O tempo em Hogwarts foi se passando. Tudo seguia normal, como Jamie indo para a diretoria, Helena gritando com ele tanto quanto Elsa fazia, Leonidas e Christian tentando acalmá-la e Elizabeth, Jason, Miranda, Ellen, Alicia e Diego rindo da situação.

Os Grifinórios e Sonserinos estavam em uma aula de Transfiguração e Elena seguia fazendo jus à fama de professora sempre exigente que tinha com os alunos veteranos da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, o que tornava a aula dela, para os novatos, um castigo.

– Agora quero meio metro de pergaminho sobre o feitiço Avifors e depois vocês irão me demonstrar aqui na frente. – A morena declarou enquanto escrevia alguns pergaminhos com relatórios para o Ministério da Magia, afinal, além de professora, ela era Ministra da Magia.

Como todos já a conheciam bem e sabiam que o melhor a se fazer era não desobedece-la, puseram-se a fazer a atividade requisitada.

Assim, os minutos foram se passando lentamente e o silêncio foi interrompido apenas quando a porta da sala de aula foi aberta, chamando a atenção de todos os estudantes e da professora.

O homem que acabara de irromper praticamente desesperado pela sala tinha pele morena, cabelos e olhos pretos e aparentava ter a idade de Elena, embora seus trinta e cinco anos fossem mais aparentes que os dela.

– Algum problema, Al? – Elena se levantou de sua cadeira, chamando o homem pelo mesmo apelido com a qual todos o tratavam.

– Poderia vir aqui fora um instante, Elena? – Ele pediu quase implorando.

– Claro. – Ela concordou com desconfiança enquanto andava na direção dele. Porém, a morena se virou para seus alunos antes de sair. – Terminem a atividade até eu voltar, caso contrário serão cinco metros de pergaminho. – Os alunos engoliram em seco e começaram a fazer a atividade.

Apenas uma aluna permaneceu fitando a porta, não dando sequer uma fração de sua atenção ao pergaminho à sua frente.

A morena se levantou de seu lugar e caminhou em direção à porta, parando apenas quando Helena segurou seu braço, quase a desequilibrando.

– O que foi? – A mais nova perguntou com mau humor, ainda querendo ir até a porta.

– Você não pode ir até lá. – Helena respondeu em um tom duro, autoritário. – E se eu deixar, mamãe vai me matar, aí vai matar você e a mim de novo.

– Ela não vai descobrir. – Elizabeth sorriu sapeca e começou a puxar Helena em direção à porta, ambas começando a escutar o que Aladdin e Elena conversavam no corredor vazio do lado de fora.

– Eu vou lançar o feitiço Abaf... – Elena não teve tempo de terminar antes de ser interrompido pelo moreno.

– Ele fugiu. – Aladdin disse tudo numa única lufada de ar.

Por um momento, Helena e Elizabeth não escutaram nenhum único ruído vindo do lado de fora.

– O que? – Finalmente escutaram a voz de Elena soar mais uma vez.

– Sinto muito, mas ele fugiu de Azkaban. Ninguém sabe como. A cela era a mais segura de todo o Mundo Mágico... – Ele foi interrompido.

– Quando ele fugiu? – Ouviram Elena perguntar e subitamente tremeram com a agressividade na voz da mãe, que saiu quase como um grunhido.

– Ontem à noite. – Escutaram Aladdin dizer. – Não pude avisar antes. O que acha que ele quer dessa vez? – O homem perguntou.

– Não sei e não me sinto nem um pouco inclinada a esperar para descobrir. – Escutaram mais uma vez a voz de Elena. – Faça-me um favor. Convoque Elsa, Jack, Mirana, Anna, Alice, Jacky, Merida, Rapunzel e Soluço na sala da Elsa, está bem?

– Sim, senhora. – Escutaram a voz de Aladdin. – O que devo dizer a eles?

– Não diga nada. Apenas mande-os para lá que eu explico tudo. – Ouviram a mãe suspirar com cansaço. – Depois disso, pode ir.

– Sim, senhora. – Aladdin concordou e em seguida, Helena e Elizabeth não ouviram mais nada.

Ouviram passos se distanciando para lados diferentes, concluindo que sua mãe não voltaria para a aula agora. Helena e Elizabeth se entreolharam por um segundo e a mais velha tremeu ligeiramente ao ver a intenção clara nos olhos da outra.

– Não. – Disse antes que Elizabeth pudesse verbalizar seu pensamento.

– Eu vou com ou sem você. – A mais nova assegurou sem deixar brechas para que a outra discutisse.

– Tudo bem. – Helena suspirou com cansaço e se virou para a turma, que se mantinha de cabeça baixa, fazendo a atividade ordenada pela professora, parecendo completamente alienados da presença das duas. Os olhos azuis da garota centraram-se em quatro pessoas. – James, Leonidas, Jason, Miranda. – Chamou, atraindo a atenção deles. – Vamos.

– De jeito nenhum. – James respondeu carrancudo. – Não quero levar sermão da mamãe de novo.

– Cala a boca e vem logo, seu imbecil. – Elizabeth ordenou e Jamie engoliu em seco com o tom usado por ela.

Assim, James se levantou de seu lugar e foi até elas. Em seguida, Leonidas, Miranda e Jason fizeram o mesmo.

– Qual o objetivo de tudo isso? – Leon questionou com as mãos nos bolsos da calça, não parecendo nem um pouco interessado.

– Parece que um prisioneiro fugiu de Azkaban. – Helena explicou rapidamente. – Não sei quem, mas parece que preocupou a mamãe porque ela chamou nossos tios também para se reunirem na sala da tia Elsa...

– Eu já disse que não quero ir para a Diretoria. – James a interrompeu com os braços cruzados e a mesma expressão carrancuda de antes. – Já estive lá o suficiente pelo resto da minha vida.

– Seu idiota, se nós vamos escutar a conversa deles, então claramente não vamos entrar. – Jason estapeou a cabeça de James, que olhou para a ele com um olhar mortal.

– Mas eles não teriam lançado um feitiço Abaffiato? – Miranda supôs, brincando com uma mecha de seu próprio cabelo ruivo.

– Todos os alunos estão na aula, assim como os professores e os outros funcionários estão em suas salas, provavelmente dormindo. – Elizabeth finalmente falou novamente. – Não seria necessário. Agora vamos. – Abriu a porta e os Seis saíram rumo à Diretoria da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.