Já eram onze horas da manha, Adrian continuava dormindo, na noite passada saiu com Logan, algo que não acontecia muito, pois o mesmo preferia ficar em casa. Logan o acordava toda manha, ou melhor, o jogava no chão, para que acordasse.

– Não! Não faça isso, eu não quero isso, é demais pra mim.– Gritou Adrian enquanto tinha um pesadelo. Logo chegou Logan ao quarto para acorda-lo. – Acorde, Ad, está tudo bem. – Logan dera esse apelido para ele, e também era o único a chama-lo assim, sem ser jogado pela janela.

Adrian acordou assustado. – Logan, ela queria meu corpo, eu... Ela disse que iria matar todos que amo.

– Ela quem? – Logan não fazia ideia do que Adrian estava falando, mas pensou ser melhor não perguntar nada a respeito. – Bem, esquece, vamos comer alguma coisa.

– Quero torradas. – Adrian riu, enquanto Logan o olhava seriamente. – Ah, qual foi? Eu só pedi torradas.

– Não vai acontecer.

– Então eu faço.

– Ótimo. – Logan adorava ser sério o tempo todo.

Depois de alguns minutos, Adrian foi para a cozinha, não havia ninguém, além de Bobby, que estava fazendo o almoço.

– Bom dia, Bobby.

– Bom dia, Adrian, dormiu bem?

– Ah, sim, só tive alguns pesadelos.

– Eu costumava ter pesadelos, mas depois de um tempo você acostuma.

– Espero que sim, enfim, você viu o Logan? Ele foi me acordar, mas quando sai do banheiro ele não estava mais.

– Ele saiu pouco antes de você vir pra cá, ouvi o barulho da moto.

– Ele disse para onde ia?

– Não, mas acho que foi dar uma volta. Sem querer ser intrometido, mas já sendo, o que vocês dois tem? Quero dizer, vocês estão sempre juntos, e o Logan nunca foi do tipo que conversa com as pessoas.

– Eu acho que é por causa de minha mãe, eles eram bem próximos, ai estando comigo, ele se sente perto dela.

Logan não havia superado a morte de Jean. O professor Xavier havia lhe oferecido ajuda, mas ele jamais aceitaria. Adrian era como seu porto seguro; perto dele, as lembranças ruins desapareciam.

– Entendi. Você quer alguma coisa? Preparei panquecas.

– Quero.

Bobby colocou algumas panquecas em um prato no centro mesa, quando foi voltar para a pia, deixou cair um prato, mas antes que tocasse o chão, Adrian o parou, apenas com um movimento de sua mão.

– Bons reflexos, cara.

– Obrigado! – Adrian sorriu.

Essa não foi a primeira vez que Adrian usara seus poderes. Quando tinha apenas oito anos, ele conseguia ouvir que as pessoas pensavam, e uma vez na aula de educação física, arremessou um garoto a cinquenta jardas, para sua sorte não havia ninguém olhando, e quando o garoto contou para a diretora, o mandaram para a psicóloga.

– Hey, cara, você não tem aula hoje com a Tempestade?

– Tenho, mas to morrendo de preguiça.

– Você sabe que não pode faltar.

– Sei, mas só hoje não seria má ideia.

Adrian não costumava ser preguiçoso, apenas quando saía na noite anterior. Durante as terças, Tempestade testava suas habilidades, e nas sextas, Logan era o encarregado. Muitos se perguntavam por que ele precisava de tanta atenção em relação a seu poder, mas o Professor Xavier não queria contar seus motivos, tal noticia poderia espalhar pânico entre os outros alunos.

O Professor Xavier havia pedido para Logan que ele viesse conversar sobre Adrian, mas em um lugar onde não pudessem ser ouvidos. O lugar mais silencioso era a sala onde estava o Cérebro. Logo Logan chegou, sem que ninguém visse, foi para a sala onde o Professor estava.

– Do que se trata Charles?

– Estou preocupado com Adrian, diferente de Jean, as barreiras que coloquei em sua mente são destruídas facilmente, na semana passada, quando ele estava aprendendo a usar as habilidades telepatas, por um momento eu não consegui controlar sua mente, eu tive essa mesma sensação quando Jean já estava perdendo o controle.

– O que você quer que eu faça?

– Mantenha a mente dele ocupada, para que assim a Fênix não o controle. E mais importante você sabe o que fazer se ele sair do controle.

– Sim, Charles.

Logan havia construído uma relação sólida com Adrian, eram como melhores amigos, ou algo assim, o que tornaria difícil a tarefa de mata-lo se precisasse.

– Ele está com Tempestade, vá e observe seu treinamento, sua presença o mantem calmo.

– Certo.

– Obrigado.

– Não me agradeça Charles.

– Você é como família para ele, sem você, eu teria que controla-lo com minha mente, o que não seria bom para ele.

Logan sorriu. Quando saiu da sala do Cérebro, ouvir o som de trovões, só poderia ser Tempestade.

– Não desista, resista aos meus raios! – Gritou Ororo.

– Eu não consigo!

Quando Logan chegou ao pátio, viu Ororo produzindo um raio que ia em direção a Adrian, que se defendia com um campo de força. Faíscas voavam para todos os lados, Adrian estava quase cedendo, quando de repente o ar ficou pesado, seus olhos estavam trocando de pigmentação, do castanho escuro para amarelo como o fogo. Logan podia sentir claramente o poder da Fênix.

– Muito poder para controlar! – Adrian estava contendo os raios de Ororo com maior facilidade.

– Pare Ad! – Gritou Logan.

Adrian cessou seu ataque, caindo de joelhos ao chão. Logan correu para ver se estava tudo bem.

– Como você está? O que aconteceu?

– Eu não... – Antes que pudesse terminar a frase, Adrian desmaiou nos braços de Logan.

– Será que coloquei muita pressão?

– Os poderes dele estão crescendo, ele não consegue controlar. Temo não ter outra opção.

– Você quer dizer pedir para Charles colocar mais barreiras em sua mente?

– Sim, e por enquanto vamos deixa-lo descansar, sem usar seus poderes.

– Certo Logan.

Logan levou Adrian para o Professor, que preferiu esperar para ver se seria realmente necessário tomar providências.

– Em pouco tempo todo seu poder vai chegar a níveis que Jean alcançou, se tivermos sorte, poderemos conte-lo. É melhor o deixarmos em repouso por hora.

Logan ficou sentado ao lado da cama de Adrian por toda a noite, onde dormiu após não resistir ao sono.