Os mutantes sobreviventes estavam todos reunidos na China, prestes a ouvir o grande plano de Xavier, mas Adrian e Kitty não estavam ali com os outros. Logo Xavier percebeu a falta de ambos, por alguns segundos tentou ler os pensamentos de Adrian, mas o mesmo estava os bloqueando.

Enquanto isso, Adrian e Kitty estavam em um antigo templo chinês.

– O que você precisa, Adrian? – Perguntou Kitty, nervosa.

– Quero que você envie meu corpo para o passado, de forma de que apague esse presente completamente. – Respondeu Adrian, preocupado.

– Eu não posso fazer isso, é impossível, só consigo enviar a consciência de alguém.

– Eu sei sobre a extensão dos seus poderes, e sei que você pode fazer isso.

– Mas como?

– O processo é complexo, porém você vai conseguir. Quando estiver enviando minha consciência, se concentre no meu corpo, como se você estivesse me segurando para atravessar uma parede, e no momento que não conseguir mais me segurar, meu solte.

– Entendi, mas é muito arriscado. E além do mais, quanto tempo você quer voltar?

– Um mês é o suficiente.

– Certo, mas se der errado, eu paro imediatamente.

Kitty estava preocupada, pois jamais havia feito algo como isto, e poderia acabar matando Adrian, já que enviaria algo tangível para o centro do espaço-tempo, que é a base de seus poderes.

– Vamos começar. – Disse Adrian, despreocupado.

– Certo.

Kitty pediu a Adrian que ele se deitasse, para poder por suas mãos em sua cabeça. Um clarão de luz começou a irradiar das mãos de Kitty, fazendo Adrian gritar de dor. Tudo ficou escuro, e quando Adrian abriu os olhos, estava sentado na varanda da mansão, observando os pássaros, ao lado de Logan.

– Funcionou. – Comentou Adrian.

– O que funcionou, garoto? – Perguntou Logan, desatento.

– Depois eu te explico. Encontre-me na minha antiga casa em quatro horas, traga Bobby.

– Certo.

Adrian saiu de lá voando em direção à sua antiga casa, onde moravam seus avós.

A rua estava vazia, melhor dizendo, o bairro estava vazio, as construções estavam a venda, mas ninguém se interessava.

– Minha casa está intacta, nostálgico, não acha? – Comentou Adrian.

– Já faz um bom tempo, desde aquele dia. – Respondeu Fênix, paciente.

– Você já sabe por que vim aqui?

– Nossa personalidade é dividida, não consigo ver o que você pensa ou vê, mas espero que seja algo destrutivo e empolgante.

– Creio que isso será a maior e última destruição em massa que o mundo verá.

– Conte-me mais.

– Por anos, nós mutantes nos escondemos, por medo de sermos julgados, tudo o que é nosso é estranho, porque é diferente, todos a nossa volta nos consideram uma aberração da natureza, mal sabem eles, que nós somos a evolução. Mas hoje, eu quero te propor algo maior, e antes que você tome posse do controle do meu corpo, me ouça até o fim.

– Está ficando chato.

A aparência do rosto de Adrian começou a mudar, seus olhos já não eram mais azuis, e sim pretos. A coloração azul se deu por causa do gene de seu pai, que veio para fora, depois de Adrian descobrir sobre Fênix.

– Eu sei como você se sentiu por ficar preso atrás de uma barreira, sei o quanto dói seu desejo reprimido, também sei o quanto você quer ser notado, e venerado como um Deus. – A voz de Adrian diminui o tom, e lágrimas caíram se seus olhos.

– Pare, eu não quero ouvir isso. – Respondeu Fênix, já em prantos.

– Nós podemos nos tornar apenas um, e acabar com todo esse sofrimento de uma só vez.

– Certo, faça!

Adrian fechou os olhos, e tudo a sua volta começou a se alterar, dentro de sua consciência, ambos se aproximaram, fundindo-se, criando um clarão de luz gigantesco, que se expandiu para fora de seu corpo.

– Finalmente, somos um. – Comentou Adrian.

Logan logo chegou, trazendo Bobby consigo.

– Vocês vieram. – Respondeu Adrian, flutuando.

– Seus olhos são azuis desde quando? – Perguntou Bobby, confuso.

– Desde hoje.

– Por que você nos chamou aqui? – Perguntou Logan.

– Eu queria me despedir das pessoas que amo.

– Como assim despedir-se? – Ambos perguntaram ao mesmo tempo.

– Vou por um fim nesse mundo cruel, de injustiças, preconceitos e opressões.

– Você não é Deus para decidir algo como isso, Ad. – Comentou Logan.

– Mas eu posso ser. Ouçam, eu amo vocês, obrigado por tudo.

– Nós também te amamos. – Responderam, com lágrimas descendo em seus rostos.

Adrian levantou os braços na altura dos ombros, com as mãos viradas para cima, formando uma concha com espaços entre os dedos.

– Magneto, estou sentindo uma força gravitacional acima do normal, é como se as moléculas de cada coisa estivesse vibrando. – Comentou Calisto, preocupada.

– Eu estou sentindo também, e creio que todos na Terra estão sentindo. Mas não se preocupe, será um fim indolor. – Respondeu Erik, calmo.

– O que o senhor quer dizer com isso?

– O filho de Jean Grey, Adrian, vai destruir o planeta.

– Não podemos impedir?

– De forma alguma.

Enquanto isso, na mansão, Xavier sente a grande energia gravitacional vinda de Adrian.

– Ororo, nosso fim chegou.

– O quê?

– Adrian alcançou todo o potencial dos seus poderes, agora nada pode para-lo.

Adrian estava fazendo todo o planeta vibrar, seus poderes estavam no auge. De repente, tudo parou de se mover, nem mesmo uma folha.

– A hora chegou. Nós não precisamos mais sofrer, derramar lágrimas... Não precisamos mais sentir dor.

Uma enorme força se espalhou. Tudo o que havia no planeta tornou-se partículas impossíveis de se ver, e junto a elas, Adrian desapareceu, deixando um grande vazio no espaço. Tudo e todos haviam deixado de existir, para sempre.