Os dias e as semanas iam passando, o clima começava a ficar mais frio cada dia que passava, anunciando a chegado do inverno, já que estavam quase no começo de novembro. Harry resolveu chamar Dino Thomas para entrar provisoriamente no lugar de Cátia, já que havia se saído bem no teste.

Harry tinha que correr contra o tempo, pois a temporada de quadibol estava perto de começar. O tempo passava muito rápido em Hogwarts, Gina e Draco se encontravam regularmente, em lugares e horários aleatórios para não chamar muita atenção. Apesar de Draco ser quem ele mostrava ser na frente dos outros, com Gina, ele era a pessoa mais gentil do mundo. Bom, nem tanto assim.

Eles às vezes se desentendiam, devido ao gênio dos dois. Algumas vezes ficavam uns dias sem conversarem mas logo voltavam normalmente. Draco não queria admitir, mais se sentia atraído por Gina, e ela também. Ele se afastava cada vez mais dos amigos, devido a sua “tarefa”, mas se aproximava cada vez mais de Gina.

Gina, por sua vez, não tinha falado nada com ninguém sobre sua amizade com Draco. Assim como ele. Hermione desconfiava de Gina, já tinha perguntado várias vezes à ela se estava saindo com alguém, ou o que estava fazendo, mas ela sempre arranjava um meio de se safar das perguntas de Hermione. Porém, não era apenas Hermione que percebia a ausência repentina de Gina, Blás, amigo de Draco, também já tinha percebido que o amigo sumia quase sempre. Draco nunca respondia às perguntas do outro, dizia que o que ele fazia era apenas problema dele. E assim passava o tempo, os dois queriam se encontrar cada vez mais, mas tinham que manter segredo da amizade deles.

Gina acordou na manhã de domingo com uma coruja esperando ela acordar para entregar uma carta. Assim que Gina pegou a carta, a coruja levantou voou e partiu. A carta era de Draco, pedindo para eles se encontrarem na sala precisa às quatro horas. Eles estavam brigados, porque os dois começaram a discutir sobre os times de quadribol e um achava seu time melhor que o do outro. Gina resolveu que iria então. Ela levantou trocou de roupa e foi para a sala comunal.

Como de costume Harry, Rony e Hermione estavam perto da lareira. Harry e Rony estavam jogando xadrez de bruxo e Hermione estava lendo um livro. Gina e Rony tinham voltado a se falar normalmente graças a Hermione. Gina sentou-se ao lado de Hermione e ficou vendo os dois jogarem. A sala não estava muito cheia, tinha muitos alunos dormindo ainda e outros pelo castelo. Quase ninguém saia mais andar pelos jardins devido ao frio.

– Bom dia Gina – disse Hermione.

– Bom dia – sorriu ela.

Gina ficou ali com eles jogando xadrez, se revezando com quem perdia. Depois chegou Neville e eles foram jogar Snap explosivo, até Hermione se juntou para jogar com eles. Ficaram ali até a fome vencer eles, então todos desceram para o Salão Principal para almoçar. A comida como sempre estava muito boa, todos comiam entusiasmados.

Logo chegou três horas e Gina foi se arrumar para ir se encontrar com Draco, quando faltava dez minutos para às quatro horas Gina decidiu ir para não se atrasar. Ela chegou em frente a sala precisa na hora, olhou para ver se não tinha alguém, nada, os corredores estavam vazios. Então entrou, Draco já estava lá esperando por ela.

– Oi... Malfoy – disse ela sem Graça.

– Oi, Weasley – respondeu ele virando para ela.

– Então... por que me chamou aqui? – perguntou ela.

– Porque eu não tinha nada para fazer e, também, queria falar com você – disse dando de ombros. – Já faz alguns dias que não nos falamos, não é?

– Sim, alguns – falou Gina sentando em um pufe. – Bom foi um erro, começar a falar de quadribol, sabe como é, casas diferentes. Não dá certo.

– Você tem razão – falou ele sentando também.

Os dois ficaram num silêncio constrangedor, nenhum sabia o que falar, nem o que fazer. Ficaram assim pelo que pareceu uns dez minutos.

– Bom era só isso, Malfoy? – perguntou ela. – Se for, acho que eu vou...

– Não! Fica aqui – começou ele. – Quero dizer, se quiser tudo bem, pode ir...

– Eu fico então – disse Gina sorrindo timidamente.

Draco olhou Gina nos olhos. Ele odiava admitir, até para si mesmo, mas Gina era a única pessoa com quem ele conseguia se sentir mais leve, além de sua mãe. Tudo bem que às vezes ela era irritante, mas eles se davam bem, ela sempre fora gentil com ele, ao contrário, do que ela mesma dizia, que os outros pensavam dele. “Draco, você é um monstro.” Pensava ele. Era assim que ele se sentia. Um monstro, por ter que fazer uma coisa contra sua vontade, por culpa de seu pai, só para poder salvar sua mãe.

Ele ficou olhando para Gina por um tempo até ela dizer:

– O que foi Malfoy?

– Hum... Nada – respondeu.

– Eu não sei como você consegue, Malfoy – disse ela balançando a cabeça.

– Consegue o que? – perguntou confuso.

– Você sabe... Não ter amigos verdadeiros, em quem puder confiar...

– Eu não preciso disso – interrompeu ele virando o rosto.

– É claro que precisa! Todo mundo precisa de alguém! – disse ela incrédula – Alguém para confiar, alguém que quando precisar puder confiar!

– Eu tenho a mim mesmo! – falou com desdém. – E pra mim já está perfeito!

– Claro que não! – Gina quase gritava. – Se fosse assim, se você tivesse a você mesmo e estivesse satisfeito, não ficaria pedindo apra me ver sempre!

– Se toca Weasley! – disse Draco seco. – Eu só te chamo por...

– Por que mesmo Draco? Por que você sempre pede pra que a gente se veja? – falava ela. – Responde!

Draco se levantou do pufe. Por um momento Gina pensou que ele iria ataca-la, mas não, ele foi em direção a porta.

– Isso mesmo! Foge Malfoy! – gritava ela. – Seu covarde! Foge!

– Eu não sou covarde! – gritou ele pela primeira vez.

Gina se assustou, era a primeira vez que ela viu o alterado, sem aquela majestosa pose de maior que ele tinha.

– Então me responde! Por que você me chama para vir aqui Malfoy?

– Eu não sei! – disse ele mais calmo. – Eu não sei o que deu em mim para andar conversando com você! Uma Weasley.

– Não me ofenda, Malfoy – disse ela fria. – Mas sabe que eu também não sei por que eu fico perdendo meu tempo aqui falando com você?

– Você fala porque você quer! – falou ele.

– Isso mesmo, porque eu quero. Mas eu cansei. Pensei que você fosse diferente, mas pelo jeito o que Harry fala é tudo verdade! Você é um mimado mesmo! Só pensa em você! – Gina estava controlando as lágrimas.

– Cala boca Weasley! Você não sabe nada sobre mim! – falava ele.

– Muito menos você sobre mim, Malfoy!

– Sei sim! – respondeu ele. – Por todo esse tempo que passamos juntos, eu pude tirar conclusões sobre você.

– Ah é? Então o que você sabe de mim? Ou o que você acha de mim?

– Você é muito irritante! Você fala muito alto! Seu cabelo é muito chamativo, você tem muitas sardas! Você sorri demais para as pessoas...

Gina não deixou ele terminar.

– Chega Malfoy! – gritou ela.

– Você não pediu para saber? Eu estou te falando – disse ele com desdém.

– Eu até poderia começar te ofender agora mesmo – pausou ela, chegando mais perto dele. – Mas pelo menos eu respeito uma coisa que minha mãe me deu: educação.

– Que meigo, Weasley – disse ele irônico. Os dois já estavam bastante perto um do outro.

– Então Malfoy, esse foi nosso último encontro. Eu não quero mais falar com você – disse ela.

– Você não vai conseguir ficar sem mim – disse ele.

– Ah é? E por que não? – perguntou ela.

– Porque eu sei! – respondeu ele.

– Depois de hoje, sabendo o que você acha de mim, eu quero é distancia de você! – disse ela contendo uma lágrima. – Agora eu sei porque você não tem amigos de verdade.

Gina chegou bem perto de Draco e disse:

– Não me procure mais Malfoy. Eu tenho nojo de você.

Um segundo depois Gina virou-se para sair, porém Draco foi mais rápido: ele a puxou pelo braço e a beijou.