Pretérito Imperfeito escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 27
Capítulo XXVII - Who Knew That Love Was So Cruel?


Notas iniciais do capítulo

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Elena conseguiu se livrar da Tia Jenna e do irmão Jeremy. Ou seja, a casa Gilbert estava à disposição das três por toda a noite.

Bonnie pediu as pizzas e Caroline arrumou as bebidas. A loira pegou duas garrafas de vodka de casa e trouxe alguns limões.

– Eu não vou beber isso! – Juliana protestou ao ver a amiga preparar os drinques.

– Ah, vai sim! Nem que seja só uma dose. – Caroline afirmou autoritária.

Juliana revirou os olhos, as meninas queriam embebedá-la para que ela se abrisse. Mas ela não ia cair nesse jogo.

– Só um e nada mais! – Exclamou ela.

Caroline continuou sorridente ao fazer seus drinques na cozinha da casa.

– Então, vai abrindo o bico! – Disse Elena tirando uns esmaltes da bolsa.

– É conta logo! – Concordou Bonnie.

– Isso é comigo, é? – Perguntou Juliana notando que todos os olhares se voltavam para ela.

– Com quem mais seria? – Disse a loira espremendo uns limões.

– Contar o que? Ué! – Juliana fingia-se de desentendida.

– Não nos obrigue a fazer perguntas diretas. – Bonnie advertia.

– É melhor você contar de livre e espontânea vontade do que sobre o juramento das festas de pijama... – Elena argumentava.

– Tudo bem! – Juliana se deu por vencida. – “D.”... – Ela começou a falar depois respirou fundo e corrigiu. – Damon... Me contou sobre a traição dele e eu paralisei, não falei nada com ele, não gritei, não tentei agredi-lo nem nada... Até agora não chorei em nenhum momento e não me encontrei com ele também...

– Tá doendo, né? – Disse Caroline surgindo na sala com um pote de sorvete e quatro colheres.

– Demais... – Juliana suspirou.

– Você tem mesmo que colocar tudo para fora... – Bonnie alisou o ombro da amiga.

–... Só assim você vai conseguir seguir em frente. – Concordou Elena.

– Mas eu não consigo... – Juliana colocou uma colherada do sorvete de flocos na boca.

– Sei de algo que pode ajudar! – Caroline surgiu com uma idéia.

– Algo mais pode me ajudar além de sorvete e cokies? – Juliana deu um peteleco no vaso do sorvete e riu.

– Claro! Minha diva. Celine Dion! – Disse a loira orgulhosa de seu pensamento.

[...]

Elena segurava uma colher de madeira, Bonnie segurava uma escova, Caroline segurava uma garrafa vazia de vodka e Juliana pegou um controle remoto.

As três faziam performances com algumas músicas da cantora favorita da vampirinha. Cada uma em seu respectivo móvel da casa, só Juliana estava apenas no tapete em frente à televisão que passava o DVD de karaokê.

Elas cantavam juntas afinadas ou desafinadas, mas sempre paravam quando Celine começava a gritar, pois não conseguiam acompanhar.

Elena e Bonnie fizeram uma performance de Jack e Rose em My Heart Will Go On. Juliana e Caroline fingiram ser a Bela e a Fera em Beauty And Beast. Depois todas se juntaram num coro para cantar Because You Loved Me. Mas o acontecimento mais notável foi quando todas elas cantaram All By Myself.

As amigas de Juliana estavam alteradas por causa da bebida, ela não, pois só havia tomado um copo do drinque.

Numa sincronia peculiar, todas começaram a se emocionar enquanto cantavam a letra da música, as outras se lembravam de mágoas de relacionamentos passados e pequenos problemas nos atuais. Juliana por sua vez só conseguia cantar e lembrar-se de um acontecimento apenas de sua vida, a traição de Damon.

Resumindo as emoções: Todas cantavam e choravam, na união da amizade e das notas deDion.

No desenrolar da música chegou novamente o momento que todas paravam de cantar por não conseguir acompanhar o tom da cantora real. Entretanto, Juliana estava numa viagem intensa em seus sentimentos

Quando todas as outras meninas pararam de cantar ela continuou distraída, e chegando ao ápice da música, onde as notas são as mais difíceis de todas, Juliana acompanhou sem perceber e dando por si já estava no grito mais intenso da música.

Assim que a música acabou ela recobrou a consciência e olhou assustada para as outras, que não sofreram susto nenhum, olhavam para a Salvatore-Gilbert como se já a estivesse visto cantar daquela maneira. O problema é que Juliana NÃO cantava bem, NUNCA e isso a aterrorizou um pouco.

[...]

Querido Diário,

Só estou escrevendo em você porque as meninas apagaram aqui nos colchões no quarto de Elena depois da bebedeira delas.

É, elas resolveram fazer uma festa de pijama para me animar, mas a real intenção eu sei que era o contrário, elas queriam me ver chorar. Belas amigas eu tenho, não é?! O pior de tudo é que elas conseguiram, na verdade verdadeira não foram elas, foi Celine Dion com sua música depressiva All By Myself. Não consigo escutar essa música e não me sentir uma completa forever alone.

Não!!! O mais sinistro de tudo foi que nós estávamos cantando e eu consegui atingir as notas da Celine Dion, sabe? Eu gritei aquele “ANYMOOOO...OOOOOOORE!”. Eu diário! EU!!! Dá para ACREDITAR? Pois é, também não acredito! Eu não conseguia cantar nem aqueles musicais dos desenhos da Barbie, conseguir cantar High School Musical seria um sonho... Mas C-E-L-I-N-E---D-I-O-N! Não dá para acreditar que eu... Imagine o susto que eu mesma me dei, se você está em choque com o que estou escrevendo imagine a mim?!

As meninas enquanto estavam um pouco mais sóbrias me explicaram algumas coisas. Disseram que essa Giuliana que roubou MEU corpo sabia cantar e já tinha feito isso em público umas três vezes com as MINHAS cordas vocais... Inacreditável. Tudo bem que dizem que canto você precisa treinar seus ouvidos, mas as cordas vocais que ela usou foram as minhas, será que ela as afinou para mim??? Isso foi muiiito estranho!

Mas nem tudo foi esquisito na noite de hoje, algumas coisas foram bastante esclarecedoras para mim... Por exemplo, as meninas me contaram o porquê de todo mundo no Grill ficar me encarando. Parece que essa Giuliana se empolgou demais numa festa e fez um showzinho, agora todo mundo está pensando que fui eu... Eu mereço? Caroline, que tentava fazer de mim sua vice rainha do Mystic Falls High School desde que eu cheguei ao colégio, diz que isso foi o empurrão que eu precisava para dar uma guinada na minha popularidade... Eu não ligo para popularidade nenhuma! Eu sou uma nerd tímida... Olhos virados para mim é tudo o que eu menos quero.

Mas Caroline não descansa em tentar construir uma imagem social para mim, começou me nomeando capitã das lideres de torcida, tudo bem, eu não danço mal, modéstia a parte, mas isso só fez concentrar em mim a raiva das garotas que aspiravam esse posto. Não foi nada bom, a meu ver, pelo visto além de lidar com a ‘popularidade’ que Caroline me deu, terei que aguentar a que Giuliana conseguiu...

A vida não está sendo nem um pouco fácil, e não consigo colocar a culpa em outra pessoa a nãos ser Damon. É, já consigo falar e escrever o nome inteiro, abandonei a abreviação. Sabe?! Acho que isso me fez mal... Como eu vou superá-lo se nem me permito pensar nele... Não vai ser assim que eu vou conseguir esquecê-lo. Nem sequer uma conversa tive com ele... Na verdade nem o encontrei cara a cara ainda.

Mas pela minha reação desesperada no Grill mais cedo, o procurando sem perceber, pude notar que não dá para fugir, tenho que mostrar coragem, enfrentá-lo e provar a mim mesma que não o amo mais.

Sei o que devo fazer agora, Diário. Eu vou ligar para ele.

[...]

Era madrugada, mas Damon não estava dormindo. Entretanto foi pego de surpresa quando seu telefone começou a tocar, mas a surpresa foi maior ainda quando ele olhou na tela e viu quem estava ligando para ele. *Lagartixinha* dizia o visor do aparelho abaixo de uma foto da garota, o Salvatore havia se esquecido de alterar o nome do número.

– Juliana? – Atendeu o vampiro com uma voz insegura.

– Sim, Damon. – Disse a voz do outro lado da linha.

– Você está bem, quer dizer!... Oi! – Damon se embolou nas palavras.

Oi... – Juliana disse e em seguida um silêncio pairou no ar.

– Ainda está aí? – O vampiro se levantou do sofá e começou a caminhar pela sala de estar nervoso.

– Estou... – Ela respondeu e o silêncio constrangedor continuou.

– Então... – Damon dizia quando no meio do seu nervosismo bateu o pé sem querer na quina de uma mesa.

Bem... Você quer saber o motivo da minha ligação? – Ela deduziu. – Eu também estou tentando entender direito...

– Você quer conversar comigo?... É isso? – Damon se enchia de esperança e aflição.

– Na verdade não... – Ela sibilou.

– Não? – Ele indagou confuso.

– Olha, é o seguinte... Esse sábado vai ser a última festa do Encontro Das Senhoritas de Mystic Falls, a festa de Bonnie... Queria lembrar que você está inscrito como meu acompanhante. – Juliana desembuchou.

– Você quer que eu te acompanhe... Eu pensei que você não iria querer, por causa de... – Damon dizia quando foi cortado pela garota do outro lado da linha.

– Eu também pensei isso... Mas o que as pessoas vão pensar se eu não for com o meu par oficial? – Ela bateu na própria testa pelo que acabou de dizer.

– É, as pessoas vão achar muito estranho... – Damon ironizou a si próprio; “como posso ousar ainda ter esperanças?” – Ele se perguntava.

– Ninguém além de nossos amigos sabe... Quero que continue assim. – Juliana não se atreveu a falar em voz alta o que os amigos deles “sabiam”.

– Por mim vai continuar... Você não merece passar por isso. – Damon sentou-se novamente.

– E é gora que você pensa assim?! – Juliana abafou uma risada irônica.

A respiração de Damon através do aparelho indicou que ele pretendia falar algo, mas a garota o interrompeu antes mesmo dele expelir algum som.

– Olha, Damon... Você vai me acompanhar nessa festa e só! Não crie expectativas ingênuas de nada... Até sua amizade eu dispenso. – A garota tentava deixar as coisas bem claras.

– Certo... – Ele suspirou triste dando-se por vencido.

O silêncio os perturbou novamente. Juliana fechou seus olhos apertando suas pálpebras e Damon passou devagar sua mão livre por toda a cabeça, bagunçando seus cabelos negros derrotados.

– Eu te pego às nove...? – Ele sugeriu enquanto seus olhos azuis encaravam o horizonte banhados em melancolia.

– Nove está ótimo... Tchau, Damon. – Disse a garota.

– Juliana, espera! – Disse Damon num impulso.

– O que foi? – Ela perguntou.

– Eu te amo. – Ele disse e soltou a respiração.

Depois que falou isso, tudo o que o vampiro escutou de volta foi o som da chamada sendo encerrada. Colérico e melancólico, o vampiro arremessou o celular no outro lado da sala e berrou liberando sua raiva de si mesmo.

Juliana por sua vez - que havia escolhido seu quarto para fazer a ligação na intenção de não acordar as amigas que estavam apagadas em colchões no chão do quarto de Elena - jogou-se em sua cama e afundou sua cabeça em seus novos travesseiros para poder abafar o seu grito e as suas lágrimas que vieram sem cerimônia.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo! :D



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