Por volta das duas da tarde corri para a sala e ligue a televisão. Procurei por um tempo o controle remoto para mudar de canal, mais como eu não obtive sucesso fui obrigado a mudar de canal como os nossos antepassados faziam, ou seja, manualmente.

Quando finalmente mudei de canal o meu programa favorito o “O último a restar de pé” já havia começado. Era um programa muito bom. Nele vários treinadores junto aos seus Pokémons eram deixados à deriva em regiões inóspitas espalhadas ao redor do mundo, sendo que, os participantes, ao aceitarem participar do reality ficavam expostos a vários perigos como podendo, ou não, enfrentar outros Pokémons selvagens, pegar doenças tropicais, sentir fome e os demais perigos do local – a edição desse ano se passava em uma floresta tropical. Ganhava aquele treinador que conseguisse “sobreviver” o máximo possível e claro vencer todas as provas criadas pela produção do programa.

Eu torcia pra uma garota chamada Annie. Eu me identificava com ela e sentia que ela não merecia sofrer as maldades que sofria na mão dos outros participantes que, sempre que possível, aprontavam com ela, fazendo de tudo para que ela fosse eliminada. Um dos participantes que mais aprontavam com ela era um garoto chamado Dave. Ele era insuportável, cruel e rude – até com os membros de sua temporária aliança – e nunca se cansou de tentar elimina-la.

Quase uma hora depois o programa terminou e mais uma vez quase que Annie foi eliminada pelas armações de Dave, mais não foi, então isso já me bastava. Fui pro meu quarto no andar de cima e me deitei na cama, que por sinal era muito desconfortável e pequena para mim. Liguei meu MP3 e coloquei minha Playlist para reproduzir e pouco tempo depois adormeci profundamente.

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Na hora do jantar minha mãe havia preparado um bife acebolado, que por sinal, estava muito bom. Tão bom que eu até repeti, mais quantas vezes eu fiz isso, isso eu não sei. O Pokémon de mamãe, um Watchog havia ajudado ela a preparar o jantar assim como fazia nas outras tarefas domesticas. Ele fazia isso, claro, por que gostava de ajudar minha mãe e por que o Watchog havia sido o primeiro Pokémon que ela teve, o quê significava que eles já tinham um vinculo muito grande

- Como foi à sua tarde hoje, meu filho? – perguntou minha mãe enquanto lavava a louça suja.

- É, foi boa – eu disse – Fiquei em casa e assisti televisão o dia inteiro.

Watchog ficou ao seu lado e começou enxugar a louça.

- Voçê deveria sair mais ou praticar alguma atividade física. – disse ela, então enxugou as mãos e depois retirou o avental. – Voçê poderia faze algo além de ficar em casa e assistir essa droga de TV o dia inteiro. Que tal fazer caminhada comigo? Eu, você e Watchog. Que você acha?

- Humm, não obrigado, vou pro meu quarto agora.

Sai da mesa e me dirigi as escadas e enquanto subia pude ouvir ela dizer:

- Tudo bem, então. Você que sabe.

Meu quarto não era lá muito bom. Eu passava boa parte do tempo nele mais mesmo assim ele nunca me agradou muito. Não que fosse mau cuidado, pelo contrario, eu limpava ele todos os dias mais sempre achei que ele poderia ser melhor.

Fora a tinta desbotada e cama pequena ele era até jeitosinho tinha cores vivas, os moveis bem distribuídos pelo local, uma janela que dava de vista para o rio um pouco mais adiante e meu computador que sempre ficava ligado.

Pensei em deitar e ouvir música novamente, mais eu resolvi ir para o computador e navegar na internet. Primeiro chequei minha caixa de e-mails mais não havia nenhum há não ser pelos e-mails publicitários. Depois fui conferir se mais algumas músicas da cantora e líder de ginásio Roxie já estariam disponíveis para download, mais para minha decepção o próprio site informava que somente amanhã elas estariam disponíveis.

Eu já ia largar o computador quando uma mensagem apareceu na tela.

Olá Charlie é a Norry, tá afim de conversar? J

Era minha amiga Norry que acabava de me enviar uma mensagem pelo chat. E então eu rapidamente respondi.

- Olá, Norry. Senti saudades. Pensei que voçê não iria conseguir conversar por um bom tempo por causa de sua viagem á Hoenn. Mais me diz como foi lá?

Um minuto depois ela respondeu.

- É verdade. Eu também achei isso, mais eu não consegui ficar sem conversar com voçê por muito tempo. As pessoas daqui são muito legais e hospitaleiras, mais nenhuma delas parece ser boa em conversa como voçê. E minha nossa... o continente de Hoenn é muito bom. Nós ficamos em um hotel na cidade de Lilycove e lá é tão bonito, ela é repleta de Pokémons diferentes, tem um shopping incrível e uma comida maravilhosa e na televisão eu vi que há um torneio em que as pessoas competem usando a graça e a beleza de seus Pokémons. Não é demais? É diferente mais eu adoraria participar.

Norry era de uma família com bastante dinheiro e eles tinham a mania de viajar cada vez mais para longe. Norry já tinhaconhecido varias cidades pelos continentes do mundo e se eu dissesse que não sentia inveja dela eu estaria mentindo. Tinha sim algumas regiões que eu adoraria conhecer mais eu não tinha condições de bancar uma viagem assim.

- Pelo jeito que voçê fala parece que vai morar lá – envie a mensagem.

- Não, não. Hoenn é demais, mais eu não troco nada pela minha boa e velha Unova. E há eu ia esquecendo de te contar uma coisa, eu conseguir capturar um Pokémons por lá! Ele é demais e as suas habilidades são incríveis!

- Serio?- perguntei – E qual é?

- Depois voçê vai descobrir. Mais eu só quero que saiba que eu adoraria viajar com voçê algum dia. Iria se a melhor de todas as viagens. Apenas eu e voçê.

Eu sabia que não era possível. Ela morava muito longe, mais eu sabia que ela dizia isso para me agradaro que era muito bom.

- Duvido. Voçê não sobreviveria muito tempo comigo. Não consigo imaginar uma garota da sociedade viajando por ai com um garoto de classe media e vivendo sem todo esse seu luxo.

Alguns segundos depois ela respondeu:

- Depois de muitos anos voçê ainda parece não me conhecer. Eu faria isso, sim. Mais cuidado que talvez um dia eu te convide para viajar comigo, o que voçê diz?

Não foi preciso muito tempo para eu pensar em uma resposta.

- Claro. Eu não pensaria duas vezes