POV Sam

‘’ I only wanna die alive

Never by the hands of a broken heart’’

A brisa da manhã batia em meu rosto de uma forma agradável. Dali podia ver muita coisa, no topo daquela colina.

Mantia meu PearPhone ao lado, porém pouco me importa com ele – E sim, eu estava surpresa – Era um dos raríssimos momentos que só me restava pensar - Se eu tenho tdah? Não, obviamente. Mas nunca me dei para nada, para pensar em como seria se...

Mas era uma exceção, pois no que eu pensava era diferente. O que seria depois das férias? Cat, Freddie e até mesmo o pateta em pessoa – Vulgo meu pai.

Depois seguiríamos nossas vidas, e isso é o triste de amigos de verão. É o adeus.

Ei, Sam! Por que estou pensando nisto mesmo?

Afastei esses pensamentos a tempo de ver a figura ruiva se aproximando.

– Ei, Cat!

Ela se sentou ao meu lado.

Estava com outro vestido florido, uma bolsinha para o PearPhone e as madeixas ruivas estavam amarradas.

– O que esta fazendo? Ontem foi incrível na praia! Planos para hoje, Sam?

– Nada, eu sei e não – Falei – Algo em mente, vómito de arco-íris?

– Uma festa que terá aqui no hotel... Talvez seja legal, não acha?

Encarei por um tempo. Passei meus braços pelos seus ombros e suspirei.

– Cat, acho que a festa não vai ser adequada a você. Sabe... Do estilo Pôneis e flores.

– Sam!

– O.k, o.k! Você venceu. Adoraria ir nessa coisa... – Levantei-me e logo em seguida puxei Cat. Ela deu um pulo tão alto que quase ‘’voou’’ colina a baixo – Que tal dar uma voltinha... Para lá? – Apontei para uma área um tanto remota.

Ela saltitou na minha frente e eu seguia-a. Não demorou muito para ela diminuir a velocidade e para ao meu lado. Já havíamos nos afastado bastante do hotel. Estava perto de uma ‘’horta’’ aos fundos do prédio, onde cultivavam alimentos e blá blá blá. Á direita havia três pequenas casas – Deduzi que deveria ser de algum empregado – E uma fogueira onde uma garotinha estava sentada. Ela tinha em mãos gravetos que aos poucos alimentavam o fogo.

Usa um vestido azulado e o cabelo estava preso em um rabo de cavalo. Não tinha mais de oito anos.

Cat apertou a minha mão, ela não queria continuar, mas eu sim.

– Olá! – Falei. A garotinha nos fitou.

– Oi... Sentem-se – Ela disse. Eu como sou alguém exemplar obedeci à garota. Cat fez o mesmo um pouco relutante.

Ficamos em silêncio. A menina estava concentrada em sua fogueira.

– Hum... Você mora aqui? – Perguntei.

– Sim – Ela disse e logo depois colocou mais um graveto na fogueira – Bem... Mais ou menos. As vezes.

Ignorei a boa resposta da garota.

– Sou És... Não é meu nome, mas gosto que me chamem assim – Finalmente ela se virou para nós – Vocês são...

– Cat! – A criatura ruiva gritou ao meu lado – Ela é Sam...

– Legal!

Ficamos em silêncio, e teríamos permanecido assim se não fosse pelo grito de Cat.

– Cachorro... Grande... Devorar garotas de cabelo ruivo.

– Sim... – Disse És – Ele não gosta de companhia... Corram! Vou tentar distrair o cão do meu vizinho. Boa sorte!

Deduzi que deveria acreditar na garotinha. Agarrei o pulso de Cat como faria com uma criança e disparamos colina a cima.

Não deveríamos correr. Isso só provocou o animal maior que nós. Mas era tarde de mais para desistir, e os gritos da ruiva ficavam em todos os instantes mais escandalosos.

O ‘’boa sorte’’ de És não saia de minha cabeça.

– Eu não queria ter ido lá... – Cat disse ofegante.

Finalmente paramos, estávamos na área de piscina do hotel. Todos olhavam para nós.

– O que foi? Querem uma foto? – Gritei. No mesmo instante eles desviaram o olhar.

Encostei-me a em Cat. Mas a inteligência dela não permitiu que parássemos ‘’fixas ao chão’’. Ela se inclinou para o lado e nós duas fomos parar na piscina. Nos 2,50 de profundidade. Algo super confortante para alguém que mal sabe nadar. Comecei a debater-me na água. Mas não ajudava, a cada instante me aproximava mais do fundo d’agua.

Rezei para todos os seres supremos eu conhecia, foi em vão... Mas, náiades existem? Não!

Porém alguém me levou para cima. Um garoto.

– Você está bem? – Ele perguntou logo depois de me colocar em uma cadeira a margem da piscina.

Minha respiração ainda não estava normalizada, mas conseguia balbuciar algumas palavras.

– Um anjo?

– Não... – Ele riu – Cameron, não um anjo.

Balancei minha cabeça conectando-me ao mundo real novamente.

– Valeu por evitar a minha morte! – Tentei tirar agua do meu ouvido. Parei logo após de lembrar-me de algo – Cat! Onde ela está... Oh meu Deus. A garota deve estar tendo uma parada cárdica nesse...

– Estou aqui, Sam! – A criatura ruiva estava atrás de mim.

– Acho que você, hum... Deveria sercar-se! – Cameron disse.

Enrolei-me em uma toalha e fitei os olhos verdes do garoto.