How It Ends escrita por Kuroi Namida


Capítulo 4
04. - Fate of our children


Notas iniciais do capítulo

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Na manhã seguinte assim que o sol se levantou nos céus de Cair Paravel, a princesa Meridia deixou seus aposentos e se dirigiu pelo corredor até estar diante da porta do quarto de seu irmão. Algo em seu coração, a fez procurar por Rilian depois que a garota passou boa parte da noite relembrando todos os momentos divertidos e românticos que esteve junto do irmão de criação. Ela bateu uma, duas e até três vezes antes de vê-lo abrir a porta e parar diante dela com expressão um tanto quanto mal humorada. Rilian parecia ter o rosto contraído em uma expressão excessivamente séria, como se algo o incomodasse profundamente da pior maneira possível. Ele não abriu a porta por completo, ao invés disso ergueu o braço ao longo da porta escorando-se na mesma com o corpo também enquanto olhava a garota sem nenhuma demonstração de afeto, o que a fez repensar se teria sido uma boa ideia acordá-lo. Mesmo assim, tomada por coragem, Meridia se pronunciou:

– Eu queria saber como você está... Digo, sobre a conversa com nosso pai ontem à noite, fiquei preocupada...

– Não se preocupe... – ele a cortou em meio à frase, com voz áspera. – Está tudo exatamente como deveria estar nada de novo, nada com que deva perder seu precioso tempo.

Meridia franziu o cenho sem entender o motivo pela falta de cortesia na voz do irmão, e embora já estivesse acostumada com as frequentes mudanças de humor do rapaz, ela sentia que daquela vez havia algo realmente preocupante no seu tom.

– Certo. –ela prosseguiu. – Está tudo bem mesmo? Você me diria se não estivesse não é?

– Não. Eu não diria. – ele franziu ainda mais o cenho tornando sua face geralmente agradável e gentil, em uma expressão carrancuda e sem um pingo de doçura. – Agora se me dá licença, tenho que me vestir para acompanhar o rei a uma vizita fora dos limites do palácio.

Antes que ele pudesse bater com a porta na cara da garota, Meridia estendeu a mão e a repousou contra a porta impedindo assim que essa se fechasse, e perguntou com voz firme ao mesmo tempo soando um tanto quanto apresada:

– Aonde vão exatamente? – não era a curiosidade que a motivava, mas sim o desejo de continuar uma conversa.

– Porque não pergunta a ele? – ele respirou fundo torcendo a boca em visível descontentamento.

– Estou perguntando a você. – um tom mais autoritário soou pelos lábios rosados da garota. – Imagino que sua língua não vá cair se me responder uma simples pergunta... Vai?

– O fato de eu não desejar lhe dar tal informação, resume a sua insistência a menos que nada? –ele se voltou para ela com tom arrogante.

– Porque está agindo assim? Ontem mesmo estava falando de coisas... – ela olhou para os dois lados do corredor para ter certeza que estavam sozinhos. – coisas românticas, gentis. O que aconteceu? O que o rei disse a você que está fazendo com que haja assim?

– Assim como? – ele se fez de desentendido. – Como um irmão mais velho deveria agir? –Rilian cruzou os braços diante do tórax.

– Não? – ela bufou. – Como um idiota... – lamentou. – Esquece... Não precisa falar. – aborrecida, a garota juntos o tecido das saias do vestido longo entre os dedos e se virou para afastar-se do quarto e da vista do irmão.

Rilian respirou fundo desviando o olhar tenso para o chão de cor cinza lustroso e descruzou os braços violentamente em seguida empurrando a porta com uma das mãos fazendo-a bater, o que fez com que o som de madeira pesada colidindo uma contra a outra ecoasse pelo corredor. Meridia sentiu o coração dar um pinote e virou o rosto, assim como o corpo parcialmente naquela direção levando um susto com a força abrupta como a matéria colidiu em um estrondo grave. Ela suspirou sacudindo a cabeça negativamente com o cenho triste e voltou a seguir na direção das escadas.

...

No quarto real, Caspian terminava de vestir-se com a ajuda habilidosa de sua rainha enquanto ambos conversavam sobre a situação dos filhos mais velhos. Caspian ajeitava as golas da parte superior das roupas reais, algo que ele particularmente jamais gostara lamentando o excesso de babados e tecidos existentes em suas vestimentas. Annabeth sempre o ajudara com a tarefa de se vestir, enquanto admirava a beleza do homem com quem se casou. Mesmo depois de tanto tempo casada com aquele homem, a rainha ainda via a mesma majestade que um dia fez com que ela se apaixonasse perdidamente por aquele esbelto moreno de olhos amendoados.

– Toda vez que vejo meu próprio reflexo neste espelho me pergunto se existe alguma semelhança entre mim e Rilian. – refletiu o rei dando voz a um pensamento.

– Pois de fato que há. – sorriu a mulher que ajeitava as mangas de sua roupa, logo a seu lado. – As semelhanças entre vocês vão além da aparência. –dizia ela em tom gentil, e tranquilo. – Ele não tem os seus olhos, mas possui a sua nobreza. – Annabeth olhava admirada para o homem ao seu lado. – Ele é corajoso, e leal. Honrado, e entre outras coisas, muito habilidoso com uma espada! –naquele momento o rei teve dúvida se o orgulho no olhar da mulher era para ele ou para o filho.

– Eu vejo algo em Rilian que lembra um pouco de mim mesmo. – o rei sorriu naquele momento se voltando para sua rainha a envolvendo pela cintura e levando-a para perto de si.

– E vai me dizer o que é meu rei? – ela sorriu de volta mostrando o mesmo sentimento.

– Amor. – Caspian estava mais serio quando disse a palavra, o que fez a rainha franzir o cenho.

– É certo que nosso filho é extremamente amoroso conosco...

– Não me referia a este tipo de amor... – ele a interrompeu gentilmente. – Me refiro ao mesmo tipo de amor que foi despertado em mim ao vê-la. O mesmo tipo de amor que fez com que eu movesse o céu e a terra para tê-la como minha esposa.

– Caspian... – Annie fez menção a repreender o marido, mas este prosseguiu.

– Annie... Sinto-me terrivelmente injusto, toda vez que tento convencer meu filho de que ele não deve amar alguém por quem eu mesmo sei que seu coração bate mais forte e mais vivo...

– Eles são irmãos Caspian... – Annie se afastou do enlace do rei e andou pelo quarto até a janela em passos firmes. – Não deve apoiar esse tipo de sentimento. – a rainha pareceu aborrecida com o retorno daquela conversa.

– Você sabe que isso não é verdade. – ele ponderou calmo e amorosamente andando até estar às costas da mulher, tocando-a nos ombros. – Sei que ama Meridia como uma de nossas filhas, mas desde que ela era apenas uma menina, combinamos que jamais esconderíamos a verdade dela para que nada ficasse em seu caminho ou impedisse que ela seguisse seu próprio destino.

– Sim eu estou de acordo, sempre estive. Meridia logo se casará, e seguirá com seu destino. – Annie se virou e recebeu um olhar sábio do homem com quem se casou.

– Acha mesmo que o destino dela é se casar com um homem que ela não ama?

– Ele o amará...

– Annie... – Caspian tornou a face mais seria e o tom de voz mais firme. – Você quer mesmo condenar nosso único filho, o futuro rei de Nárnia a uma existência vazia afastando-o do verdadeiro amor? Tem ideia do que este sentimento pode fazer com um bom homem? Conheço bem o filho que tenho o bastante para saber que Rilian jamais será feliz se algo que ele realmente preza for tirado dele. Eu não quero ser responsável pela infelicidade do meu próprio filho, sabendo que poderia tê-lo apoiado quando ele precisou.

– Fala como se eu fosse uma bruxa má que está tentando amaldiçoar o destino do meu próprio filho Caspian X. – Annie afastou-se mais uma vez, dessa vez mostrando total aborrecimento com o destino da conversa.

– Eu sei que você não deseja tal coisa. – ele sorriu voltando seus olhos carinhosos para a esposa. – Sei que quer ver a felicidade de cada um dos seus filhos, incluindo a de Meridia. – ele andou novamente até a mulher. – Mais uma razão para desistir dessa ideia de separá-los. Ela também o ama Annabeth... –Caspian tocou o queixo de Annie. – Eu posso ver nos olhos dela que ela faria qualquer coisa para não decepcionar você. Tem certeza que quer pedir a ela que abra mão do que sente pelo nosso filho?

As palavras de Caspian tocaram o coração da rainha de tal maneira que fez com que ela refletisse sobre estar ou não fazendo a coisa certa. Seus olhos ficaram incertos e ela abraçou o marido em busca de segurança, em busca de acolhimento para seu medo, e suas duvidas. Era nos braços de Caspian que a rainha sempre encontrava a solução para seus problemas, e seus dilemas. Ele conhecia bem a mulher e sabia do coração amoroso que ela possuía. Um dos motivos por ter se deixado aprisionar pelo amor àquela mulher. Annabeth reconhecia quando o marido tinha razão em algo, e também sabia que ela mesma estava ciente de tal verdade, mas ainda relutava em aceitá-la como algo possível. O destino de dois de seus filhos estava totalmente em suas mãos, e ela bem sabia disso...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Logo teremos a conclusão da fic!! Beijos



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