Persecutor escrita por Emi AK


Capítulo 24
Encontro relâmpago, baby


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Demorou um pouquinho, infelizmente mais do que eu esperava, mas terminei de escrever e revisar o capítulo 24 de Persecutor! Gostaria de agradecer àqueles que comentaram no último capítulo: AnnaTw, Haikuma, e à Rainha de Copas pelos comentário fofos e engraçadinhos nos outros capítulos.
Venho anunciar que fiz um tumblr para a fanfic, mais detalhes nas notas finais!
Beijos e boa leitura!



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|Lis Fontaine |

Castiel apareceu com o carro na porta de casa, antes que ele tocasse a campainha, desci as escadas e abri a porta. Trombamos sem querer e eu rapidamente disse:

– Não posso sair.

– Mas eu mal cheguei.

– Você não quis me ouvir por telefone. Não vou sair.

– Poxa, o que custa? Vamos!

Parte de mim queria aceitar o convite e a outra dizia para ficar. Arriscar ou não? Agora é com você Lis. Melhor ficar. Virei-me. Castiel pegou em meu braço e me encarou. Senti seu olhar penetrar em minha alma. Me soltei dele e fui em direção ao meu quarto, olhei pela janela e ele já estava entrando no carro. Ignorei isso. Fui para a cozinha pegar água. Adoro o fato de minha tia guardar uma porção em garrafinhas. Passei pelo escritório dela e disse:

– Mais tarde eu volto.

Tranquei a porta da casa e entrei no carro. Já que é pra arriscar, arrisquei.

Castiel ficou surpreso ao me ver abrindo a porta de seu carro e sentando no banco do passageiro.

– Ué, mas você não…?!

– Tem coisas que nós nunca iremos saber, se não arriscarmos.

– Arriscar o que?

– Vai me dizer que não é loucura você me ligar e do nada dizer que está vindo me buscar que vamos sair?

Ele girou a chave do carro e o motor soltou um ronco suave e grave.

Encontro relâmpago, baby.

– Isso não é um encontro.

– Interprete como quiser. - disse acompanhado de um sorriso torto.

~~~

Castiel passou com o carro em um drive-thru e pediu que eu escolhesse um dos lanches do cardápio, em seguida pediu o mesmo que eu. Após pegar os lanches,as fritas e os refrigerantes, questionei aonde iríamos, não houve resposta, ele continuou dirigindo. Comecei a estranhar quando ele se dirigiu a saída de Le Havre. Durante o percurso, o ruivo tirou do bolso uma caixinha de cigarros, pegou um e levou ao acendedor de cigarros do carro. Reprovei sua atitude com um olhar, quando percebeu Castiel amassou o cigarro e o jogou no chão do carro.

– Eu vou perguntar de novo: aonde estamos indo?

– Você vai ver, apenas relaxe.

Era uma situação estranha pela qual eu nunca tinha passado, além é claro de um silêncio um pouco constrangedor. Castiel parecia inquieto enquanto dirigia, deduzi ser a falta do cigarro ou fome, já que os lanches estavam com um cheiro muito bom e nenhum de nós até agora tinha ousado abrir os pacotes. Então ele ligou o rádio e diminuiu um pouco o volume antes da música começar a tocar, trocou da estação de rádio para o CD; procurei então por algum encarte, apenas para ter noção do que escutaríamos durante o percurso. Eu não conhecia a banda, mas reconhecia o estilo musical de algum lugar. Gostei bastante das músicas e perguntei quem eram, e com um sotaque engraçadinho - de quem se esforça para falar em inglês - ele respondeu:

– The 1975.

Assenti com a cabeça e observei a paisagem além do vidro, já estávamos um pouco longe da cidade, atravessamos uma ponte e prosseguimos por alguns quilômetros em silêncio. Não vou negar estava me incomodando. Então Castiel virou em uma pequena estrada de terra:

– Castiel, o que está acontecendo? Pode por favor me dizer?

Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos. - Já estamos chegando, não se preocupe.

Chegando aonde? Indo para onde? Eu estava começando a ficar com medo. Mas o que eu poderia fazer? Já havia aceitado o maldito convite.

Castiel começou a fazer uma curva e parou o carro numa clareira que havia na beira da estrada de terra. Tudo ficou quieto, o único barulho era de alguns pássaros e o motor do carro resfriando.

– Vamos ver se a senhorita Lis tem um bom gosto para sabores de lanche.

O ruivo pegou um dos sacos de papel com o lanche.

– Eu não estou entendendo nada.

– Ah, qual é Lis? Vamos lá, relaxe…

– Eu só quero saber por que estamos aqui no meio do nada. Achei que fossemos sair para algum lugar tipo uma lanchonete ou uma cafeteria.

Ele bufou. - Você veio por que quis.

Revirei os olhos. Peguei meu lanche e comecei a comer, essa era a única opção que me restava e eu estava com fome. Depois de alguns minutos ele disse entre mastigadas:

– Não é tão ruim, é?!

– É sim, em nem sei onde eu estou.

Ele respirou fundo e revirou os olhos. - Pare de ser chata, meu Deus. Você veio por que quis, se lembra?

– É, mas você, basicamente me forçou a vir, nem me deu chances de responder sim ou não. Disse que estava passando em casa e só. - eu dizia enquanto passava ketchup no lanche.

– E você decidiu de última hora vir, e se te deixa mais calma, estamos nos limites de Le Havre, uns 20 minutos daqui até o centro dela, ok?

Me virei para a janela e abaixei um pouco do vidro para o ar circular melhor dentro do carro. Olhei para o céu, as nuvens estavam escuras e densas, logo choveria. Se isso é pra ser um encontro, então definitivamente não está dando certo, eu gostaria de poder entender o Castiel.

Terminamos de comer e tomar refrigerante e ficamos parados mais alguns minutos, ele parecia estar pensativo, muitos porquês viajavam pela minha cabeça, ele não havia dito nada o caminho inteiro e se esquivava das perguntas que eu fazia. Começou a chuviscar. Fechei os olhos e esfreguei as têmporas.

– Por que quis me trazer aqui? Algum motivo especial?

– Ter motivo eu tenho mas… - ele respirou fundo, meio irritado.

– Então você me trás até aqui e não fala o motivo? Ok. - respondi também irritada.

Em um movimento rápido, Castiel pegou a caixa de cigarros e foi pra fora do carro, batendo a porta com um pouco de força.

– Parece um bebê, chorando por atenção. - eu disse para mim mesma.

Ele estava andando em círculos enquanto acendia o cigarro, depois de algumas tragas parou e olhou para um caminho onde a clareira tomava a forma de um funil e levava por entre as árvores. A chuva aumentava gradativamente, eu não estava me sentindo bem, queria ir embora, ver Castiel se distanciar cada vez mais só fez aumentar esse sentimento. Raios começaram a partir o céu em cacos e iluminá-lo, e a pequena caminhada do ruivo poderia se tornar um desastre. Sem pensar duas vezes fui atrás dele, a chuva e o vento estavam muito mais intensos do lado de fora, tremi de frio algumas vezes, mas continuei seguindo a teimosia em pessoa. Apertei o passo com o barulho de um trovão e gritei seu nome, o garoto parou no mesmo instante, mas não se virou. Quando o alcancei, finalmente disse:

– Precisamos voltar - não houve resposta - Precisamos voltar agora, ok? Esqueça o motivo pelo qual me trouxe aqui, apenas vamos para casa, está chovendo muito e eu não quero preocupar a minha tia, além de que…

Ele se virou, seus dedos foram em direção ao meu rosto, eu não esperava por isso, por um beijo. Tinha um gosto doce e amargo, doce por causa do refrigerante de cola e amargo por causa dos cigarros. Não sei se foi o frio ou o beijo, mas senti um arrepio percorrer todo o meu corpo. Ele deslizou as mãos para longe do meu rosto e delicadamente se separou de mim, logo em seguida puxou de dentro da jaqueta as chaves do carro e disse com um sorriso:

– Vamos.

Os próximos acontecimentos foram estranhos, voltamos para o carro, ele tirou a jaqueta e pegou mais um cigarro, depois disse que havia uma blusa de frio no banco de trás e eu poderia usá-la para me secar ou me aquecer. Peguei a blusa enquanto dizia que ele deveria parar de fumar, e que também precisava tomar mais cuidado quando fosse comer comidas ou pratos que vinham acompanhados de molho. Ele olhou para a sua camiseta branca com uma mancha de ketchup e sorriu abobalhado. Deu ré e fez o retorno para voltar a estrada, ligou o rádio e trocou de CD. Nem um de nós tocamos no assunto por um bom tempo, ficamos conversando sobre coisas aleatórias, a maioria delas interligadas ao colégio e alunos, até que o assunto acabou e voltamos a ficar em silêncio, apenas com a música tocando.

– Então, você me beijou por…?

Ele hesitou por alguns segundos - Eu não sei… Talvez por que você é extremamente bonita.

Seu rosto e bochechas ficaram da cor de seu cabelo, aposto que eu também estava assim.

Depois de alguns minutos, veio o choque de realidade: eu não gosto dele, nem o amo; estamos destinados a sermos apenas amigos, certo?


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Notas finais do capítulo

TUMBLR DA FANFIC: http://persecutorfanfic.tumblr.com/
Fiz esse tumblr com o intuito de poder me comunicar mais com os leitores e postar atualizações sobre o processo e progresso de cada capítulo, além de curiosidades e pistas sobre os próximos acontecimentos! Se vocês acessarem o link poderão ver mais detalhes sobre esse assunto!
Obrigada por ler, e espero que tenham gostado desse capítulo.



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