Beleza Morta escrita por gwenspenser


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Repostando a fic, reviews por favor. :*



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1

Miguel dirigia para o trabalho, era uma manhã comum, com trânsito congestionado, o barulho das buzinas e os gritos dos ambulantes. Os motivos dos engarrafamentos eram geralmente os mais banais, uma pequena obra da prefeitura, uma batida, uma blitz policial. Mas não naquele dia, o motivo era um atropelamento, e as pessoas, com sua curiosidade mórbida, dirigiam devagar para ver a morte de perto.

Ele como os demais parou para olhar, e foi naquele momento que o rumo de sua vida mudou. Olhou para o corpo estendido e ensangüentado, uma jovem e bela mulher. Instintivamente parou o carro e desceu para ver melhor.

Ela era bonita, talvez a mais bela que já vira, tinha aproximadamente 1,80 de altura, tinha os olhos verdes, quase amarelados como olhos de gato, os cabelos escorridos, longos e negros e a pele alva, era magra, apesar de possuir curvas. Quando deu por si, Miguel estava contemplado um cadáver, mas não parecia com um, como se tivesse morrido tranqüila, sem dever nada para vida ou para morte.

Foi então que começou a ouvir o que as pessoas em volta diziam. O motorista que a atropelou e algumas testemunhas afirmavam que ela surgira do nada e se jogara na frente do veículo. Era uma suicida. Isso o fez ficar mais impressionado, o que levaria uma mulher tão bela e com um semblante tão tranqüilo a dar cabo da própria vida?

Naquele dia ele não foi trabalhar. Como um repórter sensacionalista, seguiu o corpo. IML, cemitério. Queria saber sobre ela, seu nome, sua idade, onde vivia, o que fazia, quem conhecia, e, principalmente, o porquê.

De longe, acompanhou o velório. Viu familiares, amigos, todos transtornados e atônitos com o suicídio de Fernanda. Esse era o nome dela, Fernanda Spenser; o pai era americano, a mãe brasileira, ambos já falecidos. Morreram num acidente de carro há uns três anos, ela fora viver com uma tia no subúrbio, até que começou a trabalhar e mudou-se para um conjugado em Botafogo. Tinha 23 anos, fazia faculdade de História e durante o dia trabalhava num banco. Isso foi o que Miguel conseguiu ouvir no velório. O corpo desceu a terra, as flores foram jogadas, as nuvens esconderam o sol, os parentes e amigos foram embora.

Agora ele podia se aproximar, ficar mais perto daquela desconhecida. Contemplar sua lápide, decorar seu epitáfio, coisas mórbidas, mas que ele fazia naturalmente, automaticamente. Depois de um tempo, decidiu ir embora, mas ela iria com ele, dentro de sua mente. Miguel tinha fotografado com seu celular alguns amigos de trabalho e de faculdade, sabia onde encontrá-los. E esse seria o próximo passo: levantar o passado de Fernanda, conhecê-la de perto através do relato dos outros. Que desculpa inventaria para essa investigação ainda não sabia, mas deixaria isso para pensar depois.


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