Never leave me escrita por Black


Capítulo 1
The One


Notas iniciais do capítulo

Essa é a primeira fic Jily que eu consegui terminar, até que enfim. Bom espero que gostem. (espero que chorem também hehe).



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Foi no ano de seu aniversário de 18 que toda a sua vida mudou. Ela estava feliz, muito feliz. Ela tinha uma família linda, um namorado maravilhoso, e amigos dos quais nunca poderia reclamar. Ela morava em uma cidadezinha na Inglaterra, chamada Brixton. Era pequena, todos ali se conheciam, pareciam com uma enorme família.

Estavam todos comemorando sua maioridade.A festa estava em seu auge, e foi ai que James Potter achou uma brecha para tirar a aniversariante do lugar. No começo Lily relutou, mas no final acabou cedendo, afinal, tinha que contar algo a ele, algo que ela devia ter contado a um três semanas.

O garoto a levou até os fundos da casa, em um lugar bem afastado que poucos conheciam, inclusive ela. O lugar era um jardim, mas não um comum, era um jardim de Lírios. Apenas lírios, e nada mais. Ele o fez, era o seu presente. A garota ficou maravilhada. Apesar dele ser o namorado perfeito, nunca foi tão romântico, e ela sabia que ele não diria nada, pois tinha chegado em seu máximo, mas estava enganada.

James se aproximou de sua amada, que estava de costas para ele, e enlaçou sua cintura, enquanto balançavam ao ritmo da música que soava ao longe.

–Eu sei que não é muito, e sei também que você merece coisa melhor. Eu ainda não faço ideia do porque de você estar comigo, mas eu sou muito grato, por tudo. Sou grato por você ter me aceitado. Sou grato por você me amar. Sou grato por você se fazer minha. Sou grato por você existir e tornar minha vida boa novamente. Eu sou grato por tantas coisas que fica difícil dizer. Mas eu só quero que você saiba que eu te amo, muito, e que mesmo que você me deixe um dia, esse amor não irá acabar.

A felicidade não cabia dentro de Lily naquele momento. Tudo que a garota conseguiu fazer foi se virar e beijar apaixonadamente seu perfeito namorado. Era um beijo calmo, repleto de sentimentos, um beijo que a fez chegar as alturas. "Um beijo perfeito, de um namorado perfeito, num dia perfeito", pensou ela. Era uma pena que ela não sabia que quando vem demais, acaba sendo menos.

Eles ficaram ali, o resto da noite, por um tempo indeterminado, até que o azul escuro ficasse claro, o sol tomasse o lugar da lua e as estrelas sumissem de suas vistas, para continuar seu espetáculo para outros corações apaixonados.

Infelizmente naquela noite nem todos estavam tendo seu momento de glória interna. Não muito longe dali, o avião em que estavam o Sr. e a Sra. Evans, tinha acabado de colidir em uma montanha. Foi tudo mundo rápido. O céu estava nublado naquele cantinho do mundo, e haviam muitas nuvens. O piloto não viu, aliás, mesmo que tivesse visto não conseguiria impedir, era pra ser, e foi. O avião se chocou contra aquela cadeia montanhosa e se desfez em pedaços. Sem salvação. Sem sobreviventes.

No domingo a tarde Lily se levantou extremamente feliz e bem disposta, mas não saiu da cama. Pelo contrario : ela se embrulhou nas cobertas mais uma vez e se lembrou de seu aniversário na noite anterior. Ela sorriu, largamente, como se nunca tivesse o feito na vida. Tudo passava pela sua cabeça como flashes : a festa, o jardim, a declaração, as estrelas, o que ela tinha tinha de dizer... Ela tinha esquecido essa "coisa" importante que devia ter dito. Naquele dia ela não contou a James o que tinha pra contar, não contou a ninguém. Não teve tempo. Ela só tinha tempo de chorar, chorar por seus pais mortos, que nem sequer podiam ser enterrados, afinal, no meio daqueles destroços, onde estariam seus pais?

Naquelas duas semanas ninguém viu a pobre garota recém órfã sorrir. Ela ainda estava triste, mas não chorava como antes, não mais, seus pais não iam querer isso. Decidiu então que era hora de contar, e contou. Eles estavam sentados no sofá de sua casa, assistindo um filme. Ela estava nervosa, mexia freneticamente as mãos, e James percebeu, insistiu em saber o motivo.

–Tudo bem James, já está na hora de você saber. Eu não sei se você vai ficar feliz com isso, e... Eu estou bastante assustada. -ela o olhou desconfortável - Eu estou grávida.

Os segundos que se passaram foram suficientes para que todos os sentimentos possíveis passassem na rosto de James, e, finalmente, chegar ao que Lily menos esperava, felicidade. Ele abriu um largo sorriso fazendo com que ela sorrisse também, o sorriso mais sincero e bonito que ela tinha dado em dias. O garoto a abraçou girando-a no ar, enquanto riam juntos. Ele a colocou no chão, mas continuaram abraçados, com as testas coladas. Nenhum sentiu vontade de abrir os olhos, só queriam ficar ali, sentindo um ao outro.

–Eu te amo, Lily -ele sussurrou

–Eu te amo James.

Naquela noite, Lilian dormiu tranquilamente, mas James, não.

Assim que acordou, estranhamente feliz depois de tantos dias, ela procurou ao seu lado o motivo de tanta felicidade, mas ele não estava lá. O outro lado da cama estava frio, o que significava que ele havia levantado a bastante tempo, a única coisa que estava ali era um papel dobrado, com o seu nome escrito, e ela leu.

"Lily, eu sinto muito.
Eu te amo, muito, de verdade, mas não posso, estou morrendo por isso, mas tive que ir. Eu não vou aguentar Lily, vou desabar. Não estou pronto.

Para sempre seu, James. "

Foram poucas palavras, mas que fizeram seu mundo despencar. Primeiro foi como se todo o ar tivesse sido sugado de seu pulmão, causando uma dor tão terrível que ela não suportou sufocar o grito que formava em sua garganta, e chorou como se nunca mais fosse ser feliz. Ela estava sozinha, sem seus pais, sem Sirius e Marlene, que tinham ido para a América, com um criança á caminho e sem o amor da sua vida. Ela nunca pensou que seria tão infeliz.
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6 anos depois

Lilian acordou e deu de cara com seu filho, agora com 5 anos, sentado ao seu lado na cama. Ele era igualzinho o pai, cabelos preto e rebeldes, o sorriso sacana, Olhou no relógio, 6:00 h.

–O que faz aqui uma hora dessas?

–Hoje é meu aniversário.

–É mesmo?

–É.

–Que bom, não é? Esta ficando velho. -ela se sentou ao lado do filho

–Não estou, não. - Lily sorriu e deu parabéns ao filho logo o mandando se arrumar para receber seu presente.

A garota, agora já mulher, não morava mais em Brixton, se mudara para outra cidade, mas não muito longe de lá. Como presente de aniversário para seu filho, ela o levaria para conhecer o parque de diversões de sua cidade natal, já que não havia um ali.

A viagem de ida foi curta e divertida, logo chegaram ao parque. Enquanto Harry estava no carrossel ela resolveu ir comprar um refrigerante em uma barraca ali perto, para que pudesse ficar de olho nele. Enquanto tomava seu refrigerante, ela comparava mais uma vez, seu filho com o pai.

–Oi Lily.

Aquela voz, aquela que ela pensou que nunca mais esqueceria, a que por mais que ela se odeie por isso, ainda a afeta, ainda a deixa arrepiada, e traz a tona tudo de ruim que ela já viveu. Quando resolveu visitar a cidade não pensou que ele estaria lá, afinal ele sempre dizia que queria ir embora, mas pelo visto, não foi bem isso que ele fez.

Lily se virou de vagar, como se não acreditasse no que estava escutando, ou melhor, quem ela estava escutando, parecia meio surreal, era como em um de seus pesadelos. Ela o olhou, sem esboçar emoção alguma, mesmo que por dentro estivesse morrendo, de ódio, tristeza e decepção.

–Oi. -foi só o que disse , e se virou novamente para olhar seu filho.

James suspirou, e se pôs ao seu lado. Diferente de Lily, seu rosto demonstrava tudo que ele sentia, sempre fora assim, ela sempre conseguia ler suas emoções, porque mesmo que ele sentisse poucas coisas, era tão intensamente que ele não conseguia esconde-las.

–O nome dele é Harry. -ela soltou

–Belo nome.Ele tem seus olhos. - James disse, com uma expressão meio triste e distante -Lily, eu... -mas ela o interrompeu.

–Você o que? -ela o olhou - Você não podia lidar com isso? Você iria "desabar"? -fez aspas com as mãos -Me poupe de suas explicações.

–Eu era um adolescente Lilian. Nós eramos. Fomos inconsequentes, eu agi sem pensar. Fiquei apavorado.

–E você acha que eu não fiquei? Eu estava sozinha! Eu tinha acabado de perder meus pais, meus amigos foram embora, e o "amor da minha vida" -ela fez as aspas de novo - tinha me deixado com um filho na barriga. Você não faz ideia do que tive que passar.

–Me desculpe. Por favor Lily, eu peço seu perdão. O arrependimento ainda me corroí depois de todos esses anos. Me desculpe por fazer você sofrer, me desculpe por não estar ao seu lado quando você mais precisava.

–Eu sou forte, James, sempre fui. E você não me conhece, não mais. -ela virou para dar uma olhada em Harry - Você já sentiu como se conhecesse alguém, acha que sabe de tudo que ele é capaz de fazer e então ele te surpreende? De um jeito péssimo? Então eu tentava pensar :"É a vida, você tem que entrar lá e não parar. Merdas estão esperando pra acontecer."

–Lily, me perdoa, por favor.Você sabe, as pessoas fazem coisas idiotas quando tentam agir como se não estivessem aprisionadas. Eu ainda sofro por isso.

–Aprisionadas? -ela deu uma risada sarcástica- Você não estava aprisionado, você tinhas escolhas. -Ela se virou para ele. Os olhos de James estavam marejados, não muito diferente dos dela, mas ela não choraria por isso, não mais. - Você podia ter me pedido para abortar, mesmo sabendo que minha resposta seria não, podia pelo menos ter olhado nos meu olhos e dito : Lily, Eu. Não. Consigo. Nós daríamos um jeito, sempre dávamos.

–Nós ainda podemos dar. -ele tentou pegar na mão dela, mas ela se esquivou.

–Só tem um problema James, não existe mais nós, e isso já faz bastante tempo.

–Lily, eu preciso de seu perdão para deixar que a tristeza vá embora. E.. eu queria conhecê-lo.

–Eu tinha tudo o que queria e perdi. Doeu. Mas eu segui em frente. O que mais eu poderia fazer? E você deveria seguir em frente também, isso tudo já durou tempo de mais. Além disso, não pense que só porque nos reencontramos que você vai poder tê-lo, ele é meu bem mais precioso, o único também, então nem tente tira-lo de mim. Deveria ter pensado nisso antes. Ele pode ter seu sangue, mas é MEU filho.

–Não quero tirá-lo de você Lily, e se ele não quiser me conhecer não vou insistir. Mas quero que saiba que eu fui atrás de vocês, o arrependimento bateu a minha porta assim que sai daquela casa, mas não tive coragem de voltar. Um mês depois eu fui, pra tentar me desculpar, pra dizer que eu te amava e que cuidaríamos da criança juntos, mas você não estava mais lá. -ela deixou que um lágrima sorrateira escapasse, mas não deixou que ele visse - Você tinha se mudado e ninguém fazia ideia de pra onde tinha ido. Eu me sentia um lixo, e tudo que eu podia fazer era sentir, porque não conseguia te achar. Eu sabia que você estaria aqui hoje, consegui o telefone de uma amiga sua e ela me disse que vocês estariam aqui hoje, achei que era um boa oportunidade. Consegui seu endereço também, as vezes eu paro meu carro do outro lado da rua, umas duas casas atrás, e fico vendo você sair e chegar com Harry, e me lembro de que eu poderia estar ali também, se não tivesse sido tão estúpido.

Lily não conseguia olha-lo, temia que se o fizesse, se desmancharia em lágrimas, então fez o que pensou ser mais sensato, ficou calada. Uma vez, alguém lhe disse: "Se não tem nada a dizer, ou o que tiver for muito ruim, não diga nada". No mesmo instante, Harry saiu do carrossel, e ficou procurando por sua mãe.

–Espere um pouco. -ela murmurou para James e foi até seu filho.

Assim que chegou ela se agachou para que pudesse falar diretamente em seus olhos.

–Harry, querido, está vendo aquele homem de preto, ali do lado da barraca de refrigerante? -ela perguntou sem se virar. Ele assentiu - Aquele é o seu pai. - o menino a olhou surpreso - Eu sei que é estranho você saber disso agora, mas você quer conhecê-lo? -ele assentiu novamente- Certo, então entregue isso a ele, e diga que você vai passar a tarde com ele está bem? E diga também para ele deixa-lo nesse endereço aqui do papel as oito horas, para que possamos ir embora, combinado?

–Tudo bem, mamãe. Porque você não vai vir com a gente?

–Eu não posso filho, tenho que resolver umas coisas.

–Tudo bem.

–Tudo bem -ela repetiu baixinho - Vá lá com ele. -ela deu um abraço no filho e lhe deu um beijo na testa, e deixou que ele fosse atrás de James.
Ela não sabia o que estava fazendo, só sabia que Harry merecia conhecer seu pai, todos merecem, não é? Vendo aquela cena ela não pode deixar de sorrir, parecia que uma mini copia de James estava indo abraça-lo. Ele se assustou um pouco, mas logo retribuiu o abraço do filho, como que aquilo fosse a coisa mais importante do mundo, e Lily viu o rosto dele brilhar, ele não aguentou afinal, segurar as emoções. Para ela, aquela era a imagem mais linda do mundo.

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Lily estava em um quarto de hotel barato que ela alugara para passar a tarde, não estava com vontade de passear pela cidade já conhecida. Estava ansiosa para ir embora, não aguentava mais ficar ali. Ela estava sentada na cama, contando o minutos quando bateram na porta. Ela foi atender e deu de cara com um homem e seu mini clone que pareciam estar feliz da vida. Ela pediu que Harry entrasse e assim ele o fez. Assim que seus olhos encontraram os de James, o sorriso dele diminuiu, agora era mais para um sorriso triste, daqueles que ele fazia questão de tentar esconder, mas ela sempre via.

–Estamos indo em bora, daqui a alguns minutos.

–O Harry me disse. Nos divertimos bastante.

–Certo. Adeus. - ela tentou entrar mais ele a puxou pela mão, que ela fez questão de soltar - O que?

–Espera, é que... Eu sei que é pedir de mais, mas será que podíamos.. sabe.. tentar recomeçar?

–Re..começar? -ela já sentia seus olhos se enchendo de lágrimas, e tratou logo de olhar para baixo.

–É Lily, recomeçar. -ele colocou a mãe em seu queixo e levantou seu rosto, ficando olho no olho -Eu ainda te amo -ele sussurrou, ela não conseguiu mais segurar as lágrimas - Sempre te amei e sempre te amarei.

Ela se soltou dele delicadamente.

–Eu não posso James, eu não consigo, não de novo. Sabe,eu não me arrependo de ter tido Harry, eu me arrependo de ter sido com você.

Talvez essa frase frase tenha machucado James mais do ele machucou Lilian.

–Eu pensei que você me amava -ele falou baixinho -Que o que tivemos foi real, porque foi pra mim. Eu nunca vou conseguir me esquecer de nós Lírio.

–Você tem que esquecer. -e então ela entrou para dentro e fechou a porta, não sem antes ver uma cena que fez os pedaços de seu coração partido, se quebrarem ainda mais.

Ela o viu chorando.

Ela foi até a sala e encostou na parece, soluçando de tanto chorar. Harry viu a mãe chorando e foi abraça-la, querendo saber o que tinha acontecido, mas naquele momento ela só conseguia fazer um pedido.

–Harry, por favor, nunca me deixe, está bem? Nunca me deixe.

Veja também:

Scorose- This is Love? | Between truth and lies | Someone Told Me


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Notas finais do capítulo

E então, vocês choraram? Digam que sim, digam que siiiiim! Ta, mas gostaram? Eu mereço comentários, favoritamentos, qualquer coisa?