There's no such a thing as fate escrita por bonfireheart


Capítulo 1
There's no such a thing as fate




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“Eu... Eu não sei se posso fazer isso... eu não consigo.”, as palavras mal saiam de sua boca, sua voz era falha e seu rosto era cansado, aparentando não dormir a dias. Suas mãos tremiam como se esteve meio a uma tempestade de neve desagasalhado. “Isso dói Stiles, dói. Por favor, faça essa dor ir embora. Por favor!”


Tudo bem... Tudo bem... Está tudo bem. Está perfeito. Eu estou nos braços do meu primeiro amor. A primeira pessoa que amei. A pessoa que eu sempre amei. Eu te amo, Scott McCall.


O flashback passava na mente de Scott, aquelas palavras eram como se fossem dúzias de balas com wolfsbane atiradas em seu peito, acertando em cheio seu coração e partindo-o em pedaços, causando-lhe dor por todo seu corpo. Ele não podia fazer mais nada, ela se foi. Allison se foi e ele não pode voltar atrás.


“Eu não consigo... Stiles... eu...”, Scott disse com uma voz mansa, lágrimas voltavam a escorrer pelo seu rosto “Isso é minha culpa, tudo isso é minha culpa.”


“Ei está tudo bem.”, Eu sou o culpado, isso é minha culpa. Stiles dizia em seus pensamentos. “Está tudo bem Scott, nada disse é sua culpa. Está tudo bem.” Stiles disse sentando-se na cama ao lado de seu amigo, passando os braços ao redor do corpo do mesmo, apertando contra si, abraçando Scott com toda força. Como se aquilo pudesse tirar toda dor que o jovem sentia. “Eu te conheço, Scott. Basta ser firme, seja forte ok? Você pode fazer isso. Ela... Allison iria querer que você fosse forte... Faça isso por ela.” Stiles sentia o peso do queixo de seu amigo apoiado em seu ombro, às lágrimas escorrendo enquanto Scott soluçava sem dizer mais nenhuma palavra.


Inevitavelmente Stiles sentia-se culpado, afinal, era ele quem estava possuído por um espírito maligno, ele quem controlava os Onis que tirou a vida de sua amiga e o pior era que se lembrava de tudo, mas não conseguia aceitar que outra pessoa – ou melhor, espirito – era o responsável por suas ações. Mas isso não era importava agora. O que importante era fazer seu melhor amigo sair do seu bendito quarto.


Depois de consolá-lo e ajudá-lo a se recompor, eles desceram as escadas, Melissa os esperava frete à porta. “Tinha me esquecido o quanto você fica bem vestido com ele.” Ela disse olhando para Scott que usava um terno. O terno em que ele usou anos atrás, o mesmo que usou indo ao baile da escola, mesmo com a ordem do Coach dizendo-o para não ir, e ele foi só para dizer a aquela linda garota de cabelos cacheados, sorridente e - apesar das mudanças que aconteciam na vida dela naquela época – feliz, como se sentia. “Sim, eu adoraria dançar você.” Ela disse a ele no baile. Então eles dançaram e Scott disse eu te amo à Allison pela primeira vez. Ele não sabia exatamente o porquê usar a roupa, e também não sabia como o coube, só achou que era certo, um modo de representar um momento especial entre eles e era essas partes que Scott iria se lembrar. Melissa levou as mãos até a gravata do seu filho, ajeitando-a “Agora sim.” ela disse, dando um sorrisinho, Stiles fez o mesmo, formou um sorriso no rosto e esfregou a mão no ombro do amigo. E então eles foram para Cemitério de Beacon Hills.


Stiles desceu de seu Jipe e foi de encontro a Scott e Melissa que estacionavam ali perto. “Está tudo bem?” Melissa perguntou ao seu filho, Scott apenas fez que sim com a cabeça. Era um lindo dia, o céu estava completamente azul e o sol brilhava entre as nuvens. Eles caminharam juntos até um grupo de pessoas que se encontravam logo à frente. Todos estavam lá, entre eles Derek, Kira e Malia, eles preferiram ficar um pouco distantes, dando espaço aos amigos. Xerife Stilinski, Rafael e Parrish estavam em um canto para suporte policial, já que o que aconteceu foi um inexplicável assassinato. No outro canto, se encontrava Isaac, esse aparentava completamente abalado, seus olhos estavam vermelhos e inchados e junto dele, estava Chris, que mostrava ser o mais forte possível. Eles se cumprimentaram e então a conversa rolou por olhares, o que poderiam dizer se não havia palavras? Scott e Stiles se juntaram à Lydia que estava ao lado, bem de frente ao túmulo enfeitado por vários vasos de flores brancas, entre outras coloridas, cercado por um gramado de tom verde, tudo parecia tão vivo... Ou pelo menos reconfortante. Na lápide estava gravado:


LOVED DAUGHTER AND WARRIOR
(Amada, filha e guerreira)
ARGENT MEANS SILVER AND HER NAME WAS NOT IN VAIN
(Argent significa Prata e seu nome não foi em vão)
ALLISON ARGENT


O tempo foi passando, fizeram uma prece e então Chris finalmente se pronunciou, dizendo uma frase em francês: Nós protegemos aqueles que não podem se proteger. “Eu te prometo, Allison. Eu prometo.” Isaac não se conteve, abraçou o Argent e começou a chorar, tentando não fazer nenhum som. Lydia tentava sorrir, ela sabia que sua melhor amiga iria querer que estivesse alegre, e caso contrário também iria desabar em lágrimas. A ruiva remexeu em sua bolça e tirou algo, deixando sobre suas mãos, no ar. “Ally...” ela começou, mas sua voz saiu falha. “Allison... deu-me isso no verão passado, quando ela foi passar as férias na França. Ela disse que quando precisava clarear a mente, se voltava para o que mais gostava. E vocês sabem, ela era muito boa com um arco e flecha.” Todos sorriram, assim como Lydia que se perdeu nas lembranças das duas juntas, Allison treinando na Floresta e Lydia impressionada com a facilidade que a amiga tinha em atirar e acertar um alvo. “Mesmo sabendo que iríamos nos falar pelo telefone, mensagens ou online o tempo todo, ela queria me dar algo para que eu não me sentisse sozinha... Algo para me lembrar dela e que sempre seríamos amigas não importa o que acontecesse.” Lydia segurava um colar de prata com um pequeno pingente de coração com duas flechas cruzadas, atrás tinha delicadamente a palavra “pra sempre” gravada. “Eu te amo, Allison.” Após a garota dizer aquilo, Scott se virou para sair andando de perto dali, ele queria correr e correr, não suportava sentir o sofrimento dos amigos, ele se culpava cada vez mais.


“Ei” Ele sentiu a mão de Stiles o puxando pelo braço “Está tudo bem Scott” Stiles continuou quase sussurrando “Eu sinto isso também.”


“Espere um segundo... Eu já volto...” Scott deu as costas e fez o caminho saindo do cemitério.


“Eu preciso de um segundo para respirar, ok?” Lydia falou para Stiles, limpando suas lágrimas e foi para outro canto, se afastando, indo em direção a uns bancos de concreto e sentou-se, não contendo as lágrimas e começou a chorar com as mãos em seu rosto. Tudo o que ela queria fazer era gritar, de alguma forma afastar todo aquele vazio que sentia. Lydia não tinha perdido só sua melhor amiga, Aiden também se foi.


“Sorria, Lydia. Alguém pode estar se apaixonando por você.” Uma voz veio de trás de onde Lydia estava. Não, isso não pode ser possível, estou ficando louca. Ela reconhecia a voz. Como isso poderia ser possível?


Lydia foi se levando aos poucos, tentando ao máximo forçar seus pés sobre o chão e se virou, olhando para ver quem estava ali falando com ela. Lágrimas escorriam mais ainda, ela mal podia pronunciar o nome da pessoa que via na sua frente. “Ally-Allison? Como...?” Era Allison, sua melhor amiga, à apenas uns três metros de distância.


Um clarão estava envolto à garota, parecia como se fosse um anjo. “Você é uma Banshee, certo?” Allison tinha uma expressão feliz, abria um sorriso para Lydia.


“Isso significa que além de ouvir vozes posso conversar com pessoas... mortas?” Lydia teve dificuldade em pronunciar a última palavra. Se aquilo era um sonho, ela não queria acordar.


“Significa que você é especial.” Lydia estava pronta para dizer alguma coisa, mas Allison a interrompeu. “Está tudo bem. Eu estou bem! Não quero você triste, nenhum de vocês. Scott... Diga a ele que não foi sua culpa. Diga a Stiles parar de se culpar também. Nada disso é culpa de vocês! Lydia, agora vocês precisam cuidar um dos outros. Diga ao meu pai para cuidar do Isaac, ele não tem ninguém... Diga aos dois que tudo vai ficar bem e que eu os amo. Diga a todos eles que eu os amo, Lydia.”


“Allison, espere!” Lydia não sabia o que dizer a amiga, só queria quebrar o espaço que havia entre elas e segurar Allison em seus braços, nem que fosse pela última vez. “Eu sinto tanto a sua falta...”


“Ei, está tudo bem. Não chore. Cuide um dos outros, ok? Você não está sozinha. Eu vou estar sempre olhando vocês.”


“Não vá, Allison!” Lydia deu alguns passos, indo em direção de sua amiga, mas não tinha forças, falhou caindo de joelhos no gramado. Ela esfregou os olhos, limpando suas lágrimas.


“Eu te amo.” Allison disse, em um tom tranquilo “Pra sempre.”
Lydia sorriu e respondeu, “Eu amo você.” E quando ela se ergueu para olhar a amiga novamente, Allison tinha ido.

~*~

“Está bem?” Derek perguntou aproximando-se. Quando chegou perto o suficiente, pousou uma mão na nuca do garoto. “Sim, vou ficar. Só preciso encontrar Scott.” Stiles respondeu, levando seu olhar ao encontro dos olhos do lobisomem, tentando forçar um sorriso.


“Você se parece um pouco cansado. Vamos procurar Scott, depois vocês dois irão pra casa ter um pouco de descanso.” Derek disse esfregando os dedos na pele de Stiles.


“O que está acontecendo aqui?” Stiles perguntou soando um pouco divertido, agora com um sorriso real em seurosto.


“O quê você quer dizer?” Derek perguntou fazendo uma expressão séria e desconfiada, levantando uma das sobrancelhas.


“Você todo... gentil? Derek Hale sendo gentil.”


“Eu me importo com você- com vocês. Idiota.” Derek soltou a nuca de Stiles, em seguida deu um leve tapa em sua cabeça, fazendo o garoto se curvar para frente.


“Oh meu Deus.” Ele agora ria olhando para Derek revirar os olhos. “Oh, Derbear, venha aqui e me dê um abraço.”

~*~

Todos foram saindo do cemitério, Scott se encontrava sentado do lado de fora quando Stiles se aproximou do amigo.


“Ei” ele disse e Scott foi se levantando.


“Ei, buddy. Desculpe, perdi a noção do tempo...” Scott falava passando o dedo pelo olho, sentia-se cansado. “Está todo mundo indo?”


“Sim, quer que eu te leve pra casa?”


“Não, sim, espere. Espero um minuto, preciso fazer uma coisa antes.”


Scott bateu no ombro do amigo de forma carinhosa, sorriu e então saiu correndo, passando por Derek e os outros, indo para dentro do cemitério novamente.

~*~

“Isso é estranho... Eu não sei como fazer isso, não sei outra forma de conversar contigo... Isso é o mais próximo que posso chegar de você.” Scott estava ajoelhado sobre o túmulo de Allison. Queria se despedir e essa era a hora, o jeito mais apropriado. “Ei olha, pelo menos eu parei de chorar por um instante... Stiles estava certo, você não iria querer nos ver assim.” Ele contornava os dedos sobre uma foto da garota que estava em um porta retrato ali, entre as flores. Allison parecia radiante. “Está doendo, Allison. Eu já sinto sua falta.”


“Está tudo bem, Scott.” Allison apareceu, sentando-se ao lado do seu amado, aproximando sua mão do rosto dele, quase o tocando. “Eu estou aqui do seu lado.”


“Sinto muito! Se eu pudesse faria as coisas diferentes, sinto muito! Isso não deveria ter acontecido, não com você!” Os olhos de Scott começavam a encher de lágrimas, a dor o invadia novamente. “Você deveria estar aqui, se formar, ir para faculdade... Quem sabe teria sido uma grande fotógrafa. Lembra quando me mostrou aquelas fotos e disse ser uma porcaria? Elas eram demais! Você... era demais, Allison.”


Os olhos de Scott brilhavam se lembrando dele e Allison juntos, às vezes quando o namoro ainda era proibido e entrava no quarto dela escondido. Ou quando ficavam juntos no carro olhando as estrelas no céu e conversando sobre o futuro. Os beijos, os abraços, o modo que um tratava o outro. Eles eram bom um para o outro.


“Por que, Allison? Por quê? Uma vez você me disse que não existe essa tal coisa como destino...” O tom na voz de Scott agora demonstrava raiva. “Por quê?” Ele gritou, um grito parecido mais como um rugido, dando um soco no gramado, afundando o local, deixando o formato do seu punho ali.


“Eu sinto muito, Scott. Sinto muito. Olha, eu sei como se sente agora, acredite em mim, eu sei. Mas eu prometo a você, tudo vai ficar bem, certo? Esse sentimento vai passar! Eu prometo!” Allison chorava, queria tocar o lobisomem, mas não podia. Ela queria senti-lo pela última vez e não podia...


Tudo que ela podia fazer era continuar dizendo aquelas coisas, mesmo que ela não a ouvisse. “Scott, você é um cara tão legal e vai sobreviver a todo esse mau. Estude, seja um Veterinário, sempre achei que pudesse fazer isso, você adora trabalhar com o Dr. Deaton... Cuide da sua mãe e fique bem com o seu pai. Cuide do Stiles e da Lydia. Cuide deles. Sério!” Allison deu um riso, colocou seus cabelos atrás da orelha e voltou a olhar nos olhos do garoto. Você vai se apaixonar de novo... Vai tratá-la bem e será melhor do que tudo que viveu comigo, certo? Só me prometa uma coisa... Continue vivo! Vai dar tudo certo porque eu te amo e acredito em você, ok?”


“Eu amo quando você sorri... Vou sentir falta da sua risada.” Scott enxugou suas lágrimas, sorria olhando para foto dela. “Eu te amo, Allison. Eu te amo e sempre irei.” Depois levou a mão até seus lábios e o selou, em seguida tocou a foto de Allison.”


A garota dava aquele sorriso doce e disse“Eu te amo, Scott. E sempre estarei olhando por vocês.”


Eles se levantaram, ficaram ali por uns segundos até o lobisomem caminhar para fora do cemitério, Allison ficou observando-o e sussurrou “Eu te amo.” Scott se virou dando uma última olhada para o seu túmulo dela, depois ambos se foram.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!



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