Eram meados de setembro. O outono estava prestes a começar, portanto folhas de todas as cores se encontravam caídas nas beiras da estrada. Uma chuva fina batia contra o vidro do carro, e uma sensação reconfortante de volta ao lar depois de uma temporada de férias na casa da vovó tomou conta de mim. Papai e mamãe conversavam sobre algo que meus fones de ouvido não me permitiam ouvir. Minha irmã mais nova estava sentada perto da outra janela, lendo concentrada o livro novo que ganhou de nosso pai durante um passeio nas lojinhas perto da praia. Fecho os olhos por um instante, ouvindo a doce voz da cantora no meu ouvido. De repente, um grito alto ressoa em minha mente. Eu abro os olhos assustadas, vendo um forte clarão vindo de encontro ao nosso carro. Um som forte de batida ocorre, e somos lançados pra fora da pista, capotando uma, duas, três vezes e assim sucessivamente. Eu escuto meu próprio grito falhar, e sou levada a uma escuridão solitária, antes que o carro parasse de girar.