempo, mas foi ela quem pediu minha mão.- Rezei, ali, para que ela não perguntasse como Santana me pediu em casamento. Dei-me conta de que, se desconsiderássemos todos o sexo e apostas da narrativa, ela até que soava bastante romântica. Nos conhecemos já há um bom tempo, fomos melhores amigas durante todo o colegial e faculdade, e mantivemos contato por todo esse anos até que um dia, assim do nada, Santana veio com a pergunta x.
– Ryan definitivamente ficará desapontado - Entre risadas, devolveu-me o celular.- Mas quem se importa quando você te isso em casa? Bem, se vocês meninas terminarem as compras mais cedo, por favor, venham conosco beber. Estou cansada de sempre ver esses marmanjos mamados de cerveja, assistir a você e Santana bêbadas certamente seria precioso! - Celebrou com um sorriso avassaladoramente branco como a camisa que por baixo vestia. Sorrio em resposta não tendo certeza se essas nossas “compras” sairiam da maneira mais rápida existe, conhecendo a “mulher que tenho em casa”, segundo Saddie, como conheço.
– Pensaremos a respeito.

x.

Em torno das seis e quinze, deixo o prédio e, quando faço, avisto, a distância, Santana recostada sobre seu carro na calçada da estrutura. De primeiro, ela não percebe que saio porque, em meio às diversas outras pessoas que o dia todo deixam e entram o edifício, certamente ficou entediada.
Sigo pela passarela que seus pequenos pontos de luzes brancas pelo comprimento já acendiam segundo o descansar do sol. Só quando estou a dentro de um metro de distância de Santana, levanta a cabeça do celular nas mãos. Da-me um desses sorriso mais brancos e certinhos e, por um momento, acredito que ela verdadeiramente estava feliz em me ver.
– Hey - Salda. Impulsiona seu corpo fora do encosto do carro e senta um beijo numa de minhas bochechas branquelas. Após, recosta-se novamente, agora com duas das pastas que eu carregava comigo. - Como foi seu dia? - E ela pode, sim, ser uma pessoa consideravelmente agradável e doce às vezes.
– Dei-me conta de uma coisa hoje - Pressiono meu corpo ao seu e, ao fazer, sua mão livre envolve minha cintura. Levo alguns segundos para voltar à percepção, porque meu rosto agora está tão próximo do seu e posso ver com tanta clareza os traçados de seus olhos negros.
– Yeah? O que? - Ela pergunta, e caio na realidade que esse nosso contato pode ser demais para meu local de trabalho. Então, tomo a posição inicial, afastando-me. Mas Santana põe aquela mesma mão dentro da minha quando já estamos paralelas. Olho sua ação, volto os olhos a ela. Bem, isso é novidade.
– Percebi que nunca tinha dito ser gay aqui na empresa antes.
Um outro sorriso curvou em seus lábios duma cor meio neutra.
– Oh, então quer dizer que é gay agora? Droga, por que não me disse antes? Eu teria feito um bolo a você. - E, pronto, aqui estava aquela mesma Santana.- Certifique-se de adicionar ingredientes e coberturas em nossa lista.- Acrescentou, deslocando as pastas para a lateral do corpo. Sua outra mão ainda na minha.
– E, falando em lista, por que temos um lubrificante como item? - Eu sabia a respostas, mas queria ouvi-la dizer. Eu sabia desde quando recebi a mensagem e um riso incrédulo me deixou porque, Deus, Santana é tão inacreditável às vezes.
– Bem, nunca se sabe - Balançou as sobrancelhas agilmente para cima e baixo.
– Você não é engraçada, sabe.
Em resposta, trouxe minha mão aos lábios e beijou as costas dela.
Sinto a temperatura deles e parecem duma brisa fria como a noite que começava cair na cidade ao escurecer.
– É um pena, podia jurar ser hilária. Ou fabulosa? De qualquer forma, sou uma pegada e tanto. - Vangloriou a si mesma num desses sorrisos.
– Um pé no saco, talvez. - Sinto o dígito de seu polegar roçar nas costas daquela minha mão quando ao lado de meu corpo. Não por muito tempo, embora. Deixou-a e subiu para beliscar minha bochecha como essas tias insuportáveis fazem com recém nascidos.
– Awn, olhe para você tentando ser sofisticada, quão fofo.- Estapeio seus dedos para longe de meu rosto. - Então você fez maior proclamação sobre sua sexualidade hoje?
Enrijeci minha face da maneira mais adorável possível.
– Não exatamente, só disse a Saddie que estamos casadas.
– Quem diabos é Saddie? - Vejo-a franzir as perfeitas tiras que são suas sobrancelhas. - É tipo, uma dessas garotas abusadas que dão encima de você e tenho de chutar a bunda para longe ou algo relacionado?
– Faria mesmo isso? - Na dúvida, questionei.
– Bem, não, mas totalmente mandaria flores a ela por tempo suficiente para acreditar que são de algum cara admirador secreto e, num último dia, adicionaria um bilhete escrito ‘ Brinquei com sua mente, vadia, ninguém ama você’ , HA!
Pausei, incrédula, no meio do raciocínio.
– Santana, juro que às vezes não sei mais o que fazer contigo. - Relato, séria. Mas ela, de outro lado, não hesita em responder.
– Foder sempre funciona. - E adiciona aquele maldito sorriso de lábios fechados.- Sério, quando na dúvida, sempre dê para mim. - Já rapidamente saiu de próximo, porque sabia que eu diria algo a respeito da insensibilidade da linguagem sua usada. Contornou o carro a fim de atingir a porta do motorista. Abriu-a e, quando notou minha ausência de movimentos, parou.
– Não vai abrir minha porta? - Questionei.
Vi-a manusear a chave do carro e destravar as portas, o pequeno pino preto da minha elevando.
– Acabei de abrir - Mesmo quando a sua já estava aberta, ela sabia o que eu queria dizer, mas resolveu se fazer despercebida. Entrou no carro, sentando minhas pastas no banco traseiro na maior descontração. Ligou a ignição.
Bufo antes de entrar também e abrir a porta para mim mesma.
– Todos meus namorados sempre abriam para mim - Resmunguei a ela, passando o cinto.
– Não sou nenhum de seus “namorados”, se não percebeu.- Cuspiu, tocando o carro. Reviro os olhos.


Enfim, decidimos ir ao Trader Joe’s mais próximo do apartamento de Santana.
Em questão, fiquei totalmente surpresa quando apressou sua saída do carro para abrir minha porta quando estacionamos, mas totalmente não surpresa ao estapear minha bunda quando eu sai. E, sobretudo, não impressionada, aos primeiro dez minutos, fazer-me empurra-la num dos carrinhos do mercado.
As compras com Santana tornou a ser, vai lá, um tanto quanto romântico dentro do expecto de casais que eu esperava. Mas, junto disso, veio várias lições de paciência e, pela primeira vez, desde que eu tinha dezesseis, não me senti tão culpada por passar Beth a uma pessoa mais experiente, porque, convenhamos, se eu não tinha a estrutura e paciência àquela época, imagine agora que nem mesmo consigo lidar com minha esposa. De hipótese alguma eu conseguiria cuidar de um bebê quando aos dezesseis. Todavia, ao marcar uma hora e alguns de compras, Santana perdia a bateria de seu corpo. Então, dentro desse tempo, ambas puxávamos nossos carrinhos e coisas separadas entre minha casa e seu apartamento, separadamente.
– Quer pedir algo para comer ou vai tentar cozinhar a nós alguma outra coisa?- No setor de enlatados, perguntou.
– Tenho certeza que ainda tenho um pouco mais daquele arroz delicioso integral - Olho-a para testemunhar a careta de nojo que faz.
– Sim, mas tem na sua casa. Estamos indo a meu apartamento essa noite - Puxou o carrinho, o seu, para um pouco mais distante.
– Mas todas as coisas da recepção estão comigo - Examino-a, porque tenho certeza que essa nossa conversa não adicionaria nenhum outro momento bonito a nosso relacionamento.
– E o que nesse mundo temos de decidir agora? - Desviou a atenção para os potes e misturas nas prateleiras.
– Diversas coisas - Acrescentei - Mais precisamente, precisamos decidir quantas pessoas convidaremos para sabermos quantos convites serão necessários, onde acontecerá, a organização, enfeites…- Pelo foco que dava nos produtos, eu sabia que não prestava atenção no que eu falava. O que era de se esperar. Santana pode ser tão irresponsável e imatura quando quer. Tenho certeza que acreditava na possibilidade de jogar todas essas decisões para mim, minha mãe e sua. Contudo, estava muito enganada se pensava assim. Eu a arrastaria nisso tudo comigo, querendo ou não. - Está ao menos me ouvindo, Santana?
Virou-se de volta a mim, um dos potes na mão.
– Huh, claro que estou, Lucy. O que dizia?
Passei-a apressada com o carrinho até que chegasse num dos caixas não tão distantes. Quando adicionava os produtos a esteira, vi-a se aproximar com o seu.
– Não estava ouvindo - Ranzinza, resmunguei.
– Com certeza estava, babe. Concordo contigo, seria ótimo. - Não precisei focalizar minha visão nela para saber que dava um sorriso vitorioso, esperando que se aplicasse a qualquer baboseira que eu havia dito. - Oh my Kardashian! Kim e Kanye estão voltando! Após o “divorcio do ano” todos nós pesaríamos que viveriam vidas separadas para sempre, um em cada estado.
Reviro meus olhos e continuo a completar a esteira.
– Não podia ao menos fazer um trabalho melhor em fingir que se importa com nossa recepção? - Irritada, sinto seu cotovelo me cutucar uma e duas vezes.
– Estou ansiosa com a lua de mel - Sussurra em meu ouvido mais próximo dela.
Ao invés de ganhar uma corada ou sorriso em resposta, aplico mais força em colocar os produtos no caixa. Minha face fecha completamente e eu sentia aquele formigamento na ponta do estômago de nervosismo. Em redenção, Santana nota e tenta colocar uma das mãos em meu braço, mas a bato fora de mim.
– Foi uma piada, babe. - Diz.
– Sempre é, não é mesmo? - Viro-me a ela. - Quer saber, esqueça. Cuidarei de tudo sozinha.
Toma uns passos para trás, afastando-se de mim.
– Wow, por que isso? - Com as sobrancelhas juntas e feições preocupadas.
Um, dois, três, conto. Inspiro, expiro num silêncio desconfortável a ela.
– Nada. - Sorrio.

Não peço para que ela ajude com minhas próprias compras, ou que abra a porta para mim. Na realidade, digo nada enquanto colocamos as coisas separadamente dentro de seu carro. E ela, de certa forma, certamente percebeu minha quietude. Só me pronuncio quando entro no veículo, passo o cinto e peço
– Pode, por favor, me levar para casa? - Forço a voz para não entregar chateada demais com eventos anteriores.
Liga a ignição e toca para a estrada.
– Sim, é para lá que vamos - Oscila os olhos entre mim e a rodovia. - Podemos passar no KFC e pegar, pelo menos uma vez, uma dessas comidas gordurosas para o jantar? - Pergunta. Respondi-a com uma expressão de desaprovação, até desgosto.- Ou não.
– Não quero ir para sua casa, Santana, quero ir para a minha. - Suas expressões entregaram o desentendimento diante da mudança de meu comportamento. Sei que ela planejava passar a noite em sue apartamento porque, por durante duas seguidas, passamos na minha. Acho que acreditava na possibilidade de somente querer descarregar minhas despesas em casa e depois ir para sua, mas, se fosse o caso, teríamos escolhido um mercado mais próximo de mim do que dela.
– Babe, há algo errado? - Rendendo-se.
– Não, só quero ir para minha própria casa.
Bem, caramba, soube que feri seu orgulho pela maneira como disse “minha própria casa” porque ambas sabíamos que seu apartamento supostamente deveria ser minha casa, também. Soube que quase a feri quando ela fazia de tudo para me sentir em meu próprio lar e até comprou novos travesseiros diante de minha exigência por muitos. Ela, enfim, tentava descobrir o que havia de errado.
Desconsiderando os barulhos incessantes da cidade até que chegasse no condomínio, o caminho foi silencioso. Digo, entre nós. Deu entrada no conjunto de casas mais afastadas da cidade saldando o porteiro que concedeu nosso prosseguir e, ao embicar em meu estacionamento, sentou as mãos sobre as coxas, esperando que eu dissesse algo.
– Não preciso de ajuda em descarregar as coisas, sim? - Disse, já ameaçando sair do carro.
– Por mais que aprecie a idéia de não ter que descarregar milhares de produtos, por que estou sendo dispensada? - Suspeita, repreende-me antes que tivesse a chance de escapar. - Eu certamente te ajudarei a descarregar as coisas, metade são minhas, de qualquer forma.
– Só estava sendo atenciosa - Acrescentei a qualquer pensamento que ela parecia tomar - Sei que você teve de cortar toda a cidade para me deixar aqui e ainda tem de seguir por todo caminho até seu apartamento…não quero tomar mais uma única fração de seu tempo.
Esperei por sua reação, quando disse. Aparecia nula, olha-me nos olhos e nada diz por um tempo. Sua expressão tão pensativa que me deixa desconfortável. Parecia até confusa.
– Pensei ouvir você dizer que passaríamos a noite em meu apartamento hoje.
– Disse mesmo - Atropelei-a - e você falou também que queria relaxar, então concluí que isso significa que gostaria de estar em sua casa. Trabalharei nos convites da recepção, e não quero impedir seu “relaxamento”
– Está brava, então - Ao cair na realização, relatou. Relatou que eu estava tão brava a ponto de dispensa-la. Bom, muito bom.
Impulsiono meu corpo ao seu atrás do volante e sento um beijo leve em sua bochecha.
– Não estou brava - Repeti, sentando um outro.
Ela cheirava a perfure amadeirado e essência de amora.

Apesar de minha explícita insistência em não precisar de ajuda em carregar as despesas para dentro, Santana carregou algumas também, e levando alguns de seus itens perecíveis. Quando a última sacola foi deixada na cozinha, pego-a de surpresa e prenso numa das paredes dali, beijando-a. Já desabotoava a calça que ela usava, minhas ações sendo registradas, Santana passando a me beijar de volta, quando caí de joelho em sua frente. Levantei uma das pernas a meu ombro depois de descer totalmente a calça e sua calcinha. Sentei ambas minhas mãos em sua cintura para mante-la no lugar.
– Hm…Babe, o que está fazendo? - Pergunta.
Levanto a cabeça a fim de lança-la um sorriso maldoso.
– O que parece? - Cravo as unhas na carne encontrada e deixo que minha língua deslize pela parte interna de seu sexo, umedecendo-o. Continuo a movimentar até que a vejo recostar a cabeça na parede e a respiração pesar de olhos fechados. Trabalho nela por mais uns minutos, até que a sinta tremer sob meu toque, num orgasmo chulo como a maneira que a peguei. Como a maneira chula que nosso relacionamento era. Ao sentir, finalmente, seu gosto tomar minha língua, reergo meu corpo, subo as peças de sua vestimenta, sento um beijo em sua bochecha e sigo pela cozinha. Santana permanece ali parada, atordoada e ainda continuava quando voltei com uma taça de vinho na mão e encaixei na sua.- Sente-se, relaxe, San.- Retirei-a da parede, massageando o inicio das costas e a guiando para uma das cadeiras. Percebia que, ao sentar e aceitar qualquer rumo que eu daria, estava confusa demais para questionar qualquer coisa além de permanecer e me observar desfazer o restante das sacolas. Ao concluir, solto o elástico do cabelo passando a mão vez ou outra para que soltassem completamente. Procuro por uma jaqueta na sala principal e, quando volto, Santana morde o interior da bochecha, notando a mudança não só de minha roupa.
– Hey, aonde vai? - Olhando-me de cima a baixo.
– Sair com uns colegas de trabalho para bebidas - Respondo - Não sei quão tarde chegarei, então, se for para casa antes de eu chegar, não se esqueça de trancar a porta - Beijo-a na testa por uma última vez, pego as chaves de meu carro e saio pela porta principal. Todavia, não antes de ouvi-la exclamar
– Fuck! - Irritada.

x.

Minhas vistas já embaçavam quando
– OH MY GOD, é Raise Your Glass? Há tempos não ouço essa música! - Grito em meio ao mix de conversas, músicas e barulhos aleatórios dum bar. Começo a dançar no lugar que estava mesmo, cantarolando junto das letras e deixando que meus quadris acompanhassem a batida da canção. Alguns passos distantes, Saddie dançava também com todo aquele glamour e charme que possuía. Sua face avermelhada em função de todo aquele calor e movimentação.
Ao terminar da música, joguei-me para um dos bancos do balcão de bebidas onde o restante de nós estavam.
– Sabe o que esse lugar precisa? - Demandei - Uma máquina de karaokê.
Saddie sorri e alcança meu braço.
– Quinn Fabray, você é uma mulher insana! - Grita através da música que, em sequencia, toca. - Nunca me diverti tanto - Aperta os olhos e, mesmo nesse estado meu atual, sei que ela estava sendo sincera.
Caio a cabeça para trás e libero uma gargalhada descontraída.
– Yeah! Peço desculpas por ter chegado atrasada - Acrescento.
– Hey, sem problemas, estamos feliz por você ter vindo - Quase no mesmo instante, Ryan voltou de algum lugar qual primeiro tinha ido juntos outros colegas. Juntou-se a mim, no assento ao lado, quando notou que, pela primeira vez desde meu chegar, eu havia parado e sentado mesmo. Aproximou sua face para mais próximo da minha, quis acreditar que foi somente para sussurrar
– Está se divertindo, Quinn? - Virei o rosto e sua direção e não pude desperceber o perfeito desenho de seus lábios. Não sou gay como Santana, a final das contas. Julgue-me, mas ainda sou atraída por homens.
– Totalmente! Quem diria que vocês certinhos engravatados podiam ser tão divertidos - Dou-o um sorrio de orelha a orelha e me devolve o mesmo.
Os demais ao nosso redor festejam ao ouvir meu relato.
– Quer dançar? - Levanta-se e estica a mão em minha direção, esperando que eu a pegasse. Um olhar severo e esperançoso em sua face limpa.
– Claro - Por que não? Ela parecia como se o Natal tivesse chegado mais cedo quando pego sua mão. Ele, digo. Ele, homem. É só uma dança, pensei, e me perguntei porque tal frase soava tão familiar.

x.

De qualquer forma, entrei tropeçando em casa e cantarolando ainda as letras de Raise Your Glass. Uma música tão boa e tão feliz. Tão linda.
Procuro algum relógio e vejo que são quarenta para as duas da manhã. Wow. Wow, não esperava por essa. Subo para meu quarto, deixando os sapatos na porta e deparo com a imagem de Santana, sentada, ereta na cama, adormecida com o livro sobre o colo. Exalo, exausta, com a paisagem, lutando contra a vontade de remover o livro e senta-lo numa das escrivaninhas, não muito longe para que ela, ao despertar, não precisasse procurar por ele. Não me movi, embora, porque percebi que, dessa mesma intensidade, eu podia arremessar o livro para o outro lado do quarto.
Subitamente, senti que meu espaço estava sendo invadido. Certamente foi divertido fingir que estava tudo bem por um tempo, mas isso aqui, esse lugar, sempre foi meu lugar. Meu lugar. Minha cama. Mas não, aqui estava Santana, dormindo nela, depois de eu ter dado a ela um chulo sexo oral, depois de eu ter ido embora. O vinho que comprou supostamente não era para estar dentro de minha geladeira, seus sapatos não deveriam estar no chão ao lado do sofá. Santana não deveria se sentir confortável a ponto de ler um livro em minha cama. Diabos, ela nem mesmo deveria estar em minha cama quando eu, própria, não estivesse. Por esse tempos, tenho enganado a mim mesma. Nesses dois meses passados, fiz-me acreditar numa coisa que não era verídica.
Contudo, era tarde para inverter as coisas essa noite, mas amanhã precisávamos conversar a respeito disso. Eu precisava saber os termos dessa aposta dela e de Noah, e por quanto tempo essa enganação duraria. Eu precisava abordar algumas severas regras para isso. Seja lá o que isso for.
Fui até meu guarda-roupas a fim de trocar para uma peça mais confortável e, depois, volto para meu lado da cama, forçando quando deito. Mexo as cobertas, balanço e faço os maiores movimentos possíveis ao me arrumar ali. Não sei se fazia muito barulho ou se minha presença estava finalmente sendo notada no quarto, mas, quando viro-me a ela, seus olhos estão abertos.
– Que horas são? - Pergunta, cansada.
– Não olhei - Dou de ombros. Minhas palavras sendo fracas, pontiagudas e secas. Tiveram um efeito tão forte que Santana não passou despercebida delas. - Não estava esperando encontrar você aqui. - Percebi que não havia deixado escapar esse relato também, tampouco as outras sugestões minhas em passarmos a noite separadas. Nunca passamos a noite separadas desde quando nos casamos. Não literalmente.
– Por que eu não estaria? - Disse, retirando o livro do corpo e o sentando em algum outro lugar. Esfrega o sono dos olhos ao deitar completamente ao meu lado, torcendo a silhueta para que imitasse a posição da minha. - Se divertiu com os “colegas de trabalho”- A voz dando a ironia.
– Muito - Seco.
Paramos por um momento, ela observando-me nos olhos.
– Não posso ler sua mente, Quinn, então, a não ser que você me diga o que fiz, não tenho como saber, caramba!
– Nada - Grito - Você não fez nada - Tento acalmar a mim mesma, o álcool em meu sistema tornando tudo mais intenso. Não ajudando.- Olhe, San, está tarde e ambas de nós possuíamos lugares que precisamos estar pela manhã. Só quero dormir, está bom pra você?
Vejo as expressões de seu rosto caírem, a colocação de seus olhos do negro para um marrom disfarçado.
– Yeah, claro, babe.
– Obrigada.
Cubro-me embaixo das cobertas no meu lado da cama, não evitando o pensamento de que, há meses, não existia lados. Da minha cama. Mesmo quando fazíamos sexo e eu sempre via o lado direito como o de Santana, era minha cama. Minha cama. Mesmo quando eu não gostava de ter qualquer outro cara que eu trouxesse para casa tomasse o lado direto, quando ainda não éramos oficiais. Mas era minha cama, céus.
Sinto-a remexer na minha cama e abaixar um pouco o cobertor de meu rosto. Senta um beijo em minha testa.
– Boa noite, Quinn.
Resmungo um noite em retorno.
Amanhã. Conversaremos amanhã, Santana.


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