A Teacher's Love escrita por Bruna Catarina


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu escrevi essa One Shot simplesmente para expressar a minha revolta contra o clichê de transformar professor e aluno em casal. Para matar esse clichê, eu escrevi uma professor e professor, do ship FrUk (Francis e Arthur), um ship super amorzinho >u< Enfins, enjoy!



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Arthur Kirkland caminhava pelo corredor torcendo pra não esbarrar em ninguém. O professor de literatura carregava uma pilha de livros até a sala dos professores daquele colégio comum dos Estados Unidos. O inglês cresceu em Londres, e nunca quis sair de lá na verdade, mas sua mãe se mudou com ele pra América quando ele tinha 14 anos. Agora, aos 35 anos, Arthur era um professor de literatura do Ensino Médio. Solteiro e feliz a medida do possível assim.

Ele entrou na sala bufando, colocando a pilha com cuidado numa escrivaninha encostada a parede.

-Bom dia, Artie. - disse uma voz do outro lado da sala.

-Bom dia, Frog. Já te disse pra não me chamar assim, francês desgraçado. - respondeu Arthur, sentando na cadeira giratória em frente a escrivaninha.

-Você é mesmo adorável, não é? - disse o homem. Ele era Francis Bonnefoy, o professor de Estudos Sociais. Ele era um homem loiro de olhos azuis, aparência que agradava muitas mulheres. Daí vinha sua fama de mulherengo. Ele nunca se envolvia seriamente com ninguém, mas alguns boatos diziam que ele tinha um filho adolescente e que era pai solteiro. Ele estava sentado com os pés na mesa preguiçosamente.

-Sonha. Você não tem aulas pra dar agora, Bonnefoy? - perguntou Arthur, deixando claro que não queria conversa.

-Não, não tenho. E pelo jeito você também não. Planeja ler todos esses livros agora? - perguntou Francis, encarando a pilha desinteressado.

-Não, seu idiota. Vou usar nas minhas aulas, é óbvio. - disse o inglês, recostando na cadeira e voltando-se pra janela.

-Ei Arthur. - disse Francis, se voltando pra ele. - O que vamos fazer nesse período livre que temos?

-Por quê você não vai paquerar uma mulher qualquer na rua ou se embebedar de vinho? É só isso que você sabe fazer mesmo.

-Não precisa ser tão grosso, Artie. Vamos conversar sobre algo, sim?

-Quem disse que eu quero falar com você, Frog?

-Ah, qual é. - disse Francis, levando sua cadeira até o inglês e sentando ao seu lado. - Vamos, me conta. Como é a sua família?

-Por quê você quer saber, Frog? - perguntou Arthur.

-Eu estou só puxando assunto. Agora responda a minha pergunta.

-Eu vivo sozinho com o meu filho, Alfred.

-Eu não sabia que você tinha um filho. - disse Francis. - Você é divorciado?

-Não, não. Alfred não é meu filho de verdade. Ele é meio que adotado. - explicava o inglês. - Eu o encontrei dentro de uma cesta numa lata de lixo em frente a um McDonalds. Ele tinha uns 3 anos e eu 22. Eu simplesmente não podia deixá-lo lá. Tudo que eu sabia sobre ele era seu nome. Alfred F. Jones. Estava escrito num papel preso na cesta. Até hoje não sei o que esse F significa.

-Espera. Esse não é...

-O paspalho da sala 3-A? É.

-Nossa. Eu nunca imaginaria que ele é seu filho. Vocês são tão diferentes.

-Pois é. Não ouse contar a alguém sobre isso. Alfred me mataria se muita gente soubesse. E eu também não quero ser associado áquela mula humana.

-Certo. - disse Francis, rindo do comentário do colega. - É uma bela história. O que você fez foi muita bondade sua.

-Se você acha. - disse Arthur, indiferente. Alfred era uma gracinha quando criança, mas agora era um cara independente. Segunde ele, é claro. Arthur não podia dizer que o menino não o dava nos nervos, mas mesmo assim a possibilidade de seu pequeno garotinho ir embora quebrava seu coração. Mas é claro que ele nunca admitiria isso. - Mas e você? Como é sua família?

-Só eu e meu filho também. O jeito que a minha família nasceu foi bem engraçado até. Eu fui passar um tempo no Canadá, só pra me divertir. Eu acho que passei um pouco da conta, afinal, no meio da diversão uma jovem acabou grávida. - disse ele, rindo. - Mas ela era uma jovem fraca, morreu no parto do meu pequeno. Como ficar no Canadá nos traria muitas más lembranças, trouxe meu Matthew pros Estados Unidos.

-Tinha que ser. Você é um tarado mesmo. - reclamava Arthur.

-Não me arrependo do que fiz no Canadá. Eu me apaixonei de verdade pela mãe de Matthew, ninguém pode dizer o contrário. Jeanne... Como eu sofri quando ela morreu... - dizia Francis, pesaroso. Ele parecia triste de verdade falando sobre aquele assunto. Arthur percebeu em seu olhar que o francês não era exatamente quem ele pensava. Arthur sempre achou que Francis era só um francês tarado que não amava ninguém. Desde que começou a trabalhar lá, o inglês sempre julgou ele desse jeito. Mas naquele momento, ele via que Francis tinha sentimentos, como qualquer um. Que ele tinha suas mágoas do passado e que sua vida não era sempre o mar de rosas que ele exibia pro mundo.

-Eu... Sinto muito. - disse Arthur, envergonhado e cabisbaixo.

-Não sinta. Isso foi há muito tempo, eu... Já superei.

-Francis. Algo assim não se supera. Você… Sempre vai se lembrar disso como algo doloroso, eu acho. N-Não que isso seja da minha conta, é claro. - disse Arthur, desviando o olhar e corando. Francis sorriu e lhe acariciou os cabelos.

-Obrigado por entender, mon ami. Tive medo de esse tempo todo você ter achado que eu não passava de um pervertido.

-N-N-Na verdade eu... Pensava isso sim. - admitiu Arthur. - Mas você me mostrou que tem s-sentimentos. Peço desculpas por julgá-lo mal. - Francis observava, surpreso, o rosto daquele rude e introvertido professor ficar cada vez mais vermelho, os seus olhos verdes desviados para um ponto aleatório qualquer que não fosse o rosto do francês. Tão fofo...

-Sabe Arthur, você tem um jeito rude e grosseiro que me impede de entendê-lo por completo. Mas eu sei que você tem um bom coração. - disse Francis, sorrindo pra ele. Arthur o encarou surpreso antes de corar completamente.

-O-Obrigado Frog.

-Hey, Arthur? - disse Francis.

-O que foi agora? - perguntou Arthur, cruzando os braços.

-Quando foi a última vez que você foi a um encontro?

-O-O-O quê?! - perguntou Arthur, descruzando os braços e ficando cada vez mais vermelho.

-Eu trabalho com você há anos e nunca te vi saindo com uma mulher. Ou com um homem, nunca se sabe. - dizia Francis, curioso. - Você nunca sai com ninguém?

-E-Eu... Eu não... E-Eu tenho um filho pra criar e um emprego pra manter. N-Não tenho tempo pra isso.

-Você não... Se sente solitário mon ami? - perguntava Francis, se levantando e indo até ele.

-E-Eh? N-Não, eu não... - disse Arthur, se levantando pra se afastar do francês.

-Eu me sinto sozinho, mon ami. Muito.- confessou o francês, se aproximando mais e mais do inglês.

-N-Não parece. Você está sempre... Cercado de pessoas. - disse Arthur, continuando a recuar enquanto o francês avançava, deixando o inglês envergonhado e nervoso pela proximidade.

-Sim, eu tenho Gil e Toni pra me fazer companhia. Mas eu sinto falta de ter um relacionamento amoroso com alguém. - disse Francis.

-Você está sempre saindo com várias mulheres diferentes. Por quê não tenta se envolver de verdade com uma? - retrucou Arthur, um pouco de irritação na voz ao falar das mulheres com quem Francis se envolvia, geralmente por uma ou duas noites somente.

-Você sabe por quê eu faço isso, Arthur? Sabe? - dizia Francis, se aproximando mais enquanto Arthur recuava. Até as costas de Arthur bateram na parede. Ele não tinha mais pra onde fugir. Francis colocou os braços ao lado do corpo do inglês, impedindo-o de fugir da conversa. - Eu fico com essas mulheres... Porque eu me apaixonei por alguém e eu não consigo esquecê-lo.

-F-Francis, eu... - dizia Arthur, completamente vermelho.

-Arthur... Eu flerto com você há anos. Eu tento te esquecer há anos. Quanto tempo mais você acha que eu vou conseguir conter esses sentimentos? - disse Francis, uma pontada de tristeza em sua voz.

Arthur desviou o olhar pro chão, sem saber o que dizer. O francês colocou uma das mãos na bochecha do inglês, acariciando seu rosto vermelho e quente. Seus dedos escorregaram pro queixo do inglês o fazendo levantar a cabeça pra olhá-lo nos olhos. Os olhos azuis de Francis encontraram o verde dos olhos de Arthur, observando com carinho o homem que ele almejava conquistar há muito tempo bem ali, a sua frente finalmente ao seu alcance. Ele se aproximou do inglês devagar e o beijou. Os lábios de Arthur eram macios, exatamente como ele havia imaginado. Aquela cena havia acontecido muitas vezes na cabeça do francês, de diversas maneiras diferentes e em diversos locais diferentes. Mas nenhuma das fantasias de Francis se comparava áquele momento.

Enquanto isso, Arthur estava confuso. Ele e Francis sempre brigavam o tempo todo e agora o francês estava beijando-o. E Arthur não queria afastá-lo. E isso era muito, muito estranho. Francis passou os braços pela cintura de Arthur, colando seu corpo ao dele enquanto pedia passagem com a língua. 'Se for pra acabar com a nossa amizade, vou fazer isso direito.' pensou o francês. A grande surpresa foi quando Arthur, hesitante, passou os braços pelo pescoço de Francis, pousando as mãos em sua nuca, brincando com os cabelos do francês, enquanto dava permissão pra que Francis aprofundasse o beijo. Francis não podia ficar mais feliz. Algum tempo depois, Francis se separou devagar de Arthur, afastando-se somente o necessário pra olhá-lo nos olhos. O rubor em seu rosto ainda era bem visível, e Francis achava aquilo uma gracinha.

-Arthur... Eu não queria fazer nada que você não quisesse antes. Mas eu tinha que tentar. - confessou Francis, acariciando as costas do menor. - Eu nunca achei que você fosse corresponder...

-F-Francis eu... - dizia Arthur, completamente vermelho, sem conseguir expressar em palavras o que ele sentia no momento. Seu coração estava disparado, o estômago com uma sensação estranha e mesmo que ele se negasse a admitir, ele realmente queria que Francis o beijasse outra vez.

-Arthur. - disse Francis. - Você quer sair comigo?

-O-O quê? - perguntou Arthur.

-Arthur, depois desse beijo nem você e nem eu podemos negar nossos sentimentos. Mon ami, eu gosto de verdade de você. Você pode ao menos me dar uma chance?

-Francis... - murmurou o inglês. Ele simplesmente não conseguia pensar com o francês tão perto dele. Arthur, ainda com as mãos na nuca de Francis, não pôde fazer nada além de puxá-lo para mais um beijo. O francês o puxou pela cintura com força, abraçando-o de modo possessivo, incrivelmente feliz por ter seu amado inglês nos braços. Naquele momento, nada podia estar mais perfeito.

*

2 Meses Depois...

Arthur caminhava pelos corredores sentindo os olhares dos alunos sobre ele. Ele tinha um horário livre no momento e iria passá-lo terminando um livro que ele estava adorando. Ao finalmente chegar à sala dos professores, o loiro fechou a porta e se sentou na frente da escrivaninha, concentrando-se no livro que lia. Alguns minutos depois, ele sentiu braços envolverem seu corpo e uma voz sussurrar em seu ouvido:

-Bom dia, mon amour.

-Bom dia, Frog. - respondeu Arthur. Francis começou a beijar o pescoço do menor, fazendo-o se arrepiar. - Ahn... F-Francis... Pára...

-Eu sei que você adora quando eu faço isso... - disse Francis. Ele pegou as mãos de Arthur e o fez levantar. Prensou-o contra a parede e o beijou. Não importava quantas vezes eles fizessem aquilo, sempre seria incrível. Era como se correntes elétricas percorressem os corpos quentes dos dois e nada importasse mais que aquilo. Francis passou as mãos por debaixo da camisa do inglês, acariciando suas costas com carinho. Mas o francês queria mais. Ainda beijando Arthur, Francis começou a desabotoar a sua camisa.

-Ei, Frog! O que está fazendo? - perguntou Arthur.

-Temos bastante tempo livre agora. O que você acha que eu vou querer fazer? - respondeu Francis, beijando o pescoço do menor.

-A-Aqui não... Francis... - dizia Arthur, enquanto o francês o ignorava e continuava o que fazia. Francis deslizou a camisa de Arthur pra baixo e a tirou, colocando-a na escrivaninha ali ao lado. - Maldito Frog... - Francis sorriu ao perceber que Arthur parara de resistir e cedeu às carícias do francês. Ele desabotoou a própria camisa, voltando a beijar Arthur, mas antes que pudesse tirá-la a porta se escancarou e uma conhecida voz soou:

-Franny! Que tal sairmos pra fazer alguma coi- - lá estavam os melhores amigos do francês, Antônio e Gilbert, pegando Arthur e Francis no flagra. O rosto do inglês ficou completamente vermelho na hora, enquanto o francês os direcionava simplesmente um olhar assassino num pedido mudo de que fossem embora. - Pelo jeito você tá ocupado né, então saímos outro dia. - disse o espanhol, recuando devagar. - Eu vou procurar o Lovi.

-E eu vou atrás do Rod. - disse Gilbert. - Até mais, Francis! - e a dupla fechou a porta outra vez. Alguns segundos depois, Francis bufou e se afastou do Arthur, trancando a porta.

-Dessa vez ninguém vai atrapalhar. - disse Francis.

-M-Mas...

-Mas nada. Vou terminar o que comecei. E não ouse reclamar porquê eu sei que você também quer isso. - disse Francis, voltando ao inglês. Antes que ele pudesse reclamar, o francês o beijou, continuando de onde parou. E assim Francis passou mais um período livre com seu adorável (ou quase) inglês, torcendo pra que nenhum professor precisasse da sala dos professores.


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