Why Cliché? escrita por Jess Gomes


Capítulo 16
Capitulo XV


Notas iniciais do capítulo

Bom dia (ou boa tarde) gente! Well, aqui está mais uma atualização. E só um aviso: preparem os corações, as coisas estão esquentando. Afinal, só faltam mais dois capitulos, bueee. Leiam com carinho e espero que gostem.



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Dormir é definitivamente a melhor coisa nesse mundo. E a segunda, é ficar deitada na cama, não necessariamente dormindo, mas não fazendo nada. Em outras circunstâncias, minha mãe riria de mim e diria que eu sou uma preguiçosa. Mas ela sabia que eu precisava daquilo após uma semana fingindo ser gente, então apenas veio ver se eu estava bem e me deixou sozinha novamente. Eu prefiro assim, ficar deitada na minha cama, me torturando com meus pensamentos. E bom, eu pensava que ficaria assim o sábado inteiro, até Carrie invadir meu quarto com toda sua animação interminável. Ela conseguia ser mais escandalosa que Lisa. Lembrar-se da minha melhor amiga me deu um aperto no coração, eu morria de saudades dela.

– Meu Deus, como assim você está desse jeito faltando algumas horas pro baile de Halloween? – Gritou, sua voz estridente quase estourando meus tímpanos. Eu apenas tapei minha cabeça com o edredom. – Sério, Sara, você não pode ficar assim.

– Por que não? – Perguntei, irritada. Qual o problema do mundo em simplesmente me deixar em paz? Hoje é o dia que Peter deve fazer o suposto pagamento a Basso, e eu não estava muito afim de companhia.

– Porque você vai ao baile comigo, oras. – Ela respondeu como se fosse óbvio. Incrédula, eu destapei minha cabeça, a encarando de boca aberta. – O que foi?

– Quem disse que eu vou ao baile com você?

– Bom, você. – A olhei confusa e ela suspirou, continuando. – No pub, Sara. Eu disse que queria ir, mas não iria sozinha, então você se ofereceu.

– Pelo amor de Deus, Carrie, eu estava bêbada! Quem acredita em promessa de bêbado? – Continuei a encarando indignada, mas já estava sentada na minha cama. Car apenas deu de ombros.

– Eu acreditei. – Disse por fim. – E como promessa é dívida, você vai comigo.

– Eu não tenho fantasia. – Retruquei, achando que isso seria suficiente.

– Não tem problema, eu aluguei uma pra você. – Sorriu, e só então eu reparei que ela segurava duas sacolas pretas gigantes com duas fantasias dentro.

– Eu não vou conseguir me livrar de você, não é? – Carrie sorriu maroto, balançando a cabeça. Bufei. – Bom, então vamos nos arrumar. – Me levantei e ela deu um gritinho.

– Ai meu Deus, eu consegui convencer a Miss Teimosia. Eu mereço um prêmio Nobel! – Exclamou, rindo. Porém, quando percebeu que eu não estava achando a menor graça, ficou séria de novo. – O que foi, você está com medo do Peter estar lá?

– Talvez. – Menti, esse era o menor dos meus problemas. Sabia que Peter não estaria lá, afinal ele estaria pagando um agiota em troca de nossas vidas. Isso se ele conseguisse pagar, caso contrário, eu não estaria viva amanhã, nem Stevens. Nada assim tão importante.

– Se ele estiver lá, baby, simplesmente o mande ir pastar! – Aconselhou, e eu quase ri. – Sério, você pode me achar uma péssima amiga a obrigando a ir ao baile, mas eu me sentiria uma péssima amiga de verdade se te deixasse mofando nessa cama, perdendo a melhor época da sua vida por causa de um garoto.

– Você está falando como Lisa. – Murmurei, encarando o chão.

– Ela provavelmente vai estar lá também. – Falou e eu levantei a cabeça. – Talvez vocês possam conversar e acabar com essa briguinha idiota.

– É, talvez esse baile não seja tão ruim assim. – Sorri, e dando mais um gritinho irritante, Car veio me abraçar. – Ai, me solta sua maníaca! Acho que a gente tem que começar a se arrumar senão não chegamos lá hoje. – Ela enfim me soltou, e eu balancei a cabeça, tentando me convencer de que as coisas iam dar certo. Mas alguma coisa, no fundo do meu coração, me dizia que eu estava errada.

Eu não podia estar mais clichê. A fantasia que Carrie havia escolhido pra mim era de bruxa, e eu não conseguia parar de rir enquanto me olhava no espelho.

– Meu Deus, Car, você não podia ter sido mais criativa. – Brinquei, e ela me fuzilou com o olhar.

– Cale a boca, Sara, você não entende que essa é a graça da coisa? A fantasia é tão clichê que ninguém além de você vai estar usando. – Respondeu como se fosse óbvio. Bom, por mais que fosse clichê, não podia dizer que minha amiga não tinha feito um bom trabalho comigo. Eu usava um vestido preto, com mangas caídas roxas. Uma meia listrada preta e roxa que ia até a coxa e um sapatinho de boneca preto. Claro, não podia faltar o chapéu, portanto um verdadeiro cone estava na minha cabeça, com as mesmas cores que o resto da roupa.

Carrie também estava linda. Ela havia escolhido uma fantasia de anjinho, que não podia ser mais adequada. Usava um vestido branco de alcinhas,um par de “asas” feitas de penas brancas estava preso nas suas costas, e uma aureola decorava sua cabeça. Calçava uma sapatilha bailarina também branca, e seus cabelos loiros estavam soltos e encaracolados.

Saímos de casa, sem antes posar pra uma foto que meus pais insistiram em tirar. Então entramos no carro de Car e seguimos para o baile, embora algo no fundo da minha mente gritava que era melhor eu voltar correndo pra casa.

– Ai gente, esse é o meu primeiro baile! – Minha amiga exclamou quando estacionamos o carro na entrada do colégio. – Dedinhos felizes, Sara, dedinhos felizes! – Então ela balançou os dedos das mãos enquanto sorria pra mim. Eu dei uma gargalhada.

– Que merda é essa? – Perguntei enquanto saia do carro. Carrie revirou os olhos pra minha falta de animação.

– É só uma forma de dizer o quanto eu estou ansiosa. – Explicou. – Eu estou com um ótimo pressentimento sobre esse baile.

– Pena que eu não. – Murmurei pra mim mesma, seguindo a loira no caminho até o ginásio da escola.

O lugar estava lotado. Provavelmente a escola inteira estava ali, embora eu não reconhecesse ninguém por causa das fantasias. Algumas pessoas acenavam pra mim, e mesmo eu não fazendo ideia de quem era, acenava de volta.

Carrie me puxou pro meio da pista de dança, e começamos a nos mover ao som de Lady Gaga. Eu procurava Lisa com os olhos, mas não conseguia reconhecê-la. Tentando me distrair, Car zombava de algumas fantasias, e eu ria de seus comentários apenas para deixá-la feliz. Na verdade, minha cabeça estava a mil, e eu mal conseguia disfarçar minha preocupação com relação a Peter.

No fim, minha amiga se cansou de mim e me mandou ir buscar alguma bebida. Eu fui de bom grado, porque sabia que estava sendo um pé no saco pra ela e não queria irritá-la mais.

Portanto mergulhei na multidão em direção ao bar, conseguindo com muito esforço chegar lá. A bebida alcoólica era “proibida” no colégio, e como não estava mesmo muito afim de ficar bêbada, enchi dois copos de ponche e fui procurar Carrie. Estava passando perto da porta de saída do ginásio que dava dentro da escola quando um garoto fantasiado de bombeiro trombou em mim, me fazendo derrubar os copos no chão.

– Ai, droga! – Resmunguei, olhando pra bagunça que o líquido avermelhado tinha feito no piso. Me abaixei pra pegar os dois copos, e então algo me chamou atenção. A alguns metros de mim, bem próximo à porta, um objeto pequeno e branco voava de lá pra cá, de acordo com o vento.

Esquecendo completamente o ponche, caminhei até lá. Ao me aproximar, constatei que o objeto se tratava de uma pena, e eu poderia estar maluca, mas me parecia uma das várias penas que decoravam as asas da fantasia de Car.

Aquilo podia ser só uma coincidência, ou minha amiga podia mesmo ter passado ali por perto e sem que ela percebesse, a pena se soltou de uma de suas asinhas. Mas eu sentia que alguma coisa estava errada, então, me desfazendo da pena, abri a porta e entrei em um dos longos corredores do colégio.

O lugar estava deserto, e meus passos pareciam ecoar pelo corredor. Andei alguns metros, incerta, e então parei. Porém os passos, que eu pensava serem meus, continuaram.

– Me solta, seu brutamonte! – Uma voz, que parecia distante, chegou aos meus ouvidos. Era fina e irritante, e a dona parecia irritada. Carrie, pensei, essa voz é de Carrie.

– Cala a boca, garota! – Alguém respondeu, sua voz grave e forte, com certeza de um homem. As vozes pararam, mas os passos estavam cada vez mais fortes.

Totalmente alarmada, corri até o fim do corredor, entrando em outro, da onde eu tinha certeza que tinham vindo às vozes. No final deste, havia uma escada, e chegando lá, encontrei outra pena abandonada no segundo degrau.

Sabendo estar no caminho certo, subi as escadas, e consegui enxergar minha amiga, fantasiada de anjinho sendo levada por um verdadeiro armário, que estava vestido todo de preto. Ele segurava Carrie pelos pulsos, e ela resmungava de dor. Segui-os mais um pouco, até que o armário parou em frente a uma sala e a empurrou lá pra dentro, fechando a porta em seguida.

Com o coração na mão, percebi do que se tratava. Era uma armadilha de Basso. Ele queria me levar até aquela sala, e havia feito Car de isca.

– Peter não conseguiu pagar a dívida. – Sussurrei pra mim mesma. Provavelmente estava morto. E eu era a próxima.

Sabia que deveria fugir e pedir socorro. Mas também sabia que não poderia deixar Carrie com aquele mafioso. Não era justo. A loira me apoiou quando briguei com Lisa, quando terminei com Peter. Não podia abandoná-la assim.

Respirando fundo, atravessei o longo corredor com passos vacilantes. Parei em frente a porta aonde minha amiga e o brutamonte entraram e fiquei espiando pelo pequeno quadrado de vidro que havia ali.

– Então, anjinho, por que não nos conta onde está sua amiguinha? – Basso entrou em meu campo de vista, em pé perto da cadeira onde Car estava sentada. Vários homens os rondavam, todos armados.

– Eu não sei. – Ela respondeu, irritada.

– Não torne as coisas mais difíceis. – O agiota suspirou. – Fale logo onde está Sara.

– Mas eu não sei, caramba! – Carrie explodiu, e eu tentei lhe mandar uma mensagem telepática pra que calasse a boca. Será que ela ainda não tinha entendido com que tipo de gente estava lidando? – Por que não vai procurar ela lá no baile, e me deixa em paz?

– Tudo bem, já entendi que você não quer cooperar. – Ele levantou aos mãos, em sinal de rendição. Cruzou os braços em seguida, olhando firmemente pra minha amiga. – Portanto nós todos vamos ficar quietinhos aqui, esperando que Sara apareça por vontade própria. – Sem mais paciência pra acompanhar aquela conversa de longe, e com medo de que Car dissesse mais alguma besteira, abri a porta de supetão.

– Então você já pode deixá-la ir embora, Basso, porque eu estou aqui. – Falei com a voz firme, fazendo todos se virar pra mim. Sorri falsamente, e fingi ignorar as várias armas que agora estavam apontadas pra minha cara.


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM! Sei que ninguém tava esperando esse suspense no final, maaaaaas fazer o que né?? agora é esperar até sábado que vem muahahahaha Espero que tenham gostado, COMENTEM e até semana que vem. Beijinhos.