(LEIAM AS NOTAS INICIAS, AS MENINAS QUE COMENTARAM SAÍRAM SEUS NOMES).

Isabella Swan,

Forks.

No dia seguinte...

Dormir na casa de Kate foi uma das melhores coisas que fiz nesses últimos dias. Assistimos filmes de comédia, lanchamos, conversamos sobre vários assuntos e também a ajudei cuidar do jardim no quintal bem cedinho. Foi divertido.

Mas agora eu já estava em casa, no meu quarto me arrumando para o colégio. Meus cabelos caíam em cascadas pelas minhas costas, ao contrário de Isabelle, meus cabelos eram com cachos nas pontas e lisos para cima. Mas o dela era totalmente liso.

— Vamos logo, pirralha. — Ouvi uma voz ignorante, era de Isabelle.

Ela estava na porta do meu quarto com um vestido – micro – rosa e saltos pretos.

— Temos a mesma idade, sua idiota. — Resmunguei.

— Pai! Bella me chamou de idiota. — Falou descendo as escadas e revirei os olhos com a atitude infantil dela. Como sempre, eu levava a culpa de tudo.

Desci as escadas e vi meu pai me encarar com rancor, mas no fundo vi o divertimento em seu olhar. Ele me dava os castigos e não cumpria, acho que só ele me amava nessa casa. Minha mãe era uma megera nojenta igual à Isabelle, já eu era diferente delas duas. Eu era praticamente igual ao meu pai.

— Já disse mil vezes Isabella, não deve chamar sua irmã com impropérios. — Deu um sorriso.

No fundo, ele achava engraçada a expressão cômica que eu fazia.

— Por isso mesmo, quero saber o motivo de tê-la chamado de idiota.

— Não foi nada demais, papai. — Falei e ele concordou.

Depois comemos em silêncio, mesmo com os bufos de Isabelle enquanto comia seu cereal nervosamente. Ouvimos a campainha e Isabelle logo de levantou, rapidamente quero dizer.

Eu também fui com ela até a porta, já que iríamos para o colégio e tal. Já era a hora.

Mas tomei um susto vendo Edward na porta, ele estava lindo como sempre. Seus olhos refletiam algo estranho, mistério talvez. Isabelle agarrou seu braço e olhou para mim:

— Diga ao papai que volto de noite, vou passear com Edward depois das aulas.

— Você tem boca, certo? — Falei e dei um sorriso vendo o carro de Kate estacionar na minha frente e ela aparecer na janela gritando meu nome. — Já vou!

Passei por eles sem nenhuma irritação, imagina. Isabelle só faltou voar em cima de mim, ela tinha inveja minha desde quando era criança e não pouparia nada que me fizesse feliz. Como fez a Edward, como fez a Bree.

— Ei, espere. — Edward falou totalmente confuso, mas Isabelle botou a mão em sua boca. E depois me encarou raivosamente.

— Nem pense em falar a verdade.

— Parem de DR, vão estudar. — Reclamei dando um sorriso sacana enquanto entrava no carro. Olhei para Kate, que tinha um sorriso no rosto. — Então, vamos?

— Vamos senhorita bom-humor.

Dei uma risada e seguimos até o colégio.

(***)

Foi tudo normal no colégio, enquanto eu estudava (e por incrível que pareça Isabelle e Edward estavam em todas as aulas, principalmente Edward) o casalzinho vinte ficava me encarando. Isabelle estava com um ar superior ao lado de Edward, mesmo com aqueles batons vermelhos não vi nenhuma marca de batom sequer em sua camisa ou boca. Isso significava que eles ainda não haviam se beijado.

Eu conhecia muito bem Isabelle para saber que ela comprava batons permanentes por várias horas.

— Isabella Swan. — O professor me chamou e levantei a cabeça o olhando. — Você... Tem que ir à diretoria depois da aula, certo?

— Certo. — Respondi e vi todos os alunos me olharem debochadamente. — Sim, agora vocês podem parar de cuidar da minha vida e assistir a aula.

E todos vivaram, constrangidos e o professor mantinha um sorriso amarelo no rosto enquanto explicava como foi a formação dos Estados Unidos, mais uma vez. Logo o sinal tocou e Kate foi comigo pelos corredores, falamos sobre as aulas e também o motivo de eu ter que ir à diretoria.

— Bem, você sabe que não faço nada demais além de dormir nas aulas. — Resmunguei e ela deu um sorriso enquanto ajeitava seus cabelos.

— É, vou indo para o laboratório. Tenho aula de química, uma merda.

Ela me deu um beijo na bochecha e saiu andando rapidamente até o laboratório, que ficava no segundo andar e sei como as escadas ficam lotadas esse horário. Andei calmamente e sozinha para a diretoria, mas como o destino é raivoso comigo mandou Edward aparecer justamente sozinho.

Quando digo sozinho, é sem Isabelle ou aquelas tropas de meninas.

— Mal começou o ano e você já está arranjando problemas. — Ele resmungou jogando a lata de Coca-Cola dentro da lixeira e veio caminhando até a mim.

Respirei fundo controlando-me para não manda-lo se ferrar.

— Desde quando isso é problema seu? — Retruquei enquanto sentia seu olhar, praticamente, me queimar por dentro pelo fato de ter tanta intensidade.

— Desde quando nos amamos.

Ficamos nos olhando, o silêncio era desconfortável e eu pensava em todas as maneiras em que eu mentiria dizendo que não o amava mais, depois sairia correndo para a diretoria. Mas não consegui seu olhar de certeza e sinceridade em mim prendeu-me no corredor, tanto que deixei ele se aproximar.

Seus braços rodearam minha cintura, enquanto ele ainda estava com aquele olhar. Aqueles olhos verdes.

— Edward, não...

— Você tenta negar sempre! Sabe o quanto foi difícil ir embora? — Perguntou ele visivelmente magoado.

— Suponho que você não sofreu tanto quanto eu sofri, EU TIVE DEPRESSÃO! — Assumi logo e ele respirou fundo.

— Mas saiba que aquilo nunca foi minha culpa, foi da sua irmã. Um dia vou provar.

E então saiu em passos rápidos até o final do corredor, mas virei-me para ele bufando:

— Por que veio com minha irmã para o colégio?

Ele parou e virou-se com um sorriso torto.

— Está com ciúmes, Swan?

— Nunca.

— Eu ia falar com você, mas ela não deixou e você deu várias respostas entrando no carro com Kate.

— Hum.

— E eu ainda tenho uma proposta para te dar.

Depois saiu me deixando sozinha e dei um sorriso escondido de todos. Ninguém podia ver que ainda eu sentia alegria e desespero de ser de Edward novamente.

Fui até a diretoria e lá encontrei o diretor, mas estava com um sorriso. E não como se fosse me xingar.

— Boa tarde, senhorita Swan.

Assenti com a cabeça meio tímida e me sentei na cadeira na frente dele. O mesmo estranhou meu comportamento, o diretor desse colégio é um gato! Apesar de tudo só tinha trinta e cinco anos, pois assumira o colégio quando seu pai morreu e isso já faz quatro anos. E digamos que o colégio melhorou bastante com suas opiniões e revoluções, tanto que temos nos corredores várias janelas que dão uma visão para um jardim incrível.

Ele ficou calado, para depois se aproximar de mim. Inicialmente estranhei.

— Ér... Eu fiz algo de errado?

Seus dedos passaram por meu pescoço, e eu estava com vontade de sair dali. Ali não era lugar para mim.

— Sempre, mi amoré. — Ele sussurrou em meu ouvido e bufou vendo que não surtiu nenhum efeito em mim. — Eu pedi para chamar a garota certa.

— Droga, você estava tentando me assediar? — Perguntei desesperada levantando-me da cadeira.

— Era esse meu objetivo. — Ele deu um sorriso maldoso e depois olhou para mim, fixamente. — Agora, se você não quer ter fama de puta é melhor sair daqui! E nunca contar esse segredo, é nosso.

— Eu não acredito que você tem coragem de fazer isso! Cara, seu pai permitiu que você cuidasse desse colégio.

— E esse colégio não me dar tanto dinheiro, tenho várias oficinas em Nova York!

— Você não sabe o quanto está errado a respeito daqui, às vezes morar aqui é melhor.

E então sai da diretoria fechando a porta com força, fui ao banheiro feminino e entrei em uma cabine e comecei a chorar. Depois ouvi a porta ser aberta, alguns murmúrios e subi em cima do vaso sanitário para não verem meus pés.

— Você sabe que Isabella nunca teria chances contra eu. — Ouvi a voz de Isabelle falar, juntamente com uns risos. Suas amigas estavam aqui, não é?

— Mas você mesma disse que ela era linda, tinha um corpo esbelto.

— Isso porque um dia fui irmã dela.

Cerrei meus punhos em forma de raiva, eu não acreditava que estavam falando isso de mim.

— Sabe... Tenho raiva, os seios dela são provavelmente mais bonitos do que os meus. O corpo todo. E eu saí bronzeada igual a minha mãe, daria tudo para ter uma pele branca e sem espinhas como as dela.

Suspirei, sempre tive a certeza que ela tinha inveja de mim. Por isso mesmo esperei que ela saísse com suas amigas, mas não aguentei em certo ponto da conversa e botei as mãos na boca para abafar o grito.

— Hum... Vou fazer de tudo para que E.C. me leve para jantar, hoje.

— Sei, ele é apaixonado por sua irmã! — Jessica falou e ouvi risos, isso fez com que eu desse um sorriso maldoso. Mas depois fiquei em silêncio.

— Eu tenho minhas chances. Hoje mesmo vi para o colégio com ele, suas vadias.

— Sim, ele falou como Isabella é linda no carro o caminho todo?

— Droga, ele falou sobre ela e mais nada. Dava um enjoo danado, pensei que ele iria me prensar no carro e me pegar de jeito, como ele já fez com Isabella.

Droga, droga. – Pensei lembrando-me do meu passado tão perfeito e tão sombrio ao mesmo tempo.

Elas saíram do banheiro e dei graças a Deus, então fui lavar minhas mãos e ajeitar meus cabelos. Retoquei meu brilho labial e fui para a sala de aula, tinha muito a que fazer e o episódio na diretoria não saia da minha mente.

Se fossem anos atrás, Edward provavelmente iria me ajudar. Mas não, estamos na realidade em que vivo no presente e ele não passa mais de um irritante homem na minha vida.

— Isabella Swan. — Ouvi meu nome ser chamado bem na hora que pisei na sala.

— Aqui. — Falei e dei um sorriso amarelo vendo o olhar frio e calculista do professor de história.

Fui até Kate e sentei do lado dela, que por incrível que pareça Edward e Isabelle estavam atrás. Ambos estavam calados, Isabelle conversava com Jessica e Edward mandava SMS e me olhava de vez em quando, o que me fazia corar.

Senti meu celular vibrar e o peguei mexendo no escondido.

Ei Bells, vamos sair hoje?

E.C.

Como ele conseguiu meu celular?! Intrigada, respondi:

Como conseguiu meu celular?

Vi ele dar uma risada baixa, como se esperasse isso de mim. E eu sorri por ele me conhecer tão bem.

Muito fácil, peguei com Kate. Agora, vamos sair? (Edward)

Você não desiste tão fácil assim, não é? (Bella)

Tratando-se de você sou sempre difícil de desistir. (Edward)

Que meigo, chega ser cômico. (Bella)

Olhei para Kate que a mesma estava me olhando, fingindo ar de inocente e eu mandei um vá se ferrar para ela. A mesma riu baixinho.

Eu tenho que conversar com você, deixar tudo às claras. (Edward)

Se for assim... (Bella)

Considero isso como um sim, te pego oito horas. (Edward)

E depois não trocamos mais SMS, resolvi prestar atenção na aula. Mas minha mente estava nas coisas em que Edward falou. Novamente senti o meu celular vibrar.

Um cinema? Não aceito não como resposta. (Edward)

Tá, agora preste atenção na aula seu idiota. (Bella)

Ouvi novamente sua risada rouca e também a voz de Isabelle lhe perguntar:

— E então, está rindo por quê?

— Ah nada, só umas coisas boas que aconteceram.

Foi inevitável não dar um sorriso bobo, droga!

— E hoje... Que tal sairmos? — Perguntou Isabelle se jogando para cima dele.

Provavelmente eu imaginava a cena, apesar de que eu fingia prestar atenção na aula.

— Vou estar ocupado, minha vida não se resume a sexo Isabelle.

— Ah, claro.

(***)

Joguei minha mochila em cima da cama, para depois me jogar em cima da cama. Respirei fundo olhando para o teto, eu tinha um encontro com Edward Cullen. O quanto mais ferrada eu estava? E se... Isabelle os visse saindo? Seria a gota d’água.

— Isabella! — Ouvi a voz irritante da minha irmã, que por sorte do destino não tivemos iguais.

— Ei, o que você quer? — Apareci no corredor, que foi de onde ela gritou.

Logo a minha gêmea-loira apareceu no corredor com um sorriso vitorioso no rosto.

— Então, como foi seu dia? — Perguntou.

— Legal, muito legal.

— Hum, sabia que agora eu e Edward estamos namorando?

Mesmo com aquelas palavras dela, eu sabia que era mentira. Edward não podia ter feito isso, não com ela. Eu achava mais a cara de Edward aquela garota mais... Criativa e com caráter, não estou falando que possa ser qualquer uma. Ele era um garoto especial, de certo modo.

— Desejo felicidades ao novo casal! — Menti dando um sorriso inocente para os dois. — Quando vai falar ao papai?

— A-Ao papai... — Ela gaguejou, porém voltou a normal em instantes. — Depois.

— Depois, quando?

— Irritante.

A sua irmãzinha saiu e entrou com tudo no quarto, aliás, tirando o fato de que sua porta era rosa-bebê e tinha algumas estrelinhas. Patricinha. Brega. Clichê demais.